Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009

Descobrindo Leiden

 

Ana Gomes|C13


Rotacional
Noordwijk|Países Baixos

Leiden é uma pequena cidade, na província da Holanda do Sul. Desengane-se quem pense que estou a referir-me ao sul da Holanda, coisa que é completamente diferente! Passo a explicar, para muitos de vós que tenham a mesma dúvida, (eu também cometi o mesmo erro, quando cá cheguei): Holanda são apenas duas das doze províncias, Holanda do Norte e Holanda do Sul, dos Paises Baixos, sim este é o nome correcto!

Leiden é uma cidade histórica nos Países Baixos e isso é comprovado pela aquitectura das casas, tendo a casa mais antiga sido construida em 1375-1370, onde é actualmente o American Pilgrim Museum. Os museus em Leiden oferecem uma incrível gama de natureza, arte e cultura, com exposições, workshops e eventos excepcionais que dão vida às colecções.

É conhecida por ter a universidade mais antiga do país, datada de 1575. Foi nesta cidade, a 15 de Julho de 1606, que nasceu Rembrandt, considerado um dos maiores pintores da história da arte europeia. Período que os historiadores chamam: A Idade de Ouro holandesa, que corresponde aproximadamente ao século XVII.

Leiden está, convenientemente, localizado no coração do Randstad, parte ocidental dos Países Baixos, que inclui as quatro principais cidades Holandesas: Amesterdão, Roterdão, Haia (Den Haag, em holandês) e Utrecht. As praias ao longo da costa do mar do Norte são apenas a 10 km de distância e do Aeroporto Schiphol dista apenas 20 km.

  

 

 

The very best of….

 

A solução mais fácil, numa visita a qualquer cidade nos Países Baixos, é alugar uma bicicleta e percorrer a cidade, pois assim entra-se no espírito da verdadeira cultura holandesa e há a possibilidade de percorrer a cidade sentindo os seus encantos. Não há nada mais emocionante do que, num belo dia de Junho, percorrer a cidade, com um mapa com os sítios mais importantes.

Keukenhof é o parque mais visitado na Holanda e onde estão reunidas as mais belas e curiosas tulipas, entre outros variados tipos de flores. Fica a 15km de Leiden e pode ser visitado (2010) entre 18 de Março e 16 de Maio. Pode-se ir de bicicleta ou de autocarro (Autocarro 54 na Centraal Station Leiden)

As tascas a não perder são: Omonia, restaurante grego que fica situado na Haarlemmerstraat (rua das lojas), muito apreciado pelos locais, sendo o Sr. Demitri muito acolhedor. Logo ao lado há o International Pub Bad Habits, onde se pode ver jogos de futebol. Na mesma rua existe a tasca de um Turco, também muito agradável. A não perder na praça Besstenmarket junto à estação, possui dois restaurantes de panquecas, um junto ao Mc Donald’s e outro junto ao restaurante Asian Palace. Nessa mesma zona é agradável ir ao Café Pettersson, situado num Barco, óptimo para passar uma tarde a ler.

 

Os bares mais conhecidos são: Einstein (www.einstein.nu, quarta-feira dia de “International Student Network” www.isn-leiden.nl); Odessa (www.odessa.nl, segunda-feira noite de estudantes); City Hall (www.restaurantcityhall.nl, ideal para um sábado, fica no edifíco da Câmara Municipal); In Casa (www.danssalonincasa.nl, perto do “Valk Windmill”/Estação Central de Leiden, ideal no fim-de-semana); CCO (www.cocleiden.nl, é um bar para gays e lésbicas, onde também se organizam eventos anuais para esta comunidade).

Uma nota importante, todos os bares/discotecas fecham à 1:00h durante a semana e às 2:00h, na Sexta-feira e Sábado, no entanto pode-se ficar lá dentro, apenas quem sai não volta a entrar.

Hotéis em Leiden: Tulip Inn Leiden Centre; Kasteel Oud-Poelgeest; Hotel-Restaurant De Beukenhof; Holiday Inn Leiden; Golden Tulip Leiden Centre; Hotel de Doelen; Hotel Nieuw Minerva; Bastion Hotel Leiden/Voorschoten;  Hotel Leiden; Marienpoel Hotel.

Restaurantes em Leiden: El Gaucho, Asian Palace, Einstein, Buddha's e De Malle Jan, são bastante conhecidos no centro.

Sítios a visitar:

1-      Hortus botanicus Leiden (University Botanical Garden www.hortusleiden.nl)

2-      Rijksmuseum van Oudheden (Museum of Antiquities www.rmo.nl)

3-      Naturalis ( Museum of Natural History www.naturalis.nl)

4-      Museum Volkenkunbde (National Museum of Ethnology www.rmv.nl)

5-      Stedelijk Museum De Lakenhal (Golden Century Art www.lakenhal.nl)

6-      SieboldHouse (Japanese Art www.sieboldhuis.org)

7-      Boerhaave Museu (Science/Medicine www.museumboerhaave.nl)

8-      Valk Windmill (www.molenmuseumdevalk.nl)

9-      American Pilgrim Museum (ww.rootsweb.ancestry.com/~netlapm)

10-  De Burcht (www.deburchtleiden.nl)

11-  Pieterskerk (Oldest city church of Leiden www.pieterskerk.com)

12-  Keukenhof (www.keukenhof.nl)

A não perder o museum night in leiden www.museumnachtleiden.nl (Este ano a 4 de Julho,  desde as 20:00h até à 1:00h, podem visitar 7 museus por 10€)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A não perder:

 

- Mercado que se realiza todos os sábados. Encontra-se de tudo, peixe fresco, queijos típicos de Gouda (cidade próxima), as famosas bolachas holandesas (que, cá para mim são belgas) têm um sabor fantástico a mel e caramelo. Se quiserem uma experiência local a melhor hora é às 10:00h, e aproveitar para beber um coffee (latte macchiato) no café Van Engelen (fica em frente ao V&D, centro comercial) e passado 1h percorrer o mercado. É a não perder quando, pelas 11:00h, se vê holandeses a comer Haring (peixe crú) e Kibbeling peixe frito, bem como as batatas fritas com maionese. Tentem encontrar o Draaiorgel, instrumento musical tradicional holandês. Aqui neste espaço, encontra-se a Coornbrug ou Corn Bridge, primeira ponte do rio Rijin em Leiden. (Fica a 10m a pé, da Estação Central)

 

 

 

 

-Poemas de parede que podem ser encontrados nas fachadas das casas, para mais informações ver o site:

 

 

 

http://www.muurgedichten.nl/wallpoems.html “The Wall Poemas” que fornece todas as informações. (quem me dera ter encontrado este site antes, poupava muito trabalho na procura destes poemas, cansei-me na procura de um português e eis que encontrei só um, Álvaro de Campos (Vliet 46, Leiden NL), apesar de este site indicar três.

 

 

 

 

Espero, com este breve resumo, ter despertado o interesse dos que lêem, para uma visita a esta bela cidade holandesa.

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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

Parte do rosto de Portugal: Holanda

 

Ana Luísa Fonseca | C13
Aicep Portugal Global
Haia, Holanda

 

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP Portugal Global) tem escritórios que representam o país em todo o mundo – daí a indicação Portugal Global. O grande valor desta realidade é o facto de Portugal se tornar globalmente presente, participando em eventos locais e conseguindo contactos que lhe abram portas para novos projectos. É aquilo que popularmente chamamos de estar no sítio certo à hora certa.
 
Se um holandês quiser importar um produto português, pode (à partida) ter dúvidas quanto ao produto ou relativamente à escolha mais acertada para o seu interesse. A título exemplar, e de grande importância nas relações comerciais entre Portugal e a Holanda, aparece-nos o vinho. Imaginando que um holandês pretende importar vinho português, surgem-lhe algumas perguntas; por exemplo: que vinho escolher, com quem contactar ou qual a legislação a ter em conta. Entrará, em princípio, em contacto com a Aicep, seja porque conhece as suas competências, seja porque para aí é orientado pelos serviços diplomáticos e consulares. A Aicep é, verdadeiramente, parte do rosto de Portugal para os holandeses.
 
A Aicep também apresenta iniciativas de captação de investimento, que se traduzem em dois modos de actuação:
 
- Antes de mais, a aproximação pode ser feita através de uma abordagem directa das empresas potenciais. Esta abordagem é feita após uma pesquisa exaustiva daquelas que são potenciais investidoras, através de alguns critérios como a dimensão da empresa, o facto de já investir no estrangeiro (ou de demonstrar interesse nesse sentido) e a dedicação a sectores que interessem a Portugal. Esta abordagem é feita, primeiramente por escrito e, eventualmente, de forma pessoal. Não podemos esquecer que tratando-se de empresas de grande dimensão, se torna muito complicado chegar a uma efectiva conversação com os responsáveis;
- Outro modo de acção possível é a representação de Portugal em eventos (por si  ou por outrem organizados) onde possam estar presentes potenciais empresas, para aí divulgar o país e as suas potencialidades e conseguir contactos que permitam desenvolver projectos futuros, em Portugal. Porém, para que isto aconteça são necessárias condições, principalmente, orçamentais. Sem estas participações ou mesmo a organização destes eventos, e ficando os pontos de rede confinados ao trabalho que vai aparecendo na secretária, a Aicep no mundo perde grande parte do seu potencial. Afinal, vivemos tempos dominados pela internet e pela informação à distância de um clique em que apenas a presença física das pessoas nos diversos eventos ainda vai sendo insubstituível.
 
Em relação à internacionalização do tecido empresarial português, podemos afirmar que, em fases críticas, como a que vivemos actualmente, sendo as verbas disponíveis muito inferiores ao que seria necessário para levar a cabo as boas intenções existentes, aquilo que a Aicep apresenta de fundamental e precioso é o know how dos seus funcionários. A mais-valia dos pontos de rede é, nas palavras de um deles, o conhecimento do mercado e a bagagem de contactos. Neste campo, grande parte do trabalho da Aicep passa pelo chamado lobby, que foi sendo construído através de campanhas de divulgação - organização de eventos, viagens a Portugal (nomeadamente para jornalistas), entre outros.
 
Hoje em dia, devido à escassez de verbas e consequente escassez de iniciativas promocionais da Aicep, este lobby vai, naturalmente, perdendo força. Muito do que ainda vai subsistindo deste lobby explica-se pelas iniciativas de outrora e pelas boas relações que foram ficando mas que também se vão perdendo (e a verdade é que, com estas perdas, muito perde o país). É importante não esquecer que os restantes países têm continuado a investir em campanhas de divulgação e, com estas, vão puxando para si preciosos contactos que procedem ao investimento e à promoção do país em causa.  
 
Em conclusão, Portugal é um país com grandes potencialidades e os estrangeiros que as conhecem, apostam nelas. O grande problema é que a maioria dos estrangeiros as desconhece, nomeadamente pela falta de divulgação de que padecem. A concorrência é grande demais para nos darmos ao luxo de esperar que os investidores venham ter connosco. Com a Aicep, temos o conhecimento dos mercados estrangeiros e os contactos ideiais dentro destes mercados. Isto leva-me a pensar: até onde iria Portugal se a Aicep tivesse verbas suficientes para investir? Com o reconhecimento estrangeiro da qualidade que temos, não cresceria apenas a economia mas também o orgulho e a motivação dos portugueses. O orgulho em ser português hoje, deixando de centrar tal orgulho nos feitos passados, e, por conseguinte, a motivação desejável para melhorar e aumentar as suas relações comerciais externas.

 

 

 

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Terça-feira, 29 de Abril de 2008

O Papel? ...mas que papel?

 

Catarina Lobinho

 

 

Soporcel

 

 

Heemstede

 

Holanda

 

 

Cada vez mais damos por nós a dizer que já não conseguiríamos viver sem as tecnologias de informação (internet, telemóvel...) e reconhecemos nelas o futuro das nossas vidas, bem como a base para o sucesso de qualquer estratégia empresarial.

No entanto, no dia-a-dia não paramos para pensar em coisas tão simples e básicas que precisamos para viver, coisas que tomamos como um dado adquirido. No contexto empresarial também existem os tais “adereços” com os quais trabalhamos todos os dias sem sequer imaginar as dimensões da sua cadeia de valor.

Ora, era exactamente assim que eu reagia quando me falavam em papel: “Papel? Mas qual papel?”.... o resto da história já toda a gente sabe.

 

E foi também assim que reagi quando soube que iria integrar um escritório de vendas na maior produtora e fabricante de papel de escritório do nosso país.

Para além disto, fiquei também um pouco reticente devido ao estigma que, tal como toda a gente, tinha acerca das produtoras de papel e toda a fama que lhes está inerente (poluição, destruição de florestas, perturbação do ecossistema....and so on).

No início nem sequer sabia que uma indústria como esta poderia ter um input tão forte de marketing, vendas e planeamento estratégico. Pensava que a empresa se limitava a produzir papel. Tão simples quanto isso!

 

Mas foi logo no primeiro dia de estágio que todas as dúvidas e desconfianças esmoreceram.

Uma das coisas de que me apercebi durante os 15 dias de estágio em Portugal foi que todos aqueles de quem recebi formação, deixavam transparecer uma paixão por aquilo que faziam e um orgulho pela empresa onde trabalham.

No início não dei muita importância mas hoje, passados 5 meses em contacto com o papel de escritório, encontro-me rendida ao mundo do papel e a uma indústria que ainda tem muitas cartas para dar.

 

Um dos factores críticos para o sucesso da empresa é o facto de esta se basear numa estratégia que integra verticalmente toda a cadeia de valor. Desde o controlo das florestas (possuindo 138.000 ha de floresta nacional), passando pela produção da pasta de papel (1.320.000 ton/ano) até ao produto final (1.110.000 ton/ano), todos os processos são controlados pelo grupo Portucel Soporcel.

Desta forma é possível ter um controlo absoluto sobre a qualidade do produto que vendemos. Produto esse que é a nossa maior fonte de valor acrescentado. A excelente qualidade do nosso papel obtém-se porque conseguimos combinar as melhores matérias-primas com a tecnologia mais avançada e o elevado know-how de uma empresa há muito neste sector.

 

A internacionalização é a outra dimensão estratégica que contribui para que o grupo se posicione como um dos líderes mundiais em papel de escritório no segmento premium. Com presença em 8 países através dos escritórios de vendas, o grupo Portucel Soporcel detém hoje 12% do mercado europeu e está representado nos outros continentes através de agentes. A vantagem de estar fisicamente presente num mercado e estabelecer redes locais é a de estar perto do consumidor final e, assim, ter uma melhor percepção das suas necessidades e exigências, e também conhecer mais de perto a concorrência e sua forma de actuar.  

 

Relativamente à indústria de papel no mercado holandês, existem vantagens que exploramos para enriquecer a nossa presença e pôr em prática a estratégia de liderar o consumo no segmento premium: é um mercado com uma elevada taxa de consumo de papel de escritório per capita; elevada taxa de consumo de produtos premium; uma economia em pleno estado de desenvolvimento e com crescimento sustentável, o que potencia também um aumento sustentável no consumo de papel.

Por outro lado, a tarefa de expansão num mercado como este encontra algumas barreiras pelo facto de ser um mercado pequeno, numa fase de maturidade no ciclo de vida do produto e onde se observa uma tendência para a concentração das empresas retalhistas.

As oportunidades encontram-se ao nível da entrada no mercado de grandes players mundiais na comercialização de papel de escritório, facilitando a penetração dos nossos produtos e aumentando também o nosso poder negocial. Existe ainda um factor de relevo no que toca a aumentar o nosso market share e que se prende com o encerramento de fábricas de papel nossas concorrentes, fazendo com que os consumidores procurem alternativas.        

 

Ao contrário do que muitos possam pensar, o consumo de papel de escritório tem evoluído paralelamente com os desenvolvimentos tecnológicos. O chamado “escritório sem papel” é um mito e podemos observar hoje em dia uma coexistência pacífica entre o consumo de papel de escritório e a utilização de equipamentos tecnológicos.  

 

Os desafios futuros prendem-se com a capacidade de manter o nível de excelência dos nossos produtos e continuar a comunicá-lo da melhor maneira possível, como se tem feito até hoje. Com as oportunidades de negócio que advirão da abertura de uma nova fábrica em Setúbal já em 2010, o sucesso passará, não só pela expansão em mercados já existentes, mas também por conseguir penetrar noutros mercados, aumentando a presença a nível mundial.

Acima de tudo, o sucesso desta empresa passa por saber comunicar da melhor forma o melhor produto e pela busca constante de novas oportunidades de negócio.

 

É um orgulho trabalhar todos os dias numa empresa líder no seu segmento de mercado, reconhecida por todos os seus “stakeholders” como uma marca de excelência.

 

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Quarta-feira, 3 de Outubro de 2007

A Cultura de Trabalho na Holanda

   Fernando Pereira - AICEP, Haia, Holanda.

 

 

A Holanda é um país pequeno e apresenta uma densidade populacional elevada. Aliás, é um dos países mais densamente povoados do mundo. Este factor tornou os Holandeses extremamente ciosos do seu espaço privado e altamente individualistas a nível pessoal. No entanto, em termos organizacionais e de trabalho, eles são excepcionalmente colectivistas. Este facto pode ser explicado pela necessidade que sempre sentiram de unir esforços para combater o mar, os rios, a ameaça de invasão pela água em geral, juntamente com séculos de “controlo social” inspirado pela religião. Este forte sentido de comunidade é provavelmente o traço mais forte da sua cultura e está na base de muitos dos seus comportamentos, formas de relacionamento e normas.

Após a revolução industrial (por volta de 1890), o movimento social-democrata Holandês dedicou-se à criação de sindicatos que lutaram por melhores condições laborais e semanas de trabalho mais curtas, mas também por projectos de habitação colectiva e outros benefícios para os seus membros (tais como grupos de estudo, de lazer, etc.). O associativismo tomava forma e ganhava força na sociedade Holandesa.

Nas décadas que se seguiram à II Guerra Mundial, governos de coligação no poder, que não viam com bons olhos o liberalismo económico, garantiram a manutenção dos direitos dos trabalhadores e até o seu alargamento nos anos prósperos da década de 70. Contratos e condições laborais negociados colectivamente tornaram-se norma para praticamente todas as empresas, tal como os esquemas de pensões, períodos de férias e a participação dos trabalhadores na definição das políticas empresariais através dos seus representantes nos então recém-criados “Conselhos de Trabalhadores”.

Actualmente, a legislação laboral Holandesa é considerada uma das mais proteccionistas – dos trabalhadores - do mundo. Um conjunto alargado de normas e regulamentos, bem como vários contractos colectivos de trabalho, definem o salário mínimo nacional, o período mínimo de férias, subsídio de férias, período de trabalho, segurança e medicina no trabalho, etc. Os trabalhadores Holandeses não estão dispostos a ceder o que já foi conquistado e qualquer partido político que se proponha limitar os direitos adquiridos está condenado a perder os votos da vasta maioria. Além disso, o associativismo continua a imperar e os sindicatos de trabalho são “forças” a considerar.

O trabalho de equipa constitui um factor central da organização Holandesa. Os Holandeses não gostam de hierarquias e estatutos uma vez que isso se opõe à ideia de espírito de equipa e não condiz com uma sociedade onde todos são “iguais”. Os Holandeses são relativamente informais nas suas relações de trabalho (adoptam um tratamento informal relativamente depressa e é frequente almoçarem todos juntos, independentemente da posição que ocupam na hierarquia da empresa). Cooperação, negociação e acordo são elementos chave. Como consequência, competir com colegas de trabalho é considerado indesejável e revela “má fé”. Este parágrafo contém, porventura, os factores que provocam maiores choques culturais nas organizações com gestores estrangeiros que tentam impor um ambiente de trabalho que contraria o clima de igualdade tão importante para os Holandeses e/ ou um estilo de gestão autoritário que não concede ao trabalhador Holandês a consideração e o respeito que ele exige. Para o Holandês, um gestor deve ser acessível e modesto. Fatos caros e títulos pomposos não lhe merecerão tanto prestígio e apoio quanto uma argumentação racional e lógica. Apenas conseguirá que a equipa o siga se a conseguir convencer que as suas decisões são as correctas.

Muito do que acima foi dito pode ser considerado como negativo num contexto de crescente competitividade internacional e parecer influenciar negativamente a posição competitiva dos trabalhadores Holandeses. No entanto, aquilo que pode ser considerado negativo é contrabalançado por um forte envolvimento com o trabalho, conduzindo a um dos mais altos níveis de produtividade por hora trabalhada. Os gestores estrangeiros concordam que os Holandeses são trabalhadores extremamente dedicados e que têm sempre em mente os interesses da empresa; realizam o seu trabalho de forma organizada, bem pensada, bem planeada e bem monitorizada, permanecendo flexíveis (sempre) de forma a se poderem ajustar a mudanças nas condições.

Os Holandeses são frugais e árduos trabalhadores. São abertos e directos, fazem questão de cumprir com a palavra dada e esperam que os outros façam o mesmo (a pontualidade e o cumprimento de compromissos assumidos são regra). Têm uma elevada auto-estima e exprimem as suas opiniões com grande energia e determinação.

 

publicado por visaocontacto às 11:20
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