Lígia Fernandes | C12, Suécia
Montez Champalimaud
Malmö | Suécia
Uma cultura onde a liberdade é individual mas o pensamento colectivo.
A necessidade da bicicleta, e a inevitabilidade dos transportes públicos.
Directores sem carro.
O silêncio causado pela ausência de trânsito.
A pesca do salmão nos canais do centro da cidade de Estocolmo.
A luta diária para conseguir separar o saco de lixo numa infinidade de contentores que vão desde vidro de diferentes cores a papel de jornal, passando por lâmpadas de vários formatos, várias densidades de papel e plástico, pilhas e lixo orgânico e inorgânico.
Um ritmo, uma atitude, marcados por um compasso mais lento, o tempo suficiente para reflectir antes de agir. O “swedish way of life”…
Aqui, vive-se diferentemente. Vive-se para o amanhã.
A febre verde
Este ano, a Suécia está no terceiro lugar do Índice de Performance Ambiental da Universidade de Yale e da Universidade da Colúmbia. Mas a história “verde” remonta a tempos mais antigos, uma vez que a Suécia tem sido pioneira em termos ambientais.
Há quase 40 anos, em 1972, Estocolmo recebeu a primeira conferência das Nações Unidas sobre o ambiente, onde foram ditadas as linhas de política ambiental internacional. E desde 1990 foi adoptada uma política de taxas virada para a eficiência energética. Resultado: a economia cresceu 44% enquanto as emissões de gazes de estufa diminuíram 9%.
Hoje a Suécia é assim:
- Cidades e Vilas: As cidades e vilas auto sustentáveis, planeadas para consumir metade da energia e água são o espelho da nova Suécia. Danderyd, nos arredores de Estocolmo, e a zona do “Western Harbour”, em Malmö, são apenas alguns exemplos. E Växjö é considerada a cidade mais “verde”. Painéis solares no topo dos edifícios recolhem energia. Num dos países mais frios do mundo, o aquecimento é livre de emissões de carbono.
- Transportes: Nas cidades, os autocarros de cor verde são movidos a bio diesel. Os carros “verdes” (ecologicamente eficientes) possuem vários descontos e benefícios (Resultado: constituem 36% dos novos carros registados em Janeiro de 2008). E durante o Verão, carreiras especiais de “autocarros da Natureza” levam as gentes a vários pontos do campo onde podem realizar diferentes actividades e caminhada.
- Sistema de separação do lixo e reciclagem incrivelmente eficiente. A recolha de lixo é o ex libris: um sistema automatizado subterrâneo transporta o lixo através de vácuo para as centrais onde é tratado.
-Bicicletas: Não interessa a idade, não importa a temperatura fria ou a distância. Toda a população usa bicicletas, e as cidades estão preparadas para a sua circulação
-Energias alternativas: Em 2003, introduziu-se um certificado de “electricidade verde”, baseada em energias renováveis eólicas e hidráulicas. Por toda a Suécia, os moinhos eólicos marcam a paisagem
-Um lifestyle verde: Ser “verde” também é atitude, moda. Reflecte-se nos produtos ecológicos e biológicos espalhados pelas prateleiras dos supermercados, nas escolhas alimentares saudáveis e prática de exercício, ou na participação em seminários e associações ecológicas, nos festivais e todos os acontecimentos municipais planeados ecologicamente.
E as límpidas águas de Estocolmo, segundo dizem, são o melhor local para a pesca de salmão. Bem no centro da cidade, junto ao palácio real.
Um futuro ainda melhor?
E, porque quem ambiciona nunca se contenta, eis próximos objectivos para o futuro:
- Um orçamento de Estado definido em 3 biliões de coroas para ambiente e energia
-Aumentar a percentagem de energias renováveis de 40 para 49% (meta definida pela EU para a Suécia). (Esta seria a maior percentagem do mundo).
-Um objectivo de, em 15 anos, tornar-se independente do petróleo.
-Interesse crescente em companhias “amigas do ambiente”.
Uma ponte com Portugal
Mas para quem olha para o nosso país com olhos mais cinzentos é necessário não se iludir. As oportunidades são muitas. E Portugal segue a Suécia na “revolução” das energias renováveis. Em Maio de 2008 ocorreu, no Museu da Electricidade, o simpósio sobre energias renováveis na Suécia e em Portugal, por ocasião da visita de Estado dos reis da Suécia a território português, onde foram discutidas oportunidades de investimento entre os dois países. Provindos de passados diferentes, estes dois extremos da Europa começam a encontrar caminhos paralelos.
O amanhã vive aqui.
Fontes:
http://www.businessweek.com/globalbiz/content/jan2009/gb20090115_287438.htm?campaign_id=rss_daily
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