Quarta-feira, 23 de Julho de 2008

Madrid - Uma opção de vida

  

Daniela Mateus

 

Bloom Consulting | Madrid | Espanha | C11

 

 

O ritmo marca as horas da cidade. Em Madrid, todos os dias são dias de festa. José Torres, CEO da Bloom Consulting, disse um dia, à revista Notícias Magazine, que esta é “a melhor cidade para se viver. Aqui, as pessoas estão contentes, genuinamente contentes”. É a cidade de la movida. Sente-se no ar um enorme desejo de celebrar a vida, de disfrutar cada momento como se fosse único. Patrícia Soares da Costa, responsável por Country Branding na Bloom Consulting, revê nesta cidade o lema “work hard, party harder”. Apesar de se trabalhar muito e de haver um grande nível de exigência, as pessoas não hesitam em separar trabalho das suas vidas pessoais. Os bares enchem-se ao final da tarde. A lotação esgotada dura até de madrugada. No dia seguinte é dia de trabalho. Tudo recomeça. Os espanhóis trabalham, ganham e gastam. Cerca de 92% do seu salário é gasto em produtos de consumo final.

 

Para muitos portugueses, esta é a cidade que escolheram para viver. Em 2007, e de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, eram já cerca de 10.000 (cerca de 10% do valor total em Espanha) e esse número não pára de crescer. A falta de oportunidades, os baixos salários, a vontade de progredir são factores incontornáveis que os levam a arriscar. A geração de emigrantes de hoje difere, no entanto, daquela que na década de 50 e 60 decidiu tentar a sua sorte além-fronteiras. São, sobretudo, jovens licenciados, unidos por uma enorme vontade de crescer. Viver no estrangeiro, dizem, aumenta-lhes a percepção do mundo, alarga-lhes as ideias e permite-lhes conhecer novas realidades e pessoas.

Em Espanha, a emigração é uma realidade exponencial. Os portugueses vêm, porque o mercado é maior, mais aberto e com mais oportunidades. Há mais verbas, emprego, diversidade e uma economia mais pujante. Apesar disso, Espanha é, ainda assim, tão próxima de Portugal. A integração está facilitada. Aqui, afirmam José e Patrícia, os portugueses tendem a ser bem vistos, ainda que haja um enorme desconhecimento em relação à cultura portuguesa. Os conhecimentos do mercado global, de línguas e a capacidade de adaptação são elementos valorizados. Por isso, encontrar uma oportunidade de trabalho não é assim tão difícil. Ambicionar a grandes projectos e ascender ao topo de carreira são sonhos, aqui, passíveis de concretizar, enquanto se disfruta da vida.

Mariana Resende, directora criativa da Bloom Consulting, considera que os espanhóis são amáveis, receptivos e privilegiam a integração. Por isso, neste país, os portugueses não se sentem estrangeiros.

 

Portugal é, ainda, sinónimo de baixa capacidade de empreendedorismo. Sente-se o pessimismo no ar, diz José. O poder político interfere em demasia. Talvez seja, também, por isso que as grandes multinacionais estejam a escolher Espanha para instalar as suas sedes no mercado ibérico. Os números demonstram-no. Há 300 empresas portuguesas presentes em Espanha e 3.000 espanholas em Portugal. Talvez não seja por acaso. Portugal quer aproximar-se  deste mercado positivista, sem medo da mudança. É em Espanha que as coisas acontecem. Mesmo em termos culturais, as diferenças são notórias. Patrícia diz que “apesar da proximidade, até mesmo o conceito “latino” se vive de forma diferente. Eles são mediterrânicos e nós atlânticos”.

Ainda assim, os três são consensuais. Não trocariam Madrid por nada. Portugal é um destino longínquo, para onde esperam talvez um dia regressar em final de carreira ou para gozar a reforma. Porque, na verdade, Espanha é, para eles, sinónimo de força, de qualidade de vida citadina, de diversão e de oportunidades. É aqui que está o futuro. Portugal recorda-lhes tão somente a tranquilidade, a segurança, a familiaridade. É a melancolia do espírito português que se sente. A tão nossa “saudade”. Mas que rapidamente passa, porque afinal Portugal está tão somente a uma hora de distância...

 

 

 

 

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Terça-feira, 22 de Julho de 2008

Repúblicas do Azeite

 

  João Luzío

 

  SonaeSierra | Atenas | Grécia | C11

 

É importante esclarecer as posições gregas e portuguesas no contexto europeu e mundial porque, de facto, não são óbvias. Ambos são países considerados de mediterrânicos. Países periféricos. Um na ponta sudeste e o outro no extremo sudoeste, a Europa começa e termina da mesma forma. Os últimos dos moicanos. Verdadeiras repúblicas do azeite, Portugal e Grécia, são como opostos que se tocam: o Α (alfa) e o Ω (ómega).

 

Nós temos o destino e eles a tragédia, nós temos o fado e eles a rembetika, nós temos a guitarra portuguesa e eles têm o bouzouki, nós temos a ginginha e eles o ouzo, nós o vinho do Porto e eles o vinho de Santorini, nós temos o “chico-espertismo” e eles têm o “yorgos-espertismo”, nós temos o “desenrascanço” e eles a “missão impossível grega”, eles dizem que não e nós percebemos que sim, nós demos novos Mundos ao Mundo que era grego, nós temos praias com areia excelente e eles têm praias com excelente água. Nós temos um país com planícies e poucas montanhas e eles têm um país de montanhas com poucas planícies, nós temos estradas boas e eles têm estradas más: ambos conduzimos muito mal.

 

 Nós somos maluquinhos por desporto e eles são fanáticos. Nós temos o Benfica e eles têm o Panathinaikos, nós temos o Porto e eles têm o Olympiakos, nós temos o Sporting e eles têm o AEK, nós temos o Braga e eles têm o PAOK, nós temos o Vitória de Guimarães e eles têm o Aris, nós temos o Vitória de Setúbal e eles têm o Asteras Tripoli, nós temos o GDEstoril-Praia e eles têm o Apollon, nós temos a Associação Desportiva de Oeiras e eles têm o Histon FC.

 

A Grécia teve Onassis e nós temos o Belmiro, nós temos a Amália na voz e eles têm o Aquiles no calcanhar, nós temos a Mariza e eles a Eleftheria Arvanitaki, nós temos o Quim Barreiros e eles têm o Demis Roussos, nós temos o Fernando Santos e eles têm o Φερνανδο Σαντοσ; graças a Deus (!), temos o mesmo Deus mas religiões diferentes, nós benzemo-nos para a esquerda e eles benzem-se para a direita, os nossos padres vestem-se de branco e os padres deles vestem-se de preto. Nós não reivindicamos nada, eles reivindicam tudo por nada. Nós somos hospitaleiros se gostarem de nós, as pessoas gostam deles porque são hospitaleiros. Outrora donos do mundo, Portugal e Grécia, seguiram exemplarmente uma trajectória - Descendente.

 

Exemplos de como destruir a antiga glória de um país. A verdade é que não somos descendentes de Vasco da Gama ou de Ulisses mas daqueles que ficaram, por ser mais cómodo. Tanto a Grécia como Portugal são países de comodistas; os aventureiros partiram. Somos também um país de sisudos, temos dificuldade em nos rirmos de nós próprios e esse é o primeiro passo, indispensável, para podermos melhorar. Por vezes, relaxamos naquilo que é realmente importante e somos picuinhas com pormenores irrelevantes. Já não há pachorra para os “velhos do Restelo”. Exigirá um esforço adicional de memória. Falta-nos rumo, direcção, vontade e bom-senso. Só isso. 

 

No entanto, é mais aquilo que nos une do que nos separa, mas apenas esta brevíssima comparação deve servir para identificar algumas das idiossincrasias que definem os dois países. De resto, a própria palavra idiossincrasia provem da palavra grega ιδιοσυγκασια (ίδιος, próprio + σύγκρισις, constituição, temperamento). Mesmo naquilo que somos diferentes acabamos por ser iguais.

 

Mas a minha mensagem é de esperança e nós temos um trunfo: o azeite. Poucos países se podem orgulhar de produzir sistematicamente azeite de qualidade. Azeite que é a base de uma alimentação saudável e equilibrada. Um pastel de nata ao lanche também ajuda mas a base tem de ser o azeite! Obviamente, muitas vezes, estamos com “os azeites” mas até isso é positivo. Falta-nos rumo, direcção, vontade e bom-senso. Só isso.

 

Ao longo da última década (e mais um pouco), temos vindo a produzir azeite de excelente qualidade que não tem sido aproveitado porque, infelizmente, os “azeiteiros” são retrógrados, verdadeiros “velhos do Restelo”. É uma questão de mentalidade e isso demora algum tempo a mudar. Estamos a melhorar e a colheita está a amadurecer. Não temos de ser alemães ou escandinavos. Podemos ocasionalmente comer uma salsicha, um “schnitzel” ou um “smorgasbord” mas devemos é ter a preocupação de refinar o azeite.

 

Programas como o INOV Contacto são importantes para criarmos uma nova geração de “azeiteiros”, não apenas copiar o que vemos “lá fora” mas descobrirmos o nosso próprio caminho. Ou melhor, redescobrirmos, o nosso caminho. Nesse aspecto, parece-me que os gregos estão ligeiramente mais adiantados do que nós. O meu apelo final é para que, neste processo, não se desvirtue a essência de Portugal, o azeite, que é tão português como grego.

 

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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

Casino do Mundo

João Roque

 

Pal Asia Consult  |  Cidade de Macau  |  China  |  C11

 

 

Num mundo cada vez mais intranquilo, dependente da deriva do preço do petróleo e/ou do aumento das taxas de juro, interdependente e globalizado, o desenvolvimento da pequena Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) assume contornos muito peculiares.

 

Macau adquiriu o estatuto de região administrativa especial aquando da passagem de soberania do território de Portugal para a República Popular da China, em Dezembro de 1999. No entanto, a grande transformação é consequência directa do fim do monopólio da concessão dos casinos de Stanley Ho, em Dezembro de 2001, tornando-se assim na única região da Ásia com estas características e para a qual afluem, todos os dias, milhares de jogadores.

 

Desde então, os números respeitantes ao crescimento económico de Macau arrepiam qualquer europeu, e não param de surpreender. A título de exemplo, em 2007 o PIB cresceu 27% em relação ao ano anterior, as receitas brutas da indústria do jogo voltaram a superar as de Las Vegas, atingindo o montante recorde de 83,8 mil milhões de patacas (6,8 mil milhões de euros), o desemprego fixou-se nos 2,9% da população activa e o número de turistas aumentou 22,8% (27 milhões de entradas). Para 2008, as previsões são, de uma vez mais, Macau voltar a bater recordes.

 

Tais números derivam da criação de infra-estruturas para responder às necessidades do crescimento exponencial do número de visitantes, e, simultaneamente, são o reflexo económico da criação dessas mesmas infra-estruturas.

 

Os grandes grupos hoteleiros, as concessionárias dos casinos e os maiores grupos de entretenimento de Las Vegas, trouxeram consigo as grandes construtoras internacionais. A actividade desta indústria no território revela igualmente contornos únicos. Por um lado procura a mão-de-obra de baixo custo oriunda da China continental, por outro os custos são preteridos em nome do resultado final dada a elevada liquidez financeira que, quer a indústria do jogo, quer o Governo da Região, dispõem.

 

Dada a escassez de espaço disponível no território para construir tem-se vindo a criar grandes áreas de aterros conquistando assim espaço ao delta do Rio das Pérolas, sendo de destacar o aterro do COTAI (istmo artificial, entre as ilhas adjacentes à Península de Macau, Taipa e Coloane, onde se assiste presentemente à construção de uma nova centralidade da RAEM vocacionada em exclusivo para o turismo). Nos últimos 35 anos Macau passou de uma área de 15 km² para os actuais 28,6 km² e prevê-se, que nos próximos 20 anos, esta área possa vir a duplicar.

 

Apesar da anunciada liberalização do jogo noutros países asiáticos, como Singapura e Taiwan, o investimento em Macau não vai abrandar, uma vez que nenhum deles ganhará em matéria de proximidade (não esquecendo a política de vistos) com os 1,2 biliões de potenciais jogadores chineses, tornando-se no futuro, a sua maior vantagem competitiva. Nos próximos anos, além dos casinos e hotéis, estão previstas obras públicas de grande envergadura, nomeadamente o túnel entre a Península de Macau e a ilha da Taipa, a criação de uma rede de metro de superfície que permitirá ligar as portas de entrada na Região com o COTAI e a nova ponte Macau – Hong-Kong com um comprimento superior a 30 km, o que será uma das maiores pontes já construídas, estando o projecto avaliado em cerca de 60 mil milhões de patacas (10 mil milhões de euros).

 

Como consequência deste crescimento, Macau continua a ser atractivo para a internacionalização das empresas de construção e consultadoria portuguesas, bem como para uma nova geração de engenheiros e arquitectos portugueses que, aproveitando as afinidades culturais e a semelhança de regulamentos, optam por uma primeira aventura asiática naquele que é actualmente o “casino do mundo”.

 

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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Em Directo do Império do Meio

 

  Vera Penêda

 

  Agência Lusa  |  Pequim  |  China  |  C11

 

 

Fiquei com os olhos em bico.

 

O choque de transferir uma vida de Lisboa para Pequim tem a dimensão da ignorância.

 

Nos primeiros dias da estadia, enfrentei a poluição que esconde o sol, um trânsito inacreditavelmente caótico, a dificuldade de comunicar sem saber uma palavra da língua dos cinco tons, o buraco no chão a substituir a sanita e a aventura de provar noodles (realmente chineses) à mesa. Depois descobri que é difícil encontrar cereais no supermercado, que se pagam 10 renminbi (cerca de 90 cêntimos) pelo táxi, que os elevadores passam directamente do terceiro para o quinto piso porque o número 4 dá má sorte e ainda que ter no bolso a morada escrita em chinês é a única forma correcta para se chegar ao destino.

 

Entretanto os contrastes assaltaram-me a vista. Todos os meios de comunicação são controlados pelo estado, mas a versão alternativa do Harry Potter, que inclui sexo e violência, encontra-se à venda na rua. Não existem multas na estrada, mas existe a pena de morte. Os internautas chineses procuram formas alternativas de entrar na wikipédia e no blogspot, mas facilmente encontram on-line a versão integral de "Lust, Caution" ou “Lost in Beijing”, os últimos filmes proibidos pelas autoridades. Um menu MacDonald's custa 18 renminbi (cerca de 1,69) e é preciso trabalhar 20 anos para ter direito a 15 dias de férias por ano, e o HiPiHi, a versão chinesa do Second Life, está a chegar com restrições na utilização de palavras que prejudiquem os interesses da nação. Homens, mulheres e crianças cospem no chão no meio da rua, mas o governo chinês treinou 8000 voluntários para sorrirem aos visitantes que vêem para os Jogos Olímpicos - JO. Sorte a minha que, até o governo chinês tem que utilizar e-mail e Internet, aproveitando eu o "pecado tecnológico" para enviar estas e outras histórias para lá da China.

 

2008, está a ser, um ano cheio de China...intempéries, protestos, sismo e agora os JO. Pequim é o centro do mundo. É uma sorte, ser espectadora e observar como a capital chinesa saiu da casca e virou metrópole para receber os JO. É uma aventura ser estrangeira e sentir como uma cultura tão distinta anseia por se internacionalizar agarrada às suas tradições. É uma peripécia ser jornalista com acesso à informação privilegiada para afrontar a censura de um país. É uma experiência única ser participante nas mudanças de um gigante com poder para influenciar o mundo.

A sorte e a vontade fizeram-me aterrar no Oriente. A diferença e a novidade ensinaram-me que a China não se esgota. As pessoas que cruzam o meu caminho, fazem-me sentir que este mundo também pode ser a minha casa, e todos os dias ainda me revolto e me apaixono pela China.

 

Mas a culpa talvez seja quase toda da curiosidade, um vício que faz ficar por cá, para viver num Império tão distinto e desconhecido, onde todos os dias há surpresas que, para mim, também são notícias. Para já, vou continuar em directo...de Beijing.

 

 

 

 

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Argélia - Um mercado em explosão

   Licínio Covas

   Coba | Argel | Argélia | C11

 

 

Seja na economia, demografia ou diplomacia internacional, a Argélia é um país em contagem decrescente. Tal como as bombas que a popularizam nos órgãos de comunicação, o próprio país encontra-se em explosão e há estilhaços a que ninguém se pode dar ao luxo de perder.

Como portugueses e perante sinais de estagnação da nossa economia é importante olhar para fora do umbigo e prestar atenção ao que se passa no mundo. A Argélia é, sem dúvida, uma oportunidade a ser aproveitada. Encontra-se em processo de desenvolvimento acelerado, embarcou num programa alargado de reforma da economia, reconheceu que um governo não cria riqueza, apenas a redistribui e iniciou um processo de privatizações e revitalização do sistema bancário. A economia cresce de forma consolidada, a uma taxa de 5 a 6%, possui abundantes reservas e recursos, e é portadora de um importante capital humano que, com um investimento sustentado na educação e um sistema legal mais transparente que facilite o investimento e o emprego, pode-se tornar numa fonte de progresso e prosperidade.

Embora sejam de modo geral as receitas petrolíferas a fonte da estabilidade económica do país, existe também um superavit gerado pelo pouco investimento público nos anos 90, “era negra” do terrorismo neste país que proporciona uma saúde económica para empreender reformas que Portugal, actualmente, apenas pode aspirar.

Dado este contexto económico, o governo Argelino optou por promover um ambicioso programa de modernização das infra-estruturas do país: auto-estradas, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos, barragens, transporte urbano, electricidade, sistemas de abastecimento de água e saneamento, equipamentos e habitação. Um exemplo excitante é o sector da habitação, onde cerca de 2.8 milhões de novas unidades habitacionais são necessárias. As oportunidades de comércio e investimento são portanto, grandes e os laços entre Portugal e Argélia encontram-se mais fortes que alguma vez tenham sido.

 

A experiência demonstra que o aumento de trocas comerciais traz novas ideias, inovação, emprego, investimento e maior prosperidade. É por isso que considero notável, que muitos dos participantes portugueses na próxima Feira Internacional da Argélia (FIA) venha não apenas para negociar ou vender os seus produtos, mas para aprender o funcionamento do mercado com vista a investimentos futuros. Assim e apesar de as trocas comerciais entre os dois países não relacionadas com os hidrocarbonetos, sejam ainda frágeis, projectos de maior investimento terão de ser fomentados para que a parceria entre os dois países se expanda à medida que a Argélia abre a sua economia, transforma o seu sistema bancário e prepara o ambiente legal de forma a agilizar a entrada de investimento externo no país.

 

O estabelecimento de voos directos entre os dois países que é uma tarefa prioritária, que como é óbvio, tem de ser estabelecida por força do mercado, mas que no entanto, os dois governos de forma conjunta têm a missão de promover. Especialmente o português.

 

Finalmente, são os próprios argelinos que terão de decidir como proceder neste novo mundo em que vivemos hoje, onde a tecnologia nivela o mercado, tendo a educação um papel especial, fortalecendo indivíduos e países, dessa forma, radicalmente redefinindo a economia global e forma como se efectuam negócios. A questão não é se estas tendências são boas ou más, mas que as mesmas colocam desafios significativos, não apenas para economias em desenvolvimento como a Argélia, mas também para economias mais avançadas como a portuguesa cujo principal produto deverá ser talento e qualidade.

A única questão é, portanto, se o país se vai preparar e aos seus cidadãos para responder a estes novos desafios posto pelo novo ambiente global. O povo argelino, cuja confiança é difícil de obter, não tem por hábito esquecer. Portanto urge assegurar que os laços de união dos dois países se formem o quanto antes.

Significa que Portugal não pode perder esta explosão, da modernização deste país, pois uma Argélia mais próspera e uma vida mais próspera para os Argelinos, embora vá requerer empenho e trabalho, é decerto, mais certo que uma bomba terrorista.

 

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Carta de Espanha

   Joana Saavedra Lourenço

 

   Sonae Sierra  |  Espanha  |  Madrird  |  C11

 

 

 

 

 

¡¡Hola a todos!!

 

Estive eu em Madrid durante os 9 meses de INOV Contacto e claro que é sempre bom viver e experienciar novas vidas, novos costumes e novas culturas. Posso dizer-vos que este é o meu 3º ano em Espanha. Já estive precisamente em Madrid em Erasmus, depois tive a oportunidade de ir viver 1 ano em Barcelona e retornei a Madrid novamente através do INOV Contacto. Esta é uma cidade que näo pára e por muito que se esteja sozinho, caso se queira, fácilmente se faz novos amigos pois aqui todos os espanhóis gostam de acolher e ir de “juerga” . As rendas säo carissimas, e os arrendatários uns abusadores, portanto, há que ter atençäo a isso e pôr-lhes um pouco de traväo das suas 1001 exigências. Há que negociar portanto, ser credível e vir com tempo para que a pressäo do tempo näo faça escolher algum apartamento que de todo näo reuna as melhores condiçöes!

 

A minha experiência na Sonae Sierra foi bastante aliciante, näo só pelo facto de trabalhar numa grande empresa, cujos processos estäo bem estruturados e organizados, como também pela própia cultura empresarial, como também (e näo menos importante) pelo facto de teres maior possibilidade de mudar para uma área que se enquadre no teu Curricum profissional e, com isso, crescer-se profissionalmente já que é o objectivo base deste programa.

 

Do meu ponto de vista, pela minha experiência vivida, pelo que sei e ouvi, posso dizer que o INOV Contacto é uma forma fácil de nos internacionalizarmos, de ir-se viver um ano para um sitio onde de outra forma provavelmente näo se teria possibilidade ou entäo apenas a conseguiria com grande grande dificuldade. No entanto, alerto para quem tenha já experiência profissional (sobretudo os de gestäo) que ao nível laboral, este programa näo proporciona grande crescimento, muitas vezes pode significar regressäo (tal dependerá do que se estiver a fazer anteriormente), pois a empresa receptora na maior parte das vezes näo recebe o contacteante com o intuito de prolongar a sua estadia na empresa pós INOV Contacto, logo, as funçöes desempenhadas näo iräo ter um relevo da dimensäo que teria caso fosse contractado directamente pela mesma.

 

Concluindo e, apesar de ter tido a sorte de poder ter realizado alguns projectos interessantes, gostei imenso do INOV Contacto única e exclusivamente pela experiência pessoal que me proporcionou.

 

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Quarta-feira, 16 de Julho de 2008

Acolhimento na Larry Smith S.A.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ana Bastos

 

 

Larry Smith S.A. | Madrid | Espanha | C12

 

Nas últimas décadas, com a evolução económica e social que se verificou na maioria das economias ocidentais a indústria de centros comerciais tem vindo a consolidar-se como uma indústria de grande importância dentro do sector imobiliário. De facto, ao longo dos anos, os centros comerciais têm vindo a ser introduzidos e afirmarem-se na sociedade espanhola, como um elemento modernizador da distribuição no comércio, alcançando um importante protagonismo no conjunto da actividade económica em termos da contribuição para o PIB com a criação de um grande volume de vendas, bem como com a criação de postos de trabalho.

 

Nestes últimos meses, tenho estagiado na Larry Smith S.A., que é uma empresa do Grupo Chamartín e tem como actividade a prestação do serviço de consultadoria de Centros Comerciais, abarcando desde os estudos de viabilidade económica e comercial iniciais até à comercialização e gerência dos Centros. Penso que não podia ter tido melhor experiência, ainda para mais tratando-se do primeiro emprego, pois ali, superada a fase inicial de menos trabalho, aprendi bastante e encontrei um ambiente de trabalho que desde logo me acolheu com o maior carinho e também paciência para aquelas asneiras inevitáveis de principiante. Em termos pessoais tem sido uma experiência igualmente positiva, com muitas novas situações que, apesar de nem sempre fáceis, têm sido muito enriquecedoras.

 

Finalizando, não posso deixar de agradecer a todos os que têm feito parte desta experiência e contribuído para muitos bons momentos, desde os meus companheiros de trabalho, de casa e, como não podia deixar de ser, à “família contacto” aqui de Madrid que vai deixar sem dúvida muitas saudades!

 

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Quarta-feira, 4 de Junho de 2008

Engenharia e Gestão Industrial

   Hassan Umarji - Volatil Absorver - Madrid - Espanha.

 

 

O que faz um engenheiro e gestor industrial numa empresa na área da biotecnologia em Madrid?

Vou responder a esta questão em duas partes: primeiro explicando o que faz um engenheiro e gestor industrial e em segundo lugar explicando as minhas funções dentro da Volatil Absorver S.L., a empresa onde estou a estagiar.

 

O engenheiro e gestor industrial é um gestor com conhecimentos de engenharia, capaz de gerir projectos e recursos de engenharia e tecnologia nos quais estão presentes as várias áreas da engenharia tais como engenharia química, engenharia mecânica, engenharia civil, engenharia de materiais e engenharia de produção industrial. O objectivo do engenheiro e gestor industrial é ligar a gestão à engenharia de uma forma eficaz e eficiente.

Em Portugal e nos restantes países da Europa Ocidental verifica-se maior procura de profissionais desta área para a gestão de projectos relacionados com empreendimentos e construção civil, enquanto que em países em desenvolvimento da Ásia e da Europa de Leste e ainda nos EUA, existe procura elevada tanto para projectos de construção civil como para projectos de produção industrial. Isto deve-se principalmente à deslocalização das fábricas das grandes multinacionais para esses países onde encontram mão-de-obra pouco especializada muito barata.

 

Segundo estatísticas da Comissão Europeia, a Espanha produz 17% das frutas e hortalizas de toda a União Europeia ocupando o primeiro posto na produção de frutas com mais de 10 milhões de toneladas e o segundo lugar na produção de hortaliças com mais de 12 milhões de toneladas por ano.  

Segundo dados do Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação Espanhol estima-se que durante o processo de armazenamento e distribuição de frutas e hortaliças ocorram perdas na ordem dos 3% o que significa perdas de aproximadamente 660 mil toneladas.

Uma grande parte destas perdas ocorre na fase de pós colheita devido a processos fisiológicos próprios das frutas e hortaliças tais como a maturação.

Este problema foi encarado pela Volatil Absorver S.L. como uma oportunidade de investigar e desenvolver um produto que pudesse retardar o processo de maturação das frutas e das hortaliças. Assim foi criada esta start-up de origem e capitais espanhóis que faz investigação na área de conservação de frutas e hortaliças. Com um produto já desenvolvido e testado cientificamente e uma oferta de serviços especializados na área da pós-colheita, a Volatil Absorver S.L. é uma empresa com elevado potencial de crescimento e estuda actualmente uma forma de produção em larga escala do principal produto da empresa, o Absorvol, que consiste numa pequena bolsa que deverá ser colocada sobre as caixas de fruta e hortaliça na fase de pós colheita e que têm como função absorver componentes voláteis que promovem e aceleram a maturação dos produtos horto-frutícolas.    

A minha área de actuação dentro da empresa é de especial relevo uma vez que eu sou o responsável pelo departamento de produção, cuja missão é projectar, planear e desenvolver a futura unidade de produção industrial em larga escala de Absorvol.

Trata-se de um cargo de grande responsabilidade e de um desafio muito interessante para alguém que inicia a sua carreira profissional e tenho a certeza de que abrirá muitas portas para o desenvolvimento da minha futura carreira. É sem dúvida uma experiência única tanto a nível profissional pois permitiu-me trabalhar como gestor de projectos autónomo numa fase inicial da minha carreira e acumular responsabilidades vitais para o crescimento da empresa, assim como a nível pessoal pois permitiu-me crescer num país que mesmo sendo vizinho é tão diferente de Portugal.

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Terça-feira, 13 de Novembro de 2007

11.ª Edição do Programa de estágios Internacionais Inov Contacto (*)

Realizou-se entre 14 e 20 de Outubro p.p., a primeira fase da 3ª edição do programa de estágios internacionais Inov Contacto, em regime residencial, no Hotel Falperra em Braga.

 

Nesta edição que contou com a presença de 88 estagiários, pretendeu-se preparar e sensibilizar estes jovens quadros para uma visão global da economia, para o comportamento das sociedades e das diferentes culturas nos domínios mais inovadores da gestão internacional dos negócios.

 

Foram dados testemunhos de empresas como a Cisco, PT Inovação, Critical Software, Outsystems, Efacec, Grupo Amorim, Logoplaste e WeDo Consulting, sobre o posicionamento das suas empresas no estrangeiro e em Portugal, das respectivas estratégias de internacionalização e “case studies”.

 

De referir ainda a intervenção do Director Executivo da Câmara de Comércio Luso Alemã, sobre o modelo alemão de apoio às empresas (quer em fase de internacionalização, quer de captação de investimento estrangeiro) e de dois ex estagiários “casos de sucesso” - um empreendedor contacto que criou a sua própria empresa no estrangeiro e outro que é actualmente administrador de uma empresa em Portugal.

 

Os três primeiros módulos foram da responsabilidade da Aicep, tendo o Sr. Dr. Renato Homem feito a abertura dos trabalhos e uma apresentação sobre "O posicionamento de Portugal no Mundo" e linhas  de  orientação da Aicep Portugal Global. "O posicionamento da Aicep" foi abordado pelo Sr. Dr. Luís Florindio e o tema "Lógica de internacionalização de mercados" pelo Sr. Engº Vital Morgado.

 

A Rede Networkcontacto, passa, desde já, a contar com mais 88 utilizadores, instrumento de real valor acrescentado para o sector empresarial ao nível da transmissão de conhecimentos, contactos e de experiências profissionais.

(*) Fátima Charrua

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