Adriana Henriques
Hungaro Digitel
Hungria, Budapeste
Torna-se um pouco difícil escolher um tema sobre o qual possa desenvolver algumas linhas quando, passado pouco mais de alguns dias sobre os institucionais trinta que formam um mês me tenho encontrado nas mais insólitas, desconcertantes, agradáveis e desagradáveis, e muitas vezes inenarráveis situações. Qualquer dia reserva um conjunto de contrastes que ainda não sou capaz de digerir com normalidade.
O que se vai passando no meio profissional, numa vulgar mas ambiciosa empresa de telecomunicações (aliás, transparece do seu nome, “Hungaro DigiTel”, a aspiração a referência nacional) e o dia-a-dia citadino, faz-me questionar sobre a possibilidade de estar a viver em universos paralelos. Pode parecer um hiperbolismo mas de facto, que posso sentir quando, no mesmo dia em que me ocupo de assuntos tecnológicos e de soluções que podem proporcionar serviços mais práticos, cómodos e sofisticados (e que são de facto, fruto do enorme talento e sentido prático de algumas cabeças Portuguesas, como por exemplo, os serviços proporcionados pelos ATMs em Portugal, a sua apresentação gráfica e os anúncios que nos vão distraindo enquanto, por detrás, as máquinas do sistema se ocupam do complexo processamento de informação) assisto no regresso a casa, ainda de dia no relógio mas de noite no céu, a personagens sem rumo que deambulam pelas ruas, encardidos e ao tombos, em cenas trágicas, derrubados pelo álcool para as linhas do eléctrico que se vem aproximando perigosamente?
Ninguém liga, olha-se em frente ou para o lado, mas a pessoa não se levanta e o farol do eléctrico já o tem encandeado...abeira-se alguém tentando levantar este pobre diabo, há um suspiro de alívio quando lhe puxa pelo braço para o içar, mas nada acontece! Com o suspense da cena sente-se o coração na boca e da janela do meu eléctrico que passa no sentido inverso, assisto a tudo como na passagem de uma película, incrédula e atónita.
Não deixa contudo de ser fascinante a contradição que se vive em Budapeste, o privilégio de morar nas redondezas do Palácio das Artes onde a profusão de espectáculos cria alguma ansiedade por não ser possível assistir a todos quanto gostava e de me poder deliciar numa infindável discoteca de barrocos, de clássicos, de românticos, de modernistas…de admirar a maior Sinagoga da Europa cujo o estilo arquitectónico me faz sentir algumas saudades de Portugal e dos seus exotismos – tal como aqui neste lado da Europa são percebidos – e de me chocar e entristecer com a miséria que se vê pelas ruas, pelo chão das estações de metro, escondida entre caixas de cartão ou encostada a um canto mais resguardado aos pés do edifício da Ópera e nas paredes enegrecidas e portas esventradas pela cruel herança do comunismo que parecem ser por arrasto deixadas lentamente ao esquecimento.
Budapeste é tão encantadora quanto é assustadora e a descoberta perfila-se entusiasmante.
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