Sábado, 11 de Julho de 2009

A política dos descontos com cupões e cartões

Ricardo Tomás
 
Cisco Systems inc
Milpitas | EUA
 

Em Portugal estava habituado a coleccionar alguns cartões de supermercado e prestar atenção a algumas promoções para fazer compras mais dispendiosas, mas não estava preparado para o que ia encontrar nos EUA.

 


Desde o primeiro dia, descobri que a primeira coisa a fazer ao entrar numa loja   é  perguntar,  no   balcão  ou  nas  informações,  se  a  loja  tem um cartão de cliente e quais são os benefícios.
Qual a razão? Gosto  de  coleccionar cartões  (tenho  mais  de  uma  dúzia
de cartões na carteira) e além disso, apenas por preencher um documento com a nossa morada e telefone, é possível ter descontos que vão desde 1 a 85%, o que faz uma grande diferença na hora de pagar.


Um  exemplo  muito  prático:  O s upermercado  onde  vou  mais vezes é o Safeway e, quando chega a hora de pagar, é normal a conta passar para metade. Geralmente até deixo passar todos os produtos e entrego o cartão apenas no final, para ver todos os descontos a passarem e o total a baixar.


Apenas existe um problema para pessoas que se encontram cá na mesma situação que eu: algumas  lojas não  permitem  adquirir  o  cartão   sem  ter número de segurança social, o que faz com que se perca dinheiro efectuar pagamentos, já que não existe outra forma de obter os descontos a não ser com o cartão de cliente.

 

Em Portugal tenho na caixa do correio o papel a dizer “ publicidade aqui não!”, mas nos EUA demorei alguns dias a obter informações sobre como

Existe uma página que acumula informação dos descontos para empregados Cisco : cisco.corporateperks.com
conseguir este papel, e se existia essa filosofia aqui. Descobri que existe, mas ao fim de dois ou três dias estava distraído a ver a publicidade que tínhamos   recebido  e  comecei  a  achar  que  alguma  tinha  valores interessantes. Qual é o valor da publicidade que se recebe aqui? Muito valor,   posso  afirmar!  São  muitas   as  promoções   e  muitas   delas verdadeiramente úteis, mas as promoções pelos cupões não ficam por aqui!  Depois disto, decidi  investigar  um bocado  e descobri  que  existe a “filosofia do cupão”, que consiste em adquirir cupões de desconto na caixa de correio, em fórum, comprar cupões ( sim, é possível encontrar cupões à venda na Internet!)

Conclusão:


Nos EUA é possível diminuir o orçamento para metade se se tiver número

de segurança social e uma carteira que dê para umas dezenas de cartões, é preciso também ter uma caixa do correio bem grande para receber toda a publicidade (e um papelão para enviar para reciclagem a que não se usa!) e se a necessidade obrigar, a grandes poupanças, então é possível reduzir ainda mais a despesa, indo ao google pesquisar fóruns onde podemos obter informações sobre cupões ou ir a sítios como o ebay ou craigslist para comprar cupões de desconto.


Para mostrar que esta filosofia é realmente muito usada aqui vai uma curiosidade: Existe uma página que acumula informação dos descontos para empregados Cisco : cisco.corporateperks.com.  Por isso, já sabem: se vierem aos Estados Unidos, comecem a procurar antes uns cupões, para começarem a poupar assim que chegarem. E durante a estada cá lembrem-se de perguntar: este cupão é válido?

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Domingo, 5 de Julho de 2009

Barack Obama – Savior or Puppet Edit

 

 
Telmo Agostinho | C13
 
Cisco Systems
Milpitas, CA | USA
 

Barack Hussein Obama foi eleito o 44º Presidente dos Estados Unidos da América a 4 de Novembro de 2008. É o primeiro presidente afro-americano da história americana e também o primeiro novato na política nacional americana a consegui-lo na primeira tentativa. Apelidado como o Salvador, a sua eleição veio, nesta altura de crise, encher os americanos, e também o resto do mundo, com esperança e crença num futuro melhor. Mas será ele o salvador que todos esperam, ou será apenas mais uma marioneta levada ao colo até ao poder por quem realmente manda no governo americano? A marioneta com uma cara carismática, o ar simpático e de confiança, que os americanos pediam nesta altura, em que o país estava à beira do colapso financeiro e de uma pseudo-revolução?

 

Em 1913, o poder monetário do país foi retirado do povo americano através da execução do Acto da Reserva Federal, dando assim ao Federal Reserve Bank (banco privado não controlado pelo governo americano) o poder de decidir qual o uso a dar ao dinheiro do país. Os actos executados pelo Federal Reserve Bank foram a principal causa das maiores crises financeiras do último século, assim como da Grande Depressão dos anos 30. A 4 de Junho de 1963, John Fitzgerald Kennedy, o então presidente dos Estados Unidos, tentou retirar esse poder monetário das mãos dos grandes banqueiros e devolvê-lo ao povo americano ao assinar a Executive Order 11110. Esta acção falhou depois da sua morte e muitos julgam ser esta a razão que levou ao seu assassinato. Desde então, nunca mais os Estados Unidos tiveram um verdadeiro presidente. Todos os que lhe sucederam foram apenas fantoches/marionetas, colocados no poder pelos líderes das grandes corporações que mandam no mercado financeiro mundial. E o actual presidente, será diferente?

 

Numa altura em que o Congresso Americano apresentava uma taxa de aprovação de 9%, surge  Barack Obama prometendo mudança. Mas ninguém disse que a mudança era para melhor, pelo menos para o povo americano não foi. O dinheiro que ele injectou no mercado foi direitinho para os cofres dos bancos principais, que o usaram depois para comprar, ao preço da chuva, os outros bancos, empresas e seguradoras que estavam à beira da falência. E é estranho, porque esse dinheiro veio do Federal Reserve Bank, que é comandado, na maioria, pelos donos desses grandes bancos. Ele prometeu retirar as tropas do Iraque mal começasse o seu mandato, depois adiou essa acção para 6 meses e depois para 16. Agora já diz que vai deixar 50 mil soldados no Iraque por tempo indeterminado e que vai mandar mais 30 mil para o Afeganistão (as guerras são sempre feitas para manter e não para acabar). Tudo isto só alimenta e enriquece todo o complexo militar industrial. Prometeu fechar a prisão de Guantanamo para depois assinar uma ordem executiva a dizer que estava a pensar em fechar a prisão mas que, até ver, não iria ser feita qualquer acção nesse âmbito, continuando assim o governo americano a praticar as Renditions. Prometeu, também, dar um período de espera de 5 dias entre a proposta de uma lei e a sua votação para dar tempo de análise ao Congresso e ao povo americano, e aprovou a injecção de dinheiro uma hora depois de a proposta ser apresentada, alegando urgência máxima. Prometeu ainda ter uma administração livre de lobbyists e doadores de dinheiro de campanha e fez o oposto, após ser eleito. A grande maioria do seu corpo administrativo é composto por lobbyists de Wall Street. Aliás, o actual Secretário da Tesouraria é o ex-presidente do Federal Reserve Bank de Nova Iorque. Além disto tudo, continua a apoiar o Patriot Act iniciado pelo George Bush e tem, ainda, a Directiva 51 que lhe dá um estatuto muito próximo de ditador se alguma vez for declarada uma emergência nacional catastrófica.

 

Numa sociedade mundial onde manda o imperialismo monetário e onde, cada vez menos, o povo é quem mais ordena, é difícil confiar nas acções políticas e sociais implementadas pelos líderes mundiais. Resta-nos analisar, por nós próprios, todos os factores e variáveis que nos rodeiam, tirar as nossas próprias conclusões e ver além do que nos mostram os media.

 

Carta de 1802 para Albert Gallatin (Secretário Nacional da Tesouraria):

“I believe that banking institutions are more dangerous to our liberties than standing armies. If the American people ever allow private banks to control the issue of their currency, first by inflation, then by deflation, the banks and corporations that will grow up around [the banks] will deprive the people of all property until their children wake-up homeless on the continent their fathers conquered. The issuing power should be taken from the banks and restored to the people, to whom it properly belongs.”

Thomas Jefferson
3º  presidente dos Estados Unidos da América (1743 - 1826)

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Sábado, 4 de Julho de 2009

Enzymes in Biotech

Rafael Almeida | C13

Anacor Pharmaceuticals
Palo Alto, CA | USA

The quest for biotechnologically important enzymes has focused on a new field – extremophile organisms.

 

What are enzymes? Little cellular machines that provide a microenvironment for a chemical reaction to occur. They are not consumed in the reaction, they greatly increase its rate, they are only needed in very minute quantities, and they are very particular about the substrate that they act upon. Because they are proteins codified by genes, they are produced in cells of every living thing - from bacteria, fungi, plants and animals – and can be separated from these cells and continue to function.

 

Why do we care? Because they can do for industry what they do in their cells, where a merely chemical biosynthesis pathway would impossible. Enzymes have been used for a long time – for such an ancient purpose as cheese making when we didn’t even know what enzymes were, to more sophisticated uses such as medical diagnosis, or digesting the gluey sticky pulp that is part of the paper recycling process. They are used in many different industry segments - detergents, food, feed, technical, pharmaceutical, microorganisms and biofuels. 1 kg of enzyme can cost anything from $5 when used unpurified in bulk quantities, to $100 000 for purified, diagnostic enzymes.

The thing is, often the industry processes that lead to the product need to occur under special conditions, such as high temperatures, acidic or caustic conditions, high pressure, etc - which damages the enzyme. Or if it is used in detergents, it will need to be active when the laundry machine is throwing hot water at it. And they are very particular about this – even a slight increase in temperature can completely abolish the enzyme’s activity.

So how can we solve this problem? The answer lies in Nature. For there is life even in the harshest of places - the deepest part of the ocean, the saltiest of the lakes, the hottest underwater vents. And where there is life, there are enzymes. These extremophiles - mainly bacteria or similar organisms, archea - are adapted to function in these places, which means their enzymes function in a temperature or pH range where normally enzymes do not function. Now, we don’t actually need to grow the particular organism that harbors our enzyme in the factory. Because it is codified by a gene, we can use genetic engineering to introduce that gene in a regular, moderate-condition growing organism. And thus we have a mesophyllic organism producing a high-temperature resisting enzyme, which we can then isolate.

Lipolase, developed by Novozymes for its laundry detergent, is a robust lipase with good all-round performance on fatty and oily stains! It is effective under alkaline conditions and across a broad temperature range, and was found in the thermophyle fungus Thermomyces lanuginose. The radioresistant Deinococcus radiodurans is a bacterium that has an enzyme – mercuric reductase – that has been used to detoxify radioactive waste generated from nuclear weapons manufacture. In a molecular biology lab, the routine polymerase chain reaction that involves a series of high-temperature steps uses an enzyme – taq – first isolated in Thermophylus aquaticus, a bacterium discovered to thrive at Yellowstone Park’s hot springs. It is used in genetic fingerprinting (read ‘TV series DNA testing’), diagnosing hereditary and infectious diseases, etc.

The enzyme market is a significant one, estimated at €3.4 billion with an annual growth of about 6.5 to 10%. There are institutions whose sole business is to research and develop extremophile organisms for their clients!

 

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Segunda-feira, 25 de Maio de 2009

Empreender para Beber

Ricardo Lopes Pereira | C 13

 

Sociedade Agricola da Quinta da Lagoalva

 

New York  |  Estados Unidos da América

 

Albert Einstein “Em tempo de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento”.

 

A crise, sempre a crise

Que estamos em crise é por demais sabido, bem como que esta partiu dos Estados Unidos da América em direcção ao resto do globo. Pois claro, aqui na super potência estilhaçou-se o mercado de crédito e, consequentemente, rebentou a crise financeira redundando no final da colina, numa enorme bola de neve a entravar a paisagem. Duma forma simplista e geral, isto traduziu-se numa redução do poder de compra para maioria dos indivíduos, a confiança encolheu-se a todos os níveis de transacções e o desemprego tornou-se alpinista intrépido (só nos 2 primeiros meses de 2009 o número de novos desempregados nos EUA ultrapassou um milhão).

Em suma, tudo isto causou uma necessária alteração de estilos de vida; e por isto entenda-se uma crescente procura de bens substitutos menos dispendiosos.

É certo que existem planos de recuperação económica, mas estes são ainda uvas verdes esperando o momento certo da sua futura vindima. No entanto, até à data obscura dessa ansiada vindima, as pessoas continuarão a possuir dinheiro e a adquirir produtos.  Devido à situação actual, terão que ponderar as compras das suas marcas favoritas nos produtos de baixa implicação, substituindo-as muitas vezes por marcas de menor valor, tentando minimizar uma possível perda de qualidade.

 

As oportunidades

Neste mar de instabilidades, muitas empresas se debatem com vagas de procura de produtos diferentes daqueles oferecidos e em que a relação qualidade preço muitas vezes se sobrepõe ao valor de marca ou ao estatuto de qualidade. Precisamente por estas dificuldades em acompanhar as exigências repentinas dum mercado em si próprio ainda inseguro e instável, e também pelas muitas empresas que naufragam nesta difícil intempérie, surgem espaços nos mercados que se revelam excelentes oportunidades; caso se possua o produto trendy, claro está.

 

A glimpse over wines

Está provado que, em períodos de crise, seja pelo que for, as vendas de bens como tabaco e/ou bebidas alcoólicas tende a crescer. Contudo, o tipo de procura modifica-se, focando-se mais no preço competitivo. Especificamente no negócio do vinho, ate há bem pouco tempo o sinónimo de qualidade estava garantido numa marca italiana ou francesa; estes por sua vez aproveitavam posicionando-se com price points elevados.

Nos tempos que correm, o consumidor não dispensa a sua garrafa de vinho para o abençoado jantar de sexta-feira. Todavia, por forçosa necessidade, o price point decaiu na sua mente até cerca de 12 USD, e será isso que agora procurará tentando preservar a qualidade do que consome.

É aqui, nesta nova procura, em que há espaço no mercado e simultaneamente disponibilidade do consumidor para experimentar algo diferente, que os vinhos do Chile e da Argentina, e mais recentemente os portugueses, têm emergido como uma nova força. A aposta na relação qualidade preço vem surtindo o seu efeito, sendo que os vinhos portugueses começam a conquistar terreno. O facto de Portugal ser uma das potências mundiais na produção de vinho, com uma longa e vasta tradição mas, simultaneamente, apresentando vinhos de óptima qualidade a preços muito competitivos nos EUA representam vantagens para a penetração neste mercado.

  

O que faz falta

Porém, ocorre ainda que os nossos vinhos não são muito conhecidos. É agora tempo de disseminar o produto. Ter o produto certo nunca basta, é preciso vendê-lo, naturalmente, dá-lo a conhecer, promovê-lo criativamente. E isso cabe não apenas aos importadores e distribuidores nos EUA, mas implica também uma sólida participação das companhias produtoras, com representantes no terreno e conhecimento de mercado que permita alcançar uma posição sólida de referência. 

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Crise I: quais as oportunidades para as empresa nacionais na Bay Area californiana?

Carlos Marques | C13

Dassault Systemes Simulia Corporation

Fremont  | E.U.A

 

 As empresas nacionais que se insiram no perfil de criação de valor acrescentado através de tecnologias inovadoras e produtos diferenciados, terão sempre um espaço a ocupar no enorme mercado dos EUA e em particular na Califórnia, onde há exemplos concretos a comprová-lo.

Em áreas tão díspares como a concepção de software, passando pela produção de fibra óptica até às energias renováveis, há empresas portuguesas e empreendedores lusos a ter sucesso nas suas iniciativas de internacionalização na costa oeste dos Estados Unidos. É mesmo possível encontrar alguns deles no Little Portugal de San José a saborear deliciosos pratos da gastronomia lusa ao almoço na última quinta-feira de cada mês no insuspeito Trade Rite!

 

Contudo, há um reparo a fazer: falta sangue novo para impulsionar novas histórias de sucesso por estas bandas. Os exemplos citados referem-se a empreendedores pioneiros do século XX, profissionais que se instalaram em Silicon Valley há bem mais de vinte anos e que aqui constroem carreiras recheadas de êxito. Alguns deles foram inclusive “comprados” por concorrentes locais de maior dimensão, acabando por ser esta a melhor evidência da sua capacidade e do seu sucesso. Mas, é necessário que venha uma nova vaga lusa de empreendedores que traga consigo algo a oferecer e que aproveite as oportunidades que brotam na economia da Bay Area.

 

Outros sectores de actividade teriam condições para vencer, desde que devidamente apoiados e sustentados numa boa cadeia de distribuição e numa eficaz gestão da estrutura de custos. Falamos da gastronomia e restauração em geral e dos vinhos em particular.

Um longo caminho haverá com certeza a desbravar, principalmente no que diz respeito a algum proteccionismo vigente face aos produtos agrícolas nos Estados Unidos, mas o fundamental está nas nossas mãos: o saber fazer vinhos de qualidade com castas de enorme potencial. Temos ainda a vantagem de ter, no nosso vastíssimo catálogo de produtos vinícolas, alguns néctares bem semelhantes aos vinhos da Califórnia, em especial nos tintos maduros, o que se pode traduzir numa vantagem junto do consumidor que está fidelizado a este produto, uma vez que o vinho local é vendido a um preço  elevado ou muito elevado, dependendo do productor e do local de compra (ao contrário de outros estados, na Califórnia  é possivel comprar bebidas alcoólicas nos supermercados). Contudo, é necessário apostar muito mais na divulgacao junto dos profissionais e do consumidor final, o que felizmente comeca a suceder: dia 16 de Abril irá decorrer em San Francisco a 3ª Grande Prova de Vinhos de Portugal, organizada pela ViniPortugal.

 

Merecedor de atenção redobrada deverá ser o sector dos serviços, onde em algumas aplicações temos soluções tecnologicamente mais avançadas do que aquelas que se podem encontrar no oeste americano, como são os casos das portagens, serviço ATM e as telecomunicações, e que, por isso, poderiam perfeitamente procurar ocupar um papel de destaque face às características únicas que possuem, a competência do serviço e a eficiência da sua performance.

 

Em síntese, temos as competências e o know-how para competir aqui, faltando em alguns casos escala, experiência e vontade de correr riscos para avançar com uma entrada no mercado americano. Noutras situações, o puro desconhecimento e uma dose de ignorância impedem passos mais arrojados na direcção da internacionalização.

 

De qualquer forma, a solução passará por parcerias locais, totalmente conhecedoras das condições no terreno e possuidoras de redes de distribuição plenamente implantadas, deixando espaço e recursos libertos para as empresas lusas poderem trabalhar e aperfeiçoar os seus produtos.

 

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Crise II: quais as oportunidades que se apresentam aos americanos?

Carlos Marques | C13
 
Dassault Systemes Simulia Corporation
Fremont  | E.U.A

 

Ao lançar esta questão à minha recém-formada network californiana retive um certo receio no futuro que se avizinha, o que me surpreendeu, em virtude do espírito easy going típico destas paragens. Se há oportunidades a aparecer, este conjunto de californianos, por nascimento ou adopção, não as consegue divisar num horizonte próximo.

Um sentimento latente de algum pessimismo atravessa a amostra auscultada pelo autor: homens e mulheres, jovens e séniores, trabalhadores do sector público ou privado, nacionais ou estrangeiros. Ouvem-se, volta e meia, frases como “o pior ainda está para vir” ou “vão ser necessários dez anos para compôr o que se estragou em dez meses”.

 

Face às baixas taxas de juro actualmente praticadas pela FEDReserva Federal Americana – e a enorme quantidade de dinheiro que está a ser, e irá continuar a ser, injectado na economia dos EUA, o comum californiano está preocupado com um fenómeno de recrudescimento da inflação. Por outro lado, é verdade que com o dólar americano a enfraquecer nos mercados internacionais, os produtos “made in USA” serão mais competitivos face aos seus concorrentes e a porta das exportações estará aberta para permitir a entrada de dinheiro fresco nos abalados cofres das empresas norte-americanas, afectadas na sua generalidade pela desaceleração do consumo interno desde o terceiro trimestre de 2008.

Mas quem pensa assim desengane-se: o elevado valor da mão-de-obra nos EUA em comparação com os preços praticados na China, Índia e Sudoeste Asiático tornam a opção da manufacturação intensiva inviável para dar a volta a crise. A elevada percentagem de desempregados no estado da Califórnia, actualmente na casa dos dois dígitos, apenas vem sublinhar a situação difícil que se vive na costa do Pacífico. 

 

Assim, é preciso olhar para o outro topo da pirâmide e verificar que o investimento em produtos de elevado valor acrescentado, em particular de alta tecnologia, será a solução mais consensual para colocar os EUA de novo nos carris.

Para tal, um investimento forte deve ser canalizado para a formação de recursos humanos em áreas tecnológicas, e este representa o primeiro obstáculo a ser ultrapassado: os americanos que seguem para um curso superior universitário fazem-no maioritariamente nas áreas de leis e negócios. A apetência para as engenharias e matemáticas tem-se deteriorado dramaticamente ao longo das últimas décadas, chegando-se ao ponto de a grande maioria dos alunos de mestrado e doutoramento em ciências aplicadas nas universidades americanas serem estrangeiros. O próprio presidente Obama alertou recentemente para a necessidade do país formar mais gente em áreas técnicas, produtivas e criativas.

 

Isto também se reflecte na falta de confiança nos próprios produtos concebidos por marcas americanas. O exemplo mais gritante verifica-se na indústria automóvel, onde a crise dos três grandes – Chrysler, Ford e GM – é muito anterior à crise financeira despoletada no verão passado e centra-se na falta de qualidade de construção dos veículos americanos, em comparação com os congéneres europeus (leia-se alemães) e sobretudo asiáticos (Japão e Coreia), ao que se junta o desfasamento dos modelos propostos ao mercado no panorama actual de custos elevados nos preços de energia.

 

Todo este sentimento popular, as vicissitudes do momento, os problemas a enfrentar e as soluções a implementar assemelham-se em muitos pontos à realidade que actualmente vivemos no nosso país, onde encontramos uma sensação de pessimismo em relação aos tempos que vivemos e verificamos, ainda que em moldes distintos, um problema perene de formação e qualificação de parte substancial da nossa população.

 

Descontando os naturais factores de dimensão e escala, talvez a grande diferença entre estas duas realidades seja a de haver uma dinâmica para a mudança enraizada nos espírito americano, sem medos nem receios de abraçar um novo desafio se tal implicar a sobrevivência do seu próprio modelo de vida. E que não tardará a ser novamente demonstrada ao resto do mundo.

 

Como tal, vamos com certeza, assistir, a prazo, a um novo emergir dos EUA por acção das forças vivas que constituem a sua sociedade civil, baseado no respeito pela liberdade de acção de cada um, como agente económico, e na consciência de que para se alcançarem determinados objectivos é necessário sair da nossa zona de conforto, arregaçar as mangas e correr riscos em prol de um futuro melhor. Porque com esta mentalidade não é preciso pedir oportunidades a ninguém: cada um é capaz de criar a sua! 

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Terça-feira, 19 de Maio de 2009

Atitude positiva nas empresas tecnológicas dos EUA

João Sousa Botto | C13 

Leadership Business Consulting

São Francisco | EUA

 

Basta abrir o jornal, ligar a televisão ou,  simplesmente estar atento às conversas daqueles que nos rodeiam, para sabermos que vivemos uma crise económica; e não é necessário esforço adicional para perceber que os Estados Unidos são, realmente, o epicentro da crise.

 

Na minha actividade cruzo-me diariamente com excelentes profissionais que foram despedidos (layed-off) como consequência das dificuldades actuais. Felizmente, vejo que muitas pessoas acreditam nas suas próprias capacidades e vêem a sua nova situação como uma oportunidade para trabalhar em projectos que até agora tinham ficado para segundo plano por falta de tempo. Nos Estados Unidos – e sobretudo na zona de Silicon Valley - é motivo de orgulho ter-se, ou ter-se tido, a sua própria startup, mesmo que esta não tenha conhecido sucesso.

 

Os incentivos para estabelecer a sua própria empresa são agora muito interessantes e estão constantemente a surgir novas incubadoras empresariais, pelo que o lay-off é visto por muitos como a ocasião ideal para criar uma startup.

 

Mas os tempos em que as tecnológicas eram facilmente financiadas acabaram, e as empresas de capital de risco limitaram assustadoramente os seus investimentos. Actualmente, os bancos têm menos dinheiro disponível para empréstimos, o que afecta significativamente a disponibilidade financeira das próprias empresas de capital de risco. Para um empreendedor, com empresa estabelecida, conseguir novos financiamentos, tem agora não só que mostrar que o seu produto é interessante e completamente inovador ou substancialmente superior ao da concorrência (seja em termos de funcionalidade ou de preço) mas, também, que está dependente de um factor “sorte” por ter que conhecer os investidores certos. As empresas financiadas são agora as que produzem produtos que se encaixem na categoria need to have (versus nice to have), estando a principal preocupação relacionada com o contributo que o produto terá directa ou indirectamente na redução de custos para o seu utilizador.

 

Apesar de ser fácil iniciar uma nova empresa, esta terá que ser economicamente auto-sustentável ou contar com as limitações de financiamento anteriormente referidas. Estas condições, aliadas ao facto de os despedimentos e congelamento de novas contratações tenderem a sobrecarregar o actual quadro de recursos humanos, alteram o rumo das inovações de forma a que os novos produtos estejam agora relacionados com o aumento de produtividade e automatização de procedimentos.

 

Esta tendência é seguramente uma oportunidade para formar novas empresas focadas em encontrar soluções para colmatar as lacunas percebidas antes dos lay-offs mas que nunca chegaram a ser postas em prática por limitações temporais.

 

Por outro lado, apesar dos despedimentos, as empresas não podem deixar de inovar, sob pena de verem os seus produtos tornarem-se obsoletos e perderem margem de mercado. Espera-se, então, que as empresas que agora reduzem as suas despesas neste departamento tenham num futuro próximo que adquirir startups que estejam a inovar na sua área para gerir com sucesso a sua presença no mercado.

 

Pode, então, dizer-se, que a população americana enfrenta a crise utilizando os incentivos governamentais para criar novas empresas e realizar projectos que até então não tinham sido possíveis. A atitude positiva e abertura para aceitar a crise fazem com que se acredite que os Estados Unidos ultrapassarão esta situação antes das outras potências mundiais.

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Segunda-feira, 11 de Maio de 2009

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Ricardo Rôlo | C13

CGC Genetics Inc.

Newark (NJ) | Estados Unidos

A crise vem sendo um tema recorrente nos dias de hoje, sendo que estamos constantemente a ouvir novos desenvolvimentos e medidas de combate.

Nos Estados Unidos, para combater a crise, ouve-se falar em inúmeros milhões de dólares injectados na economia, nas instituições bancárias, de modo a colocar capital no “bolso” dos consumidores, das empresas, e deste modo conseguir criar empregos. Referem ainda que a Reserva Federal Americana deverá lançar um programa para estimular o crédito aos consumidores e às pequenas empresas. Ao nível dos impostos também haverá modificações no sentido de incluir alguns cortes e isenções fiscais. Todas estas medidas têm um objectivo comum, a recuperação económica.

É certo que a crise é à escala global e que dificilmente algum país sairá ileso. Contudo, a maneira como se enfrenta a crise é que poderá fazer a diferença.

No sector empresarial, enquanto umas empresas, em altura de crise, reduzem os gastos, os custos e os investimentos, aguardando por um clima de maior estabilidade, outras aproveitam para desenvolver o seu negócio e procurar novas oportunidades.

Felizmente, alguns empresários vêem a crise como um “horizonte de oportunidades”. Estas oportunidades podem ser ao nível do desenvolvimento de novos produtos, procura de novos clientes, reestruturações, planos de internacionalização, abertura de novas unidades, contratação de pessoal, entre outras.

A crise veio de algum modo fazer uma triagem em inúmeros mercados, em jeito de selecção natural, sendo que, apenas as empresas mais preparadas/eficientes conseguiram desenvolver ou manter a sua actividade. Findo este período o potencial de lucro será maior, dado que o número de empresas a actuar no mercado é menor.

Se no mercado em que uma empresa actua não há perspectivas de crescimento, a internacionalização poderá apresentar-se como uma alternativa viável. Internacionalizando, a empresa, poderá aumentar as receitas, conseguir uma posição privilegiada aquando da recuperação económica e aproveitar os incentivos disponibilizados.

Em Newark (Estado de New Jersey – U.S.A.), onde me encontro actualmente a trabalhar, existem inúmeros incentivos à instalação de empresas, que constituem óptimas oportunidades.

Empresas que pretendam instalar-se em Newark, podem contar com o apoio da Brick City Development Corporation (BCDC). Trata-se do principal dinamizador do desenvolvimento económico da cidade, tendo sido criado para manter, atrair e potenciar negócio, apoiar as pequenas empresas e estimular o desenvolvimento imobiliário na cidade. Os apoios prestados por esta entidade podem revestir-se de inúmeras formas, como a disponibilização de fundos, de estudos, de contactos relevantes para o negócio, pesquisa de parceiros estratégicos, entre outros.

Em Newark, existe ainda um pólo universitário científico-tecnológico (NJIT – New Jersey Institute of Technology) onde estão localizadas inúmeras empresas (nos edifícios do EDC – Enterprise Development Center) que estão a iniciar a sua actividade e que têm à disposição instalações com óptimas condições por valores bastante acessíveis. A parceria entre o EDC e o governo local, permite criar mais algumas medidas para captar investimento para a cidade, criar postos de trabalho e apoiar as empresas em início de actividade.

Para além de ser a sede de muitas empresas recentes, o Enterprise Development Center é também palco de inúmeras conferências, gratuitas, relacionadas com empreendorismo, candidatura a fundos governamentais, de incentivo ao crescimento, gestão de recursos humanos, entre outras. Mas o leque de serviços disponibilizados não se fica por aqui, disponibilizam ainda, “gratuitamente” (dado que faz parte dos serviços prestados pela entidade gestora do edifício a todos as empresas presentes) um consultor com uma vasta experiência no lançamento, gestão e desenvolvimento de inúmeras empresas, em diversos campos, para auxiliar as empresas que se encontram ali instaladas. Este auxílio poderá ser ao nível da elaboração do Plano de Negócio, da comercialização dos produtos, das estratégias de angariação de fundos, do licenciamento, entre outros. Essencialmente o auxílio prestado tem por objectivo ajudar as empresas a tomarem melhores decisões, a tornarem-se mais sólidas, rentáveis e bem sucedidas.

É em alturas de crise que estes e outros tipos de apoios se revelam preponderantes no desenvolvimento da actividade das empresas e no combate à crise.

Decorrente da situação económica actual, temos ainda o flagelo do desemprego. Com a redução de custos, em especial com pessoal, muitas profissionais viram-se numa situação de desemprego. Para uma empresa que necessita de recrutar profissionais qualificados existe, actualmente, no mercado (mais do que noutros tempos) um elevado número de profissionais altamente qualificados que, por força das circunstâncias, se encontram desempregados. Pela lei da oferta e da procura as empresas poderão contratar estes profissionais, com uma vasta experiência, por menos 20% a 30% dos valores praticados no mercado nos últimos anos.

A crise não é algo desejável. Contudo traz realmente algumas oportunidades, mas as empresas que delas pretendam tirar partido deverão estar bem preparadas, com uma estratégia concreta e cientes dos riscos envolvidos. Uma postura proactiva aliada a boas decisões estratégicas poderá ajudar as empresas, não só ultrapassar a crise, como a conseguir uma posição privilegiada na altura da recuperação económica.

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Quarta-feira, 6 de Maio de 2009

Um cliché?

 

Uma verdade inegável é que a maior economia mundial vive a maior crise desde a Grande Depressão, podendo esta, segundo analistas e comentadores económicos, tornar-se ainda mais grave que esse marco História Económica, se não forem tomadas medidas drásticas, capazes de estancar a hemorragia que fere o âmago da economia Americana.

 

Os passos do presidente Barack Obama para reverter esta profunda recessão e reestruturar o enfraquecido sistema financeiro dos EUA e o grande gasto previsto para estimular a maior economia do mundo e limpar os balanços de bancos de activos tóxicos, enfrentam obstáculos de congressistas influenciados pelo partidarismo e lobbies poderosos, e grandes empresas que não querem largar o poder que lhes pertence há demasiado tempo.

 

Um dos alvos da estratégia para  limpar o sistema financeiro será atrair investidores privados com abundantes empréstimos para comprar hipotecas ruins e outros activos tóxicos e a compra pelo governo americano de activos tóxicos de bancos em dificuldades para que estas instituições possam voltar a conceder empréstimos, o que estabilizará o sistema financeiro. Só assim se restabelecerá a confiança no sector bancário norte-americano - parece ser a crença governamental.

 

Um dos passos mais importantes para a recuperação económica e mudança de mentalidade na direcção económica dos EUA é a aposta nas energias renováveis e consequente menor dependência em termos de importações de fontes de energia.

 

O pacote de estímulos económicos assinado pelo Presidente Obama em Fevereiro, direcciona mais de 80 mil milhões de dólares para a construção de uma nova e mais limpa infra-estrutura energética nacional. Vai ser criado um RPS (Renewable Portfolio Standard) que requererá que 25% por cento da electricidade americana seja derivada de fontes renováveis até 2025, o que tem o potencial de criar centenas de milhares de novos empregos. Este investimento foi saudado como algo sem precedentes, principalmente tendo em conta o contexto dos últimos 30 anos no sector da energia. Numa nação que gasta cerca de mil milhões de dólares todos os dias só em gasolina e que continuamente produz um milhão de milhão de Watts de energia eléctrica, é fácil verificar que este é apenas um primeiro passo. Um primeiro passo mas sem dúvida crucial, no caminho traçado para uma nova e mais limpa economia energética.

 

Ora, a presente crise económica afectou sobremaneira o mercado da energia eólica, nomeadamente a nível de uma maior dificuldade em obter financiamentos e o valor desses financiamentos.

 

Porquê então esta aposta em energia eólica quando esta atravessa um período menos positivo? As razões são várias e a vários níveis:

 

1.       Baixos custos de operação o que leva a uma redução geral do preço da electricidade;

2.       O combustível é grátis, abundante e inesgotável;

3.       É uma fonte de energia limpa;

4.       Melhora  sobremaneira a estabilidade no fornecimento de energia dos Estados Unidos

5.       Uma instalação utiliza, em média, menos de 1% do terreno do projecto, sendo possível continuar a cultivar à volta das turbinas de vento, estradas e linhas de transmissão.

 

Estes benefícios registam-se a nível regional, promovendo o desenvolvimento económico de muitas zonas rurais espalhadas pelo país, o referido uso contínuo de cultivo e pecuária, criando centenas de postos de trabalho temporários e permanentes, e gerando altos valores de impostos directos para a comunidade. Verificam-se também a nível nacional, pois é uma forma de produção de energia amiga do ambiente, que assegura estabilidade no fornecimento de energia e que permite a criação de milhares de empregos verdes qualificados.

 

Esta é uma aposta não só a médio mas, essencialmente, a longo prazo. Isto para a economia de um país que, apesar de tudo, não tem uma tão grande dependência energética como, digamos, Portugal. Na realidade, Portugal tem que rever prementemente a sua política energética. Somos um dos países da UE com maior dependência do exterior para alimentar a indústria nacional. Obviamente, estes altos custos traduzem-se numa clara perda de competitividade no mercado global. A aposta em energias renováveis, como a eólica, podem trazer altos benefícios para a economia portuguesa, deixando esta de ter de suportar custos tão altos e de sofrer fortes impactos com as variações de preços nos mercados internacionais das fontes energéticas tradicionais.

 

É inteiramente possível concretizar esta meta. Só são precisos novos e mais fortes incentivos pois o know-how e a capacidade existem, como é possível comprovar pelo registo da EDP Renováveis, líder mundial no sector das energias renováveis, sendo o quarto maior operador de energia eólica a nível global e o terceiro nos Estados Unidos (país com a segunda maior taxa de utilização de energias renováveis), neste último através da Horizon Wind Energy.

 

Este é apenas mais um exemplo de que, e aqui entra o cliché, “Yes, we can”

Daniel Fernandes Saldanha

Horizon wind Energy (EDP)

EUA

 

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Segunda-feira, 2 de Março de 2009

Contacteantes em directo nos EUA

Ana Rainito, António Veloso, Mariana Simões, Rui Cabrita e Rui Ferreira, sob os focos do programa Comunidades EUA.

 

Vê aqui as entrevistas:

(na primeira parte, para os mais apressados, as entrevistas começam aos oito minutos)

 

 

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Sexta-feira, 7 de Novembro de 2008

Visões sobre as eleições nos EUA de alguns estagiários INOV Contacto

 

Mariana Simões | C12 | Montez Champalimaud | EUA

[..] existe, sem duvida ,  um clima de mudança nos Estados Unidos.

Pedro Silva | C12 | Cisco | EUA
Historicamente, foi uma das eleições com mais participação, e também uma das eleições em que os democratas ganharam mais claramente. Obama teve mais do dobro dos votos eleitorais que o McCain. O Obama discursou enquanto muita gente chorava, sobretudo os afro-americanos. É muito complexo para mim, entender qual o significado de tudo isto. Como afirmam alguns sociólogos não foi apenas o facto de ele ter vencido. É interessante sublinhar que ele (Obama) gera admiração. Os jovens afro-americanos já não precisam de olhar para as estrelas do hip-hop e do Rap ou do Basket. Agora, também eles podem, um dia, vir a ser presidente J
[..]
Não sei se Obama será um bom ou mau presidente. É complicado governar sujeito a tantas pressões vindas de companhias A ou B etc. No entanto acredito que Obama poderá fazer um bom trabalho para todo o mundo. Um mundo pelo menos um pouco mais justo e com menos guerra.
 

Susana Barbeiro | C12 | Vinoasia | EUA

Emoção é a palavra certa para descrever o sentimento das pessoas na noite da eleição. Muitos acreditavam na vitória, mas poucos tinham certezas. Havia como um receio comum à população, que os estados mais conservadores pudessem deitar por terra a eleição de Obama ao eleger McCain.

Pessoalmente, enquanto estrangeira, da informação que me chegou deu-me a sensação que se o resto do mundo pudesse votar, Obama era o eleito sem qualquer hipótese discussão. Tanto o resto do mundo como os americanos vêm-no como o representante ideal dos EUA, uma pessoa com carácter, carismático e de bom senso.

 
Andreia Candeias | C12 | Cisco | EUA
Relativamente à economia, penso que esta não será tão estável como seria com Mccain, aliás nós, estagiários, verificamos isso mesmo. Vamos ver como decorre, ao longo do tempo. Mas em termos de discurso e postura, acho que virão algumas mudanças. Mudanças que alguns americanos já desejavam há algum tempo. Penso que será positivo.
 
Ramiro Baptista | C12 | Cisco | EUA
Na minha opinião, foi eleito o candidato que mais possibilidades tem de fazer algo bom pela economia.
No entanto, acredito não estar apenas nas mãos dele, conseguir recuperar a economia, está sim, muito mais nas mãos das empresas. Embora Obama tenha poder para tomar medidas que ajudem a economia, são as empresas que tem de protagonizar as mudanças necessárias para superar a crise.
A nível social, acho que este pode ser um grande passo para este país e para o mundo.
 
Telmo Batista | C12 | Cisco | EUA
Quase que nem me apercebi das eleições. Foi um dia de trabalho perfeitamente normal e nem ouvi falar disso na Cisco. Há que ter em atenção que este novo presidente terá que saber lidar muito bem com as guerras no Médio Oriente de forma a melhorar a imagem dos EUA e as suas relações externas, pois parece-me que só assim a economia sofrerá um grande impacto.

 

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Segunda-feira, 24 de Março de 2008

Babysitter de células

Andreia Correia

Anacor Pharmaceuticals

Palo Alto

E.U.A.

 

Em que consiste a cultura celular? Basicamente, é o conjunto de técnicas que permite cultivar ou manter células isoladas fora do organismo do qual são provenientes, conservando as suas características próprias e que, como tal, implica a prévia desagregação (mecânica ou enzimática) do tecido original. Podem fazer-se culturas a partir de tecidos animais (incluindo humanos) e vegetais. Existem dois tipos de cultura celular: primária, preparada directamente de tecidos de um organismo, com ou sem passo inicial de fraccionamento das células; e secundária, em que as células cultivadas foram retiradas de uma cultura primária e podem proliferar indefinidamente, sendo propagadas como uma linhagem de células. As linhagens celulares podem ser preparadas a partir de, por exemplo, células cancerígenas, como são o caso das THP-1 (linha celular da leucemia humana aguda monocítica), cuja manutenção tenho a meu cargo.

 

Em cultura celular recorre-se frequentemente a linhagens de células em virtude destas poderem ser armazenadas em azoto líquido por um período bastante longo e continuarem viáveis, quando descongeladas. É aqui que entra o meu trabalho. Desde o 1º dia na Anacor que cresço, em condições assépticas, duas linhagens celulares: uma de fígado humano denominada HepG2 e outra de fibroblasto de ratinho designada por L929, usando técnicas de cultura in vitro.

 

É nestas linhas celulares que testo a toxicidade dos compostos sintetizados pelos químicos da Anacor. Em linhas gerais, estes ensaios de toxicidade celular consistem em adicionar compostos às células e medir a viabilidade das mesmas decorridas 24 horas, viabilidade essa que é determinada quantitativamente através de uma reacção colorimétrica por intermédio de um leitor de placas. Os resultados destes ensaios são de extrema importância para a empresa porque os compostos que mostrarem toxicidade celular serão postos de parte, não sendo considerados em estudos futuros. No fundo trata-se da 1ª fase eliminatória. Por isso, vivo um pouco em função destas células, são “as minhas meninas”, como afectuosamente lhes chamo. Elas não esperam por mim para se dividirem, o que implica por vezes ter de ir à empresa ao fim-de-semana, substituir o meio de cultura. Tenho de as manter felizes, para que não me deixem ficar mal.

São inúmeras as vantagens da cultura celular, realço: a possibilidade de estudar fenómenos inacessíveis em tecidos intactos; a obtenção de células com boa homogeneidade e bem caracterizadas (a nível comportamental e funcional); o permitir economizar reagentes, tempo, etc. Como principais desvantagens verifica-se: a instabilidade da cultura celular (possível perda de características fenotípicas), a extrapolação para o modelo de organismo intacto e a necessidade de operadores experientes. No entanto, as aplicações da cultura de células na produção de vacinas anti-virais, na compreensão de fenómenos de neoplasia, no estudo da imunologia e em ensaios de fármacos e cosméticos in vitro, compensam largamente todo o investimento em recursos económicos e humanos que exige.

 

O meu estágio na Anacor teve início no dia 19 de Novembro de 2007. Fui integrada no departamento de Farmacologia e trabalho no laboratório de cultura de células.

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Domingo, 13 de Maio de 2007

O "segredo" da OutSystems

 Pedro Queirós, OutSystems, Redwood-Califórnia, EUA

 

 

Nada sabia sobre a OutSystems quando este estágio me foi atribuído. Uma primeira pesquisa na Internet revelou-me uma empresa jovem possuidora de uma plataforma de desenvolvimento que, aliada a uma metodologia ágil, prometia criar valor aos seus clientes de três formas: aplicações de software rápidas de construir, facilidade de manutenção e baixo custo de operação. Fiquei ansioso para saber como o faziam.

Agora, quatro meses depois, posso partilhar convosco o segredo da OutSystems para obter grande sucesso nos seus projectos.

  • Primeiro, criaram uma plataforma de desenvolvimento que permite aos clientes construir, modificar e operar as suas aplicações de uma forma fácil e centralizada. Combinaram a produtividade de ferramentas de modelação visual com uma grande capacidade de personalização e de integração entre sistemas existentes, obtendo resultados em semanas e não em meses ou anos como habitual.
  • Segundo, adoptaram uma metodologia de desenvolvimento ágil e aconselham os seus clientes a fazê-lo também. O desenvolvimento é focado apenas nas funcionalidades mais importantes que o cliente realmente necessita e, à medida que várias versões da aplicação vão sendo instaladas em curtos períodos de tempo (geralmente 2 semanas), o cliente vai dando um feedback importantíssimo para o desenvolvimento das versões seguintes, obtendo-se na última versão o produto final exactamente à medida do cliente.

A plataforma de desenvolvimento associada à metodologia ágil permite à OutSystems oferecer às grandes empresas com diversos sistemas proprietários de difícil integração, uma forma fácil, rápida e de baixo custo para o fazer. Uma das áreas que a OutSystems investiu, com o conhecimento adquirido em diversos projectos já realizados, foi num Sistema de Gestão de Clinical Trials para empresas de biotecnologia, que centraliza todo o processo de testes de medicamentos numa só aplicação de software, integrada com todos os sistemas já existentes na empresa. Este é o projecto ao qual estou ligado na OutSystems, sendo também a razão pela qual eu estou hoje em San Francisco, pois existem muitas empresas de biotecnologia nesta zona.

O objectivo da OutSystems, enquanto empresa, é vender esta plataforma de desenvolvimento ágil a grandes empresas e desenvolver aplicações de software à medida. Por isso, como forma de propagar o uso da sua plataforma, lançou uma versão completamente grátis para uso pessoal ou para pequenas empresas (menos de 5 utilizadores), disponível para download em http://express.outsystems.com. Juntamente com esta versão vem ainda uma aplicação chamada Asset Manager que permite fazer introspecção numa rede de computadores, inventariando diversas informações úteis ao administrador, sendo necessário apenas a password de administração da rede. Como esta aplicação foi desenvolvida usando a plataforma OutSystems, pode ser alterada e melhorada facilmente, constituindo uma excelente prova de conceito para quem quiser experimentar.

Agora que têm acesso ao segredo da OutSystems e à minha ferramenta de trabalho diária (numa versão grátis), deixo-vos um desafio: experimentem. Se tiverem comentários ou dúvidas, contactem-me que terei todo o gosto em partilhar mais da minha experiência.  

 

publicado por visaocontacto às 16:58
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