Segunda-feira, 24 de Agosto de 2009

Alimentos Funcionais

Bruno Albuquerque | C13

Madrid

Espanha

 

“Que a comida seja o remédio e que o remédio seja a comida” – Hippokrates de Cos (ca. 460 BC – ca. 379 BC)

Já Hipócrates, conhecido como o pai da Medicina, defendia não haver melhor remédio que a alimentação. Chegando mesmo a defender que somos aquilo que comemos.

 

É do conhecimento geral a necessidade de uma alimentação saudável para mantermos o nosso organismo em bom funcionamento. O estilo de vida da sociedade actual leva-nos a consumir uma dieta desequilibrada que, aliada ao sedentarismo, tem vindo a ser apontada como um dos factores responsáveis pelo aumento da prevalência de certas doenças crónicas como a obesidade, as patologias do foro cardiovascular, a diabetes e a hipertensão. Neste contexto, aparece na ciência alimentar um novo conceito: alimentos funcionais. Alimentos ditos funcionais ou nutracêuticos são aqueles que colaboram para melhorar o organismo e prevenir problemas de saúde. Na década de 30 o Dr. Minoru Shirota iniciou a investigação e o desenvolvimento do primeiro alimento funcional, tratou-se de um leite fermentado destinado a prevenção de doenças gastrointestinais, utilizando o agora famoso Lactobacillus casei. Só em 1991, após a criação de uma categoria de alimentos designados por FOSHU (do inglês: Food fOr Specific Health Use) é que estes alimentos passaram a ter maior destaque. A partir daqui, a indústria alimentar, que investia sobretudo nos procedimentos de higiene e segurança alimentar, passou a preocupar-se, também, com as questões nutricionais como, por exemplo, a redução dos níveis de sal, do açúcar e da gordura nos seus produtos.

 

Hoje em dia, existe uma grande aposta na introdução de determinados ingredientes que adicionem uma propriedade benéfica extra aos alimentos. Um crescente número de laboratórios de investigação tem como objectivo identificar, provar e explicar o efeito benéfico de determinadas plantas, óleos e outros compostos utilizados na medicina tradicional de forma a serem utilizados como ingredientes em alimentos funcionais. Como exemplo, os produtos enriquecidos com o Ómega-3, um ácido gordo que para além de diminuir nível de triacilglicerídeos no sangue também tem propriedades anti-inflamatórias, reduzindo o risco de doenças cardíacas e diminuindo os efeitos de doenças inflamatórias crónicas como a aterosclerose. No entanto, o efeito destes alimentos na saúde humana ainda está para ser provado, a quantidade de “ingredientes benéficos” a ser adicionada a qualquer alimento está limitada pelo efeito que esse mesmo “ingrediente benéfico” possa ter no próprio alimento. Estas tendem a ser mínimas, para que não haja alteração do sabor, integridade química, textura ou propriedades físicas dos alimentos. É necessário um olhar crítico para os alimentos que se dizem enriquecidos com determinado composto e que origina determinado efeito benéfico na saúde, pois em muitos casos, o alimento é de facto enriquecido, mas não em quantidades que possam ser consideradas benéficas. Tomando novamente o exemplo dos produtos enriquecidos com ómega-3, um litro de leite enriquecido com essa molécula tem apenas 1% do ómega-3 presente numa posta de salmão. Será uma mais-valia o seu consumo? Será uma mais-valia o consumo de leite enriquecido em cálcio quando na maioria dos casos apenas uma baixa percentagem desse cálcio é absorvida pelo organismo? Sendo um ramo da ciência alimentar bastante recente, muitas dúvidas são levantadas sobre os reais efeitos dos alimentos ditos funcionais na saúde humana, sendo que só daqui a uma década e vários estudos em humanos é que se validará ou não a sua eficácia.

 

 
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Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

A step ahead

Catarina de Oliveira | C13

 

IIT Research Institute

Chicago | EUA

 

O cancro assume-se actualmente como um grave problema de saúde pública, principalmente nos países industrializados.
Ainda que desde 1971, quando a administração Nixon declarou a War on Cancer, se tenham desenvolvido novos métodos de diagnóstico que têm conseguido melhorar o prognóstico de vários doentes, esta é ainda uma doença associada a uma grave diminuição da qualidade de vida, um longo processo de tratamento e muitas vezes uma sentença de morte precoce.


Os tratamentos convencionais, mais ou menos eficientes, acabam por tratar a consequência imediata, os tumores, sem atacarem a causa primeira destas doenças: a carcinogénese – a formação de células anormais capazes de multiplicar-se indefinidamente e de escapar ao nosso sistema imunitário.
Para tentar reverter este quadro, só nos Estados Unidos são gastos anualmente perto de 5 mil milhões de dólares dos cofres públicos em investigação no cancro, sendo que grosso modo se pode dividir este investimento em procura de novos tratamentos, novos métodos de diagnóstico, melhor entendimento da biologia do cancro e prevenção.


Entender a génese e a biologia do cancro sempre pareceu o caminho mais curto e aliciante para qualquer tentativa de o atacar. Conhecemos já situações em que algumas pessoas têm mais probabilidade que outras de ter um ou outro tipo de cancro, tais como a forte componente familiar de alguns tipos cancro da mama, a infecção por HPV no cancro do cólo do útero ou o papel do tabagismo no cancro do pulmão, mas como, quando e porquê essa maior probabilidade se traduz finalmente em cancro, é ainda, de uma forma geral, uma incógnita.
As dificuldades que esta aproximação tem encontrado prendem-se com o facto desta não ser apenas uma doença, mas uma infinitude de patologias, cuja causa primeira, depende e varia com o órgão afectado, o paciente, e muitas outras variáveis ainda deconhecidas.


Compreender as causas e o mecanismo exacto da carcinogénese, se alguma vez for possível,  poderá ajudar a desenvolver novos mecanismos de prevenção, que mais do que tentar encontrar uma cura para o cancro teriam como objectivo final a sua irradicação.


Cientistas em todo o mundo estudam diferentes formas de ajudar na prevenção, incluíndo, mudanças na alimentação e estilo de vida, métodos que permitam identificar lesões pré-cancerosas num estádio muito inicial e medicamentos quimiopreventivos (que tratem lesões pré-cancerosas ou que evitem a carcinogénese).
 
 O IIT Research Institute, onde me encontro actualmente a estagiar, é um instituto de investigação ligado a uma instituição de ensino superior: o Illinois Institute of Tecnology. São ambas instituições privadas,  sem fins lucrativos e contam com financiamento público e privado.

 

No panomarama da luta contra o cancro, o IITRI, através da Carcinogenesis and Chemoprevention Division e da Drug Discovery Division, visa desenvolver compostos quimiopreventivos, preferencialmente incorporáveis na dieta humana, que possam diminuir as probabilidades de desenvolvimento de vários tipos de cancro, quer em grupos de risco quer na população em geral, e compreender a fundo o seu mecanismo de acção. Nos últimos anos a investigação dos efeitos da Vitamina D nos cancros da mama e do tracto digestivo tem trazido bons resultados e publicações em revistas da especialidade, sendo de realçar um análogo desta Vitamina desenvolvido em parceria com a University of Illinois at Chicago, que entrou na fase de ensaios clínicos em 2006.
 
Ainda que haja um longo percurso pela frente até que este ou qualquer outro composto quimiopreventivo possa estar disponível para a população em geral, esperamos todos que, em breve, nos posicionemos finalmente um passo à frente do Cancro.

  

Referências:

www.cancer.gov

www.iitri.org

 

 

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Terça-feira, 4 de Agosto de 2009

Espanha: Uma proeminencia em Biotecnologia

 

Bárbara Amorim | C13

  

Proyecto Artemis

Madrid | Espanha

 

Quando o INOV Contacto me enviou para o Parque Cientifico de Madrid para um projecto de investigação em células estaminais fiquei sem palavras. Integrar uma equipa multicultural, com vasta experiência científica era mais do que aquilo que alguma vez tinha pedido.

Cá chegada comecei a absorver entusiasticamente todo o conhecimento transmitido no projecto onde me insiro. O Projecto Artemis – projecto europeu de investigação neurobiológica enquadrado no campo da biotecnologia aplicada – tem como objectivo a investigação e desenvolvimento de um sistema de análise in vitro capaz de melhorar os actuais sistemas de investigação animal através da criação de um tecido tridimensional constituído por redes de conexões sinápticas a partir de células estaminais. Ao estar integrada no mundo da ciência onde a imaginação e o conhecimento não têm limites, fui-me apercebendo que em Espanha, no espelho da diversidade cultural e social em que acontecem os desenvolvimentos, a biotecnologia emerge rapidamente do seu profundo sono (de há poucos anos) e encontra-se hoje em pleno processo de desenvolvimento. Embora na biotecnologia os ciclos dos seus produtos sejam extremamente longos, e as receitas só surjam por vezes ao fim de alguns anos as empresas biotecnológicas vão materializando-se sob formas de progresso ou retrocesso económico e social. A isto junta-se o facto de as empresas exigirem investimentos cada vez mais elevados, devido sobretudo aos custos do trabalho de I&D.

 

Um dos aspectos mais particulares da indústria biotecnológica é a sua necessidade de actuar em grandes mercados para poder rentabilizar o enorme esforço realizado na fase de investigação. As possibilidades de atrair investidores, aspecto crucial neste campo, aumentam proporcionalmente ao tamanho do mercado: é uma estratégia que o caracteriza. Embora esteja em crise, o mercado biotecnológico espanhol aproveita todas as oportunidades para conhecer as possibilidades oferecidas pela progressiva criação do mercado e acima de tudo para investir nelas. Através de parcerias com diversos países, incluindo Portugal, reconhece que o investimento feito no potencial tecnológico e científico é um factor estratégico e que permite criar a competitividade necessária, gerar emprego altamente qualificado e dinamizar as relações entre a indústria e as universidades.   Os dados mais significativos da indústria biotecnológica em Espanha demonstram que na actualidade existem 225 empresas, com um total de 24,808 trabalhadores, e uma facturação de 4,292 milhões de euros.

Quais as principais actividades destas empresas? O bolo reparte-se da seguinte forma: 40% agricultura; 22% saúde; 15% alimentação; 23% ambiente e outros. As principais regiões com actividade na biotecnologia são Madrid, Catalunha, Andaluzia e Valência. No campo da saúde a actividade de diagnóstico é a mais bem representada (46%); a seguir o campo da terapia (31%) e da prevenção (23%.) O sector agro-alimentar apresenta um número de actividades mais variado, com especial destaque para a criação de novas variedades (18%), melhoria da produção (18%), técnicas de cultivo (17%), fertilizantes e pesticidas (14%), e diagnóstico (14%.) Estes dois subsectores somam quase 90% dos lucros totais da indústria*.It is the only country in A estes investimentos junta-se o facto de este país ser o único nathe European Union to grow GMO maize commercially. União Europeia a fazer crescer milho OGM para comercialização.Moreover, the O mercado ibérico começa a afirmar-se positivamente no mercado da biotecnologia mundial, o que mostra a mente aberta de Espanha para este importante sector.

Bio-clusters  

O sector biotecnológico é difícil, complexo e exigente, mas ao mesmo tempo cativante e desafiante. Os espanhóis trabalham com gosto e fazem com que a vida não seja apenas trabalho e investimento, mas também diversão. Falo um pouco da cidade onde me encontro a viver nestes últimos 6 meses. À primeira vista, Madrid parece uma cidade europeia como outra qualquer: impressiona pelo confronto entre a modernidade e a história e pela beleza arquitectónica que revela a elegância e grandiosidade que consagrou o Império Espanhol ao longo dos séculos. Mas essa impressão inicial logo se desfaz. Madrid é mais! Com um ritmo incansável e uma arquitectura única, na capital de Espanha, podemos encontrar uma vasta selecção de museus, parques, monumentos e edifícios históricos, atracções culturais e belezas naturais que nos deixam sem fôlego. É o lugar para conhecer o Prado, o Reina Sofia e Thyssen-Bornemisza. É uma cidade para se caminhar sem pressa pelas praças e avenidas largas, para parar num café e saborear umas tapas, beber umas cañas e no final pedir churros y chocolate. É uma cidade viva, com uma energia envolvente. Talvez seja da energia do povo espanhol ou da constante agitação das “calles”.

 

Seja qual for o motivo, Madrid é uma cidade para ser vivida e sentida com toda a intensidade!

 

* Antonio Viñal Menéndez-Ponte. A Biotecnologia em espanha e o desafi o Ibérico. Boletim de Biotecnologia. pp 23- 24. Acesso a 17 de Junho. Disponível em <http://deqb.ist.utl.pt/bbio/76/pdf/biotech%20espanha.pdf>

 

 

 
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Sábado, 1 de Agosto de 2009

Próxima parada: Madrid

Maria Gama | C13

 

Parque Científico de Madrid

 

Madrid | Espanha

 

A sequenciação de ADN é uma técnica utilizada na Biologia Molecular, que consiste na determinação dos nucleótidos (unidades constituintes do DNA). Esta técnica tem vindo a ganhar cada vez mais importância, sendo das poucas utilizadas nas ciências da vida que não se baseia em modelos experimentais prévios ou hipóteses. A partir do momento em que se começou a sequenciar fragmentos de ADN, foram descobertos dados relevantes sobre a estrutura e funcionamento de genes, sobre a interacção entre eles e até novos genes.

 

Com o principal objectivo de sequenciar o genoma humano na sua totalidade nasceu, em 1990, o Projecto Genoma Humano (HGP), desenvolvido em parceria por vários países, nomeadamente os Estados Unidos da América, Reino Unido, Japão, França, Alemanha e China. Esta tarefa foi concluída em 2003, um momento de extrema importância para a ciência. Neste projecto também foram sequenciados outros organismos não humanos, como a bactéria Escherichia coli, causadora de enfermidades do estômago, e a mosca da fruta, que possui semelhanças genéticas com os humanos. O conhecimento destes organismos é de extrema importância para que seja possível conhecer as suas capacidades naturais, podendo este conhecimento ser aplicado em áreas tão distintas como a saúde, agricultura, produção de energia, bioremediação, entre muitas outras. Todo este projecto foi acompanhado por um Comité de Ética, Legalização e Questões Sociais (ELSI) para legislar a informação proveniente do HGP.

 

Como a maior parte das doenças tem uma componente genética, o desvendar do genoma permitiu encarar novas formas de diagnóstico, tratamento e prevenção. Nasce assim a Terapia Génica, uma forma de tratamento que consiste na modificação e manipulação directa do material genético afectado, de modo a corrigir a anomalia genética causadora de doença. Surgem também os primeiros testes genéticos baseados na análise de DNA, que hoje em dia já são utilizados regularmente. Entre os cerca de 1000 testes que actualmente se encontram no mercado temos, como exemplos, o diagnóstico de doença de Alzhmeir, doença de Huntington ou Fenilcetanuria. A comunidade científica continua a estudar a melhor forma de transmitir a informação apreendida destes testes aos pacientes já que, a sua interpretação ainda não se encontra totalmente segura e há ainda o receio que a informação possa cair em mãos erróneas (seguradoras, etc). Com estes avanços surgem também as primeiras consultas de aconselhamento genético para doenças hereditárias, para que seja possível saber qual o risco de contracção de determinada doença.

 

O próximo grande desafio para a genética será investigar a função de cada um dos genes, com importante enfoque para o papel dos genes causadores de doença.

 

O meu estágio, que se realizou no Departamento de Genómica do Parque Científico de Madrid, centrou-se especialmente na sequenciação de ADN. Dado que durante o meu curso não tive oportunidade de aprender esta técnica, o início do estágio foi marcado pela necessidade de reter muita informação em pouco tempo. Houve um período de adaptação, em que tudo era novo e em que eu sentia que o peso da responsabilidade era muito, para alguém de que ainda estava a aprender. Assim foram os primeiros dias de trabalho. Agitados. Com o tempo, ganhei prática e uma crescente desenvoltura no trabalho em si.

 

Recentemente foi contratada uma nova técnica para o laboratório. Nesse momento, fui incumbida de lhe ensinar alguns procedimentos dentro do laboratório e, percebi que realmente tinha aprendido muita coisa, e que já podia partilhar algum conhecimento.

 

Destes meses de trabalho intenso, retive o que é trabalhar num laboratório com profissionais de excelência e equipamentos de topo. No laboratório recebia diariamente amostras de vários utentes, provenientes de laboratórios de investigação ou de pacientes de hospitais da comunidade de Madrid. Ao contactar com este cenário, apercebi-me da importância e do potencial da aplicação dos resultados da técnica de sequenciação de ADN. Ainda há um longo caminho a percorrer, uma vez que 98% da função do genoma humano continua desconhecido. Por isso, caminhemos

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Sábado, 4 de Julho de 2009

Enzymes in Biotech

Rafael Almeida | C13

Anacor Pharmaceuticals
Palo Alto, CA | USA

The quest for biotechnologically important enzymes has focused on a new field – extremophile organisms.

 

What are enzymes? Little cellular machines that provide a microenvironment for a chemical reaction to occur. They are not consumed in the reaction, they greatly increase its rate, they are only needed in very minute quantities, and they are very particular about the substrate that they act upon. Because they are proteins codified by genes, they are produced in cells of every living thing - from bacteria, fungi, plants and animals – and can be separated from these cells and continue to function.

 

Why do we care? Because they can do for industry what they do in their cells, where a merely chemical biosynthesis pathway would impossible. Enzymes have been used for a long time – for such an ancient purpose as cheese making when we didn’t even know what enzymes were, to more sophisticated uses such as medical diagnosis, or digesting the gluey sticky pulp that is part of the paper recycling process. They are used in many different industry segments - detergents, food, feed, technical, pharmaceutical, microorganisms and biofuels. 1 kg of enzyme can cost anything from $5 when used unpurified in bulk quantities, to $100 000 for purified, diagnostic enzymes.

The thing is, often the industry processes that lead to the product need to occur under special conditions, such as high temperatures, acidic or caustic conditions, high pressure, etc - which damages the enzyme. Or if it is used in detergents, it will need to be active when the laundry machine is throwing hot water at it. And they are very particular about this – even a slight increase in temperature can completely abolish the enzyme’s activity.

So how can we solve this problem? The answer lies in Nature. For there is life even in the harshest of places - the deepest part of the ocean, the saltiest of the lakes, the hottest underwater vents. And where there is life, there are enzymes. These extremophiles - mainly bacteria or similar organisms, archea - are adapted to function in these places, which means their enzymes function in a temperature or pH range where normally enzymes do not function. Now, we don’t actually need to grow the particular organism that harbors our enzyme in the factory. Because it is codified by a gene, we can use genetic engineering to introduce that gene in a regular, moderate-condition growing organism. And thus we have a mesophyllic organism producing a high-temperature resisting enzyme, which we can then isolate.

Lipolase, developed by Novozymes for its laundry detergent, is a robust lipase with good all-round performance on fatty and oily stains! It is effective under alkaline conditions and across a broad temperature range, and was found in the thermophyle fungus Thermomyces lanuginose. The radioresistant Deinococcus radiodurans is a bacterium that has an enzyme – mercuric reductase – that has been used to detoxify radioactive waste generated from nuclear weapons manufacture. In a molecular biology lab, the routine polymerase chain reaction that involves a series of high-temperature steps uses an enzyme – taq – first isolated in Thermophylus aquaticus, a bacterium discovered to thrive at Yellowstone Park’s hot springs. It is used in genetic fingerprinting (read ‘TV series DNA testing’), diagnosing hereditary and infectious diseases, etc.

The enzyme market is a significant one, estimated at €3.4 billion with an annual growth of about 6.5 to 10%. There are institutions whose sole business is to research and develop extremophile organisms for their clients!

 

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Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2009

Tecnologia e Marketing na esfera da Biotecnologia

Marta Morais | C12
PROTEIN ALTERNATIVES
Madrid | Espanha
 

O desenvolvimento do sector da biotecnologia, assim como o seu potencial crescimento à escala global conduziram a um aumento da competitividade entre países e regiões, e tem conduzido os investidores a procurarem melhores negócios e tecnologias mais promissoras. É um dos sectores de desenvolvimento futuro que mais expectativas levanta a nível mundial e que tem vindo a adquirir elevada importância nos últimos anos, em todo o mundo.

No mercado desde 2006, a PROTEIN ALTERNATIVES, SL (PROALT) é uma empresa biotecnológica localizada em Três Cantos, na Bio incubadora do Parque Científico de Madrid, que tem como objectivo principal tornar-se uma referência na pesquisa científica e tecnológica, especialmente no desenvolvimento de novos produtos e serviços no diagnóstico de cancros. Procura também ser reconhecida como uma das principais instituições do sector biotecnológico espanhol na criação de conhecimento e tecnologia a nível nacional. A PROALT está centrada na produção e no uso de proteínas “recombinantes” e respectivos anticorpos para o desenvolvimento de pesquisas, no diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento de cancros e/ou para a sua aplicação em outras patologias. Neste sentido, utiliza tecnologias inovadoras para a expressão, purificação e geração de anticorpos específicos de proteínas "raras" ou "difíceis de expressar" para proporcionar produtos de alta qualidade e prestar serviços à comunidade científica.

 

Apesar de estarmos numa época de crise económica, empresas como a PROALT consideraram oportuno avançar no seu projecto económico, convertendo-o num modelo para outras empresas tecnológicas baseadas no conhecimento, num modelo de renovação para a economia espanhola.

Em Espanha, o sector da Biotecnologia é ainda pequeno quando comparado com o de outros países mais desenvolvidos, mas apresenta um crescimento mais rápido do que outros países, uma vez que Espanha tem boas infra-estruturas e boas bases empresariais.

No campo do marketing biotecnológico devemos ter especial atenção a problemas que são claramente importantes, pois este campo apresenta características diferentes das indústrias tradicionais. As principais questões decorrentes dessas diferenças estão relacionadas com a integração inter funcional entre tecnologia (ciência) e marketing na esfera da biotecnologia. A primeira que apresento relaciona-se com a profunda incerteza tecnológica, uma característica fundamental na área da biotecnologia. Outra questão a ter em atenção relaciona-se com o ciclo de vida de um produto do sector da biotecnologia, que pode ser curto e, portanto, introduzir incertezas no mercado. Uma terceira questão importante tem a ver com o facto desses produtos poderem ficar rapidamente obsoletos, num mercado em que as inovações são introduzidas a uma taxa de rapidez elevada. Finalmente, deve ser tida em atenção a capacidade de proteger os direitos de propriedade intelectual.

Estas questões apresentadas dificultam, pois, o cálculo de estimativas das dimensões dos mercados potenciais. No entanto, o domínio e compreensão destes aspectos poderá fornecer uma base sólida para a criação de negócios rentáveis de empresas biotecnológicas, sendo que os investimentos em projectos de biotecnologia continuam a ter elevadas expectativas de crescimento e poderão continuar a crescer, apesar da crise económica.

Para além destes pontos fracos e de incerteza que este sector apresenta no mercado espanhol, estão também presentes algumas dificuldades como, por exemplo, o reduzido sentido empreendedor da comunidade de investigadores, a dispersão da investigação, o predomínio de empresas que oferecem serviços tecnológicos em vez de seguirem um modelo de inovação constante. O estado embrionário dos resultados da comunidade científico-tecnológica para poderem ser aplicados a nível empresarial e os insuficientes recursos financeiros para sustentar novos projectos empresariais alicerçados em programas de I+D+i a médio e longo prazos são outras das dificuldades presentes.

No entanto, esta realidade apresenta também algumas características importantes que constituem pontos fortes de análise e sugerem oportunidades, pois Espanha ocupa o quarto lugar europeu na difusão de artigos científicos de biotecnologia, tem alguns Centros de investigação singulares como CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas) além de outros que actuam como geradores/produtores de conhecimento e servem de atracção de talentos científicos. Podemos acrescentar ainda a criação de redes de investigação cooperativa de centros na área da biomedicina com a participação de centros de investigação, hospitais, universidades e OPIs (Organismos Públicos de Investigação). A constituição em 2001 da Fundação Genoma Espanha é mais um exemplo de impulso do segmento da genética e da biotecnologia em geral, assim como da criação de novas infra-estruturas gerais de suporte à investigação. Finalmente, é de referir também que o ritmo de criação de empresas espanholas completamente dedicadas à biotecnologia tem acelerado nos últimos 5 anos.

Assim sendo, o impacto do marketing nesta área da biotecnologia ilustra bem a urgente necessidade de desenvolver um sistema certificado de marketing, internacionalmente aceite com base em informação/fundamentação científica e no efectivo encontro das necessidades dos investigadores, que possa assegurar que produtos de valor biotecnológico atinjam os mercados adequados. O segmento do mercado de proteínas recombinantes, é um dos ramos mais dinâmicos da biotecnologia aplicada à medicina, possuindo um potencial enorme de crescimento.

Nestes momentos de crise, as potencialidades do sector e a oportunidade de investimento internacional podem impulsionar, de forma definitiva, o crescimento e o posicionamento da biotecnologia como motores da economia do país e, da qualidade de vida.

 

 
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Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

Biotecnologia espanhola

Diogo Lourenço  | C12

 

Parque Ciêntífico de Madrid  |  Espanha

 

Do lado de cá da fronteira (Espanha) a biotecnologia e toda a industria relacionada com esta actividade tem um desenvolvimento e uma projecção incomparável com a realidade Portuguesa. Existem cerca de 22 parques científicos em Espanha, com a política de encubar novas empresas do ramo das biotecnologias. Só no parque científico de Madrid estão neste momento a ser incubadas na área das ciências da vida 34 empresas.

 

A evolução do numero de empresas do sector das novas tecnologias de forma crescente nos ultimos 10 anos segundo a APTE. (Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España )

 

O que se nota em Espanha, e em particular com este tipo de projectos é uma grande aposta em transformar “know-how” em riqueza, capital, empresas e postos de trabalho de mão de obra qualificada.

 

 

Em particular o projecto Artemis onde estou a realizar o meu estágio é um projecto subsidiado pela União Europeia com o objectivo de criar um produto que venha a substituir parte dos testes pré-liminares para o desenvolvimento de novas drogas farmacêuticas na área da neurologia.

 

A ideia é criar um “biochip” em que os neurónios derivados de células estaminais são incorporados em eléctrodos e mantidos em bioreactores por tempo indeterminado com vista a testar novos compostos quimicos. Imagine-se uma disquete de neurónios em que podíamos fazer toda uma bateria de testes farmacológicos e toxicológicos antes de aplicar directamente em animais vivos. Isto servira para poupar milhões em testes animais e ao mesmo tempo para acelerar o processo de descobrimento e comercialização de novos fármacos.

Parece ficção cientifica, mas é aqui que a ciência ultrapassa a ficção.

 

 

 

No final do Projecto espera-se o surgimento de uma nova empresa especializada com a criação de postos de trabalho.

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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008

Biotecnologia na Escandinavia – um exemplo a seguir

Sonia Silva | C12

Fluxome

Lyngby | Dinamarca

 A biotecnologia é hoje reconhecida como uma das tecnologias com maior potencial de desenvolvimento e com um inquestionável impacto na sociedade. Apesar de ainda passar despercebida a uma boa parte da população (que muitas vezes olha para nós, os “Bios”, com um ar piedoso de quem ouve um incapacitado enquanto tentamos explicar, num desespero crescente, a nossa área de formação e no que trabalhamos), a biotecnologia é considerada a tecnologia-chave do século XXI para solucionar as necessidades até aqui não respondidas nos sectores médico, ambiental e agro-alimentar. As empresas europeias de biotecnologia estão bem preparadas para responder a estes desafios, com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e uma grande multiplicidade de respostas nas diferentes áreas. 

No relatório anual “Beyond Borders: the global biotechnology report 2007” da consultora Ernst&Young, a industria biotecnológica Dinamarquesa ocupa, juntamente com a Alemanha, o terceiro lugar na lista de países Europeus, no que diz respeito ao número de produtos em pipeline.

Existe uma grande centralização da indústria biotecnológica dinamarquesa na área da Grande Copenhaga, que forma juntamente com a região de Skåne no sul da Suécia, o Medicon Valley. Adicionalmente, desenvolveram-se também outros pólos biotecnológicos de menores dimensões associados às Universidades das cidades de Aarhus, Odense e Aalborg.

Medicon Valley é um dos maiores e mais importantes clusters de Biotecnologia e Investigação & Desenvolvimento (I&D) da Europa, associado a grandes Universidades e que compreende cerca de 100 empresas de biotecnologia, 70 companhias farmacêuticas, 130 empresas de medtech (tecnologia médica) e 15 instituições de investigação clínica. Esta diversidade de indústrias e centros I&D, que variam em dimensão e especialização, integrada num ambiente empresarial dinâmico, tornam o Medicon Valley um pólo extremamente atractivos e com inúmeras vantagens competitivas para o estabelecimento de novas empresas de biotecnologia. A I&D é uma das fundações desta associação de sucesso e conta com um grande investimento público e privado, bem como um crescente apoio dos governos Dinamarquês e Sueco. A excelência dos recursos especializados e da investigação realizada na região de Medicon Valley traduz-se não só na quantidade e qualidade de artigos científicos produzidos mas também nas aplicações de patentes, colocando Medicon Valley a par dos grandes centros mundiais de biotecnologia, como o Karolinska Institutet em Estocolmo, Stanford University em Silicon Valley e Oxford.

A Dinamarca e a Suécia encontram-se entre os países europeus que disponibilizam mais fundos para I&D per capita, especialmente na área das ciências da vida. Um bom exemplo deste compromisso na Dinamarca é o Fundo para a Alta Tecnologia (EUR 402 milhões) para suportar o desenvolvimento, a longo prazo, de tecnologias-chave entre as quais se insere a Biotecnologia. Esta awareness e o interesse dos países escandinavos pelas bio-industrias, particularmente evidente na região de Medicon Valley, permite às empresas que aqui se sediam uma enorme flexibilidade e administração eficiente, com incentivos fiscais e níveis mínimos de burocracia. Outra importante componente associada a este cluster biotecnológico é o networking. O elevado número de hospitais, instituições públicas de investigação e empresas garante um ambiente intenso e dinâmico. O Medicon Valley distingue-se de outros clusters de biotecnologia por conseguir organizar todos estes intervenientes numa estrutura eficiente, permitindo a rápida transferência de conhecimento e criação de sinergias entre diferentes instituições através da promoção da comunicação, parcerias, organização de seminários e conferências, etc.

E aqui nasceu a Fluxome, a empresa em que estou a estagiar. Esta empresa dinamarquesa foi fundada em 2002 como uma spin-off do grupo de investigação do Professor Jens Nielsen na DTU (Danmarks Tekniske Universitet). Com um sólido e invejável know-how a nível da Biotecnologia de Processos e uma estratégia ambiciosa assente no desenvolvimento, produção e distribuição de compostos de alta qualidade utilizados em suplementos dietéticos, cosmética e alimentos, esta empresa rapidamente conquistou o mercado de investidores, garantindo em 2005 um investimento de capital de risco que lhe permitiu continuar a cumprir os seus objectivos: tornar-se uma das empresas europeias líder no ramo da biotecnologia, particularmente na área dos ingredientes nutracêuticos. Já em 2008, num ambiente em que muitas empresas early-stage estão a enfrentar sérias dificuldades em conquistar investimentos de capital de risco para apoiar as suas actividades de I&D e desenvolvimento de produtos, a Fluxome assegurou um aumento de capital de EUR 13.4 milhões (DKK 100 milhões). Ao beneficiar do interesse demonstrado pelo sector do capital de risco, a Fluxome poderá continuar a crescer e a desenvolver a sua plataforma tecnológica de forma a tornar-se uma product based company. Acima de tudo, este investimento é uma excelente prova de reconhecimento da empresa e da sua estratégia, que tem sido consolidada pelos resultados promissores até agora obtidos e que irão possibilitar a apresentação do primeiro produto ao mercado ainda em 2008.

Passados alguns meses de integração na indústria biotecnológica e na realidade dinamarquesa, questiono-me se será realmente possível estabelecer um paralelo com Portugal. Acredito que Portugal tem, de uma forma geral, conseguido manter-se a par da evolução biotecnológica. Um indicador muito positivo desse desenvolvimento é o facto de Portugal ser actualmente apontado como um dos países europeus onde melhor subsistem as empresas de biotecnologia que, após a dificuldade inicial de desenvolvimento, se conseguem implementar. Porém, muita da actividade em biotecnologia em Portugal está associada às Universidades e centros de I&D, o que se tem traduzido em resultados bastante incipientes face ao investimento feito. Ao contrário do que já é pratica comum noutros países europeus, em Portugal os apoios à criação de spin-offs são praticamente inexistentes e o trabalho desenvolvido nos grupos de investigação académicos não tem grande impacto nas empresas nacionais já estabelecidas que poderiam, à semelhança do que aconteceu noutros países europeus como a Dinamarca, fazer o shift de processos puramente químicos para processos biotecnológicos. Para além da natural resistência à mudança, tão enraizada na nossa cultura empresarial, existe uma fraca transferência de conhecimento e um know-how deficitário na passagem de processos em escala laboratorial ou pré-piloto para escala industrial.

Na criação de novas empresas existem múltiplos constrangimentos e os de factores de fracasso contra os quais uma nova empresa portuguesa de biotecnologia tem que lutar são um elemento desencorajador de investimento e de empreendedorismo. Num artigo de Bruno Ferreira do Centro BioTrend, está descrito o perfil de um bio-empreendedor tipo em Portugal, com o qual é impossível discordar: recém doutorado que, confrontado com a falta de oferta de emprego aliciante no mercado de trabalho nacional, decide auto empregar-se. Apesar de existirem casos que não correspondem a esta descrição, resultando de estratégias empresariais mais sólidas e com investimento assegurado, muitas bio-empresas em Portugal encaixam neste perfil. Uma vez que as empresas de base biotecnológica não geram receitas nos primeiros anos e existe uma enorme dificuldade em cativar investimento de capital de risco nesta área em Portugal, estas empresas estão muitas vezes condenadas ao fracasso, apesar do grande potencial de muitos dos projectos. São no entanto visíveis sinais de mudança no panorama nacional e existem várias entidades que podem desempenhar um papel activo nesta viragem, principalmente ao nível das Universidades, entidades governamentais e das sociedades de capital de risco.

Com uma quantidade crescente de mão-de-obra altamente qualificada, de visão global e empreendedora, com formação em biotecnologia e áreas relacionadas, Portugal tem todos os meios para se juntar à lista de países europeus na vanguarda da biotecnologia, atrair investimento e reforçar a competitividade de Portugal nas novas áreas de mercado. Apenas temos de agarrar a oportunidade e saber gerir os nossos recursos de uma forma mais eficiente e dinâmica do que até aqui temos feito.

Agora é o momento!


 

Referencias Bibliográficas

Biotechnology in Denmark 2005; The Danish Centre for Studies in Research and Research Policy, University of Aarhus

Biotechnology in Europe: 2006 Comparative study- Critical I comparative study for EuropaBio; EuropaBio, European Association for Bioindustries

From BioScience to New Jobs in Medicon Valley: a Medicon Valley Academy Strategic Report 2004; Medicon Valley Academy

Beyond Borders: Ernst & Young’s Global Biotechnology Report 2007; Ernst & Young Global Biotechnology Center

www.mediconvalley.com

www.fluxome.com

www.dtuinnovation.dk/Nyheder/RecentNews/Fluxome%20Sciences%20attracts%20DKK%20100%20million.aspx

Bruno Sommer Ferreira (2003), “Biotecnologia em Portugal – A vez das empresas?”; Boletim de Biotecnologia, 74

 

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Terça-feira, 25 de Março de 2008

BioBoom

 

Joana Cruz

(Unidade de Genómica)

&

Dulce Afonso

(Unidade de Bio Transformações Industriais)

Parque Científico de Madrid

 

Madrid | Espanha

 

 

 

 

 

O negócio de Biotecnologia é um negócio global. As empresas espanholas sabem disso e esforçam-se por cumpri-lo. A facturação da biotecnologia espanhola cresce 20% ao ano, sendo que Espanha aporta 4% da produção mundial em biotecnologia mas está a anos luz desse valor  no que se refere a patentes, capital e pessoal técnico no sector. Está cada vez mais incutido nos espanhóis que a investigação de hoje é a facturação de amanhã.

A Comunidade Autónoma de Madrid é uma peça chave em Espanha na investigação pública no campo da Biotecnologia e da Biomedicina, tanto pelo número de investigadores como pela sua qualificação. 

Um dos impulsos para este sector é a criação de uma rede de Parques Científicos e Tecnológicos como ferramenta de transferência de conhecimentos, propiciando a colaboração entre as universidades, a investigação, o mundo empresarial e a administração pública. A origem dos parques está intimamente ligada a Silicon Valley, que serviu de modelo de desenvolvimento tecnológico e económico.

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Domingo, 23 de Março de 2008

Um paraíso para a biotecnologia

Inês Martins - Fluxome Sciences - Lyngby - Dinamarca.

 

 A Dinamarca tem mais de 150 anos de história a nível da Biotecnologia. Iniciada em 1847 com a Carlsberg e seguida da Chr. Hansen, em 1874, registou um sucesso continuado e expandido mundialmente por empresas como a Novo Nordisk, Novozymes, Danisco, H. Lundbeck e Leo-Pharma. São elas que têm contribuído para o importante status mundial dinamarquês nas indústrias de enzimas, ingredientes alimentares, tratamento da diabetes e investigação do cancro.  

 

Este país, com o maior investimento de capitais de risco da Europa em biotecnologia (percentagem do PIB - OCDE 2006) é, ao nível do número de trabalhadores nesta área científica, o segundo maior país europeu (OCDE 2006) e o terceiro maior mercado de capitalização de empresas biotecnológicas na Europa (Ernst & Young 2007). É considerado pela Comissão Europeia (2007) um de quatro países com melhor “performance” em biotecnologia.

 

A Dinamarca possui uma série de universidades, centros de investigação, empresas privadas de investigação de diferentes dimensões, trabalhando todos na vanguarda. Existe uma estrita colaboração entre as universidades e a indústria, onde estudantes de mestrado e de doutoramento frequentemente desenvolvem as suas teses e onde, igualmente, se desenvolvem muitas empresas “spin-off” a partir das universidades.

 

A qualidade de investigação realizada nas universidades e o sucesso das grandes empresas dinamarquesas ao nível mundial, têm sido fonte de inspiração para a formação de pequenas e médias empresas em Biotecnologia. Assim, actualmente, observa-se um denso agrupamento de universidades, hospitais e empresas de biotecnologia, tecnologia médica e farmacêutica, muitas das quais possuem investigação e desenvolvimento, na grande área de Copenhaga, na Dinamarca, e de Skåne, na Suécia, constituindo o Medicon Valley, um dos mais fortes “clusters” em ciências da vida na Europa.

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Terça-feira, 13 de Novembro de 2007

Indústria para a Saúde

     Nélio Rodrigues - Excelixis; São Francisco; E.U.A.

.

Toda a indústria tem como objectivo o processamento e a alteração de matérias-primas de modo a obter-se produtos e bens que, directa ou indirectamente, são consumidos pela população em geral. Com esta premissa, é compreensível que esse processo de transformação seja levado a cabo visando o bem-estar dos consumidores como propósito principal. No entanto, ao concretizarmos o conceito de bem-estar, e ao tentarmos dividi-lo em diferentes níveis, talvez seja sensato apontarmos a saúde e o bem-estar físico como os principais fundamentos de uma vida com qualidade. E é aqui que a indústria biotecnológica desempenha o seu papel. Porém, e não descurando a importância e o contributo das diferentes vertentes deste tipo de indústria – agricultura, indústria alimentar, saúde –, não será pretensão dar um especial destaque a todo trabalho especificamente dedicado à descoberta de novas técnicas, drogas e terapias que, mais que conferir qualidade à nossa vida, poderão tão-somente assegurá-la.

Assim sendo, constituindo-se como um importante alicerce da Medicina, a indústria biotecnológica tem por base todo o conhecimento científico advindo do estudo árduo desenvolvido em áreas como a Genética e a Biologia Celular. Nesse sentido, a Biotecnologia assegura o valor da Biologia e da ciência no seu todo ao aplicar conhecimentos de fundo e ao usá-los na batalha a inúmeras doenças e patologias.

Como forte exemplo de progresso e crescimento no mercado da indústria biotecnológica e farmacêutica, a Exelixis – empresa sedeada em South San Francisco, cidade apontada como berço da Biotecnologia – vem contribuindo desde há dez anos para um melhor conhecimento e combate a diversas patologias cancerosas e metabólicas. Embora a base do método biotecnológico – desde a descoberta de novas proteínas e vias sinalizadoras com relevância patológica até ao lançamento de compostos terapêuticos no mercado – seja partilhada pela maioria das vulgarmente chamadas Biotech Companies, esta empresa americana tem vindo a destacar-se pela forma dinâmica com que engrena as várias partes desse processo.

Todo o processo começa com a descoberta de novos target genes e processos celulares com potencial relevância patológica, em que, com a ajuda das mais variadas técnicas espectroscópicas, se consegue analisar um largo número de proteínas-alvo num curto espaço de tempo. Depois de concluída a validação inicial de uma determinada proteína, em que se avalia o seu carácter patológico, procede-se ao teste de inúmeros compostos químicos, analisando-se a capacidade de inibição que esses compostos tem sobre a dada proteína. No fim desta fase, em que o leque de compostos em estudo se vê encurtado (dando-se somente seguimento àqueles que demonstram potencialidade terapêutica), dá-se a transição entre os estudos operados em modelos celulares (modelos de pequena escala) e os testes operados em modelos animais. Nesta nova etapa, composta por estudos de Farmacocinética e Farmacodinâmica, começam finalmente a perceber-se os efeitos de uma dada droga na integridade de todo um organismo. Os estudos farmacocinéticos permitem avaliar a biodisponibilidade de uma dada droga no interior do organismo, medindo a quantidade de composto que é de facto conduzido pela corrente sanguínea e que pode alcançar as células-alvo. A Farmacodinâmica, por seu lado, foca-se nos efeitos concretos que o composto tem no organismo, quer sejam os efeitos sobre a proteínas-alvo, quer sejam interacções que o composto tem com outras proteínas (estas interacções podem funcionar como biomarcadores, medindo o grau de resposta do organismo a uma dada droga). Nesta fase visa assim avaliar-se a eficácia e a especificidade de um potencial composto quimioterapêutico – uma vez administrado no organismo –, bem com o seu grau de toxicidade. Depois desta etapa e após vários estudos pre-clínicos, os compostos mais promissores adquirem o estatuto de Investigative New Drugs (IND) e são então analisados num processo faseado de testes clínicos.

A diferença entre a Exelixis e outras empresas reside então na forma com que aquela conduz o processo acima descrito. Com o suporte de diferentes tecnologias e de uma estrutura humana eficiente, a empresa californiana destaca-se pela habilidade em optimizar e melhorar a actuação de diferentes compostos de modo paralelo, sendo requerido um constante reajuste dos procedimentos ou até da própria estrutura química dos compostos. Assiste-se assim a uma lógica de ciclos constantes, em que uma droga, ao estar a ser testada numa determinada fase do processo, pode já ter uma idêntica a si a ser analisada numa das fases precedentes. Não esquecendo, claro, que tal optimização visa sempre ir de encontro aos exigentes standards de eficácia e especificidade biológica requeridos nos estudos clínicos.

A Exelixis tem vindo assim a estabelecer o seu lugar no mundo cintilante (e feroz) da indústria biotecnológica, e projecta já o lançamento de várias drogas no mercado durante os próximos anos.

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O papel da Biotecnologia em Portugal e no Mundo

     Joana Nunes - Anacor; Palo Alto; E.U.A.

A Anacor Pharmaceuticals, Inc. (1) é uma empresa farmacêutica com apenas 5 anos de existência. A tecnologia que deu origem a empresa foi baseada originalmente no trabalho desenvolvido pela Dra. Lucy Shapiro (Universidade de Stanford) e pelo Dr. Stephen Benkovic (Universidade do Estado da Pensilvânia), cujos alvos terapêuticos eram Staphylococcus, Streptococcus pneumoniae, Anthrax e outros organismos causadores de várias doenças infecciosas.

A tecnologia tem como base pequenas moléculas contendo Boro, as quais possuem uma geometria única e uma relativa facilidade de síntese. A descoberta de que tais compostos tinham acção anti-fúngica, antibiótica, anti-parasita e anti-inflamatória tornou-os interessantes alvos de investimento.

A empresa iniciou-se com um financiamento de 7 milhões de dólares por parte das empresas Aberdare Ventures(2) e Rho Ventures(3). Estabeleceu ainda em 2002 um contrato conjunto com DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) e USAMRMC (United States Army Medical Research and Material Command) que visava acelerar o processo de investigação para o desenvolvimento de antibióticos contra agentes biológicos nocivos como Anthrax. Esse contrato forneceu à Anacor o montante extra de 21.6 milhões de dólares.

A partir desses investimentos iniciais, a empresa tem crescido, desenvolvendo-se continuamente e contando actualmente com uma base de dados de mais de 3200 compostos químicos. Em Fevereiro de 2007 assinou com a Schering-Plough Corporation(4)  um acordo de exclusividade para o desenvolvimento e comercialização do composto AN2690, o qual está actualmente na Fase II de Ensaios Clínicos para o tratamento da Onicomicose, uma infecção fúngica da unha e cutícula. O acordo assinado incluiu um pagamento inicial de 40 milhões de dólares e um compromisso de financiamento de 10 milhões de dólares. Potencialmente, aquando a obtenção das diversas Milestones a empresa poderá receber pagamentos que excedem o valor de 575 milhões de dólares, além dos lucros em futuras vendas. A empresa conta ainda com um portfolio de compostos candidatos a agentes de aplicação tópica para o tratamento da Psoríase, Gengivite, Acne, entre outras.

Cheguei a empresa em Fevereiro, ou seja, na fase imediatamente após o assinar do acordo com a Schering-Plough e desde então o crescimento da Anacor tem sido notório, não só a nível de recursos humanos, como a nível de projecção no mercado. A publicação de um artigo na prestigiada revista Science (Rock FL, Mao W, Yaremchuk A, Tukalo M, Crepin T, Zhou H, Zhang YK, Hernandez V, Akama T, Baker SJ, Plattner JJ, Shapiro L, Martinis SA, Benkovic SJ, Cusack S, Alley MRK. An antifungal agent inhibits an aminoacyl-tRNA synthetase by trapping tRNA in the editing site. Science., 2007 Jun 22, 316(5832):1759-61.) (5), a decisão e petição para se tornar uma empresa cotada na bolsa e o mais recente acordo assinado com a empresa GlaxoSmithKline(6), significam o início de bons tempos para esta farmacêutica.

Há na Bay Area numerosas histórias similares à da Anacor. Ao tentar perceber porque tal não acontece no nosso Pais, é-me difícil perceber a razão. Posso especular que a falta de informação no que diz respeito a empresas deste género, ou a necessidade de uma constante injecção de capital, muitas vezes sem lucros à vista ou ainda a eventual falta de investidores com conhecimento de causa suficiente para distinguir entre uma ideia com futuro e uma investigação sem aplicabilidade, possam ser alguns dos factores. Outros poderão ser eventualmente a dificuldade em ter as pessoas certas nas posições certas dentro das empresas. Acredito, no entanto, que a evolução para um cenário em que também no nosso País se possa investir a sério em Biotecnologia passe pela integração da pesquisa feita no meio académico com as necessidades das empresas já existentes, ou da possibilidade de poder transformar um projecto académico numa realidade lucrativa.

Links de interesse:

1 www.anacor.com 2 www.aberdare.com 3 www.rhoventures.com/vc_main.html 4 http://www.schering-plough.com/schering_plough/index.jsp 5 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez 6 http://www.gsk.com/

publicado por visaocontacto às 17:10
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Genentech - Uma empresa que está a fazer a diferença

      Margarida Rodrigues - Genentech; São Francisco; E.U.A.

A Genentech, Inc. - primeira empresa de biotecnologia no mundo - foi fundada por um capitalista e por um bioquímico. Tem por base uma descoberta do início dos anos 1970, quando Herbert W. Boyer e o geneticista Stanley Cohen iniciaram uma nova área científica denominada por tecnologia de ADN recombinante.

A missão da Genentech, Inc. é ser a empresa líder na área da biotecnologia, desenvolvendo uma nova geração de medicamentos criados a partir de modificações genéticas em moléculas fulcrais relacionadas com a saúde humana em geral, e com doenças graves com risco de vida, em particular. A empresa rege-se por elevados padrões de integridade com o intuito de contribuir para o melhor interesse dos doentes, dos médicos, dos funcionários e dos accionistas.

Nesta perspectiva, para emergir com sucesso no mundo da biotecnologia é impreterível formar alianças estratégicas desde o início e saber como conjugar as diferentes vertentes de cada empresa colaboradora. É também relevante saber como gerir estas alianças, nomeadamente a nível de recursos disponibilizados, e estar aberto a colaborações assentes em diferentes estruturas. É importante associar uma boa capacidade de investigação/ciência a uma perspectiva de mercado, marketing e know-how. Não esquecendo que o ambiente que se vive dentro da empresa deve ser motivante e descontraído e onde a diversidade de pensamento, de estilo, de cultura e de perspectivas deverão ser valorizadas tendo em mente o reforço das potencialidades e do desempenho individual, bem como a missão e objectivos empresariais.

 

Portugal é reconhecido por ter excelentes recursos humanos com uma boa formação no que diz respeito a ciência e como tal tem potencial para criar uma área de desenvolvimento geradora de valor acrescentado e criadora de emprego baseada na qualidade científica de nível internacional. No entanto é necessário vencer o cepticismo de ambas as comunidades académica e empresarial para que se possa implementar uma maior rede de empresas nesta área de desenvolvimento. E mais do que o apoio do estado é necessário ter ideias singulares para que uma empresa possa ter sucesso em segmentos de mercado ainda não explorados.

Nesta perspectiva, os principais critérios para o desenvolvimento clínico de um novo produto são a confiança científica, uma necessidade médica crítica, uma oportunidade de mercado significativo, uma adequada protecção de mercado, e razoável economia de produção. Mais especificamente, saliente-se a heterogeneidade que deve estar presente aquando do início de uma empresa na área da biotecnologia em Portugal, no que concerne a competências pessoais e domínios de acção.

Projectos como o concurso de ideias Bioempreendedor devem continuar para fomentar o aparecimento de empresas na área da biotecnologia. Para tal a APBIO – Associação Portuguesa de Bioindústrias - deve continuar a sua missão de conjugar esforços com o objectivo de desenvolver um sector moderno, promissor e competitivo.

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Portugal e a biotecnologia: investigação ou área empresarial?

     Susana Aveiro - Parque Científico de Madrid; Madrid, Espanha.

Antes de desenvolver qualquer ideia sobre a actualidade da biotecnologia em Portugal será importante esclarecer: o que é a biotecnologia?! Muitas vezes confundida com a química, biologia, ou áreas afins, esta ciência assenta basicamente num conjunto de tecnologias avançadas que permitem a descoberta e fundamentalmente a manipulação dos mistérios da vida desde os genes até ao mais complexo sistema vivo.

Embora a aplicação desta ciência tenha por vezes opiniões controversas por questões essencialmente éticas (refira-se por exemplo a clonagem), revela-se fundamental em áreas como a saúde, agricultura, indústria alimentar e protecção do ambiente. Como exemplos práticos refira-se por exemplo a redução no uso de pesticidas e químicos industriais convencionais altamente poluentes e tóxicos, aumento da resistência de culturas e consequentemente incremento da rentabilidade, terapias géncias de doenças como o cancro, hemofilia, formulação de produtos alimentares direccionados para grupos específicos consoante as suas necessidades, criopreservação...

Para além da melhoria da qualidade de vida com o acesso a produtos originários da biotecnologia, não se poderá deixar de parte o potencial económico que este sector poderá proporcionar. Refiro-me “poderá proporcionar” porque creio que ainda se encontra numa fase embrionária no nosso país face a outros parceiros europeus... E aqui reside o principal problema...estará a biotecnologia em Portugal reduzida à investigação universitária ou terá já em seu poder algum tecido empresarial?! De facto surgem já algumas empresas de base biotecnológica que nos fazem acreditar que esta área estará a ser projectada num bom caminho! São já visíveis sinais de mudança. Quem não conhece o Parque tecnológico “Biocant” referência em ciência e tecnologia de saúde em Portugal?

As Bioindústrias Portuguesas representam no dias de hoje centros para transferência de tecnologia, atracções de talentos de capital humano altamente especializado, centros para o estabelecimento de novas parcerias estratégicas e sinergias, parceiros para a Internacionalização, catalizadores do enriquecimento do tecido empresarial, reforços da competitividade de Portugal no quadro dos mercados globais, reforços do desenvolvimento, centros de atracção de investidores e investimentos e principalmente exemplos a seguir.

Portugal terá de inovar em termos de produtos e serviços, e são estas novas áreas tecnológicas, os verdadeiros motores que geram produtos de elevado valor comercial, apoiadas em mão-de-obra altamente qualificada, bem remunerada. , em vez de áreas dependentes de mão de obra barata com baixos níveis de qualificação.

O conhecimento residente na mão-de-obra qualificada, torna-se o bem mais precioso na investigação biotecnológica. Mas aqui colocar-se-á uma questão, estará Portugal a usufruir da mão-de-obra especializada que tem ou estará a deixa-la escoar-se para outros países onde as oportunidades sejam mais aliciantes?

Estamos disponíveis, empreendedores de novos projectos e ideias, aguardamos por um futuro onde a inovação e o desenvolvimento tecnológico em Portugal se faça ouvir pelos 4 cantos do mundo. A biotecnologia veio para revolucionar, a oportunidade está aí, haja investimento!

 

Fontes bibliográficas:

 

www.inteli.pt/biotech2005.pdf

clix.expressoemprego.pt/scripts/indexpage.asp?headingID=2397

www.asebio.com/docs/nov_13.pdf

www.nanogolive.com/topics/pt-bi-portugal.php

www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=a1d0c6e83f027327d8461063f4ac58a6&subsec=ef72d53990bc4805684c9b61fa64a102&id=7dbb67a3af035bfca42e67a10466ef78

www.biotempo.com/pt/serv.htm

www.biocantpark.com/noticias/noticias.asp

www.cienciahoje.pt/index.php?oid=1455

www.cienciahoje.pt/index.php?oid=23673&op=all

in3.dem.ist.utl.pt/downloads/press/pub20031215.pdf

in3.dem.ist.utl.pt/master/thesis/98files/9

 

publicado por visaocontacto às 16:51
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