Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008

GSTVi: Nova geração de simulação

Tiago Carvalho | C12
 
European Space Agency
 
Darmstadt |Alemanha
 

A minha chegada a Darmstadt, na Alemanha foi uma porta de entrada para o mundo profissional. Apesar de encarar todos os desafios como uma boa oportunidade de aprender algo novo, os primeiros tempos não foram muito fáceis, pois as metodologias de trabalho, bem como os conceitos da área aeroespacial eram, para mim, totalmente desconhecidos.

 

A ESA tem como objectivo promover a indústria espacial europeia, tendo como base o desenvolvimento de produtos que, posteriormente, servirão para apoiar as missões em desenvolvimento. O meu papel neste cenário era de interface entre as duas partes: as missões e a infra-estrutura, tendo como função verificar, validar e criar produtos que empresas parceiras desenvolvessem.

 

Aquando a minha chegada, um produto denominado GSTVi (Ground Systems Tests and Validation infrastructure) tinha acabado de ser entregue à ESA por parte da indústria, e a ESA era responsável pela fase de testes ao produto, sua validação, integração com as missões e promoção do mesmo como peça chave para o seu sucesso.

 

Até então, a ESA tinha diversas ferramentas para testar os sistemas terrestres. Muitas delas eram desenvolvidas exclusivamente para uma dada fase de testes ou para um determinado componente, verificando-se dispersão quanto à interface de utilizador e sendo várias funcionalidades repetidas pelas diferentes ferramentas.

Nesse sentido, a secção de infra-estrutura da ESA decidiu que era tempo de desenvolver uma ferramenta que conseguisse harmonizar todas as fases de testes, com interface gráfico comum, reutilização dos testes e possível desenvolvimento futuro, de acordo com as exigências das missões. O caminho estava, assim, aberto à criação de um novo produto que iria, então, ser designado por GSTVi (Ground Systems Tests and Validation infrastructure).

 

Este produto, à primeira vista, pode não ter grande significado para um simples leitor mas, no cenário corrente da ESA, torna-se uma peça chave nas fases de validação das missões pois, entre muitos dos seus atributos, permite a validação de um sistema isoladamente dos outros sistemas da cadeia que compõe toda uma missão.

 

A minha função enquanto estagiário consistia em enquadrar-me na equipa de testes do produto, para garantir a aquisição de algum know-how e, posteriormente, integrar o mesmo em duas missões: Cryosat 2 e Swarm.

 

Actualmente, com todo o sucesso deste produto e o interesse cresceste por parte das diversas equipas da ESA na sua aquisição, este torna-se um exemplo do trabalho que pode ser desenvolvido em parceria com a ESA e uma demonstração de que a indústria aeroespacial europeia continua na “mó de cima” de um barco que é a UE.

 

Será, pois, de louvar a participação de empresas portuguesas, tais como a Evolve Space Solutions, Active Space Technologies e Rotacional, nos projectos da ESA, tendo estas mais de 20 funcionários divididos pelas diferentes estruturas da ESA, integrados em diferentes projectos numa indústria que move mais de 20 biliões de euros anualmente.

 

Seria visto de bom grado o interesse de mais empresas portuguesas que procurassem expandir-se nesta área que, apesar de ter uma fasquia elevada na sua integração, proporciona boas retomas económicas.

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Sábado, 22 de Março de 2008

Darmstadt - a capital da ciência

   Nuno Louro  -  Oristeba, S.A.

Darmstadt

Alemanha.

Situada no estado federal de Hesse, na Alemanha, a cidade de Darmstadt tem apenas 140'000 habitantes, destaca-se em várias vertentes, quer a nível da Alemanha quer a um nível europeu. A região de Starkenburg, que tem Darmstadt como principal cidade conquistou o 3º lugar na lista das melhores localizações para tecnologia, ficando apenas atrás de Munique e Estugarda e afirma-se hoje como a cidade da ciência sendo um conhecido pólo de alta tecnologia a menos de meia hora do aeroporto de Frankfurt.

 

É uma cidade que providencia 100'000 empregos, tendo como indústrias principais as tecnologias de informação, química, farmacêutica, cosmética, biotecnologia e mecatrónica. Importa também notar que mais de 1/5 destes empregos são ocupados por pessoas com formação superior.

A famosa Merck, fundada em Darmstadt em 1668 é uma das mais antigas empresas químicas e farmacêuticas ainda em funcionamento no mundo. A título de curiosidade a substância MDMA, mais conhecida por ecstasy, foi patenteada em 1912 pela Merck que hoje tem mais de 8000 pessoas apenas em Darmstadt. Destacam-se ainda empresas como a T-Systems (grupo Deutsch Telekom) com 6500 pessoas, a Software AG, a Danet, a Computer Associates no sector das tecnologias de informação, a Wella nos cosméticos, a Roehm nas áreas química e farmacêutica.

 

Para além das empresas presentes em Darmstadt existem outras organizações importantes e complementares às mesmas. A cidade tem cerca de 30´000 estudantes a frequentar as duas universidades locais. Destaca-se a Universidade Ténica de Darmstadt (TU Darmstadt) com 17'000 estudantes, que é uma importante universidade ao nível da Alemanha. A universidade é reconhecida nas áreas da engenharia, ciência política e ciência de computadores. A TUD foi a primeira universidade no mundo a oferecer estudos em engenharia electrotécnica em 1882/83.

Para além das universidades existem ainda mais de 30 institutos de investigação, tais como o ESOC - Centro de controlo de operações espaciais da ESA, o EUMETSAT – operador de satélites meteorológicos, o INI-GraphicsNet, quatro institutos  Fraunhofer (Portugal vai ter um!) e o GSI. O GSI realiza investigação na área dos iões pesados e descobriu entre outros elementos o Darmstadtium (numero atómico 110), que tornou a cidade uma das oito no mundo a ter um elemento químico com o seu nome.

 

A cidade está também bem classificada ao nível do rendimento dos seus habitantes obtendo um PIB médio de 32'465 Eur, quer comparando com a média da Alemanha, 23'005 Eur, quer com a União Europeia, 21'172 Eur.

 

Com uma boa oferta, quer de educação quer de empregos, aliada a uma boa qualidade de vida, a cidade atrai também muitos estrangeiros, perfazendo 16,4% dos residentes, o que torna a cidade muito interessante e multicultural

 

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Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008

ESOC – 40 anos

   Hugo Albuquerque - ESA, Darmstadt, Alemanha.

No meu primeiro dia de trabalho na Alemanha, por entre a papelada que qualquer trainee recebe ao chegar à ESA, estava um convite para o aniversário dos 40 anos do ESOC (European Space Operation Center). À data pouco ou nada sabia sobre o ESOC, para além do nome, e de que iria ser o meu local estágio. Com todo o entusiasmo e envolvência que rodeava o evento acabei inevitavelmente por aprender um pouco sobre a história do ESOC. De imediato se tornou evidente que o nome de Portugal era raramente mencionado, e, de facto, havíamos aderido à Agência Espacial Europeia apenas em Novembro de 2000. Decidi então precisar a presença portuguesa no ESOC desde então, e tentar enquadrá-la nos seus 40 anos de existência.

Há quarenta anos atrás, a 8 de Setembro de 1967, foi oficialmente inaugurado o ESOC, na cidade de Darmstadt, Alemanha. O seu objectivo era providenciar um centro de controlo de satélites para a European Space Research Organization, hoje conhecida como ESA (European Space Agency). Contextualizando este acontecimento na curta vida da era espacial, o ESOC nasceu uma década após o lançamento do primeiro satélite artificial, em 1957 – o histórico satélite soviético Sputnik 1.

A história do ESOC escreveu-se não apenas repleta, mas somente de sucessos, e é hoje aliás (re)conhecida por nunca ter falhado uma missão. Entre as mais sonantes, encontram-se a SMART 1, primeiro satélite europeu a orbitar a Lua; e a Cassini-Huygens, famosa missão interplanetária que aterrou em Titão, a maior lua de Saturno. Hoje, com mais de 50 missões volvidas, o ESOC opera simultaneamente 10 missões espaciais, e prepara outras 11. Das presentes missões, destacam-se a Mars Express, primeira missão europeia a Marte; a Rosetta, que após 10 anos de viagem orbitará um cometa em 2014; e a Envisat, o maior satélite de observação da Terra construído até hoje, destinado a observar e monotorizar a poluição atmosférica, a camada do ozono, o degelo polar, e os desastres naturais.

A questão surge naturalmente: Qual a quota-parte portuguesa nestes 40 anos de sucesso europeu? Em 1967, o ESOC contava com 90 staffs, nenhum português. Quarenta anos depois o ESOC conta com cerca de 250 staffs, 500 contractors, e 20 trainees. Portugal aderiu à ESA apenas no ano 2000. Somos hoje 21 portugueses a trabalhar no ESOC, 9 dos quais começaram a partir do programa INOV Contacto. Se tivermos em conta que o primeiro português a trabalhar no ESOC chegou há apenas 5 anos atrás (também ele através do Contacto, na altura da Edição 6), apercebemo-nos do quão atrasados começámos esta “missão”, mas ao mesmo tempo do muito que alcançámos em tão pouco tempo.

A contribuição do programa INOV Contacto para estes números é clara, e reflecte a importância e o valor do programa no aparecimento e desenvolvimento da Língua Portuguesa neste centro espacial europeu. Resta-nos assim a nós, presentes e futuros Contactos no ESOC, trabalhar para que os próximos 40 anos sejam de tanto ou maior sucesso, não só europeu, mas agora também português.

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Domingo, 13 de Maio de 2007

Networking

 Filipe Metelo, ESA ESOC, Darmstadt, Alemanha

 

Tinha acabado de passar o Natal e logo tivemos que partir! Cheguei a Darmstadt, Alemanha no dia 10 de Janeiro, juntamente com o Álvaro (que veio do Porto a Lisboa para apanhar o mesmo avião que eu) enquanto que a Filipa e o Hugo tinham vindo no voo anterior e o Bruno chegava um dia depois. A aventura estava a começar!

 

Para desenrascar essa noite, a Filipa tinha-nos arranjado o sofá de um conhecido dela, o Filipe (este nome, meu também, vais ser recorrente, ficam já avisados), estudante de Engenharia Mecânica da FEUP, em Erasmus aqui na TU-Darmstadt. Mas na noite seguinte chegava o Bruno e como estávamos 3 pessoas a dormir num pequeno sofá na sala de uma residência era um bocado desconfortável (e iria tornar-se insuportável com mais uma) resolvemos procurar outro lugar para ficar: a pousada da juventude (Jugendherberge) local, onde reservámos 2 noites, optimistas que rapidamente arranjávamos casa. A procura de casa já tinha começado e íamos ver nessa noite um quarto na residência de um francês (o Guillaume) que me respondeu a um e-mail oferecendo-se logo para me dar dormida, pois trabalhava aqui no ESOC, para onde eu vim estagiar. Infelizmente, a casa dele era muito longe mas serviu-nos de lição : era difícil arranjar uma casa como queríamos e assim começámos uma procura de casa mais exaustiva e aplicada, a ver anúncios no jornal, páginas de Internet, a telefonar, a visitar.

 

Dois dias depois, quando íamos renovar a estadia na pousada, descobrimos que estava esgotada. Aliás, era o caso da maior parte dos sítios aqui na cidade, por causa de uma feira que ia decorrer em Frankfurt. Estávamos, assim, sem sítio para dormir na semana seguinte. Mas mais uma vez nos safámos, desta vez, através de uns portugueses, o António e o Filipe (mais um), que estão cá a trabalhar num típico pub/cervejeira local (Ratskeller). Conhecemos o Ratskeller nos primeiros dias (ou noites) que cá estivemos e logo ficámos apaixonados pelo sítio, pela cerveja local, e pelo atendimento, passando a ir lá regularmente. E foi assim que perguntámos ao Filipe se conhecia algum sítio alternativo para ficarmos uns dias (ou semanas) ao que ele nos indicou a Pensão Müller, um sítio um bocado "underground", mas bem porreiro, onde morámos até ao fim do mês.

 

Entretanto, no dia 15, começámos a trabalhar e na mesma semana, finalmente, arranjámos casa. Tivemos a preciosa ajuda da Leonor (ex. colega de curso do meu irmão, em Lisboa, que trabalha aqui na Merck, uma empresa farmacêutica) para lermos e percebermos o contrato de aluguer em alemão (cheio de letras pequeninas e cláusulas esquisitas). Acabámos por não ficar com essa casa mas o tal contracto passou a ser-nos familiar e isto permitiu-nos fazer as perguntas certas quando finalmente (no final dessa mesma semana) alugámos a casa onde agora estamos a morar (um apartamento que partilho com o Álvaro).

 

E foi assim que começámos a nossa experiência aqui, na Alemanha. Graças a toda uma série de contactos que fomos fazendo e pessoas que fomos conhecendo, as coisas foram-se resolvendo e, naturalmente, o rebuliço foi diminuindo. Assim, após alguns outros episódios, cá estamos já numa situação estável, integrados, e a começar a desfrutar. E a sentir aquele sentimento tão português: a saudade!

 

publicado por visaocontacto às 14:59
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Segunda-feira, 5 de Março de 2007

Foto-Reportagem Darmstadt

Filipa  Andrade
INI Graphics
Alemanha, Darmstadt






1 Localização
Aqui fica um zoom sobre a minha localização: Darmstadt, Hessen, Alemanha, Europa, Terra, Sistema Solar, Via Láctea, Universo,...
Tive curiosidade em saber quão mundialmente abrangentes são as relações / contactos que tenho aqui em Darmstadt. Convém frisar que é o segundo ano que estou a viver aqui, fiz Erasmus na Technische Universität Darmstadt de Outubro de 2004 a Setembro de 2005, daí já ter alguns amigos na cidade.
Mantenho contacto com pessoas de vários países:
Casa: Alemanha
Trabalho: Alemanha, Bulgária, Portugal, Rússia
Amigos e Actividades: Alemanha, Bangladesh, Brasil, Camarões, Chile, China, Espanha, Irão, Peru, Portugal, Singapura, Turquia, Venezuela
Em relação às línguas o alemão predomina e ainda bem pois estou empenhada em melhorar o meu nível. Vivo com 3 alemãs num WG que é a abreviatura para Wohngemeinschaft que significa apartamento partilhado. Normalmente cada pessoa tem o seu quarto e todos partilham a cozinha, casa de banho, hall e eventualmente sala (se bem que não é comum haver sala). No trabalho falo mais inglês pois quando se trata de termos mais técnicos é sempre bom não surgirem dúvidas.
Também falo português porque o Bruno Fernandes, que também é estagiário do C10, trabalha mesmo à minha frente. Misturas das 3 línguas são inevitáveis e muitas vezes muito úteis, há palavras e expressões que são melhores numas línguas que noutras e é comum usá-las no meio de conversas noutra língua, uso principalmente alemão no meio do inglês. Por exemplo, em alemão a palavra doch é usada para negar uma negação de qualquer tipo e é comum usá-la no meio do inglês ou mesmo do português. Exemplo:
– Tu não contribuíste para a newsletter da Network Contacto.
– Doch!
Neste caso doch quer dizer “sim contribui para a newsletter”.
 
2 Foto-Reportagem
E agora mais um contributo visual, uma série de fotos de locais que já visitei perto de Darmstadt.
No mapa seguinte podemos ver a localização de Darmstadt, Frankfurt am Main, Bensheim, Weinheim, Heidelberg e Mainz.
 
2.1 Darmstadt
A cidade onde vivo e trabalho. É pequena mas tem muita actividade principalmente científica devido à Universidade e a variados institutos de investigação que aqui existem.
 
2.2 Bacharach
Uma pequena vila no estado de Rheinland-Pfalz. Banhada pelo Reno apresenta edifícios muito
bonitos destacando-se o Castelo Stahleck que actualmente é uma pousada de juventude.
2.3 Bensheim
Cidade a sul de Darmstadt situada na zona da Bergstrasse, zona conhecida pelo seu vinho.
2.4 Frankfurt am Main
Frankfurt é uma cidade banhada pelo rio Main conhecida pelos seus arranha-céus, que são maioritariamente sede de vários bancos incluindo o Banco Central Europeu. Römer que significa romano é o nome da câmara, situada na praça mais bonita e mais conhecida de Frankfurt.
2.5 Heidelberg
Uma cidade muito visitada devido ao seu castelo. É banhada pelo rio Neckar.
2.6 Lindenfels
Uma pequena vila com um castelo do século XI situada na floresta Odenwald.
A vista do castelo é muito bonita conseguindo avistar muitas outras vilas da região.
2.7 Mainz
É uma das cidades alemãs mais conhecidas pelo seu Carnaval. Foi exactamente na 2ª feira de Carnaval que lá fui. Aqui podemos ver o desfile onde os mascarados nos seus carros atiram guloseimas e outros brindes aos espectadores.
2.8 Michelstadt
Uma pequena vila muito bonita mesmo no centro da floresta Odenwald. O antigo edifício da câmara é simplesmente maravilhoso.
2.9 Rüdesheim
Vila banhada pelo Reno, do lado oposto de Bacharach. A rua Drosselgasse é uma pequena e estreita rua que, devido a uma grande acção de publicidade, conta com mais de 3 milhões de visitantes por ano.
publicado por visaocontacto às 10:45
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