Quarta-feira, 11 de Março de 2009

Porquê Angola? (*)

Em entrevista à revista Exame de:  Março 2009.

Porque quer emigrar para a Angola?

 

Antes de apontar especificamente as razões que me levam a emigrar para Angola, penso que a maior parte das pessoas associa o país e o grande crescimento que tem vivido nestes últimos anos a uma forma fácil de ganhar dinheiro, não só através dos salários e condições oferecidas pelas empresas nacionais e multinacionais presentes, mas também pelas oportunidades de investimento que se deparam aos empreendedores/investidores. Nesse sentido, Angola não deixa de ser um destino muito apreciado por muitas pessoas que por vezes se deixam guiar apenas por um facilitismo aparente em chegar mais rapidamente ao topo. Quem acompanha a realidade angolana, apercebe-se que o sucesso de muitas pessoas e empresas muitas vezes não é devidamente sustentado e termina em fracasso, fruto de um desconhecimento da realidade angolana.

 

Se é certo que a questão monetária desempenha um papel preponderante, Angola oferece fundamentalmente a hipótese de podermos aproveitar devidamente as nossas qualificações em empresas de renome instaladas e de credibilizarmos o nosso trabalho em função de uma sociedade em crescimento. Desta forma, o salto para a implementação negocial poderá ser feito de uma forma mais gradual, com experiência adquirida no mercado e com maiores hipóteses de sucesso. Dentro desta perspectiva considero que se oferecem possibilidades para desenvolver uma actividade lucrativa sustentada a longo prazo.

 

De que forma pode contribuir para a reconstrução nacional?

 

A última vez que estive em Angola foi há dois anos. Estive apenas dois dias em Luanda e o resto do meu tempo foi passado no Lobito. Mesmo assim, apercebe-se facilmente da avidez e da concentração de pessoas em desenvolver a maior parte da sua actividade na capital. Tudo isto se traduz num ritmo de vida frenético e numa má qualidade de vida, de certa forma suportada pelas condições monetárias que se auferem. Como a adaptação não é fácil, o factor monetário nem sempre acaba por persistir e ser decisivo para que as pessoas decidam continuar. Numa altura em que existe uma maior descentralização de investimentos, com tendência a uma maior homogeneização das províncias de Angola, facilmente encontramos novas oportunidades fora da capital. Um exemplo disso constata-se nas cidades do Lobito e de Benguela onde a actividade empresarial e as novas oportunidades têm vindo a crescer exponencialmente. Creio que, devido às lacunas que existem em Angola, a flexibilidade associada a um quadro superior é bastante grande, não se confinando apenas ao que sabe fazer, mas aproveitando os conhecimentos que adquiriu ao serviço da sociedade. Desta forma, um engenheiro pode facilmente dedicar-se a exercer a sua actividade, mas também disponibilizar os seus conhecimentos em prol dos outros, optando por uma carreira docente.

 

Finalmente acho que a formação que estou presentemente a desenvolver me ajudará não só a sedimentar os conhecimentos para que possa desenvolver e criar novas oportunidades de negócio em Angola, mas também para ajudar quadros angolanos a desenvolver competências para a criação de um país melhor. Com estas perspectivas estarei certamente a contribuir para criar um futuro mais credível para o país.

 

Quais as expectativas?

 

A crise que actualmente vivemos não deve servir de desculpa para que percamos as esperanças num futuro melhor. Muitas vezes até servem para um novo ponto de partida, mas para isso é necessário que tiremos ilações. Para que as expectativas tomem o caminho certo e dessa forma possamos contribuir para uma sociedade melhor devemos apostar fundamentalmente em duas vertentes – a ética nas empresas versus responsabilidade social. Nesse sentido, qualquer empresa deverá ter em mente o apoio e a contribuição para uma melhoria das condições de vida da sociedade. Esta necessidade é premente em Angola como forma de evitar o fosso entre a classe pobre e rica. Por outro lado, esta responsabilidade não deverá ser obtida à custa de qualquer preço. As empresas deverão reger-se por um conjunto íntegro de princípios, apostando na formação e na gestão de recursos humanos para a contribuição de uma sociedade mais equitativa e consciente. Numa altura em que Angola nos abre a porta para a constituição de um futuro melhor, considero que é uma grande aposta, oportunidade e dever de cada um de nós contribuir para alcançar estes objectivos.

 

 

(*) Paulo Jorge Ramalho Duarte (C7)

 

Engenheiro Electrotécnico

Profabril (China - Macau)

Presentemente a realizar o MBA na AESE/IESE

 

publicado por visaocontacto às 15:35
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 2 de Março de 2009

Contacteantes em directo nos EUA

Ana Rainito, António Veloso, Mariana Simões, Rui Cabrita e Rui Ferreira, sob os focos do programa Comunidades EUA.

 

Vê aqui as entrevistas:

(na primeira parte, para os mais apressados, as entrevistas começam aos oito minutos)

 

 

publicado por visaocontacto às 11:28
link do post | comentar | favorito
Domingo, 22 de Fevereiro de 2009

Entrevista a Francisco Simões - Negócio a partir da Cisco Systems-USA

Como repórter contacto tomei como opção entrevistar um colega de trabalho, sobre investimento no nosso Portugal. Quanto mais tempo passamos cá fora (neste caso nos EUA), melhor percebemos, que aí temos tudo para ter sucesso. Somos mais produtivos, trabalhamos melhor em equipa, e somos batalhadores por natureza, apenas nos falta um sentimento, generalizado a toda a sociedade, de “positivismo”. Pedi então, ao meu caro e estimado colega de trabalho, e também “contacteante”, o Dr. Frederico Brimbela Simões (formado em Gestão de Marketing pelo ISCTE) para se debruçar sucintamente sobre a sua ideia de investimento em terras lusas.

Marcos Gonçalo Guerra Santos | C12

Cisco Systems

San José | EUA

 

 

 

Frederico, gostaria de saber em primeiro lugar como está a correr o seu estágio na Cisco Systems nos EUA?

“Hoje posso afirmar com toda a certeza que foi a melhor opção que tomei. A nível pessoal conheci uma cultura semelhante à nossa, pessoas excepcionais, e o conceito do american dream foi finalmente desmistificado, para mim. Temos um país excepcional, onde apenas falta o sentimento de confiança e optimismo. A nível profissional, deparei-me com uma realidade bem diferente da portuguesa, a nível de dimensão tudo aqui é enorme, só na Cisco somos cerca de 60.000 pessoas. Estou a trabalhar com um dos responsáveis de Marketing da Cisco e a aprender bastante sobre o produto do futuro na área de Networking, o CVO (Cisco Virtual Office), neste momento devido a questões de confidencialidade, apenas posso referir que se trata, resumidamente, de trabalhar a partir de casa num ambiente “informaticamente seguro”, uma ideia simples que irá revolucionar o futuro.”

 

Em que consiste a sua visão de investimento nacional?

"A oportunidade de negócio que gostava de partilhar nesta breve entrevista é a criação de uma empresa que actua no sector dos transportes, que visa solucionar lacunas no serviço prestado aos passageiros dos aeroportos de Portugal. Inicialmente este negócio irá concentrar-se apenas no aeroporto de Lisboa e tem em conta o novo aeroporto.”

 

Como surgiu esta sua ideia de negócio? Será resultado das suas muitas viagens por esse mundo fora?

“Sem dúvida. Após algumas viagens pelo mundo e ter visto muitas coisas novas e muitas oportunidades houve uma que me chamou particularmente a atenção, após uma breve recolha de informação e posterior análise, comecei a achar que o negócio pode mesmo resultar em Portugal, o conceito é muito simples, diferenciador e assenta na ideia “transportes partilhados”.

 

O que torna esta ideia um investimento vitorioso?

“A oportunidade de criar uma empresa de raiz. Uma empresa dinâmica, com uma ideia central “Racionalidade” simples, eficiente e eficaz, com um conceito totalmente novo, inovador em Portugal.”

 

Fale-nos um pouco mais sobre o core business da empresa.  

“O core business desta empresa é a sua especialização em transfers que realizam o transporte de pessoas desde o aeroporto até uma morada específica e vice-versa, até aqui nada que um táxi não faça, é um serviço “porta a porta” mas este negocio é diferenciador porque funciona como um transporte porta a porta, onde uma das portas é o aeroporto, o preço de cada transfer é fixo, previamente estabelecido e regulado, varia consoante a zona de destino (no caso dos transferes que saem do aeroporto de Lisboa – fluxo out) ou local de Pick-up (no caso dos transferes para o aeroporto de Lisboa – fluxo in), e é partilhado com mais pessoas (até 8) que fiquem a caminho do aeroporto ou a caminho da ultima porta.”

 Não acha o projecto muito ambicioso para o nosso “pequenino” Portugal?

“De maneira alguma. Após presenciar varias empresas com este modelo de negocio, perguntei-me porque não em Portugal? Em Lisboa? Comecei por estudar as características do mercado e da concorrência, rapidamente percebi que não havia concorrência e que esta oportunidade era 100% inovadora em Portugal. Depois, passei à parte operacional, onde delineei toda uma estratégia de negócio. Desenvolvi um plano de acções onde constam as actividades, bem como o seu enquadramento, objectivos e calendarização. São estas mesmas actividades que constroem passo a passo uma operacionalização da estratégia a adoptar, tanto no mercado business to business, como no mercado business to consumer. Este projecto tem uma viabilidade económica positiva na Portela e uma viabilidade económica ainda maior no futuro aeroporto de Lisboa, devido à distância com o centro de Lisboa.”

 

Quais os pontos mais importantes a definir?

“Este projecto apresenta uma forte densidade logística pela gestão e planeamento das rotas, bem como pela definição de zonas e preços de utilização. Nesta oportunidade é extremamente necessária uma forte gestão de recursos humanos, de marketing (para a comunicação e estratégias), definição de políticas integradas e coesas, que respeitam a identidade da marca. Finalmente, surge o plano financeiro, essencial no plano de negócios, as directrizes estratégicas e planos de contingência.”

 

Qual o mais importante factor de sucesso?

“Para o sucesso deste negócio, e tendo em conta a dimensão do mercado português, a criação de parcerias com as companhias aéreas, agência de viagens, empresas multinacionais e cadeias de hotéis são essenciais. As parcerias constituem um factor crítico de sucesso para a obtenção e fidelização dos nossos clientes."


Por,

Marcos Gonçalo Guerra Santos

 

publicado por visaocontacto às 10:40
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 5 de Março de 2007

Empreendedores@Contacto

Esta é uma secção onde vamos dar voz a todos os Contacteantes que se tornaram Empreendedores. O nosso objectivo passa por vos dar a conhecer projectos de pessoas como nós, que um dia decidiram arriscar e cumprir um sonho. A eles a nossa admiração e o nosso obrigado pela colaboração neste novo projecto.

O primeiro projecto de empreendedorismo a ser analisado é o da empresa Active Space Technologies. Este é um projecto fundado pelo estagiário da 4ª edição do Programa, que realizou o seu estágio na Suiça, de seu nome Bruno Nunes Carvalho. É com ele que vamos conhecer mais sobre esta empresa de Coimbra que se dedica ao negócio do espaço.

 

V.C.: Como nasceu a ideia de criar a sua empresa?
 
AST: Nos dois anos de estágio na Agência Espacial Europeia, eu e o meu sócio identificámos no mercado europeu uma procura a nível de serviços de engenharia especializados que ia de encontro aos conhecimentos adquiridos durante o estágio e à qual nos sentíamos à vontade para dar resposta. Após identificada a oportunidade, misturando-lhe o espírito empreendedor que ambos partilhamos, facilmente nos posicionamos no caminho empresarial.
 
V.C.: Que razões estratégicas, abordagens, motivações o levaram a constituir a empresa?
AST: Uma vez que em Portugal o sector espacial estava e continua a estar em forte crescimento desde a adesão de Portugal à Agência Espacial Europeia no ano 2000, as razões estratégicas passaram em boa parte por aproveitar este mercado emergente para impulsionar a empresa. Nomeadamente face à cláusula de retorno geográfico da qual Portugal é deficitário. Uma avaliação criteriosa dos vários factores de risco que equacionámos serviu de fio condutor para um plano de negócios com uma estratégia de marketing bem definida, risco calculado, financiamento garantido, planificação de tarefas e, por fim, com uma abordagem ao mercado e um posicionamento muito objectivos. Conjugando todas as variáveis da equação ‘Empreendedorismo’, o resultado motivou-nos a constituir a empresa.
 
V.C.: Quais são os objectivos da sua empresa, qual a sua área de actividade, principais clientes?
AST: A empresa tem por objectivo providenciar serviços de valor acrescentado em Engenharia Mecânica (análises térmicas e estruturais e desenho CAD) e Electrotécnica (controlo digital e sistemas embebidos) às indústrias espacial, aeronáutica, automóvel, defesa, de moldes e determinados nichos (como a electrónica de consumo e a fusão nuclear). Actua, ainda, como uma entidade de I&D para missões espaciais, sistemas optoelectrónicos, e sensores e instrumentação.
Dentro da nossa área de actuação, temos desenvolvido projectos para várias empresas europeias tais como: Centro de Fusão Nuclear (IST), Critical Software, EFACEC, LusoSpace e Veneporte em Portugal, Bleuler-Baumer Mechanik na Suiça, Galileo Avionica em Itália, Callisto na França, Hovemere no Reino Unido e para a Agência Espacial Europeia.
 
V.C: Quanto tempo levou da idealização ao arranque da empresa?
AST: 6 Meses.
 
V.C: Como avaliou as oportunidades em termos dos factores críticos de sucesso? Da competição? E do Mercado?
AST: Olhando para as duas vertentes de negócio da empresa, serviços e I&D, o factor crítico de sucesso da vertente de I&D depende dos serviços uma vez que são estes que auto-financiam a I&D. Para cada projecto de I&D é feito um míni plano de negócios que conta com uma análise técnica, financeira, e estudo de mercado onde à partida são avaliados os factores críticos de sucesso versus os riscos inerentes ao projecto, e de que forma afecta ou contribui para a velocidade cruzeiro da empresa. Quanto aos serviços que prestamos que são um negócio por si só, tem riscos reduzidos, são horizontalmente aplicáveis a vários mercados o que nos torna relativamente imunes às oscilações de um determinado mercado. Os vértices qualidade, disponibilidade e proximidade ao cliente, que regem os princípios de funcionamento da empresa, têm sido factores de sucesso nos mercados competitivos em que estamos presentes.
 
V.C: Quais as principais dificuldades em entrar no mercado?
AST: A principal dificuldade foi sempre a ausência de um portfolio enpresarial em cada mercado. Ao contrário do que se possa imaginar, as competências técnicas dos nossos especialistas sempre foram colocadas à margem face à experiência propriamente dita da empresa em si.
 
V.C: Que características acha que os empreendedores devem ter?
AST: Ser-se empreendedor é saber arriscar, estar preparado para perder,  mas saber como reagir positivamente face a essas situações. Lidar com uma situação de vitória é fácil, difícil é saber perder. Os empreendedores têm que acreditar no projecto empresarial que abraçam e devem transmitir isso a toda a equipa proliferando o sentimento de confiança do topo para baixo antes de se exigir o retorno.
 
V.C: Pretende manter a actividade? Expandir?
AST: Nos primeiros dois anos de actividade focámo-nos na indústria espacial onde ganhámos curriculum. Só durante o terceiro ano de actividade é que nos expandimos às indústrias aeronáutica, automóvel, defesa, de moldes e nichos de mercado, enquadrados num financiamento de um SIME Internacional. Agora estamos num período de solidificar competências nestes novos mercados.
 
V.C: Quais as 3 lições mais importantes que aprendeu enquanto empreendedor?
AST: Maximizar o potencial dos colaboradores, manter a equipa unida e todos a remarem na mesma direcção face aos objectivos da empresa e desenvolver uma relação de confiança com cada colaborador a quem possamos delegar.
 
V.C: Como teve conhecimento da existência do Programa Contacto?
AST: Através de amigos que tinham participado em edições anteriores.
 
V.C: Acha uma boa iniciativa?
AST: Se por um lado existe o Programa Sócrates-Erasmus que permite aos universitários terem uma experiência académica internacional, pelo outro existe o Programa Contacto que permite aos recém-licenciados terem uma experiência profissional internacional. Eu tive a oportunidade de ter participado em ambos os programas e considero os dois excelentes iniciativas.
 
V.C: Quais as vantagens que o Programa Contacto trouxe à sua empresa?
AST: Directamente não posso dizer que o Programa Contacto tenha trazido uma vantagem para a empresa. No entanto, indirectamente através da minha pessoa face à aprendizagem que tive oportunidade de receber do Programa Contacto traz seguramente inúmeras vantagens com a aplicação dos conhecimentos que adquiri e que aplico no dia-a-dia da empresa.
 
V.C: Em que é que o Programa Contacto o ajudou a tornar-se empreendedor?
AST: A empresa para onde fui estagiar era uma empresa recém-criada, apesar de pertencer a um grande grupo económico, passou pelas dificuldades que todas as empresas passam no início de actividade. Meter uma máquina bem oleada em funcionamento nem sempre é a coisa mais fácil do mundo, e eu tive a oportunidade de estar nessa linha da frente a tapar todas as fugas e a colocar todos os remendos. Aprendi a ver o preço que se paga pelos erros de definição de requisitos e também fiquei a saber que quando os recursos financeiros são vastos, os níveis de exigência e a produtividade humana ficam a desejar. Além das questões técnicas que eram do meu foro também tomei conhecimento, por parte da direcção, das dificuldades de gestão da empresa, manter o equilíbrio emocional da equipa, lidar com situações de grande stress, etc. Estar exposto a toda esta envolvência profissional no estrangeiro em que nos temos que adaptar ao quotidiano, à cultura e ao idioma desse país, foi seguramente enriquecedor para os vectores da minha personalidade que me torna um empreendedor (cauteloso ou astuto) e apto para agir em mercados internacionais acompanhando a emergente globalização.
 
V.C: Está  disposto a receber estagiários do Programa Contacto na sua empresa?
AST: Não só estou disposto como já temos estagiários do Programa Contacto. Neste caso, o Programa Contacto já trouxe uma vantagem à empresa.
publicado por visaocontacto às 11:02
link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Fevereiro 2011

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
24
25
26
27
28

.Artigos recentes

. Porquê Angola? (*)

. Contacteantes em directo ...

. Entrevista a Francisco Si...

. Empreendedores@Contacto

.Edições

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds