O desenvolvimento actual da energia eólica na Polónia face ao desenvolvimento Europeu
Muitos países decidiram fixar metas quantitativas ambiciosas para a quota de energia eólica no seu cabaz energético. Actualmente, a geração eólica cobre mais de 20% do sector doméstico de energia na Dinamarca e quase 9% em Espanha, sendo que a demanda coberta pela energia gerada a partir do vento na UE - 25 é de 3,3%.
A Alemanha, líder no sector, tem uma capacidade total instalada que excede os 20.600MW; a esta segue-se a Espanha, com mais de 11.500MW. No território da Europa, totalizando, existem turbinas eólicas que perfazem uma capacidade maior que 48.500MW, valor este que tem aumentado consideravelmente a cada ano.
A utilização de energia eólica na Polónia ainda se encontra numa fase inicial, sendo ainda um dos países com menor densidade da Europa (capacidade instalada per capita 0,0037 kW, e 0,45 kW/km2).
Neste território, actualmente, existem cerca de 142 turbinas, perfazendo uma capacidade de geração de energia total de 463MW no passado mês de Fevereiro. A utilização desta energia no consumo doméstico de energia eléctrica tem vindo a aumentar, como esperado: em 2004 assumia o valor de 0,1% e, em 2008, já conta com 0,51%.
De momento ainda não existem projectos de parques eólicos realizados offshore na Polónia, enquanto em países como a Grã-Bretanha, Dinamarca ou Holanda, este investimento offshore é o principal foco no desenvolvimento do sector.
Parques eólicos na Polónia
[Imagem: Os parques eólicos distribuem-se mais pela secção Norte, Centro e Sul do país, sendo que as regiões a Este e Sudoeste estão ainda por investir]
Subsídios para produção de energia eólica na Polónia
Actualmente na Polónia, investidores de parques eólicos podem solicitar apoio para a realização dos investimentos da construção destes parques do Fundo da Defesa Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Poucos parques têm este apoio, pois as regras de concessão de empréstimos e amortização e concessão das garantias, créditos e doações de recursos deste fundo não são especialmente favoráveis para a energia eólica. No entanto, os investidores interessados no financiamento de projectos neste sector podem também inscrever-se nos fundos Europeus 2007-2013, que oferecem a oportunidade de co-financiar projectos em fontes de energia renováveis.
Perspectivas de desenvolvimento
A necessidade de aumentar a utilização de fontes de energia renovável resulta nas obrigações internacionais da Polónia respeitantes à União Europeia. A adesão à EU e respectivas directivas relativamente a fontes de energia renovável, impõem sobre a Polónia a obrigação de estas participarem com 7,5% no consumo energético nacional bruto em 1010. Por cima de tal valor, está a decisão do Ministério da Economia Polaco, onde consta o aumento desta meta para 10,4% (estes planos dizem respeito à instalação de 2000MW de energia eólica e 2,3% das quotas de produção desta no consumo energético nacional).
Futuro mais longínquo
Outros objectivos, a longo prazo, após o de 2010, também já estão em curso: a Polónia, à semelhança de outros países membros, trabalha actualmente mediante a determinação de objectivos no âmbito da utilização de energias renováveis para 2020, aprovando (a criação e, consequentemente, negociação com a Comissão Europeia) metas nacionais obrigatórias no âmbito da quota das energias renováveis no cabaz energético até 2020, o que será essencial para o desenvolvimento das FER nos próximos anos.
Apesar de a Polónia estar ainda muito atrás dos grandes (Alemanha, E.U.A., Espanha, Dinamarca...), este país tem um potencial de desenvolvimento significativo. Empresas como a Martifer Energy Systems, Iberdrola Renewables, Invenergy entre outras, estão a apostar nesta região para expandir o seu mercado.
Mitos
O cidadão comum ainda traz consigo alguns mitos sobre a energia eólica, por exemplo, no que respeita a impactos negativos como o barulho e influência nos pássaros. Claramente, como todas as aplicações técnicas, o funcionamento de uma torre eólica liberta algum ruído (devido à rotação das pás, cada uma podendo chegar aos 45m), mas este, quando as turbinas estão devidamente localizadas, é absorvido pelos arredores (árvores e plantas ao moverem-se com o vento). Estando localizado a 350m de uma turbina em funcionamento, o volume desta poderá chegar aos 40dB. Este valor, comparado com as emissões sonoras do dia-a-dia, é um valor muito reduzido:
Tráfego nas cidades – 80dB
Ar condicionado – 60dB
Restaurante cheio – 70dB
Criança a chorar – 115dB
Aspirador – 70dB
Máquina de lavar – 78dB
Por outro lado, existe também o mito de que as torres eólicas em funcionamento são responsáveis pela morte de aves numa grande quantidade. É certo que as turbinas eólicas são um obstáculo para as aves. No entanto, na maioria dos casos as aves conseguem visualizar as torres e adaptar a sua passagem por estes. Também é de ter em conta que as usuais rotas de aves ocorrem a uma altura superior à das turbinas eólicas (150m). De realçar, também, que a influência da energia eólica na mortalidade de aves é ínfima em comparação com outras formas de actividade humana. Em cada 10000 casos, a mortalidade dos pássaros relaciona-se com as seguintes actividades:
Turbinas eólicas - <1
Torres de telecomunicação – 250
Pesticidas - 700
Veículos – 700
Linhas de alta voltagem – 880
Outras formas de actividade humana - 1000
Gatos – 1000
Edifícios – 5500
http://www.pnoconsultants.com/http://www.cleantech.com/
http://www.governo.gov.pt/
António Neves da Silva | C13
Dalkia
Wakefield | United Kingdom
Kilohertz is not a unit of energy it’s a unit of frequency. It’s the frequency we’ve been hearing the word energy everyday. Megahertz is the frequency the word crisis comes up and Gigahertz is the frequency we hear nonsense, many times related with energy and crisis.
Don’t believe the truth! It’s necessary to be critical about what we read, what we hear and what we buy. Now in Portugal there’s a polemical issue that we can read on the news regarding certain thermodynamic panels that work also during the night and they have been advertised as solar panels. It seems nonsense! The panels effectively also work during the night but definitely not on solar energy, unless we want to consider wind and wave energy as solar energy as well, just because they derived from the sun. And tide energy? Is it solar energy? For that we need to thank the sun, the moon and the earth’s gravitational force. Anyway, there is a big investment of the Portuguese government in solar thermal energy. Since March this year, people can acquire solar thermal systems for heating water and central heating that are financed up to more than 50%. This seems like a positive step forward and considering a household of 4-5 people, the payback of the investment can go to 3 to 4 years. This appears to be a great achievement for the government and might be great deal for the customers, considering that the equipment can be used for approximately 20 years.
While in Portugal we have been talking more about renewable energies, in the UK we’ve been hearing more about new coal plants in the country. Ed Miliband, the Secretary of State for Energy and Climate Change said that Britain planned to lead the world in clean coal technology. He also announced that the new coal plants can only be built if they capture 100% of greenhouse gases by 2025. The idea is to collect carbon emissions from the coal power stations and transport them out to sea, where they will be buried in redundant oil and gas fields. CCS (Carbon Capture and Storage) can also be done through other technologies and mechanisms, but these solutions are not cheap, haven’t been proved to be reliable and will certainly increase the cost of energy.
Centralised or decentralised energy production?
Portugal and United Kingdom are betting on both. Regarding centralised power, both countries have been growing on wind power capacity. UK became the world leader in offshore power generation in 2008 and Portugal increased its electricity generation from wind in 42% over the last year.
In Portugal we hear more about the Government planning to build new biomass plants for centralised power generation, while here in the UK we also hear about building more biomass plants for decentralised energy production. These are called CHP (Combined Heat & Power) plants or cogeneration plants. The advantage is that the heat emitted by the generation of electricity can be used either for district heating or for industrial processes involving steam and hot water.
In the UK there is a big heat requirement for residential buildings and we can see large CHP plants associated with them, while in Portugal large CHP plants normally exist in industrial facilities and Hospitals. Recently due to micro-generation legislation in Portugal it is profitable to have micro-cogeneration (MCHP) plants where there’s a constant heat demand, because electrical energy can be sold to the grid at attractive prices. These MCHP plants are used in smaller industrial facilities and also in small hospitals and healthcare centres.
There is also an interesting project that both countries worked together, called Pelamis. The first commercial scale wave power generation park in the world was develop by a British company and installed in the Atlantic coast of Portugal.
Since the biggest percentage of renewable power comes from Hydro energy, an idea of a dam over the English Channel (La Manche) has certainly been on the minds of many people. The Channel is 33 kilometers in its narrowest section (the Strait of Dover). The potential capacity of power generation is enormous and since they have been developing technologies to keep fish away from the turbines there’s a bigger possibility this idea is considered more seriously in the future. Similar to wind farms, tidal turbine towers can be placed in the bottom of a river or of the sea and the environmental impact could be diminished by avoiding the construction of a dam.
Conclusion
It seems, as far as thermal energy, UK and Portugal can continue to invest on the same solutions for the Industrial sector, like CHP plants, but for the residential, solar thermal is a decentralised solution that fits Portugal better and district heating is a decentralised solution more adequate for the UK.
Concerning power, both countries still look more into centralised solutions for the future, like coal, gas, oil, hydro, wave energy, tidal energy, biomass and nuclear.
Sources
Uma verdade inegável é que a maior economia mundial vive a maior crise desde a Grande Depressão, podendo esta, segundo analistas e comentadores económicos, tornar-se ainda mais grave que esse marco História Económica, se não forem tomadas medidas drásticas, capazes de estancar a hemorragia que fere o âmago da economia Americana.
Os passos do presidente Barack Obama para reverter esta profunda recessão e reestruturar o enfraquecido sistema financeiro dos EUA e o grande gasto previsto para estimular a maior economia do mundo e limpar os balanços de bancos de activos tóxicos, enfrentam obstáculos de congressistas influenciados pelo partidarismo e lobbies poderosos, e grandes empresas que não querem largar o poder que lhes pertence há demasiado tempo.
Um dos alvos da estratégia para limpar o sistema financeiro será atrair investidores privados com abundantes empréstimos para comprar hipotecas ruins e outros activos tóxicos e a compra pelo governo americano de activos tóxicos de bancos em dificuldades para que estas instituições possam voltar a conceder empréstimos, o que estabilizará o sistema financeiro. Só assim se restabelecerá a confiança no sector bancário norte-americano - parece ser a crença governamental.
Um dos passos mais importantes para a recuperação económica e mudança de mentalidade na direcção económica dos EUA é a aposta nas energias renováveis e consequente menor dependência em termos de importações de fontes de energia.
O pacote de estímulos económicos assinado pelo Presidente Obama em Fevereiro, direcciona mais de 80 mil milhões de dólares para a construção de uma nova e mais limpa infra-estrutura energética nacional. Vai ser criado um RPS (Renewable Portfolio Standard) que requererá que 25% por cento da electricidade americana seja derivada de fontes renováveis até 2025, o que tem o potencial de criar centenas de milhares de novos empregos. Este investimento foi saudado como algo sem precedentes, principalmente tendo em conta o contexto dos últimos 30 anos no sector da energia. Numa nação que gasta cerca de mil milhões de dólares todos os dias só em gasolina e que continuamente produz um milhão de milhão de Watts de energia eléctrica, é fácil verificar que este é apenas um primeiro passo. Um primeiro passo mas sem dúvida crucial, no caminho traçado para uma nova e mais limpa economia energética.
Ora, a presente crise económica afectou sobremaneira o mercado da energia eólica, nomeadamente a nível de uma maior dificuldade em obter financiamentos e o valor desses financiamentos.
Porquê então esta aposta em energia eólica quando esta atravessa um período menos positivo? As razões são várias e a vários níveis:
1. Baixos custos de operação o que leva a uma redução geral do preço da electricidade;
2. O combustível é grátis, abundante e inesgotável;
3. É uma fonte de energia limpa;
4. Melhora sobremaneira a estabilidade no fornecimento de energia dos Estados Unidos
5. Uma instalação utiliza, em média, menos de 1% do terreno do projecto, sendo possível continuar a cultivar à volta das turbinas de vento, estradas e linhas de transmissão.
Estes benefícios registam-se a nível regional, promovendo o desenvolvimento económico de muitas zonas rurais espalhadas pelo país, o referido uso contínuo de cultivo e pecuária, criando centenas de postos de trabalho temporários e permanentes, e gerando altos valores de impostos directos para a comunidade. Verificam-se também a nível nacional, pois é uma forma de produção de energia amiga do ambiente, que assegura estabilidade no fornecimento de energia e que permite a criação de milhares de empregos verdes qualificados.
Esta é uma aposta não só a médio mas, essencialmente, a longo prazo. Isto para a economia de um país que, apesar de tudo, não tem uma tão grande dependência energética como, digamos, Portugal. Na realidade, Portugal tem que rever prementemente a sua política energética. Somos um dos países da UE com maior dependência do exterior para alimentar a indústria nacional. Obviamente, estes altos custos traduzem-se numa clara perda de competitividade no mercado global. A aposta em energias renováveis, como a eólica, podem trazer altos benefícios para a economia portuguesa, deixando esta de ter de suportar custos tão altos e de sofrer fortes impactos com as variações de preços nos mercados internacionais das fontes energéticas tradicionais.
É inteiramente possível concretizar esta meta. Só são precisos novos e mais fortes incentivos pois o know-how e a capacidade existem, como é possível comprovar pelo registo da EDP Renováveis, líder mundial no sector das energias renováveis, sendo o quarto maior operador de energia eólica a nível global e o terceiro nos Estados Unidos (país com a segunda maior taxa de utilização de energias renováveis), neste último através da Horizon Wind Energy.
Este é apenas mais um exemplo de que, e aqui entra o cliché, “Yes, we can”
Daniel Fernandes Saldanha
Horizon wind Energy (EDP)
EUA
Redução da Dependência Energética como Solução
O receio económico generalizado tomou conta das vidas não só dos portugueses como de todo o Mundo. Repetidamente, ouve-se e lê-se que vivemos numa era global e sem fronteiras e, assim sendo, teremos de viver com tudo o que de positivo e negativo tal modelo económico e social acarreta. Antes de tentarmos arranjar soluções para esta crise há muito anunciada, e que terá o seu auge em 2009, temos de tentar perceber o porquê destas quebras económicas tão repentinas e acentuadas que levam, todo o mundo, a indicadores de depressão dramáticos.
Muitos se perguntam ou, simplesmente, já não se recordam de onde surgiu esta crise financeira mundial. A crise teve início no país que muitos apelidam de super potência mundial – E.U.A.!
Com a crise das empresas dotcom o mercado de imóveis aqueceu e o FED (Banco Central Americano) resolveu baixar os juros para que as pessoas passassem a financiar e fazer empréstimos. A iniciativa deu certo.
O mercado imobiliário viu que o financiamento era uma boa maneira de ganhar dinheiro e, em 2003, houve um aumento na procura pelo crédito, já que os juros no sector chegaram a 1% ao ano, o menor em 50 anos nos EUA. Comprar imóveis era um dos melhores investimentos e a prática de hipotecar, comum nos EUA, aumentou consideravelmente.
O problema maior começou quando essas empresas que hipotecavam, “descobriram” o subprime, um tipo de crédito para pessoas de baixos rendimentos. Como o risco, neste tipo de negociação é mais alto, já que as garantias de recebimento são pequenas, os lucros que incidem nestes créditos são maiores. (ex.: Uma pessoa hipoteca a sua casa por 100 mil euros paga à hipotecária 100 mensalidades de 2mil euros. Lucro de 100%).
As hipotecárias passaram a vender esses títulos a bancos e fundos de pensão, alegando altos ganhos. A empresa que pagou 100 mil ao proprietário do imóvel, repassa para os bancos por 150 mil, mas o imóvel no fim vale 200 mil. Um bom negócio se não fosse o risco final. Como as pessoas que aderiram a esse crédito eram de baixos rendimentos, elas passaram a não pagar as mensalidades e o mercado começou a temer o subprime.
Um ano mais tarde, o valor dos imóveis atingiu o seu máximo e começou a cair. O FED passou a aumentar os juros na tentativa de conter a inflação. Isso encareceu os créditos e naturalmente afastou os compradores. Com isso, aumentou consideravelmente o número de imóveis à venda, fazendo com que os valores destes imóveis despencassem e o número de pessoas que não pagavam aumentasse cada vez mais pois, com os juros mais altos, as pessoas não conseguiam pagar as suas dívidas. Com menos crédito, menor o poder de compra e menos dinheiro passou a circular no mercado, gerando um problema de liquidez. Para se ter uma noção dos efeitos devastadores desta crise... quase dois milhões de americanos perderam o emprego no ano transacto.
Este factor conjugado com a volatilidade que se verificou com o preço do petróleo a atingir sistematicamente preços máximos históricos ao longo dos dois últimos anos, deu origem à maior crise financeira dos últimos 70 anos. Resumindo, a causa principal de toda esta crise é... dos ESPECULADORES!
Uma das soluções para contrariar ou amenizar esta crise é tornar a economia dos países menos vulnerável a tais “bichos papões”.
No caso específico de Portugal, a sua dependência energética é das mais acentuadas de todos os países da U.E. Para se ter uma noção, a taxa de dependência energética em 2007 era de 83,1%, muito acima da média europeia (54%). Isto implica um elevado custo na importação de energia, principalmente petróleo, sujeita a variações do mercado internacional. As soluções são complexas mas incluem o aumento da eficiência energética (1), a diminuição dos consumos (2) e a aposta em novas formas de energia (3), nomeadamente as energias renováveis.
1 - A optimização do consumo de energia deverá abranger todo o processo de produção, distribuição e consumo dessa mesma energia. Assim, em relação à produção será necessária a aposta em energias “amigas do ambiente” em que, no processo de transformação de energia, sejam produzidos o mínimo de desperdícios possíveis, por exemplo, a descentralização com produção de energia mais perto da zona de consumo, diminuindo as perdas energéticas no transporte (políticas de sustentabilidade e eficiência energética).
Relativamente ao consumo de energia, a eficiência depende da sua utilização mais racional, quer a nível doméstico (equipamentos mais eficazes, menor consumo), quer a nível industrial.
2 - Em 2007, do total de energia final para consumo, 36,57% foi utilizada em transportes (o sector onde mais se gasta energia), sendo que 89,98% se destinava a transportes rodoviários. O sector doméstico constituiu 16,75% dos gastos de energia, tendo a electricidade um peso de 36,04% dos gastos.
Desta forma, é essencial a diminuição da utilização do automóvel particular, promovendo melhores redes de transportes públicos, a criação de redes ferroviária e marítima europeias, para transporte de pessoas e mercadorias.
Em relação aos edifícios, a promoção da arquitectura bio climática, assim como a reconversão do parque habitacional e de escritórios para a produção de energia e calor, generalizando a micro geração e co-geração, são algumas hipóteses.
3 - As alternativas energéticas incluem as energias renováveis: eólica, foto voltaica, solar térmica, bio massa, bio gás, mini-hídricas, geotermia, ondas, etc. Estas diferentes tecnologias são soluções complementares e nenhuma delas por si só é a solução para as nossas necessidades energéticas.
Este tipo de energia, se adequadamente desenvolvido, permitiria a diminuição da utilização de combustíveis fósseis, reduzindo assim a importação de energia e a dependência de Portugal a nível energético, assim como seria um contributo importante para a diminuição da emissão de gases de efeito de estufa (GEE).
A Áustria é líder mundial na utilização de energias renováveis e no desenvolvimento de tecnologia ambiental. Os austríacos apostam também na construção sustentável dos seus edifícios.
Energia e Ambiente
Em 2004, 21% do fornecimento total de energia primária austríaca provinha de fontes de energias renováveis, contra 6,8% dos países europeus e 5,6% da América do Norte.
Na Áustria, as energias renováveis contam com cerca de 65% (contra os 14,8% da América do Norte e 18,2% dos países da OCDE), para a produção de electricidade, sobretudo através da energia hidráulica, mas também da biomassa, energia eólica e resíduos recicláveis.
A indústria ligada às renováveis tornou-se um dos sectores mais dinâmicos da economia austríaca e é apoiado por uma razoável taxa ambiental. As empresas austríacas são reconhecidas como líderes mundiais no campo da tecnologia ambiental, especialmente no que respeita a painéis solares, ao desenvolvimento de edifícios energeticamente eficientes, à produção de biodiesel, aos componentes de sistemas de energia hidráulica e solar e em instalações e equipamentos para o uso de biogás e biomassa como sistemas de aquecimento.
O papel de líder nesta matéria tem levado a uma crescente cooperação a nível internacional, tendo este sector um peso crescente na internacionalização da sua economia.
A Áustria lidera também nas tecnologias ambientais, como se pode comprovar comparando sete recentes eco-rankings dos EUA, Canadá, Suiça, Holanda e Áustria, tal como a lista de Agência do Ambiente da UE. A principal razão para este posicionamento deve-se à forte utilização de fontes de energias renováveis, à eficiente reciclagem de resíduos e à predominância da agricultura biológica. O benefício global da utilização de energia renovável produzida na Áustria atinge cerca de 4 mil milhões de euros. O número de empresas neste sector aumentou de 250 para 330 nos últimos 10 anos, empregando cerca de 18 mil pessoas. Aproximadamente 65% da produção de energia é exportada e o sector tem crescido cerca de 7% ao ano (dobro da média).
Esta política permitiu uma efectiva redução da poluição do ar. O objectivo é conseguir uma redução das emissões de CO2 para 13% até 2012. A mesma Agência afirma que a Áustria se pode orgulhar de ter o segundo plano mais ambicioso da UE 25.
Para atingir estas metas o governo austríaco atribuiu, nos últimos cinco anos, mais de 270 milhões de euros para cerca de 5.400 projectos o que impulsionou o investimento em tecnologias ambientais por particulares e empresas em mais de 1,4 mil milhões de euros, criando cerca de 13.300 postos de trabalho.
Construção
Falar em defesa do ambiente é hoje falar em construção sustentável. Na Áustria é visível a preocupação cuidada na construção privada e pública, também por causa das suas condições climatéricas, e tradição na protecção e conservação do ambiente.
Com o objectivo de desenvolver esta área, foi criado programa “Austrian Program on Technologies for Sustainable Development” com o subprograma “Building for Tomorrow”. Este subprograma abrange dois importantes vectores em termos de energia solar e eficiência energética para a construção: a habitação passiva (passive house) e o método de minimização de energia na construção, ambos com uma forte preocupação económica, ecológica e social.
A chave para realizar este objectivo está na inovação, não só tecnológica mas também social, e na inovação tecnológica e institucional.
Dada a importância do sector construção na economia austríaca, com uma produção anual bruta de 30 mil milhões de euros e uma forte presença internacional, com destaque nos países do centro e sudeste da Europa, a Áustria investe de forma activa na inovação como principal factor de competitividade das suas empresas no mercado global.
Em conclusão: Esta ideias, filosofias, leis ou seja, esta opção de vida é possível ser utilizada e aplicada no dia a dia da vida dos austríacos, pelo elevado grau de educação cívica, intrínseca na mentalidade publica austríaca, como também pela permanente informação e educação sobre este temas nos meios de comunicação social que nos últimos 20 – 25 têm vindo a formar uma mentalidade colectiva dirigida à perseveração do ambiente.
O tema, em voga, dos radares de controlo de velocidade, já há vários anos em utilização neste pais e cuja localização esta divulgada junta do público automobilista, mesmo em vias rápidas em que seria possível a circulação a altas velocidades, estas são impedidas pela intervenção das populações circundantes, com apoio das autoridades, não só como prevenção rodoviária, mas também, por questões ambientais tais como a emissão tanto de poeiras e como de maiores níveis de CO2 das viaturas em prestações mais elevadas. Outros exemplos desta educação cívica poderiam ser enumerados.
Acreditamos que a abertura e internacionalização da visão concedida ao jovens quadros através deste programa Inovcontacto, com uma maior mentalização para os temas aqui referidos, pode trazer grandes benefícios às empresas portuguesas, nomeadamente na sua competitividade, bem como para a maior consciencialização por parte da sociedade civil.
Gostaria de referir que para este pequeno artigo contribuíram os colaboradores e a estagiário do programa Inovcontacto desta Delegação.
Pedro Ayres de Abreu - Delegação - Áustria.
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