Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

A step ahead

Catarina de Oliveira | C13

 

IIT Research Institute

Chicago | EUA

 

O cancro assume-se actualmente como um grave problema de saúde pública, principalmente nos países industrializados.
Ainda que desde 1971, quando a administração Nixon declarou a War on Cancer, se tenham desenvolvido novos métodos de diagnóstico que têm conseguido melhorar o prognóstico de vários doentes, esta é ainda uma doença associada a uma grave diminuição da qualidade de vida, um longo processo de tratamento e muitas vezes uma sentença de morte precoce.


Os tratamentos convencionais, mais ou menos eficientes, acabam por tratar a consequência imediata, os tumores, sem atacarem a causa primeira destas doenças: a carcinogénese – a formação de células anormais capazes de multiplicar-se indefinidamente e de escapar ao nosso sistema imunitário.
Para tentar reverter este quadro, só nos Estados Unidos são gastos anualmente perto de 5 mil milhões de dólares dos cofres públicos em investigação no cancro, sendo que grosso modo se pode dividir este investimento em procura de novos tratamentos, novos métodos de diagnóstico, melhor entendimento da biologia do cancro e prevenção.


Entender a génese e a biologia do cancro sempre pareceu o caminho mais curto e aliciante para qualquer tentativa de o atacar. Conhecemos já situações em que algumas pessoas têm mais probabilidade que outras de ter um ou outro tipo de cancro, tais como a forte componente familiar de alguns tipos cancro da mama, a infecção por HPV no cancro do cólo do útero ou o papel do tabagismo no cancro do pulmão, mas como, quando e porquê essa maior probabilidade se traduz finalmente em cancro, é ainda, de uma forma geral, uma incógnita.
As dificuldades que esta aproximação tem encontrado prendem-se com o facto desta não ser apenas uma doença, mas uma infinitude de patologias, cuja causa primeira, depende e varia com o órgão afectado, o paciente, e muitas outras variáveis ainda deconhecidas.


Compreender as causas e o mecanismo exacto da carcinogénese, se alguma vez for possível,  poderá ajudar a desenvolver novos mecanismos de prevenção, que mais do que tentar encontrar uma cura para o cancro teriam como objectivo final a sua irradicação.


Cientistas em todo o mundo estudam diferentes formas de ajudar na prevenção, incluíndo, mudanças na alimentação e estilo de vida, métodos que permitam identificar lesões pré-cancerosas num estádio muito inicial e medicamentos quimiopreventivos (que tratem lesões pré-cancerosas ou que evitem a carcinogénese).
 
 O IIT Research Institute, onde me encontro actualmente a estagiar, é um instituto de investigação ligado a uma instituição de ensino superior: o Illinois Institute of Tecnology. São ambas instituições privadas,  sem fins lucrativos e contam com financiamento público e privado.

 

No panomarama da luta contra o cancro, o IITRI, através da Carcinogenesis and Chemoprevention Division e da Drug Discovery Division, visa desenvolver compostos quimiopreventivos, preferencialmente incorporáveis na dieta humana, que possam diminuir as probabilidades de desenvolvimento de vários tipos de cancro, quer em grupos de risco quer na população em geral, e compreender a fundo o seu mecanismo de acção. Nos últimos anos a investigação dos efeitos da Vitamina D nos cancros da mama e do tracto digestivo tem trazido bons resultados e publicações em revistas da especialidade, sendo de realçar um análogo desta Vitamina desenvolvido em parceria com a University of Illinois at Chicago, que entrou na fase de ensaios clínicos em 2006.
 
Ainda que haja um longo percurso pela frente até que este ou qualquer outro composto quimiopreventivo possa estar disponível para a população em geral, esperamos todos que, em breve, nos posicionemos finalmente um passo à frente do Cancro.

  

Referências:

www.cancer.gov

www.iitri.org

 

 

publicado por visaocontacto às 11:49
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Sábado, 4 de Julho de 2009

Enzymes in Biotech

Rafael Almeida | C13

Anacor Pharmaceuticals
Palo Alto, CA | USA

The quest for biotechnologically important enzymes has focused on a new field – extremophile organisms.

 

What are enzymes? Little cellular machines that provide a microenvironment for a chemical reaction to occur. They are not consumed in the reaction, they greatly increase its rate, they are only needed in very minute quantities, and they are very particular about the substrate that they act upon. Because they are proteins codified by genes, they are produced in cells of every living thing - from bacteria, fungi, plants and animals – and can be separated from these cells and continue to function.

 

Why do we care? Because they can do for industry what they do in their cells, where a merely chemical biosynthesis pathway would impossible. Enzymes have been used for a long time – for such an ancient purpose as cheese making when we didn’t even know what enzymes were, to more sophisticated uses such as medical diagnosis, or digesting the gluey sticky pulp that is part of the paper recycling process. They are used in many different industry segments - detergents, food, feed, technical, pharmaceutical, microorganisms and biofuels. 1 kg of enzyme can cost anything from $5 when used unpurified in bulk quantities, to $100 000 for purified, diagnostic enzymes.

The thing is, often the industry processes that lead to the product need to occur under special conditions, such as high temperatures, acidic or caustic conditions, high pressure, etc - which damages the enzyme. Or if it is used in detergents, it will need to be active when the laundry machine is throwing hot water at it. And they are very particular about this – even a slight increase in temperature can completely abolish the enzyme’s activity.

So how can we solve this problem? The answer lies in Nature. For there is life even in the harshest of places - the deepest part of the ocean, the saltiest of the lakes, the hottest underwater vents. And where there is life, there are enzymes. These extremophiles - mainly bacteria or similar organisms, archea - are adapted to function in these places, which means their enzymes function in a temperature or pH range where normally enzymes do not function. Now, we don’t actually need to grow the particular organism that harbors our enzyme in the factory. Because it is codified by a gene, we can use genetic engineering to introduce that gene in a regular, moderate-condition growing organism. And thus we have a mesophyllic organism producing a high-temperature resisting enzyme, which we can then isolate.

Lipolase, developed by Novozymes for its laundry detergent, is a robust lipase with good all-round performance on fatty and oily stains! It is effective under alkaline conditions and across a broad temperature range, and was found in the thermophyle fungus Thermomyces lanuginose. The radioresistant Deinococcus radiodurans is a bacterium that has an enzyme – mercuric reductase – that has been used to detoxify radioactive waste generated from nuclear weapons manufacture. In a molecular biology lab, the routine polymerase chain reaction that involves a series of high-temperature steps uses an enzyme – taq – first isolated in Thermophylus aquaticus, a bacterium discovered to thrive at Yellowstone Park’s hot springs. It is used in genetic fingerprinting (read ‘TV series DNA testing’), diagnosing hereditary and infectious diseases, etc.

The enzyme market is a significant one, estimated at €3.4 billion with an annual growth of about 6.5 to 10%. There are institutions whose sole business is to research and develop extremophile organisms for their clients!

 

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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

The war on cancer

Elisabete Figueiredo | C12

 

IITRI - Illinois Institute of Technology- Research Intitute

Chicago | USA

 

As eleições presidenciais dos EUA estão a avizinhar-se e eu estou em Chicago, na cidade onde mora um potencial futuro presidente.

Estou a estagiar no Illinois Institute of Technology- Research Intitute (IITRI), no Carcinogenesis and Chemoprevention (C&C). Os principais projectos deste grupo focam-se na quimioprevenção de cancros que ainda atingem uma grande mortalidade, o do colon e o da mama.

Em conversa com o Dr Mehta, fiquei a saber que o apogeu do investimento em investigação na área do cancro foi atingido durante a presidência de Nixon, na década de 70. Nixon declarou "The War on Cancer" e queria que esta fosse uma acção lembrada como uma das mais importantes tomadas durante a sua Administração. Resolvi alargar a conversa/ entrevista com o Dr Mehta, que além de ter começado a dar os primeiros passos em investigação científica nessa década, é director do grupo C&C e vice-presidente-assistente do IITRI. Foi ainda nessa década que surgiu a quimio-prevenção enquanto área de investigação, que desde o inicío esteve associada ao IITRI.

Optei ainda por estender a conversa/ entrevista à Dra Murillo, que é professora assistente do IIT, investigadora principal no grupo C&C e supervisora do meu estágio. A Dra Murillo começou a sua carreira como nutricionista clínica e foi a "vontade de continuar sempre a aprender" e "saber as respostas" que a levou a enveredar pela investigação científica, sendo hoje uma reconhecida especialista na área da quimio-prevenção do cancro do cólon.

 

Dada a época de eleições e de grande instabilidade económica que atravessamos, pareceu-me pertinente perguntar qual o impacto, esperado por estes investigadores, do resultado das eleições na evolução da investigação científica .A resposta foi unânime, e ambos concordaram que o resultado se poderá manifestar ao nível de políticas adoptadas na investigação com células estaminais e também ao nível de financiamento total investido no National Institute of Health (NIH).

E qual teria sido a evolução da investigação na área da quimio-prevencao ao longo dos anos? Entre o momento em que o Dr Mehta e a Dra Murillo começaram a trabalhar em quimio-prevenção há uma discrepância de 20-30 anos. Nesse intervalo, os modelos in vitro começaram a ganhar relevância, houve um esforço em tentar perceber os mecanismos de acção dos compostos quimio-preventivos e a biologia molecular foi uma ferramenta que ganhou impacto neste tipo de estudos. Por outro lado, começa a sentir-se a ausência de fundos investidos nesta área.

Perguntei ainda qual achavam ser contributo da investigação na quimio-prevenção para a sociedade. Como em toda a investigação científica não há resultados imediatos, porém é muito compensador quando um composto de entre milhares estudados, que sugere um efeito protector, é levado para ensaios clínicos e prova ser efectivo. Este é um processo que pode ser muito moroso, mas uma das causas que faz acreditar que todo o trabalho desenvolvido valeu o esforço.

 

Gostava de ter incluído o resto do grupo no processo de entrevista, mas isso revelar-se ia muito extenso. Agradeço o contributo , ainda que de forma informal, que todos deram. O grupo C&C é uma amostra bem representativa da multi-culturalidade existente em Chicago, uma das características que mais me surpreendeu pela positiva. Somos indianos, chineses, afro-americanos, mexico-americanos, arábia-saudo-americanos e portugueses. Embora às vezes surjam "ruídos" de comunicação, esta é uma experiência socialmente muito enriquecedora e que fomenta o conhecimento inter-cultural e uma "comunicação internacional".

publicado por visaocontacto às 11:27
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Terça-feira, 11 de Novembro de 2008

In business for life

Sofia Rebelo | C12

Genetech

S. Francisco | USA

De empresa mais admirada na área da biotecnologia a uma das 100 empresas de crescimento mais rápido, a Genentech tem-se destacado no mundo bio-farmacêutico pela inovação e, acima de tudo, pela forma como lida com as pessoas. Aos trabalhadores é exigida competência, inovação e dedicação. Em contrapartida, o ambiente de trabalho criado promove o bem-estar e estimula a criatividade. A comunicação é outro dos aspectos fundamentais. Um dos lemas da Genentech é “cada trabalhador tem direito a um bom manager”. Assim, está estabelecida uma cadeia de comunicação em que cada funcionário tem uma rede de suporte, tanto por parte de supervisores como de parceiros de trabalho. Outro dos factores de sucesso da Genentech é a fidelização à ciência e ao seu objectivo final, os pacientes.

Tal como qualquer empresa, uma bio-farmacêutica tem inevitavelmente que apresentar lucros. No entanto, é fundamental que os interesses financeiros e científicos estejam o mais afastados possível. A história da Genentech mostra que a tecnologia, inovação e ciência foram predominantemente a prioridade da empresa, investindo cerca de 20% do seu lucro anual em investigação e desenvolvimento de produto. A história mostra também que os produtos inovadores criados pela Genentech mudaram nalguns aspectos a forma de exercer medicina. Das três principais áreas de investigação (oncologia, imunologia e regeneração de tecidos), a oncologia tem sido até agora a área prioritária de investigação.

 

 

 

 

Nas últimas duas décadas, alguns dos fármacos mais promissores no tratamento de tumores foram desenvolvidos pela Genentech. Estes não só melhoraram o estilo de vida dos pacientes, como aumentaram a sua esperança média de vida. Ainda que alguns dos produtos mais eficazes tenham preços considerados elevados para a média, tornando o processo terapêutico muitas vezes inatingível para muitos dos pacientes, esse é o valor considerado justo pela empresa para a inovação das novas terapias. Para compensar, são criados programas e fundos de apoio aos pacientes e tomadas inúmeras iniciativas de forma não só a apoiar os pacientes, mas também a criar ligação entre os trabalhadores da empresa e o objectivo final dos produtos.

 

 

Da minha experiência nesta empresa, para além dos conhecimentos técnicos e científicos, adquiri também os valores da filosofia de trabalho. O respeito, a cooperação e a comunicação entre as pessoas na empresa e a vontade de fazer um bom trabalho, pela ciência e pelas pessoas que vão usufruir dela. Estes são também, na minha opinião, os aspectos fundamentais para o sucesso de uma empresa biofarmacêutica.

publicado por visaocontacto às 11:34
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Sexta-feira, 28 de Março de 2008

Ainda há esperança.

Carlos Silva

Elan Pharmaceuticals

São Francisco

E.U.A.

Descrita por Hipócrates como melancolia, tristeza, indiferença e falta de vontade de viver a realidade do dia-a-dia, podendo eventualmente conduzir ao suicídio, a Doença de Parkinson é uma doença depressiva conhecida da medicina há mais de 2000 anos.

Actualmente consideram-se múltiplas formas de depressão. Na população em geral, a doença depressiva está estimada em valores na ordem dos 40%, no entanto torna-se difícil  perceber esta incidência pois existem formas de reagir às contrariedades da vida que, sendo essencialmente depressivas, não constituem doença que necessite tratamento. Estas formas de depressão surgem, em geral, como resultado de um desgosto, mas podem ser igualmente relacionadas com o surgir de outras doenças. É natural verificar-se uma reacção negativa em alguém que esteja de boa saúde e de repente adoeça, o que se verifica no caso da doença de Parkinson.

O sentimento dominante é o de revolta. A sensação de injustiça por parte da natureza por ter sido escolhido para ter essa doença leva o doente a ser dominado por ansiedade, insónias e irritabilidade que afecta as suas relações com a família. Esta reacção depressiva estende-se ao agregado familiar pois uma doença crónica numa família é igualmente uma doença da estrutura social que é a família. A lentidão de movimentos, a súbita paralisia muscular e a perda de expressão facial surgem como primeiros sintomas e que podem ser confundidos, inicialmente, com falta de iniciativa, sendo que o doente pode ser erradamente diagnosticado como depressivo sem o estar. As modificações químicas resultantes do processo degenerativo que é a doença de Parkinson não só afectam regiões motoras, como também afectam regiões cerebrais implicadas na génese dos sintomas depressivos, portanto é importante tratar ambas as situações, pois uma melhoria na condição motora conduz naturalmente a uma melhoria na condição psicológica do doente, recorrendo a uma medicação eficaz.

Basicamente, é a formação de agregados de proteínas que está na génese das doenças degenerativas como a doença de Parkinson.  O objectivo torna-se, então, em produzir fármacos que actuem de forma a evitar a formação destes agregados.

Encontro-me em San Francisco a realizar o meu estágio na empresa Elan Pharmaceuticals, cujo alvo de estudo de investigação são as doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer, a Esclerose Múltipla e a doença de Parkinson. No mercado farmacêutico existem já à venda produtos desenvolvidos por esta empresa, sendo os mais conhecidos: “Tysabri” – utilizado para tratamento de certas formas de Esclerose múltipla; e “PRIALT” – analgésico eficaz para alívio da dor aguda em doenças crónicas. O meu projecto de investigação na empresa relaciona-se directamente com o estudo da doença de Parkinson e os mecanismos que conduzem a esta doença, realizando experiências com determinadas proteínas que estão directamente envolvidas com a formação de agregados em que a sua acumulação conduz as respostas celulares como a degeneração de determinados tipos de neurónios (dopaminérgicos).

A experiência de trabalhar numa empresa fora do país tem um valor sem precedentes, pois adquirem-se métodos de trabalho que normalmente não se adoptariam. Por muito boa que seja a formação académica, acaba por ser insuficiente comparativamente à formação que se obtém após engrenar num ambiente empresarial e industrial com objectivos que levam à criação de produtos de utilidade pública.

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Quarta-feira, 26 de Março de 2008

Quimioprevenção ...uma dieta funcional?

Joana Senra

 

IIT Research Institute

Chicago

E.U.A.

Cada vez mais a “medicina alternativa” ganha relevo… ou por uma maior disponibilidade de produtos naturais, ou pela procura de uma alimentação saudável. Vejamos o caso dos probióticos… simples iogurtes desenvolvidos para melhorar a nossa flora intestinal. São um exemplo perfeito de uma “alimentação funcional”.

Actualmente nos Estados Unidos, há um grande esforço dentro da comunidade científica para a identificação de compostos derivados de produtos naturais com propriedades benéficas para o homem, que de certo modo poderão ter uma acção preventiva quando inseridos nas nossas refeições diárias.

No meu caso, e em especial no grupo de investigação onde estou inserida, sintetizamos novos compostos derivados de fontes naturais e testamos as suas capacidades quimiopreventivas. Ou seja, testamos de que modo poderão reduzir o risco, retardar o aparecimento, ou mesmo impedir a recorrência de uma doença tão falada no nosso dia-a-dia – o Cancro.

No entanto, a identificação e desenvolvimento de um novo agente quimiopreventivo passa por um longo processo de selecção que se inicia com estudos epidemiológicos. Vejamos dois exemplos: Resveratrol e Vitamina D.

Provavelmente já todos ouviram falar do famoso paradoxo francês: Os franceses são conhecidos por terem uma dieta altamente calórica, no entanto têm um baixo índice de doenças cardiovasculares, como resultado de um consumo frequente de vinho tinto (com moderação!).

Vários cientistas afirmaram que o resveratrol (uma fitoalexina presente nas uvas) poderá ser o composto responsável por este paradoxo francês. Vários estudos provaram a sua eficácia na protecção de doenças cardiovasculares e recentemente na prevenção de doenças como o cancro da mama. O resveratrol tornou-se, assim, uma das moléculas de excelência em estudos nas diferentes áreas da oncobiologia.

 

Então, e a vitamina D?

 

No início do século 20 já a luz solar era usada como terapia para doentes com tuberculose. Mais tarde, estudos mostraram que em resposta á exposição solar, o organismo sintetiza vitamina D (importante na regulação do sistema imunitário). Por curiosidade, as populações de países tropicais (onde o bom tempo é uma constante), para além de terem um bom índice de vitamina D no organismo, têm em geral uma menor incidência de cancro, sugerindo que a vitamina D poderá ter um papel importante na prevenção do cancro.

Inúmeros estudos que comprovaram o papel desta vitamina na prevenção do cancro foram publicados. Surgiu assim, nos nossos laboratórios, o interesse em sintetizar um análogo da vitamina D, menos tóxico e mais eficaz. A capacidade terapêutica, assim como quimiopreventiva do análogo, foi comprovada. Seguem-se os ensaios clínicos que por agora estão em “standby” à espera de aprovação da FDA (Food and Drug Administration).

Esperemos que um dia, indivíduos com predisposição para um determinado tipo de cancro, possam prevenir o seu aparecimento a partir da ingestão destes agentes quimiopreventivos nas suas dietas diárias.

 

Apesar de parecer um processo rápido e simples, é antes pelo contrário, um processo moroso, complexo, que necessita de um grande financiamento – os chamados “high-risk investments” – que infelizmente não são muito frequentes em Portugal.

Nos Estados Unidos, para além das grandes empresas financiarem a investigação (biologia aplicada), o governo americano também não fica atrás. O NCI (National Cancer Institute), componente do National Institute of Health (NIH) recebe os seus financiamentos do Congresso dos Estados Unidos, que rondam os $4.75 biliões de dólares por ano.

 

A investigação que se faz em Portugal é muito boa, temos bons investigadores, bons profissionais e bons institutos nas diferentes áreas da saúde mas o financiamento…

Claro que não é possível comparar Portugal aos Estados Unidos, no entanto, verifica-se neste último que há uma grande contribuição e um grande investimento no desenvolvimento tanto na área da saúde como nas áreas das novas tecnologias.

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Terça-feira, 25 de Março de 2008

BioBoom

 

Joana Cruz

(Unidade de Genómica)

&

Dulce Afonso

(Unidade de Bio Transformações Industriais)

Parque Científico de Madrid

 

Madrid | Espanha

 

 

 

 

 

O negócio de Biotecnologia é um negócio global. As empresas espanholas sabem disso e esforçam-se por cumpri-lo. A facturação da biotecnologia espanhola cresce 20% ao ano, sendo que Espanha aporta 4% da produção mundial em biotecnologia mas está a anos luz desse valor  no que se refere a patentes, capital e pessoal técnico no sector. Está cada vez mais incutido nos espanhóis que a investigação de hoje é a facturação de amanhã.

A Comunidade Autónoma de Madrid é uma peça chave em Espanha na investigação pública no campo da Biotecnologia e da Biomedicina, tanto pelo número de investigadores como pela sua qualificação. 

Um dos impulsos para este sector é a criação de uma rede de Parques Científicos e Tecnológicos como ferramenta de transferência de conhecimentos, propiciando a colaboração entre as universidades, a investigação, o mundo empresarial e a administração pública. A origem dos parques está intimamente ligada a Silicon Valley, que serviu de modelo de desenvolvimento tecnológico e económico.

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Segunda-feira, 24 de Março de 2008

Babysitter de células

Andreia Correia

Anacor Pharmaceuticals

Palo Alto

E.U.A.

 

Em que consiste a cultura celular? Basicamente, é o conjunto de técnicas que permite cultivar ou manter células isoladas fora do organismo do qual são provenientes, conservando as suas características próprias e que, como tal, implica a prévia desagregação (mecânica ou enzimática) do tecido original. Podem fazer-se culturas a partir de tecidos animais (incluindo humanos) e vegetais. Existem dois tipos de cultura celular: primária, preparada directamente de tecidos de um organismo, com ou sem passo inicial de fraccionamento das células; e secundária, em que as células cultivadas foram retiradas de uma cultura primária e podem proliferar indefinidamente, sendo propagadas como uma linhagem de células. As linhagens celulares podem ser preparadas a partir de, por exemplo, células cancerígenas, como são o caso das THP-1 (linha celular da leucemia humana aguda monocítica), cuja manutenção tenho a meu cargo.

 

Em cultura celular recorre-se frequentemente a linhagens de células em virtude destas poderem ser armazenadas em azoto líquido por um período bastante longo e continuarem viáveis, quando descongeladas. É aqui que entra o meu trabalho. Desde o 1º dia na Anacor que cresço, em condições assépticas, duas linhagens celulares: uma de fígado humano denominada HepG2 e outra de fibroblasto de ratinho designada por L929, usando técnicas de cultura in vitro.

 

É nestas linhas celulares que testo a toxicidade dos compostos sintetizados pelos químicos da Anacor. Em linhas gerais, estes ensaios de toxicidade celular consistem em adicionar compostos às células e medir a viabilidade das mesmas decorridas 24 horas, viabilidade essa que é determinada quantitativamente através de uma reacção colorimétrica por intermédio de um leitor de placas. Os resultados destes ensaios são de extrema importância para a empresa porque os compostos que mostrarem toxicidade celular serão postos de parte, não sendo considerados em estudos futuros. No fundo trata-se da 1ª fase eliminatória. Por isso, vivo um pouco em função destas células, são “as minhas meninas”, como afectuosamente lhes chamo. Elas não esperam por mim para se dividirem, o que implica por vezes ter de ir à empresa ao fim-de-semana, substituir o meio de cultura. Tenho de as manter felizes, para que não me deixem ficar mal.

São inúmeras as vantagens da cultura celular, realço: a possibilidade de estudar fenómenos inacessíveis em tecidos intactos; a obtenção de células com boa homogeneidade e bem caracterizadas (a nível comportamental e funcional); o permitir economizar reagentes, tempo, etc. Como principais desvantagens verifica-se: a instabilidade da cultura celular (possível perda de características fenotípicas), a extrapolação para o modelo de organismo intacto e a necessidade de operadores experientes. No entanto, as aplicações da cultura de células na produção de vacinas anti-virais, na compreensão de fenómenos de neoplasia, no estudo da imunologia e em ensaios de fármacos e cosméticos in vitro, compensam largamente todo o investimento em recursos económicos e humanos que exige.

 

O meu estágio na Anacor teve início no dia 19 de Novembro de 2007. Fui integrada no departamento de Farmacologia e trabalho no laboratório de cultura de células.

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Domingo, 23 de Março de 2008

Um paraíso para a biotecnologia

Inês Martins - Fluxome Sciences - Lyngby - Dinamarca.

 

 A Dinamarca tem mais de 150 anos de história a nível da Biotecnologia. Iniciada em 1847 com a Carlsberg e seguida da Chr. Hansen, em 1874, registou um sucesso continuado e expandido mundialmente por empresas como a Novo Nordisk, Novozymes, Danisco, H. Lundbeck e Leo-Pharma. São elas que têm contribuído para o importante status mundial dinamarquês nas indústrias de enzimas, ingredientes alimentares, tratamento da diabetes e investigação do cancro.  

 

Este país, com o maior investimento de capitais de risco da Europa em biotecnologia (percentagem do PIB - OCDE 2006) é, ao nível do número de trabalhadores nesta área científica, o segundo maior país europeu (OCDE 2006) e o terceiro maior mercado de capitalização de empresas biotecnológicas na Europa (Ernst & Young 2007). É considerado pela Comissão Europeia (2007) um de quatro países com melhor “performance” em biotecnologia.

 

A Dinamarca possui uma série de universidades, centros de investigação, empresas privadas de investigação de diferentes dimensões, trabalhando todos na vanguarda. Existe uma estrita colaboração entre as universidades e a indústria, onde estudantes de mestrado e de doutoramento frequentemente desenvolvem as suas teses e onde, igualmente, se desenvolvem muitas empresas “spin-off” a partir das universidades.

 

A qualidade de investigação realizada nas universidades e o sucesso das grandes empresas dinamarquesas ao nível mundial, têm sido fonte de inspiração para a formação de pequenas e médias empresas em Biotecnologia. Assim, actualmente, observa-se um denso agrupamento de universidades, hospitais e empresas de biotecnologia, tecnologia médica e farmacêutica, muitas das quais possuem investigação e desenvolvimento, na grande área de Copenhaga, na Dinamarca, e de Skåne, na Suécia, constituindo o Medicon Valley, um dos mais fortes “clusters” em ciências da vida na Europa.

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Terça-feira, 13 de Novembro de 2007

O papel da investigação no desenvolvimento de um país e na qualidade dos seus produtos e serviços

     Luis Monteiro - Pfizer; Sandwich; U.K.

.

O conhecimento científico e tecnológico é consensualmente apontado como um dos principais pilares das dinâmicas de desenvolvimento económico, social e cultural das sociedades. A evolução do mesmo ao longo da história da Humanidade confunde-se e é até certo ponto indissociável da evolução do próprio Homem. A identidade que nos atribuímos, no início do terceiro milénio, enquanto parte da comunidade mundial, de um determinado povo ou mesmo como indivíduos, está intrinsecamente marcada por séculos de pesquisas e avanços nas diversas áreas da ciência. Do objecto mais banal do nosso quotidiano à percepção que temos do mundo e da vida, tudo resulta ou deriva dessa enorme corrente de conhecimentos que se renova e supera a um ritmo diário.

O impacto da investigação científica na vida das populações é tido pela comunidade pública como um acontecimento que teve sobretudo lugar sobretudo no século XX. Esta ideia, deve-se principalmente, ao enorme progresso tecnológico verificado nesse período, mas também ao aparecimento dos meios de comunicação e produção de massas, que permitiram às pessoas um acompanhamento mais próximo do que ia sendo descoberto nos vários domínios. Mas a inovação com base em fundamentos teóricos (investigação científica) passou a ser preponderante no desenvolvimento económico e social das nações pós Revolução Industrial. A união entre a ciência e a técnica (que veio suceder ao “aprender fazendo” do início daquele período histórico) veio permitir o estabelecimento das sociedades como as conhecemos (cidades, valores morais,...) e inaugurou uma era de “crescimento económico moderno”. E os países que estiveram na origem do aparecimento desta combinação foram os que assumiram (e continuam a assumir, de uma maneira geral) a predominância mundial em quase todos os aspectos, devido à vasta aplicação dos produtos e serviços resultantes da pesquisa científica.

Este enquadramento histórico serve apenas para realçar a importância da investigação no desenvolvimento dos Estados modernos, contrariando a ideia de que é um tema recente. O que estamos a assistir hoje em dia é uma tentativa de um número cada vez maior de países, em que Portugal se insere, de recuperar em relação às nações que foram pioneiras neste campo, no valor atribuído ao papel do conhecimento científico e à sua aplicação prática como impulsionador do crescimento. Se no passado já foi essencial, no futuro apresenta-se como vital e as denominadas Novas Tecnologias e (principalmente) a Biotecnologia são unanimemente consideradas como as chaves para o sucesso económico deste século.

Actualmente são os Estados Unidos, a maior economia mundial, que estão na vanguarda da invenção e inovação tecnológica (tendo ultrapassado na segunda metade do século XX as posições ocupadas pela França, Reino Unido e Alemanha até então). Para além de demonstrar inequivocamente a estreita relação entre conhecimento e desenvolvimento, é importante tentar perceber as causas que levam os americanos a liderar o sector da investigação e desenvolvimento (I&D). Em primeiro lugar, a proporção de investigadores em relação à população é de quinze em cada mil, enquanto que na Europa o número fica pelos dez por milhar de habitantes. Mas o principal factor de diferenciação reside no facto de que as actividades associadas à ciência e tecnologia norte-americanas não estão circunscritas ao mundo académico. Antes pelo contrário, apenas 20% dos investigadores exercem funções na universidade, enquanto que os restantes 80% estão ligados ao sector industrial (na Europa o número de investigadores está distribuído igualmente entre as universidades e a indústria). Isto traduz-se numa capacidade ímpar para conseguir a transferência de tecnologia da ciência para a indústria, criando um grande impacto económico-social e enraizando a proximidade das universidades às comunidades em que se inserem e, num plano mais abrangente, às preocupações e ambições nacionais.

 

É importante que Portugal se sirva do exemplo dos Estados Unidos para tentar aumentar a competitividade do país e das empresas nacionais. Sem querer que a cultura americana seja adoptada sem critério, é preciso aprender com ela e adaptá-la à nossa realidade. E o caminho passa por um forte e sustentado aumento do financiamento público para a I&D. Apesar de ser um investimento cujos retornos económicos manifestar-se-ão apenas a longo prazo, só assim é possível incentivar as empresas portuguesas a aumentar as despesas em investigação. É a investigação realizada nas e pelas empresas que mais directamente se relaciona com o aparecimento de novos produtos e processos, contribuindo para o crescimento da produtividade. Mas não é suficiente despender mais capital. São necessários os recursos humanos qualificados indispensáveis às actividades de I&D. Em Portugal, para além de haver uma proporção reduzida de pessoas ligadas a esta área (apenas três investigadores por cada mil habitantes), há uma fraca absorção dos graduados no sector empresarial. De facto, 90% destes elementos exercem funções nas universidades, número bastante distante da média europeia, já para não falar da norte-americana, que é quase a oposta. E a capacidade dos pesquisadores e cientistas portugueses não fica atrás dos das restantes nacionalidades. Para o provar basta o registo do número crescente de protocolos e parcerias entre empresas e centros de investigação estrangeiros com empresas, instituições e governo portugueses. É o reconhecimento da qualidade humana existente, que infelizmente é obrigada a prosseguir a carreira no estrangeiro por falta de oportunidades em território nacional.

A vantagem do conhecimento num mercado livre e altamente concorrencial onde as exigências dos consumidores, a optimização dos processos e redução dos custos fazem com que os próprios custos dessa investigação sejam compensados pelos benefícios que dela advém. Tornou-se indiscutível que será através do investimento na área da ciência e tecnologia que um país poderá apresentar um desenvolvimento coerente no futuro, tanto no aspecto económico como na qualidade dos seus produtos e serviços. E é importante que Portugal tente acompanhar esta tendência quase obrigatória, para que construa bases sólidas de crescimento e para não ser apenas conotado com a produção de vinhos, produção têxtil e turismo. E não consigo imaginar melhor promoção para o país do que a conclusão de um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) sobre Portugal que culminou com a assinatura de um protocolo de colaboração entre o governo nacional e aquela instituição “...a excelência da investigação encontrada nos centros de investigação portugueses ao longo do exercício de avaliação recomenda que o MIT fomente projectos de colaboração com as instituições portuguesas. Além disso, o empenho do governo português em reforçar a ciência e a tecnologia e em promover a colaboração internacional nos âmbitos do ensino superior e da ciência e tecnologia torna Portugal um país interessante para se fazer investigação e um parceiro relevante para futuros projectos de colaboração numa economia emergente globalizada e baseada no conhecimento.”

publicado por visaocontacto às 17:06
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Portugal e a biotecnologia: investigação ou área empresarial?

     Susana Aveiro - Parque Científico de Madrid; Madrid, Espanha.

Antes de desenvolver qualquer ideia sobre a actualidade da biotecnologia em Portugal será importante esclarecer: o que é a biotecnologia?! Muitas vezes confundida com a química, biologia, ou áreas afins, esta ciência assenta basicamente num conjunto de tecnologias avançadas que permitem a descoberta e fundamentalmente a manipulação dos mistérios da vida desde os genes até ao mais complexo sistema vivo.

Embora a aplicação desta ciência tenha por vezes opiniões controversas por questões essencialmente éticas (refira-se por exemplo a clonagem), revela-se fundamental em áreas como a saúde, agricultura, indústria alimentar e protecção do ambiente. Como exemplos práticos refira-se por exemplo a redução no uso de pesticidas e químicos industriais convencionais altamente poluentes e tóxicos, aumento da resistência de culturas e consequentemente incremento da rentabilidade, terapias géncias de doenças como o cancro, hemofilia, formulação de produtos alimentares direccionados para grupos específicos consoante as suas necessidades, criopreservação...

Para além da melhoria da qualidade de vida com o acesso a produtos originários da biotecnologia, não se poderá deixar de parte o potencial económico que este sector poderá proporcionar. Refiro-me “poderá proporcionar” porque creio que ainda se encontra numa fase embrionária no nosso país face a outros parceiros europeus... E aqui reside o principal problema...estará a biotecnologia em Portugal reduzida à investigação universitária ou terá já em seu poder algum tecido empresarial?! De facto surgem já algumas empresas de base biotecnológica que nos fazem acreditar que esta área estará a ser projectada num bom caminho! São já visíveis sinais de mudança. Quem não conhece o Parque tecnológico “Biocant” referência em ciência e tecnologia de saúde em Portugal?

As Bioindústrias Portuguesas representam no dias de hoje centros para transferência de tecnologia, atracções de talentos de capital humano altamente especializado, centros para o estabelecimento de novas parcerias estratégicas e sinergias, parceiros para a Internacionalização, catalizadores do enriquecimento do tecido empresarial, reforços da competitividade de Portugal no quadro dos mercados globais, reforços do desenvolvimento, centros de atracção de investidores e investimentos e principalmente exemplos a seguir.

Portugal terá de inovar em termos de produtos e serviços, e são estas novas áreas tecnológicas, os verdadeiros motores que geram produtos de elevado valor comercial, apoiadas em mão-de-obra altamente qualificada, bem remunerada. , em vez de áreas dependentes de mão de obra barata com baixos níveis de qualificação.

O conhecimento residente na mão-de-obra qualificada, torna-se o bem mais precioso na investigação biotecnológica. Mas aqui colocar-se-á uma questão, estará Portugal a usufruir da mão-de-obra especializada que tem ou estará a deixa-la escoar-se para outros países onde as oportunidades sejam mais aliciantes?

Estamos disponíveis, empreendedores de novos projectos e ideias, aguardamos por um futuro onde a inovação e o desenvolvimento tecnológico em Portugal se faça ouvir pelos 4 cantos do mundo. A biotecnologia veio para revolucionar, a oportunidade está aí, haja investimento!

 

Fontes bibliográficas:

 

www.inteli.pt/biotech2005.pdf

clix.expressoemprego.pt/scripts/indexpage.asp?headingID=2397

www.asebio.com/docs/nov_13.pdf

www.nanogolive.com/topics/pt-bi-portugal.php

www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=a1d0c6e83f027327d8461063f4ac58a6&subsec=ef72d53990bc4805684c9b61fa64a102&id=7dbb67a3af035bfca42e67a10466ef78

www.biotempo.com/pt/serv.htm

www.biocantpark.com/noticias/noticias.asp

www.cienciahoje.pt/index.php?oid=1455

www.cienciahoje.pt/index.php?oid=23673&op=all

in3.dem.ist.utl.pt/downloads/press/pub20031215.pdf

in3.dem.ist.utl.pt/master/thesis/98files/9

 

publicado por visaocontacto às 16:51
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