Domingo, 21 de Junho de 2009

Pas de problème

Cristina Mendes   |   C13
 
Arcofina Holding - Hotel Hilton Alger
Argel | Argelia
 

A semana passada o meu chefe, à hora de saída, diz-me o seguinte :

 

- Christinaaa, vous êtes entrain de devenir algérienne! Ahaha.

Ao que respondi:

- Quoi ? Moi ? Porquoi?

Não me quis responder, disse que ficaria para o final do estágio.

 

Fiquei a pensar no assunto, tentando descobrir o que o levou a fazer semelhante observação.

Acabei por perceber que, realmente, há coisas que executo inconscientemente e que são reflexo inato das influencias culturais a que estou inevitavelmente submetida.

 

Estou a viver em Argel há quase 4 meses e a bijutaria que uso é berbere, a música do meu mp3 é o Raï (musica popular folclórica oriunda de Oran – Argélia ocidental) e dou por mim frequentemente a empregar palavras francesas em pleno discurso português.

 

Noto, também, que estou mais descontraída em relação a certas exigências a que estava habituada sobretudo no que respeita a comida, condições de higiene e até de conforto. Tive de me habituar às casas de banho turcas e copos e talheres menos higienizados, pas de problème, o que se perde em exigência e rigor, ganha-se em imunidade e capacidade de improviso.

 

O mesmo se passa com a minha tolerância para com irregularidades na estrada. Rotundas contornadas em sentido inverso e ultrapassagens pela berma da auto-estrada, pas de problème, assim evita-se o trânsito infernal muito mais facilmente.

 

Também estou a habituar-me um pouco ao ritmo do povo argelino, que deixa tudo para o último segundo. As situações são tratadas à custa de sucessivos pas de problème até haver mesmo um problème pois não foram resolvidas a tempo. Talvez por causa da religião, que influencia todos os momentos da suas vidas.  Segundo o Al Corão, o percurso de um ser humano é pré-definido e "não é dado ao fiel, nem à fiel, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto." (Surata 33, versículo 36). Para além disso, a verdadeira vida é aquela que se vive após a morte; não sendo a vida que vivemos real, mas um mero sonho e por isso não devêmos levá-la muito a sério.

 

Não me consigo adaptar com facilidade no que toca a relação desproporcional entre homem e mulher em termos de relevância na sociedade. Aqui, o homem é um ser superior, e nem vale a pena questionar porquê; está escrito no livro sagrado. Há bastantes mulheres emancipadas, especialmente na área de negócios, mas em posições de liderança prevalecem sempre os homens, e as próprias mulheres preferem ser lideradas por uma figura masculina, pois , segundo consta, têm mais capacidades. O simples facto de andar sozinha na rua em pleno dia é uma aventura, é preciso coragem para enfrentar os comentários menos elegantes e comportamentos que visam unicamente reprimir a liberdade feminina.

 

Contudo, não posso deixar de sublinhar a hospitalidade e prestabilidade dos argelinos, que é absolutamente inacreditável para um povo que sofreu tanto na historia (de realçar que não foi há mais de 10 anos que havia recolhimento obrigatório e massacres terroristas em doses diárias).

 

E lembro aquela frase do meu chefe. Provavelmente por ser morena e com traços mediterrânicos sinto-me parecida com a tipologia da mulher argelina. Nesta cidade de contrastes e mística, com o mar para onde se estendem os olhares, de qualquer ponto que nos situemos, encontro, de certo modo, algumas afinidades com Lisboa, e talvez por isso me sinta bem integrada no cenário de Argel.

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Sábado, 4 de Abril de 2009

O futuro do investimento estrangeiro na Argélia

 

 

Ricardo Moura Santos | C13

 

Escritório Aicep

Argel | Argélia

 

 

 

A actual crise económico-financeira internacional é uma fase complexa e profunda, sendo que a sua duração, bem como os seus potenciais efeitos, não foram, ainda, determinados, constituindo, por isso, uma ameaça real para todas as economias do Mundo, incluindo a Argelina.

Com efeito, as Autoridades Argelinas tiveram que avaliar os efeitos desta crise sobre a sua economia, no curto e médio prazo, prevendo que a Balança Comercial externa da Argélia permanecerá positiva, durante pelo menos cinco anos, mesmo no pior dos cenários de crise no mercado petrolífero. Esta previsão é consequência da existência de importantes reservas em moeda estrangeira. Apesar da actual crise económico-financeira internacional, o Estado Argelino não coloca de parte a construção de uma economia de mercado, nem, muito menos, desiste, relativamente à inserção do seu Mercado na Economia Mundial Global.

No entanto, actualmente, o Estado Argelino, vendo-se obrigado a tomar medidas proteccionistas para salvaguardar os seus próprios interesses económicos, tem vindo a projectar alterações à legislação sobre o Investimento Estrangeiro e à constituição de sociedades comerciais por parte de empresas estrangeiras. Esses projectos dispõem, nomeadamente, que qualquer investimento estrangeiro na Argélia, no âmbito de um processo de formação de parceria, deverá conduzir à constituição de uma sociedade de capitais mistos em que o Estado deverá ser accionista. Tudo leva a crer que estas medidas, a serem adoptadas, ressalve-se, vão criar um clima de incerteza quanto ao normal desenvolvimento de futuros investimentos estrangeiros na Argélia, uma vez que levantam alguns obstáculos à penetração das empresas estrangeiras no mercado Argelino. Porém, é importante referir que, actualmente, este país está numa fase de campanha eleitoral para a eleição do Presidente da República Argelina, com efeito as eleições estão marcadas para o próximo dia 9 de Abril do corrente, sendo ainda muito incerto qual será o rumo relativamente a esta matéria.

O Estado Argelino é o principal motor da economia, dinamizando-a através da abertura diária de dezenas de concursos públicos, que se dividem em 4 tipos: aquisição de bens e equipamentos, realização de obras, prestação de serviços e realização de estudos, nas mais variadíssimas áreas económicas.

 

Uma das grandes prioridades nacionais é a área da construção civil e obras públicas, uma vez que o país tem uma grande carência em infra-estruturas, nomeadamente, no âmbito da implementação do plano de desenvolvimento 2004 – 2009, foram construídos muitos milhares de km de estrada, de modo a dotar o país com uma rede rodoviária que se adeque às grandes necessidades de desenvolvimento do mesmo. A construção de edifícios é também premente, uma vez que a maior parte dos edifícios do país está a degradar-se, ano após ano, sendo isso visível pelas ruas da capital. Durante este plano foram construídos cerca de um milhão de habitações por todo o país, estando projectado para o próximo plano de desenvolvimento quinquenal a construção de cerca de mais um milhão de habitações. Outra grande preocupação é a construção de uma rede hídrica eficiente, através da afectação de barragens hídricas, centros de dessalinização, reservatórios de água, etc. Bem como a construção de uma rede de gasodutos eficaz, que abranja a maior parte do território nacional.

Importa salientar que a Argélia é o segundo maior país do continente Africano.

 

Relativamente a áreas económicas com interesse para Portugal, importa enunciar a área agro-alimentar, uma vez que existe pouca oferta de produtos alimentares, sendo estes importados, na sua maioria, de França e Espanha. Por outro lado, apesar da extensa faixa costeira do Norte da Argélia ser banhada pelo mar mediterrâneo, a área do turismo e hotelaria é quase inexistente na Argélia, existindo poucos hotéis, sendo estes, quase todos, apenas direccionados para a área dos negócios. As áreas do mobiliário e decorativos são áreas ainda por explorar, bem como as tecnologias de informação e comunicação.

Por outro lado, a área da indústria é uma área muito interessante, na medida em que os custos de produção são muito mais baixos, comparativamente com Portugal. De facto, estes custos em Portugal, assumem 60%, enquanto que na Argélia os mesmos se reduzem a apenas 30%, uma vez que o preço da energia, (combustível, gás natural, electricidade),  e da mão de obra na Argélia são muito mais baratos – com efeito o salário mínimo nacional Argelino cifra-se apenas em aproximadamente € 120,00 mensal.

Por outro lado, relativamente aos processos de penetração no mercado Argelino, importa enunciar inúmeras Feiras Internacionais e workshops, que se realizam durante todos os anos nas principais cidades deste país. Parte destas feiras já são especializadas por sector de actividade, como por exemplo na área da construção civil e obras públicas.

 

Todos os anos tem lugar a Feira Internacional de Argel, que, apesar de ter um carácter multi-sectorial, ainda é o evento com maior importância neste país.

Finalmente, refira-se que todos os projectos de investimento estrangeiro são instruídos pela Agência Nacional para o Desenvolvimento do Investimento e decididos pelo Conselho Nacional de Investimento.

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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Argélia - Um mercado em explosão

   Licínio Covas

   Coba | Argel | Argélia | C11

 

 

Seja na economia, demografia ou diplomacia internacional, a Argélia é um país em contagem decrescente. Tal como as bombas que a popularizam nos órgãos de comunicação, o próprio país encontra-se em explosão e há estilhaços a que ninguém se pode dar ao luxo de perder.

Como portugueses e perante sinais de estagnação da nossa economia é importante olhar para fora do umbigo e prestar atenção ao que se passa no mundo. A Argélia é, sem dúvida, uma oportunidade a ser aproveitada. Encontra-se em processo de desenvolvimento acelerado, embarcou num programa alargado de reforma da economia, reconheceu que um governo não cria riqueza, apenas a redistribui e iniciou um processo de privatizações e revitalização do sistema bancário. A economia cresce de forma consolidada, a uma taxa de 5 a 6%, possui abundantes reservas e recursos, e é portadora de um importante capital humano que, com um investimento sustentado na educação e um sistema legal mais transparente que facilite o investimento e o emprego, pode-se tornar numa fonte de progresso e prosperidade.

Embora sejam de modo geral as receitas petrolíferas a fonte da estabilidade económica do país, existe também um superavit gerado pelo pouco investimento público nos anos 90, “era negra” do terrorismo neste país que proporciona uma saúde económica para empreender reformas que Portugal, actualmente, apenas pode aspirar.

Dado este contexto económico, o governo Argelino optou por promover um ambicioso programa de modernização das infra-estruturas do país: auto-estradas, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos, barragens, transporte urbano, electricidade, sistemas de abastecimento de água e saneamento, equipamentos e habitação. Um exemplo excitante é o sector da habitação, onde cerca de 2.8 milhões de novas unidades habitacionais são necessárias. As oportunidades de comércio e investimento são portanto, grandes e os laços entre Portugal e Argélia encontram-se mais fortes que alguma vez tenham sido.

 

A experiência demonstra que o aumento de trocas comerciais traz novas ideias, inovação, emprego, investimento e maior prosperidade. É por isso que considero notável, que muitos dos participantes portugueses na próxima Feira Internacional da Argélia (FIA) venha não apenas para negociar ou vender os seus produtos, mas para aprender o funcionamento do mercado com vista a investimentos futuros. Assim e apesar de as trocas comerciais entre os dois países não relacionadas com os hidrocarbonetos, sejam ainda frágeis, projectos de maior investimento terão de ser fomentados para que a parceria entre os dois países se expanda à medida que a Argélia abre a sua economia, transforma o seu sistema bancário e prepara o ambiente legal de forma a agilizar a entrada de investimento externo no país.

 

O estabelecimento de voos directos entre os dois países que é uma tarefa prioritária, que como é óbvio, tem de ser estabelecida por força do mercado, mas que no entanto, os dois governos de forma conjunta têm a missão de promover. Especialmente o português.

 

Finalmente, são os próprios argelinos que terão de decidir como proceder neste novo mundo em que vivemos hoje, onde a tecnologia nivela o mercado, tendo a educação um papel especial, fortalecendo indivíduos e países, dessa forma, radicalmente redefinindo a economia global e forma como se efectuam negócios. A questão não é se estas tendências são boas ou más, mas que as mesmas colocam desafios significativos, não apenas para economias em desenvolvimento como a Argélia, mas também para economias mais avançadas como a portuguesa cujo principal produto deverá ser talento e qualidade.

A única questão é, portanto, se o país se vai preparar e aos seus cidadãos para responder a estes novos desafios posto pelo novo ambiente global. O povo argelino, cuja confiança é difícil de obter, não tem por hábito esquecer. Portanto urge assegurar que os laços de união dos dois países se formem o quanto antes.

Significa que Portugal não pode perder esta explosão, da modernização deste país, pois uma Argélia mais próspera e uma vida mais próspera para os Argelinos, embora vá requerer empenho e trabalho, é decerto, mais certo que uma bomba terrorista.

 

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Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008

Segurança informática – Jogo do gato e rato

   Luís Marques - Efacec, Argel, Argélia.

 

Tradicionalmente, os mecanismos de segurança informática eram puramente defensivos. Os bons livros tradicionais de segurança abordavam uma área alargada de assuntos mas sempre com o objectivo de manter os hackers fora da rede.

 

Como os sistemas não são isentos de falhas e todos os dias se encontram novas falhas de segurança (ou porque felizmente alguma auditoria a encontrou, ou porque foi descoberta por ter sido o ponto de entrada de um hacker – muitas vezes com consequências graves para a empresa) isto significava uma espécie de jogo do "gato e do rato" em que os engenheiros de segurança estavam sempre um passo atrás em relação aos possíveis atacantes.

Eis então que surgie uma nova tecnologia com uma filosofia completamente diferente e que permitiu equilibrar forças entre "os atacantes e os atacados". Falo dos HoneyPots e das HoneyNets. O nome HoneyPot tem origem numa analogia que no final deste artigo já será mais facilmente compreendido: o das moscas atraídas pelo mel. Um conjunto de dois ou mais HoneyPots denomina-se HoneyNet.

 

As HoneyNets vieram trazer um novo tipo de defesa, a defesa activa. Basicamente este tipo de ferramenta consiste em recursos computacionais dedicados a serem sondados, atacados ou comprometidos, num ambiente que permita o registo e controlo dessas actividades. Ou seja, são recursos computacionais que não possuem os verdadeiros serviços da empresa mas apenas imitações desses serviços, e que por aparentarem terem menos segurança aliciam os hackers a começarem aí os seus ataques, ataques esses que são guardados e analisados para (entre outras coisas) prevenção de futuros problemas nas máquinas que fornecem os verdadeiros serviços. A analogia que citei acima assenta como uma luva: os hackers são "as moscas que vão pousar no frasco de mel que propositadamente deixamos aberto".

 

As HoneyNet podem ser usadas como ferramentas de pesquisa observando e analisando o comportamento de invasores (permitindo criar perfis dos atacantes e também possíveis novas vulnerabilidades não documentadas) mas também podem ser usadas para substituir ou complementar sistemas de Detecção de Intrusão.

 

O nível de exposição e permissões dadas ao invasor determinam a interactividade da HoneyNet, podendo ser classificada em três níveis: baixa, média e alta. Esta classificação vai respectivamente do nível de isolamento maior ao mais baixo. No nível mais baixo o atacante nem sequer tem acesso à rede real enquanto que no nível superior pode controlar a própria HoneyNet. Quanto mais "propagandeados" estiverem os serviços fictícios mais apetecível se torna para os atacantes (imagine-se o quão interessante será para um hacker ver um computador cujo nome na rede é ACCOUNTING), mas colocar falhas de segurança óbvias nos HoneyPots pode não ser boa ideia pois não obrigará os hackers a usar novas técnicas para além das já conhecidas.

 

Existem já algumas ferramentas para a criação de HoneyNets como por exemplo o honeyd que além de ser gratuito é muito fácil de instalar em plataformas Linux. Configurar cada HoneyPot é extremamente simples – mais complicado será criar os scripts que imitam os serviços pretendidos e que guardam informações sobre o atacante, mas já existem muitos scripts criados por terceiros disponíveis gratuitamente na Internet.

 

Um exemplo de configuração para imitar um computador com sistema operativo IBM AIX 4.2:

 

annotate "AIX 4.2" fragment old

create template

set template personality "AIX 4.0 - 4.2"

add template tcp port 80 "scripts/web.sh"                                             # servidor web

add template tcp port 22 "scripts/test.sh $ipsrc $dport"         # servidor SSH

add template tcp port 23 proxy 10.23.1.2:23                                        # servidor telnet

set template default tcp action reset       # bloqueia tudo o resto

bind 10.21.19.102 template                                   # liga esta configuração a um endereço IP

 

Como se vê no exemplo podemos ter scripts especializados como é o caso do script do servidor web, podemos ter scripts genéricos como o script SSH que funciona adequadamente conforme o endereço de origem (ipsrc - atacante) e o "porto lógico" de destino (dport – neste caso o 22) que lhe são fornecidos, e ainda podemos ter outros computadores a implementar um determinado serviço como no caso do servidor telnet em que os pedidos recebidos pelo HoneyPot são enviados para um outro computador.

 

 

 

Esta ferramenta permite simular um ou vários equipamentos de rede, mas para que a segunda forma funcione adequadamente é necessário fazer algo que noutras circunstâncias seria contrário à ética da administração de redes, e passo a explicar: para ser possível simular vários equipamentos é necessário que recebamos as comunicações para os vários destinos que simulamos e não apenas o nosso. Ora estarmos a receber coisas que não são para nós normalmente é condenável (crime, embora difícil de provar), mas neste caso é mesmo suposto recebermos tudo na mesma máquina.

 

Para que a nossa HoneyNet possa receber as comunicações de vários endereços precisa de ter a placa de rede a funcionar em modo promíscuo (é um tipo de configuração de recepção na qual toda a informação da rede é recebida pela mesma). É ainda preciso fazer com que os atacantes comuniquem com a nossa HoneyNet e é aí que chega a ajuda de mais uma ferramenta – o fARPd (fake Address Resolution Protocol daemon). Sempre que numa rede local vamos comunicar com um determinado endereço IP a nossa placa de rede envia um pedido ARP que pergunta qual o endereço de rede a que corresponde aquele endereço IP ao qual deve responder o dono. Neste caso o fARPd vai responder a todos os ARPs para endereços IP não reclamados em 2 segundos – o que permite inclusivamente que outros PCs que até então não faziam parte da HoneyNet passem a ser simulados por esta a partir do momento que os seus utilizadores os encerram.

 

Conclusão: nesta área tão importante como a segurança informática finalmente são os "bons" que têm o controle e estão a ganhar. Com as HoneyNets podemos rastrear os hackers até as suas próprias casas, identificá-los, e aprender a defendermo-nos das suas técnicas antes que tenham a hipótese de as utilizar. Podem ainda ser usadas para parar os worms, o spam e outros actos criminosos. Elas removem o véu de privacidade que os hackers pensam ter quando tentam comprometer um computador, e se as HoneyNets vierem a ser tão sofisticadas e maduras como a maioria dos especialistas em segurança espera, elas irão pôr fim aos ataques aleatórios e inconsequentes que proliferam na Internet hoje em dia.

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Terça-feira, 25 de Setembro de 2007

Cultura organizacional - Portugal no Mundo

   Armando Silva - AICEP, Argel, Argélia.

A decisão de investir.

Na realidade, todos os dados disponíveis sugerem que, a partir de 1995, o processo de internacionalização desenvolvido pelas empresas portuguesas tem três destinos predominantes: Brasil, Espanha e Holanda, destacando-se individualmente o Brasil, com mais de 40% do total.

 

Uma conclusão se impõe: embora as principais motivações para o início deste processo de internacionalização tenham sido, naturalmente, de base económica, relacionadas nomeadamente com a dimensão e o potencial de crescimento do mercado brasileiro, é interessante verificar a grande influência da proximidade cultural percebida entre os dois países, veiculada, essencialmente, pela língua comum, na decisão de abordar um mercado tão longínquo e utilizando uma forma de internacionalização tão exigente como o IDE.

 

Em países de língua portuguesa, a cultura nacional tem importância. Questões como a língua e mesmos gostos, acabam por se reflectir ao nível profissional. Há, assim, uma maior afinidade e não se sente a existência de conflitos por terem sido países colonizadores.

 

No fundo, esta cultura nacional tem elevada importância nos PALOP´s mas não o tem noutros países. Ou seja, embora a principal motivação para o investimento tenha residido em factores de ordem económica, muitas das empresas, ou quase todas, não teriam investido (ou o montante teria sido muito mais reduzido) se não tivessem a percepção das semelhanças entre o ambiente de trabalho e as culturas organizacionais entre os dois países, nomeadamente em empresas de menor dimensão.

Empresas Portuguesas instaladas na Argélia

 

A quase totalidade das empresas portuguesas instaladas na Argélia são empresas de elevada dimensão, algumas das quais que mais cedo e melhor iniciaram o seu processo de internacionalização, nomeadamente noutros mercados (ditos mais próximos culturalmente).

 

Convém salientar que estas empresas, nomeadamente no sector da construção, têm como destino para a sua internacionalização, na sua quase totalidade, países considerados com conhecimentos técnicos inferiores aos nossos.

 O mercado está globalizado, as empresas debatem-se com a concorrência feroz de novos países e é uma questão de competitividade que determina os países destinatários da internacionalização das nossas empresas.

Estas empresas apresentam uma cultura empresarial bastante profissionalizada semelhante a uma outra qualquer grande empresa estrangeira que se internacionaliza.

Deste modo, a decisão de investir na Argélia teve por base factores exclusivamente de ordem económica (ex: proximidade geográfica e não cultural).

 

Perante a questão: Se portugueses em empresas portuguesas fora de Portugal mantêm a cultura nacional em contexto internacional? se há uma "miscigenação da cultura organizacional"? ou se se adaptam inteiramente à nova envolvente?

 

Tendo esta política por base, e tomando como referência uma empresa portuguesa instalada na Argélia, pertencente ao sector da construção, o que se verifica na pós instalação?

 

Vejamos, como exemplo, a questão dos incentivos a aplicar aos funcionários contratados localmente nestas empresas. Muito naturalmente tentam-se criar incentivos. No entanto estes não podem ser desmesurados para a realidade do país em causa.

 

Deste modo, o método de organização será sempre o da empresa mãe, ou seja, este tipo de questão nunca será uma estratégia de "miscigenação da cultura organizacional" mas sim, a existência de uma certa sensibilidade na aplicação do método organizacional do país de origem.

 

Em conclusão, na Argélia, o mais qualificado assume o papel de líder. As empresas portuguesas trazem a cultura organizacional da empresa mãe. Os seus métodos de gestão são para estas empresas a base do sucesso, e deles não abdicam.

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