Pequeno olhar sobre a Índia
A evolução da cultura milenar tradicional indiana tem-se pautado por uma assinalável continuidade até ao século XXI. Porém, esta situação tende a mudar. O exponencial crescimento económico indiano, registado na última década, permitiu uma mobilidade social e a emergência de uma classe média jovem que começa a pôr em causa valores sócio-culturais e a adoptar comportamentos e estilos de vida ocidentalizados.
Numa primeira análise da sociedade indiana, o que ganha especial relevância é, inevitavalmente, o sistema de castas ainda vigente que tem grande impacto na dinâmica nacional ao nível da estruturação e organização. Apesar da proibição ao nível constitucional, é praticado pelo Hinduísmo, ou seja, por cerca de 80% da população. Assim, torna-se difícil a tarefa de compreensão da dimensão deste fenómeno, de uma compreensão da entidade nacional indiana, bem como, da matriz política e sócio-cultural.
A maior democracia do mundo é resultado de uma diversidade cultural, racial e religiosa acentuada (foi o berço de duas das mais importantes religiões do mundo: Hinduísmo e Budismo), alicerçada numa rica herança cultural de 5.000 anos e na primeira experiência unificadora do domínio cultural britânico (administração centralizada), que converteu uma das mais antigas civilizações do mundo num Estado-Nação.
Temos que ter em conta que se trata do segundo país mais populoso do planeta, com uma densidade demográfica de 332, 2 habitantes/km2.
Oportunidade
Apesar das relações históricas e seculares entre Portugal e a Índia, houve um corte das relações diplomáticas, até 1975, entres os dois países aquando da expulsão por ordem de Jawaharlal Nehru (então primeiro-ministro) das colónias de Goa, Damão e Diu em 1961.
Como mercado emergente e potência económica pertencente ao grupo dos BRIC (grupo criado pela Goldam Sachs em 2003), a Índia é um mundo de oportunidades para as empresas portuguesas. O mercado indiano tem-se expandido continuamente desde a reforma económica de 1991, então protagonizada pelo actual Primeiro-Ministro (na altura Ministro das Finanças) Manmohan Singh. Com a liberalização da economia, o crescimento económico indiano tem revelado um rápido crescimento do PIB, incentivos ao IDE e às exportações. O aumento dos níveis de emprego deveu-se, principalmente, à aposta no sector das tecnologias de informação e na formação de quadros. Não é de descurar a subida do índice de transacções da bolsa de valores desde 2001 (200%) até à actual crise.
O desenvolvimento económico indiano está concentrado em meios urbanos e, sobretudo, em cinco grandes metrópoles, a saber: Deli, Mumbai (Bombaim), Bangalore, Kolkota (Calcutá) e Chenai (Madras) e, ainda, a cidade de Hiderabab, que tem ultimamente ganho dimensão e vindo progressivamente a juntar-se ao grupo das outras cinco. É, pois, nestes centros urbanos que vive e trabalha a emergente classe média indiana de 200 milhões de pessoas , dos quais, 50 a 70 milhões (as opiniões divergem) terão um nível de vida que se aproxima dos níveis ocidentais tendo também apetência para consumirem produtos ocidentais, que são por eles considerados sinais emblemáticos de ascensão social, entre os quais o vinho.
Além da sua posição geográfica, a Índia é favorecida pelo respectivo fuso horário que representa mais um elemento atractivo às multinacionais, que na procura de ganhos de eficiência concentram os seus recursos no core business e sub-contratam as empresas de tecnologias e de terceirização de serviços tecnológicos para os restantes processos. Serviços de programação, back offices e call centers (por exemplo: BPO- Business Process Outsourcing) são uma realidade intrínseca à economia indiana.
Em comparação com as restantes economias asiáticas, a Índia tem a vantagem de não depender tanto das exportações para o crescimento económico, sendo sustentada pela procura interna. A Índia, de modo a fazer acompanhar este desenvolvimento económico assente no mercado interno (com cerca de 250 a 300 milhões de consumidores da classe média em termos de paridade de poder de compra), da sustentabilidade requerida vai necessitar de um forte investimento nas infra-estruturas indispensáveis à base industrial.
Melhoramentos necessários ao nível da rede rodoviária, aeroportuária, de energia e telecomunicações e os sub-sectores relacionados, são a OPORTUNIDADE de negócio que merece ser explorada pelas empresas portuguesas.
AICEP
No escritório da AICEP em Nova Deli, respondemos às solicitações das empresas portuguesas e indianas que tenham o objectivo da internacionalização, em ambos os sentidos.
O pedido de contactos de Clientes Finais, para eventuais parcerias, é uma constante. Nas múltiplas pesquisas de mercado que efectuámos, indicamos desde os distribuidores e produtores aos importadores e exportadores, que consideramos serem os mais adequados, para cada produto/serviço, neste gigante asiático. A resposta quanto a eventuais dúvidas mais específicas, como por exemplo, ao registo de princípios activos, taxas alfandegárias impostas, documentos necessários à exportação/importação, são outros casos típicos dos pedidos de informação das empresas portuguesas, aos quais respondemos com urgência.
Na captação de investimento para o mercado Português, seleccionamos e contactamos as empresas com historial de investimento no estrangeiro e experiência em lidar, com sucesso, com diferentes realidades económicas, culturais e sociais. Empresas que têm uma política de reinvestimento em I&D, ou seja, capacidade para introdução de competitividade, inovação e maior produtividade às economias onde operam.
São sectores dereferência:
Automóvel, Pasta de Papel, Produtos Minerias não Metálicos, Energia, Turismo, Actividades e Tecnologias Marinhas, Nanotecnologias diversas, Software, Biotecnologia, Equipamentos Médicos, Design (industrial, etc.).
Depois do envio de e-mails e posteriores follow-ups procedemos à marcação de reuniões e à apresentação do nosso País. A representação de Portugal em eventos é, obviamente, uma das nossas responsabilidades.
É assim o quotidiano na Embaixada Portuguesa em Nova Deli, com um calor suportável e esporádicas quedas de energia, no bairro de Chanakyapuri.
Números e percentagens:
- cerca de 800 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia
- cerca de 500 milhões vivem abaixo do limiar de pobreza
- 200 milhões não têm comida sufciente para satisfazer as necessidades básicas de nutrição
- existem 4 principais castas: 5% a 10% da população é Brahman (actividades religiosas e do foro intelectual), 30% é Kshatriya (preservação e defesa da sociedade, hoje em dia os indivíduos podem ser funcionários, cientistas ou professores) 20 a 30% pertence aos Vaishiyas (actividade comercial ou empresarial) e a restante população é Shudra (actividades manuais e de limpeza). Este sistema de castas é simbolizado pelos vários membros da Deusa Ganesh. De notar que a casta mais baixa, os Intocáveis, não é considerada neste simbolismo religioso.
- 72% da população é rural, sendo a restante 28% urbana
- a Índia é o quarto produtor farmacêutico mundial
- em 2005-2006, 54% do PIB era representado pelo sector dos serviços
- a rede ferroviária transporta 12 milhões de pessoas diariamente e emprega 1.6 milhões de pessoas, representado o maior quadro mundial de funcionários (Indian Railways)
Vera Gomes da Silva | C13
Consulgal
Cabo Verde
Cabo Verde é dos Países com um bom desenvolvimento a nível social, cultural e principalmente económico, fruto da grande abertura e do ambiente de paz e estabilidade. Recentemente com a adesão à Organização Mundial do Comércio, Cabo Verde conseguiu a elevação à categoria de País de rendimento médio e à parceria especial com a União Europeia.
O sector da Construção Civil é, actualmente, um dos maiores em Cabo Verde pela forte necessidade de infra-estruturação do País - estradas, portos, aeroportos, escolas, hospitais, água e electricidade, saneamento básico. Actualmente, existem numerosos investimentos a nível de infra-estruturas e transportes - a modernização e expansão portuária em todas as ilhas, bem como a aposta na construção e/ou remodelação dos aeroportos é uma mais valia para Cabo Verde tirar partido da sua excelente localização geográfica, podendo transformar-se num importante centro de transportes marítimos e aéreos no corredor do Atlântico.
As estradas continuam a ser construídas e/ou reabilitadas num ritmo sem precedentes, de forma a melhorar as acessibilidades para facilitar o comércio e o acesso aos serviços, através de uma rede rodoviária funcional e mantida de forma sustentada, criando condições de competitividade.
A cooperação e solidariedade entre Portugal e Cabo Verde continuam bem patentes, Portugal irá aumentar as linhas de crédito para apoiar projectos de construção de infra-estruturas públicas integrados no Programa Nacional de Desenvolvimento da República de Cabo Verde, a executar por empresas portuguesas e criar uma nova linha dedicada a projectos nas áreas das energias renováveis e ambiente. As energias renováveis são outro ponto crucial de investimento em Cabo Verde devido ao crescimento exponencial em termos de necessidades energéticas, a ser consumidas principalmente pelos grandes empreendimentos turísticos que estão a surgir nos quatro principais centros de consumo - Santiago, São Vicente, Sal e Boavista. O governo cabo-verdiano vai instalar, até 2009, parques eólicos nas referidas ilhas de forma a gerar cerca de 18% do total da produção energética. Esta aposta irá passar primeiramente pelo desenvolvimento massivo das energias eólica, solar e também das ondas do mar.
A tendência futura é, sem dúvida, o investimento imobiliário pois, devido à saturação de outros destinos turísticos, procuram-se novas ofertas. O clima ameno, muito sol, boas praias, segurança e hospitalidade natural fazem deste País um excelente destino turístico. Por outro lado, o governo tem apoiado de forma especial os investimentos no mercado imobiliário e turístico com incentivos fiscais: - Isenção fiscal total durante os 5 primeiros anos;
- Diminuição em 50% da taxa de imposto sobre rendimentos, durante os 10 anos seguintes;
- Dedução de impostos sobre lucros reinvestidos em actividades similares;
- Isenção de Impostos sobre o Património;
- Dedução na matéria colectável de despesas incorridas com a formação de trabalhadores caboverdeanos;
Existe também isenção de direitos aduaneiros na importação de materiais destinados à construção e exploração de hotéis e estâncias turísticas bem como o acesso ao Fundo de Desenvolvimento do Turismo (bonificação de juros, garantias, avales).
Além da procura de casa, no arquipélago, por parte da comunidade cabo-verdiana na diáspora, o investimento do turismo residencial realizado por novos mercados emissores com maior poder de compra possibilitará também maior dinamização do mercado imobiliário. A fama de Cabo Verde ultrapassou fronteiras, conquistando a atenção de investidores italianos, ingleses e irlandeses. Só em 2006, foram investidos no país mais de 400 milhões de euros, e o futuro é animador.
Segundo a Agência Cabo-verdiana de Promoção do Investimento (ACPI), são esperados 23 mil milhões de euros de investimento em novos projectos turísticos, nos próximos anos, o que poderá levar Cabo Verde a consolidar-se como um país emergente.
Elisete A. G. Barbosa | C13
AICEP Caracas
Venezuela Edição
Estou no NOVO MUNDO! Esta foi a minha primeira impressão da Venezuela!
À partida, a Venezuela não era um destino especialmente exótico, mas a verdade é que tudo se revelou diferente. Embora seja Ocidente e a cultura seja Latina, estamos cultural e socialmente muito distantes.
Nas ruas há sempre muita música, muito Sol e uma enorme multidão de pessoas que inunda as ruas de Caracas, mostrando a diversidade de culturas e gentes que fazem parte deste país, desde sempre habituado a diferentes raças.
As notícias que saíam nos meios de comunicação fizeram com que viesse para a Venezuela com o pré-conceito de que trabalhar numa representação da AICEP em Caracas ou seria uma tarefa titânica, ou então iria limitar-me a fazer o pouco que me era possível. Tudo se revelou muito diferente. O trabalho é muito, muito interessante e com tendência a melhorar.
Estou a trabalhar na Embaixada de Portugal em Caracas, onde está a Representação da AICEP na Venezuela.
Esta Embaixada é uma das representações com melhores relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela. E não podia desejar nada melhor. O meu trabalho consiste em responder o pedidos (diários) de empresários portugueses que não se deixam intimidar com as notícias que ouvem e decidem investir cá. Este país é de facto o American Dream de muitos portugueses que cá estão há vários anos, e o sonho daqueles que agora começam a investir. A representação da AICEP em Caracas tem-se revelado de uma importância vital.
Nós somos a ligação que une os empresários Venezuelanos aos empresários Portugueses . Fazemos uma “ponte” transatlântica a nível de negócios, facilitando e melhorando os contactos entre estes dois países. Há muito interesse e vontade, tanto por parte dos Portugueses que nos enviam os seus pedidos de Portugal, como por parte dos Venezuelanos que, devido à fama criada pela nossa já antiga comunidade de imigrantes ( até existe um Estado Federal que se chama PORTUGUESA), confiam e querem fazer negócios com empresários lusos. Caracas é uma cidade muito povoada, sendo uma das características mais marcantes desta população o facto de ser muito consumista, isto é, vende-se muito e em grande quantidade. Existem cerca de 30 shoppings de grande dimensão só em Caracas, os quais estão sempre cheios de compradores. Há vendedores de rua, vendedores de comércio tradicional, vendedores de shopping, enfim, aqui tudo se vende porque há sempre quem queira comprar.
A Venezuela é detentora de muitas e importantes riquezas naturais (minério, gás natural, petróleo) o que a inclui nas grandes cimeiras internacionais mas, é esta enorme massa consumista que torna este mercado tão apelativo. Aqui é a Terra das Oportunidades, pois de tudo se vende e de tudo se compra.
Recomendo a todos uma visita à Venezuela pois decerto ficarão impressionados com o potencial que existe aqui. Numa altura em que o conceito “crise” é um dado adquirido no Velho Mundo , do lado de cá não faltam oportunidades de fazer negócios.
Legislação específica para o investimento estrangeiro na Líbia
Podemos sempre encontrar alguns elementos legais que poderão orientar as empresas no início do investimento e a sua integração no Mercado, porém, aconselho sempre a consulta de um advogado/jurista local ou mesmo da AICEP, isto porque a legislação está sempre em constante mutação e o quadro legal Líbio é muitas vezes dúbio.
É também de referir que, além das questões burocráticas, é muito importante as empresas portuguesas terem a noção de que, apesar deste ser um mercado cheio de oportunidades é também um mercado cheio de vicissitudes.
É necessário ter sempre um contacto local efectivo e de preferência sempre o mesmo pois, é a melhor maneira para conseguir ter boas relações com um parceiro local Líbio e nunca se esquecendo do facto de os Líbios misturarem negócios com amizade, falar árabe é uma mais valia. Tendo em conta estes aspectos é a melhor maneira de levar os contratos a bom porto.
Por falta de um enquadramento comunitário, as relações económicas e comerciais entre os dois países encontram-se somente enquadradas pelo seguinte quadro de carácter bilateral:
- Acordo de Cooperação Económica, assinado em Dezembro de 2007 (ultima rectificação em 19 de Julho de 2008);
- Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos, em vigor desde de Junho de 2005;
- Convenção para evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal. Última negociação dia 17 e 18 de Março de 2009 contando com a presença na Líbia da Delegação Portuguesa de Centro de Estudos Fiscais do Ministério das Finanças e Administração Pública, a Dra. Margarida Palha e o Dr. Miguel Marques Serrão
Legislação Local:
I- Lei Nº 5
II- Como abrir uma conta bancária na Líbia
III- Termos e condições das garantias na Líbia
a) Regras gerais
b)Processo
c)Preços
IV- Regras do Câmbio Estrangeiro
I – Lei Nº 5: Moldura Legal para promover investimentos directos na Líbia
Capital Mínimo Requerido:
· 5 MLYD (2,74 M EUR) ou 2 MLYD (1,10 M EUR) se a participação do Estado Líbio for mais de 50% (art. 1º da Lei Nº 5/97)
Benefícios dos Investidores:
· Repatriamento do capital investido enquanto o projecto atingiu a sua maturidade ou em caso de liquidação (art. 25º da Lei Nº 5/97).
· Repatriamento do capital após 6 meses se o investimento não vingar devido a dificuldades não relacionados com o investimento estrangeiro. (art. 25º da Lei Nº 5/97).
· Transferência do lucro (art. 25º da Lei Nº 5/97).
· Contratação de pessoal estrangeiro se o pessoal local não tiver as competências requeridas (art. 19º da Lei Nº 5/97).
II. Abrir uma Conta bancária na Líbia
Procedimento para abrir uma sucursal na Líbia:
A companhia reserva uma conta para a criação da companhia.
O banco bloqueia o capital e emite uma carta declarando que a conta é aberta no nome da companhia que está a ser criada.
III. Regras gerais dos contratos na Líbia
I- Local Part – Geralmente 35% em Libyan Dinars.
II- Tranferable Parte
IV. Regras Cambiais
Transferências Comerciais até ao equivalente a 1milhão de dólares por ano:
1. Outros tipos de transferências incluindo contratos em Libyan dinares serão sujeitos à aprovação do CBL (Banco Central Líbio). O CBL verifica e controla acima de tudo o pagamento das taxas.
2. O cliente apresenta o pedido de transferência juntamente com a prova do pagamento da taxa, cópia do contrato e outros documentos específicos.
3. O Banco envia o pedido para o CBL
4. A transferência é efectivada depois da autorização do CBL e do respectivo montante em moeda estrangeira ter passado pelo CBL
Produtos ainda em desenvolvimento:
Quadro Legal:
- Decisão n.º737/2005 (com emendas em 2006) – Autoriza a abertura de Sucursais de empresas estrangeiras na Líbia.
- Decisão 13/2005 – define as actividades cujo exercício é permitido por parte das Sucursais empresas estrangeiras na Líbia.
- Lei n.º 5/1997 (com alterações introduzidas em 2003, pela Lei n.º7) – Estabelece o quadro dos incentivos ao investimento estrangeiro
- Lei n.º 21/2001 – Regula o exercício das actividades económicas.
-Lei n.º 58/1970 (modificada em 1982) – Define o regime jurídico das relações laborais.
- Decreto n.º 24/2004, de 29 de Setembro – Aprova o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíprocas de Investimentos, entre Portugal e a Líbia
A Ilha do Sal representa para o arquipélago de Cabo Verde um importante motor económico. É nesta ilha que se desenvolve a maior parte da actividade turística, fundamental para o balanço financeiro do país, pobre em recursos naturais e com agricultura quase vestigial.
O turismo que se tem desenvolvido no Sal é predominantemente um turismo de massas do tipo Sol e Mar.
As características da ilha do Sal que atraem o turismo são as condições climatéricas – a temperatura amena durante todo o ano – o mar de águas quentes e cristalinas e as praias. Aliás, é sabido que a beleza do destino turístico é um factor importante na sua atractividade (Holden, 2008). Ou seja, a qualidade do ambiente é um factor decisivo para a existência de turismo. Em concordância com este facto, o governo cabo-verdiano estipulou que o desenvolvimento do turismo em Cabo Verde deve ser feito de um modo sustentável.
No entanto, nem sempre é fácil conciliar o turismo e a preservação do ambiente natural. Isto torna-se ainda mais verdadeiro quando se verifica, no terreno, que o desenvolvimento turístico é feito, principalmente, através de construção desenfreada de hotéis, nomeadamente resorts, e de empreendimentos urbanísticos, cujos apartamentos se destinam à venda, como segunda residência, ou ao aluguer a estrangeiros. Não é notório o consequente desenvolvimento de infra-estruturas que permitam aumentar a capacidade da carga humana na ilha. Por exemplo, o abastecimento de electricidade na Ilha do Sal é feito através da queima de combustíveis fósseis. Se existe um pico de consumo de energia que o sistema não suporte (o que é frequente), há quebras no fornecimento de energia. Hotéis e restaurantes colmatam essas falhas utilizando geradores a gasóleo, que se revelam indispensáveis para a manutenção da actividade. Outra questão importante é a inexistência de água potável na ilha: toda a água provém de dessalinização de água do mar, o que, naturalmente, requer muita energia.
À luz da recente crise financeira mundial é já notório o abrandamento, tanto a nível da construção (por falta de financiamento), como a nível da operação hoteleira (por falta de clientes). Esta é, portanto, a altura certa para investir no melhoramento de infra-estruturas e serviços que optimizem um desenvolvimento sustentável e que garantam o apelo de Cabo Verde nos mercados dos países desenvolvidos. Serviços como o tratamento de águas residuais e a remoção de resíduos sólidos, dessalinização de água do mar e produção de energia são absolutamente indispensáveis.
A aposta nas energias renováveis é óbvia, tendo em conta o panorama actual no que diz respeito aos produtos petrolíferos e à emissão de gases de estufa. Aliás, desde os anos 60 que estudos apontam essa solução para resolver os problemas energéticos de Cabo Verde (Fonseca, 1960). O aproveitamento do vento e do sol para a produção de energia permitiria a utilização dos recursos abundantes na ilha, pois vento e sol estão disponíveis 365 dias por ano.
A vantagem na ilha do Sal, em relação às restantes ilhas, está na existência de complexos turísticos de tamanho considerável com elevadas exigências em termos energéticos. Assim, as hipóteses de investimento são várias, desde a venda de equipamento directamente aos operadores turísticos (por exemplo painéis para aquecimento de águas), passando pela produção de energia para venda directa à rede.
Só com desenvolvimento sustentável, que tenha em conta o meio ambiente, será possível a sobrevivência do turismo em Cabo Verde. As empresas que decidirem dar os primeiros passos nesse sentido encontrarão uma boa oportunidade de investimento e estarão a contribuir para a preservação de um bem que não poderá ser substituído – o mar de Cabo Verde.
- Fonseca, Humberto (1960) Considerações sobre a problemática das crises em Cabo Verde. Revista da Junta de Investigações do Ultramar.
- Holden, Andrew (2008) 2ª ed. Environment and Tourism, Routledge, Oxon, UK.
Ricardo Moura Santos | C13
Escritório Aicep
Argel | Argélia
A actual crise económico-financeira internacional é uma fase complexa e profunda, sendo que a sua duração, bem como os seus potenciais efeitos, não foram, ainda, determinados, constituindo, por isso, uma ameaça real para todas as economias do Mundo, incluindo a Argelina.
Com efeito, as Autoridades Argelinas tiveram que avaliar os efeitos desta crise sobre a sua economia, no curto e médio prazo, prevendo que a Balança Comercial externa da Argélia permanecerá positiva, durante pelo menos cinco anos, mesmo no pior dos cenários de crise no mercado petrolífero. Esta previsão é consequência da existência de importantes reservas em moeda estrangeira. Apesar da actual crise económico-financeira internacional, o Estado Argelino não coloca de parte a construção de uma economia de mercado, nem, muito menos, desiste, relativamente à inserção do seu Mercado na Economia Mundial Global.
No entanto, actualmente, o Estado Argelino, vendo-se obrigado a tomar medidas proteccionistas para salvaguardar os seus próprios interesses económicos, tem vindo a projectar alterações à legislação sobre o Investimento Estrangeiro e à constituição de sociedades comerciais por parte de empresas estrangeiras. Esses projectos dispõem, nomeadamente, que qualquer investimento estrangeiro na Argélia, no âmbito de um processo de formação de parceria, deverá conduzir à constituição de uma sociedade de capitais mistos em que o Estado deverá ser accionista. Tudo leva a crer que estas medidas, a serem adoptadas, ressalve-se, vão criar um clima de incerteza quanto ao normal desenvolvimento de futuros investimentos estrangeiros na Argélia, uma vez que levantam alguns obstáculos à penetração das empresas estrangeiras no mercado Argelino. Porém, é importante referir que, actualmente, este país está numa fase de campanha eleitoral para a eleição do Presidente da República Argelina, com efeito as eleições estão marcadas para o próximo dia 9 de Abril do corrente, sendo ainda muito incerto qual será o rumo relativamente a esta matéria.
O Estado Argelino é o principal motor da economia, dinamizando-a através da abertura diária de dezenas de concursos públicos, que se dividem em 4 tipos: aquisição de bens e equipamentos, realização de obras, prestação de serviços e realização de estudos, nas mais variadíssimas áreas económicas.
Uma das grandes prioridades nacionais é a área da construção civil e obras públicas, uma vez que o país tem uma grande carência em infra-estruturas, nomeadamente, no âmbito da implementação do plano de desenvolvimento 2004 – 2009, foram construídos muitos milhares de km de estrada, de modo a dotar o país com uma rede rodoviária que se adeque às grandes necessidades de desenvolvimento do mesmo. A construção de edifícios é também premente, uma vez que a maior parte dos edifícios do país está a degradar-se, ano após ano, sendo isso visível pelas ruas da capital. Durante este plano foram construídos cerca de um milhão de habitações por todo o país, estando projectado para o próximo plano de desenvolvimento quinquenal a construção de cerca de mais um milhão de habitações. Outra grande preocupação é a construção de uma rede hídrica eficiente, através da afectação de barragens hídricas, centros de dessalinização, reservatórios de água, etc. Bem como a construção de uma rede de gasodutos eficaz, que abranja a maior parte do território nacional.
Importa salientar que a Argélia é o segundo maior país do continente Africano.
Relativamente a áreas económicas com interesse para Portugal, importa enunciar a área agro-alimentar, uma vez que existe pouca oferta de produtos alimentares, sendo estes importados, na sua maioria, de França e Espanha. Por outro lado, apesar da extensa faixa costeira do Norte da Argélia ser banhada pelo mar mediterrâneo, a área do turismo e hotelaria é quase inexistente na Argélia, existindo poucos hotéis, sendo estes, quase todos, apenas direccionados para a área dos negócios. As áreas do mobiliário e decorativos são áreas ainda por explorar, bem como as tecnologias de informação e comunicação.
Por outro lado, a área da indústria é uma área muito interessante, na medida em que os custos de produção são muito mais baixos, comparativamente com Portugal. De facto, estes custos em Portugal, assumem 60%, enquanto que na Argélia os mesmos se reduzem a apenas 30%, uma vez que o preço da energia, (combustível, gás natural, electricidade), e da mão de obra na Argélia são muito mais baratos – com efeito o salário mínimo nacional Argelino cifra-se apenas em aproximadamente € 120,00 mensal.
Por outro lado, relativamente aos processos de penetração no mercado Argelino, importa enunciar inúmeras Feiras Internacionais e workshops, que se realizam durante todos os anos nas principais cidades deste país. Parte destas feiras já são especializadas por sector de actividade, como por exemplo na área da construção civil e obras públicas.
Todos os anos tem lugar a Feira Internacional de Argel, que, apesar de ter um carácter multi-sectorial, ainda é o evento com maior importância neste país.
Finalmente, refira-se que todos os projectos de investimento estrangeiro são instruídos pela Agência Nacional para o Desenvolvimento do Investimento e decididos pelo Conselho Nacional de Investimento.
O México encerra o ano num clima de incerteza e com sinais de risco em diversos campos. Existe uma preocupação crescente e justificada em relação à situação económica da sociedade mexicana, entre outras razões, pela diminuição do envio de remessas dos trabalhadores Mexicanos nos Estados Unidos, situação que afectará a situação económica das famílias mexicanas e consequentemente o seu consumo. O panorama torna-se mais desanimador quando se observam os índices de desemprego esperados. Qualquer empresa querendo manter a sua rentabilidade usará a medida mais efectiva para esse fim que será o de reduzir a sua força laboral, conseguindo, assim, baixarr os seus custos. Por outro lado, a dificuldade de acesso a financiamento junto da banca por parte das pequenas e médias empresas, coloca-as numa situação financeira difícil, sem solução à vista.
Face a esta situação actual, o Governo viu-se obrigado a tomar medidas urgentes e elaborou um plano para fazer face à crise instalada. O plano apresenta 5 medidas principais: aumentar os gastos públicos em infra-estruturas de forma a estimular o crescimento; mudança nas regras de gastos em infra-estruturas por parte do sector público; construção de uma nova refinaria no país; criação de um programa de apoio às pequenas e médias empresas; e estabelecimento de um novo programa de desregulação e diminuição da carga tributária de forma a tornar mais competitivo o sistema produtivo nacional.
A dúvida que se coloca é, em que medida, estas decisões se apresentarão eficazes, e serão suficientes para evitar a recessão. Focando o mercado de M&A no qual está inserida a empresa onde actualmente me encontro e mais especificamente a média e pequena empresa mexicana, a presente situação económica obrigará a que o empresário elabore uma analise rigorosa dos seus recursos, identifique claramente os seus pontos fortes e fracos, a fim de determinar a sua capacidade de aproveitar as oportunidades e defender-se das ameaças. Uma das soluções para o crescimento e desenvolvimento passará pela fusão de empresas, o que permitirá uma redução de custos e um aumento de receitas. Perante a situação financeira presente, muitas destas pequenas e médias empresas se verão obrigadas a vender, o que se apresenta como uma oportunidade para as empresas que se encontram numa boa situação financeira e que pretendem expandir as suas operações.
Da análise do presente panorama, um pensamento devemos manter sempre: em tempos de crise existem sempre oportunidades.
Os especialistas económicos não estão muito optimistas: o ano 2009 anuncia-se como sendo um ano mau, no emprego, na indústria, no comércio... mas não para todos! Apesar da crise existente, e que segundo os analistas, veio para ficar, existem novas tendências de consumo, conjunturais e estruturais, e empresas, produtos, serviços e nichos de mercado, irão encontrar uma forma de prosperar.
Pode afirmar-se que toda a crise traz muitas oportunidades a curto e a longo prazo. Os períodos de tensão levam a modificações comportamentais e sócio-culturais profundas nos consumidores. No mercado francês, estas alterações são já visíveis: um francês em cada dois, já modificou a sua forma de consumo como resposta à crise. O factor preço, cada vez mais, aparece como o primeiro factor de escolha dos diferentes bens – Hard-discounts, grandes distribuidores, empresas low-cost têm crescido a olhos vistos e são cada vez mais uma presença constante na vida dos consumidores. Um estudo recente mostra que em França a procura de promoções aumentou em cerca de 16%. Este fenómeno, que inicialmente estaria principalmente interligado ao sector alimentar, tem-se também reflectido noutros sectores. As empresas low-cost têm começado a conquistar progressivamente todos os sectores de actividades, desde o cabeleireiro ao fitness, ao aluguer de skis, e até à alta tecnologia. Prevê-se que no final do corrente ano, já terão conquistado cerca de 10% da quota de mercado.
O mercado francês apresenta várias “boas notícias” para contrariar o pessimismo associado à crise, e a lista que se segue demonstra claramente esse pensamento. Estes são alguns dos sectores/empresas out of the box que durante o ano de 2009 apresentarão crescimento em todos os sentidos.
Comércio On-line – para o ano de 2009, prevê-se um crescimento de 22% e de 17% para 2010. Com ou sem crise, o comércio via Internet tem-se desenvolvido, aliado ao aumento do factor confiança nas transacções realizadas on-line. Com a crise e com a mudança de comportamento dos consumidores em resposta à mesma, as compras antes realizadas nas lojas, começaram a ser transferidas para a Internet, permitindo ao consumidor limitar as viagens de automóvel, aceder a preços mais atractivos (descontos, promoções, preços de revenda) e a oferta variada. Um destes exemplos é a empresa francesa on-line – venteprivee.com. Em quatro anos o volume de negócios da empresa aumentou cerca de 230% e tornou-se o primeiro site de vendas on-line na Europa. A empresa conta já com 1.000 empregados e prevê para o ano de 2009 um aumento de 300 postos de trabalho.
Farmácia – O sindicato profissional farmacêutico francês – Gemme – prevê um crescimento de 10 a 12% para os medicamentos genéricos reembolsáveis em França. Em 2008 este mercado atingiu um record em termos de facturação (2 mil milhões de euros) e este ano, devido à comercialização de novos medicamentos genéricos e à existência de contratos a encorajar os médicos a prescreverem genéricos em três grandes classes de medicamentos, permitirá abrir um mercado potencial suplementar e incrementar o nível de facturação em cerca de 1,3 mil milhões de euros.
Energia Solar e energias renováveis – a empresa PME Solairedirect aumentou o capital social em 20 milhões de euros no final de 2008. Criada em 2006 é uma das principais operadoras de energia solar em França. O presidente e fundador da empresa anunciou uma previsão de 160 milhões de euros de volume de negócios para o corrente ano. O sector em questão não está a ser directamente afectado pela crise, dado estarmos a falar de uma energia que influencia o crescimento sustentável e também pelo facto dos principais fornecedores de painéis solares estarem a baixar os preços dos mesmos, em consequência do grande crescimento do mercado espanhol. No âmbito das energias renováveis, devido às preocupações ambientais, a produção de energias, infra-estruturas de transportes colectivos, isolamento de edifícios, entre outros, não conhecerão a crise, estando já prevista a criação de 440 000 postos de trabalho até 2012.
Tecnologia – no universo dos telemóveis no mercado francês, os smartphones têm mostrado a sua preponderância. Para o ano de 2009 prevê-se a venda de 2,8 milhões smartphones, o que representa cerca de 11% na venda total de telemóveis. A esta preferência está associada a ergonomia do telemóvel – ecrãs tácteis e o fácil acesso à internet.
Luxo – a pastelaria de gama alta Pierre Hermé abriu o seu 4º ponto de venda em Paris, em plenos Champs-Elisées, uma das ruas mais caras e mediáticas da capital francesa. É caso de pensar, “serão os chocolates anti-depressivos?” Nada melhor do que perguntar aos traders de Wall Street quando estes experimentarem as especialidades de La Maison du chocolat que abriu em Novembro em Nova Iorque, em pleno anúncio do FMI de forte recessão mundial. A empresa que apresenta um crescimento de dois dígitos, pretende abrir outro ponto de venda no aeroporto Charles de Gaulle em Janeiro.
Em conclusão, apesar da crise que se faz sentir em inúmeros sectores da actividade económica francesa, existem outros, e algumas empresas em particular, que têm conseguido manter em pleno os seus níveis de actividade e até encontrar oportunidades de negócio de forma a potenciarem o seu crescimento.
Rute Freitas | C12
Efacec
Madrid | Espanha
“A economia espanhola contrairá este ano, pela primeira vez em 16 anos, caindo 1,6%, e o défice das contas públicas atingirá os 5,8% do PIB. A taxa de desemprego será de 15,9%.” Económico, edição on-line de 16.01.2009 O cenário de crise, recessão económica e desemprego estão instalados. Este é um fenómeno mundial que afecta todos os sectores da actividade económica, com consequências graves para a estabilidade económica e social dos países. No entanto, simultaneamente, existem sectores que apesar de se ressentirem com os efeitos da crise, conseguem, de alguma forma, contrariar a tendência negativista e encontrar alternativas de crescimento que os sustentem. O sector do turismo, de acordo com a Organização Mundial de Turismo, assume-se como um dos principais sectores da economia mundial. Nas últimas seis décadas, experimentou um crescimento sustentável e uma diversificação cada vez maior, tendo-se convertido num dos sectores que regista um crescimento mais rápido. Esta dinâmica permitiu-lhe ter, na actualidade, um papel fundamental no progresso socioeconómico. O turismo converteu-se num dos principais agentes do comércio internacional. Actualmente, as receitas de exportação geradas pelo turismo internacional ocupam a quarta posição, depois dos combustíveis, dos produtos químicos e dos produtos automóveis, sendo que em muitos países se assume como a primeira categoria de exportação. Para muitos dos países em vias de desenvolvimento, apresenta-se como uma das principais fontes de receita, através da criação de emprego e oportunidade de desenvolvimento. Principais indicadores: - Mundialmente, a chegada de turistas internacionais atingiu os 903 milhões em 2007, mais 6,6% que em 2006; - Entre 1995 e 2007, o crescimento médio situou-se nos 4%, apesar da estagnação verificada entre 2001 e 2003, devido ao terrorismo, SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e abrandamento económico; - As receitas turísticas ascenderam aos 625 000 milhões de euros em 2007, o que corresponde a um crescimento de 5,6% em relação a 2006; - Tudo aponta para que 2008 seja o quinto ano consecutivo de crescimento sustentado da indústria turística mundial; - Para 2008, antecipa-se um crescimento mais moderado, devido às consequências provocadas pela economia global, que afectam a confiança do consumidor, com os inevitáveis constrangimentos no rendimento disponível; - Em 2010, prevê-se que as chegadas internacionais alcancem os 1.000 milhões e, para 2020, as chegadas internacionais superem os 1.600 milhões. Fonte: Organização Mundial de Turismo A Espanha ocupava (em 2007) o segundo lugar, no que respeita a destinos mais visitados, a nível mundial, precedida pela França, e desfrutava de uma quota de mercado de 7%, à frente dos Estados Unidos e Itália. No que respeita a receitas, atingiu 51,1 milhões de dólares, que a colocam na 2ª posição, sendo a primeira ocupada pelos Estados Unidos. Em 2007, o turismo representava 11% do PIB e do emprego, em Espanha. Segundo previsões da Organização Mundial de Turismo, prevê-se para 2020 que 75 milhões de turistas visitem o país. No entanto, em 2008, perante o cenário de crise, o sector do turismo ressentiu-se, tendo-se verificado uma queda de 1% no impacto do PIB. A Espanha é um país surpreendente, brinda-nos com uma imensa diversidade de património cultural e natural. Consciente do seu potencial, sabe promover os diferentes aspectos do território, sendo capaz de seduzir todos os segmentos de viajantes! Há uma força gigante de promoção do país que não se limita ao exterior, verifica-se, simultaneamente, um aumento do turismo interno que resulta dum esforço contínuo de promoção das diferentes regiões. Há um claro investimento em marketing turístico, com o objectivo de promoção do território, que assenta na diversificação de produtos e serviços. A Espanha apresenta uma multi-variedade de possibilidades e destinos, procurando novas fórmulas capazes de cativar os turistas. O fenómeno mais recente é o Turismo Rural, que surge como alternativa ao turismo massificado; que procura criar novas oportunidades, desenvolvendo turística, económica e socialmente zonas rurais, de imensa riqueza histórica, cultural e paisagística. Conseguindo enquadrar toda a actividade de acordo com os princípios do turismo sustentável, ou seja, em comunhão com o meio ambiente e responsabilidade social. A Espanha, pela sua reputação e riqueza turística, quase não necessitaria de promover-se. No entanto, a fórmula do sucesso resulta da contínua procura de ideias que promovam o país, a cultura e as gentes! Será esta uma incógnita, descoberta na equação da crise?
Olé!
Bibliografia
Instituto Nacional de Estatística – Espanha
Económico
Edição de 16.01.2009
Organização Mundial de Turismo
José Antunes
Leadership Business Consulting
Angola
No panorama actual, com a desaceleração do crescimento a Ocidente e logo com o clima menos favorável em parte dos nossos tradicionais parceiros comerciais, Portugal tem uma grande oportunidade de olhar novamente para os países de língua oficial portuguesa, procurando potenciar as grandes vantagens competitivas que aí possuí, nomeadamente, a língua e os fortes laços culturais.
Em jeito de resenha, o Brasil é um dos chamados BRIC, vem revelando estabilidade económica nos últimos anos, tem uma agricultura pujante e uma indústria forte potenciada pelo vasto mercado interno (transformadora, aeronáutica, petrolífera…), para além de possuir recursos naturais únicos.
Moçambique tem vindo a recuperar do baixo estágio de desenvolvimento, nos últimos anos apresentou taxas de crescimento médias acima dos 8% (a mais alta taxa entre os países africanos importadores de petróleo), tem procurado assentar o crescimento numa base sustentável, tem fomentado o turismo e o regresso das populações as suas terras de origem (êxodo urbano) e é apontado como um dos bons exemplos de regimes democráticos em África.
Por fim Angola, visto ser o único representante da presente edição do programa no país, procuro não só focar o clima económico-social em Angola, mas também expor a minha percepção sobre o país e a vida em Luanda.
A influência de Angola em Africa é cada vez maior, mercê de taxas de crescimentos na casa dos dois dígitos desde o pós guerra, Angola é já uma das principais potências da África sub-sahariana, tendo-se, inclusive, tornado nos últimos meses no maior exportador de petróleo africano (com a instabilidade sentida na Nigéria). Como resultado destes bons desempenhos económicos, além do aumento do investimento estrangeiro no país, o Governo começa também a investir em projectos estruturantes nos mais diversos domínios, como sejam as águas, a agricultura, os transportes ou a energia.
Se a 5 de Setembro próximo, as primeiras eleições dos últimos 16 anos, resultarem numa vitória da democracia, mantendo-se a paz e a ordem (sendo o clima actual, aparentemente, calmo!), estarão lançadas as bases não só para a manutenção do elevado crescimento, como também para uma maior credibilização da imagem do país no exterior. Credibilização essa que poderá ser ainda favorecida com a organização da CAN – Copa das Nações Africanas – em 2010.
Contudo, apesar do forte crescimento económico, Angola é um dos países mais díspares do mundo e perto de 70% da sua população vive abaixo do limiar da pobreza. O seu crescimento tem assentado na exploração dos recursos naturais (sobretudo petróleo, mas também diamantes e futuramente gás), sendo que as industrias a eles associados absorvem uma pequena franja da população. Assim, torna-se necessário, que os projectos estruturantes tomem forma e que o sector não petrolífero se desenvolva rápida mas de forma sustentada, com especial ênfase a agricultura e a indústria transformadora, de modo a ser gerado mais emprego e que este contribua para uma melhor distribuição da riqueza.
A mescla entre a pujança económica do país e as suas disparidades é sobretudo visível na capital. Luanda assemelha-se a um imenso estaleiro, as construções de grande envergadura erguem-se por toda a parte, o pó é imenso, são rasgados e tapados buracos nas estradas diariamente, as vias de saída da cidade sofreram ou estão a sofrer obras de alargamento.
Na mesma cidade, coexistem habitações com preços superiores aos das grandes cidades ocidentais e enormes “moceques” (vulgo: “bairros de lata”) assentes sobre toneladas de lixo; vêm-se um grande número de veículos topo de gama, lado a lado com veículos em fim de vida e um sem fim de “candongueiros” (carrinhas Toyota Hiace de 9 lugares, maioritariamente, em mau estado de conservação e que são o principal transporte público na cidade); ou encontram-se lojas de marcas de luxo com vendedores de rua em frente.
A junção do forte crescimento e grande disparidade económica da cidade com o excesso de população (resultante do êxodo para Luanda aquando da guerra) fazem-na uma cidade tensa, com um trânsito absolutamente caótico (é comum levar cerca de 1 hora para fazer 2/3km) e com o mais alto custo de vida para expatriados do mundo (a oferta é escassa face a uma procura crescente).
Saindo de Luanda, a densidade populacional reduz-se drasticamente sendo possível desfrutar de belas paisagens naturais e de praias de águas quentes, contudo o turismo é ainda um sector por desenvolver (as ligações viárias estão a ser restabelecidas) pelo que faltam as infra-estruturas de apoio.
Realço ainda, que apesar de cerca de um terço da população angolana viver em Luanda (estimativas apontam para um número superior a 5 milhões de habitantes), esta ocupa uma pequeníssima parte do território Angolano e que existe todo um conjunto de outras cidades ao longo do país que se vêm desenvolvendo com o restabelecimento das vias de comunicação e com a entrada de investimento.
Hoje, Angola é um país com imensas oportunidades, decorrentes quer do forte crescimento quer das amplas carências estruturais, próprias de um país, que há seis anos atrás se encontrava em guerra. Contudo, para investir em Angola é necessário conhecer primeiro o país e perceber as suas necessidades, bem como os interlocutores locais. O povo angolano, apesar da marcada influência portuguesa, mantém ainda uma atitude “algo imediatista” resultante de décadas de guerra civil que os privou de “quase tudo” (desde a liberdade até à educação).
Concluindo, razões não escasseiam para dizer que “agora” é o momento de olharmos atentamente para Angola e para os países de língua portuguesa!
Kwame Gomes - Olesa, Noida - Índia.
Muitas palavras foram já escritas sobre os Tigres Asiáticos, sobre as novas potências emergentes como a Índia, a China, a Rússia, e o Brasil. O processo de internacionalização na Índia, não sendo de todo uma tarefa fácil, poderá num curto espaço de tempo ser uma realidade bem presente para a grande generalidade das multinacionais e de empresas que procuram novos mercados alvo para expandirem a sua presença internacional.
O investimento estrangeiro na Índia poderá duplicar este ano em relação ao ano passado (foi de cerca de 15 mil milhões de dólares, segundo os dados do governo indiano). A economia indiana é já a segunda maior economia do mundo em termos de taxas de crescimento anuais. Tal como a China em anos passados, a Índia revela ter enormes benefícios pelo facto de passar a ter uma economia aberta, e estima-se que o crescimento é tal que já duplicou o rendimento per capita desde do inicio do milénio. Este resultado fez com que a procura de bens tenha aumentado consideravelmente, por exemplo o uso de telemóveis triplicou em dois anos, e estima-se que todos os meses o número de subscrições para esse serviço aumente em cerca de 8 milhões de utilizadores. Com este boom do poder de compra indiano, esta economia estará “condenada” a expandir-se em cerca de 9% pelo terceiro ano consecutivo. Para além do aumento do investimento estrangeiro, é visível o rápido crescimento de uma classe média, que cada vez mais se vai tornando cosmopolita e “consumista”. Esta, ávida de um estilo de vida mais ocidental pode ser encontrada facilmente nos grandes centros urbanos, a difusão da televisão, as mudanças visíveis na cobertura da imprensa indiana, dando distinta importância a inaugurações de Centros Comerciais e Boutiques das marcas mais conceituadas.
Mumbai, a capital financeira da Índia, é o exemplo perfeito de como as mudanças se operam rapidamente. Mumbai, (antiga Bombaim) é a maior cidade da Índia, capital do comércio e do entretenimento, abrigando também as mais importantes instituições financeiras. Tornou-se, com isto, o centro indiano de várias comunidades e culturas. É em Mumbai que se pode encontrar a maior indústria cinematográfica do mundo, Bollywood.
Estima-se que em 2025 essa faixa da população poderá atingir os 580 milhões. Para se ter uma ideia mais concreta da dimensão desta classe, poder-se-á referir que a população de toda a União Europeia não ultrapassa os 500 milhões. Com isto tudo há um crescimento elevado no volume de venda de automóveis, sendo uma das indústrias com maior taxa de crescimento na Índia.
É nesta conjuntura que a Olesa irá entrar no mercado indiano. A joint venture com a empresa indiana, Ozla Plastocraft criará rapidamente sinergias.
É no sector automóvel que se encontra a grande maioria dos clientes para a indústria de moldes para injecção de plásticos, e é neste sector que a Olesa mais tem trabalhado. Portugal é líder mundial na indústria de moldes. Muitas multinacionais reconhecem a capacidade de excelência da indústria neste campo, escolhendo cada vez mais os fornecedores portugueses devido à sua longa curva de experiência e know how, elevadas capacidades técnicas, tempos de entrega e a utilização de tecnologias de ponta.
A vinda para a Índia dos grandes produtores de automóveis fará também com que os seus melhores fornecedores tenham a necessidade de se re-localizar para esta região. A aposta no mercado indiano – não só no sector automóvel – é portanto algo que poderá vir a dar resultados extraordinários num futuro muito próximo.
Fontes: OCDE, The Economist
José Pedro Rocha
CHINAMATE (Xian) Natural Products Co., Ltd.
Xi'an - China.
The People’s Republic of China (PRC) is seen by foreign investors as a country of opportunity. The annual double digit growth of the GDP registered in recent years as well as a demonstrated breaking away from the past, both in Chinese mentality and behaviour, have led to this conclusion on the part of investors.
These key factors are the result of the social and economic changes undertaken by the Communist Party of China (CPC) during the past few decades. This single-party state form of government has been able, while maintaining the essence of its communist framework, to enforce the Chinese presence within the global economy and to seamlessly modernize its society, both giving the country a global image and significant market share and making it accessible and more attractive to the investors. One country, two systems…!
Although many political, economical and juridical barriers have been abolished fomenting foreign investment in the country, there are still many issues to be taken into account by global investors when considering an investment in the PRC. Its unique business atmosphere, although desired by investors, raises a wall that is often impossible to overcome.
When planning an investment in China several factors must be considered in order to choose the structure, among the ones available, that best suits the needs and strategy of the investors. The most commonly used gateways for introducing foreign capital into China are the setting up of a Wholly Foreign Owned Enterprise (WFOE), the creation of a Joint-Venture with a local company and the Merging with or the Acquisition (M&A) of a Chinese company. Although these are widely used strategies for internationalization, the complexity of the choice resides on the multiplicity of different advantages and disadvantages associated with the implementation of any of them in the PRC.
Setting up a WFOE is like diving into an unknown sea. Although there is plenty of information regarding China and its business environment available on economic forums as well as in the media, what really matters is what the investor will find and feel and how they will perform on a business field full of players willing to win at any cost. Small and medium-sized foreign investors often face a tremendous challenge when adopting this market penetration strategy mostly because of the cultural roadblocks they will encounter.
A country founded on close personal relationships, the dubiousness of signed and stamped contracts, the complex web of bureaucratic processes, the multitude of white wine irrigated meetings that managers have to attend and a “step by step” mentality can make it more difficult for foreign investors to scale the wall by themselves, that is, without the cooperation of any Chinese public or private entity.
Additionally, the implemented CPC regulations to attract foreign investment have not yet achieved their intended effectiveness, resulting in a huge challenge to access all available information. Furthermore, since each provincial government has the right to customize some of the national regulations, the investors are regularly entangled in constantly reforming regulations which often hinder the establishment of foreign investment.
Succeeding as a WFOE in an exponentially growing economy such as the PRC may result in huge profits and leverage the investors’ global investment to a worldwide level. Although, it is important to be aware of the significance of relationships and communication skills and to be persistent in order to reach the intended goals.
A Joint-Venture allows the investor to overcome many of the problems linked to a WFOE such as the lack of knowledge in navigating the business field in the PRC and to benefit from a relationship network and a pre-established reputation cultivated over the years by the local partner. The investor must be prepared to share its know-how which can often be very risky when dealing with local businessmen. Cases of plagiarism, where a local partner starts-up a shadow business locally, are common in the PRC since the regulations are not as protective as would be desired.
The decades of direct governance by the CPC have infused Chinese citizens with a lack of initiative. If the foreign investor doesn’t want to steer the joint venture alone and to profit as much as possible from the local partner´s knowledge, a participative management strategy must be implemented.
If the foreign investor wishes a more agile entrance, a strategy of M&A may be the best option. The possibility to use the assets of the target company, such as market channels or business expansion strategy may be considered a very important goodwill when entering Chinese market.
However, such implementation techniques require a difficult approval process from several authorities and to avoid surprises it is essential to undertake legal and financial due diligence in order to clarify items such as real estate ownership. Those foreign investors who do not pay the necessary attention to the different stages of the negotiation and authorization processes may be easily discouraged.
Whether the investment is implemented as a WFOE, created by a Joint-Venture or performed as an M&A entrance strategy, no matter the investment origin or its industry, the PRC is indeed a country of opportunity. The pre-investment knowledge, the design of a consistent but flexible strategy, the prerequisite of cultural adaptation skills and the will and ability to participate in a highly competitive market where the rules are often settled by its players are the key steps to overcome the great wall.
Micaela Mendes - Delegação; Viena; Áustria
Apesar de à primeira vista não ser um mercado grande, a Áustria é um país com diversas características que o tornam bastante atractivo, e a sua proximidade com os países de leste e com os países da Ex-Jugoslávia transformam este mercado de 8 milhões de pessoas para um mercado muito maior e com uma diversidade sem igual.
Os esforços energéticos desenvolvidos pela Áustria, desde 1970, tendo em vista a preservação do seu meio ambiente, têm trazido grandes benefícios do ponto de vista turístico e, até mesmo de competitividade das suas indústrias no mercado mundial. Assim, por exemplo, pese embora ter um amplo sector de indústria pesada, o consumo energético austríaco per capita é de cerca de 30% inferior à média dos países da OCDE. Em 2003, as fontes de energias renováveis forneciam 27% do consumo energético primário do país, o que superava em cerca de 4 vezes a média da UE.
Nos últimos 4 anos, a Áustria tem vindo a levar a cabo um programa de reformas estruturais, com vista a assegurar, a longo prazo, a viabilidade do sistema de pensões, a redução da carga fiscal sobre o trabalho e os negócios, e o aumento da taxa de crescimento potencial de sua economia.
Estima-se que o sector público continuará a registar saldos negativos controlados nos próximos anos, em consequência da diminuição sensível da carga fiscal, iniciada em 2005, tanto sobre o trabalho como sobre os negócios, devendo, contudo, tal política traduzir-se num aumento da taxa de crescimento do PIB. Com efeito, prevê-se que o aumento da procura interna, reflectindo o crescimento do consumo privado, resultante do crescimento moderado dos salários reais e do aumento do rendimento disponível das famílias e o aumento dos investimentos, em consequência do aligeiramento da carga fiscal e do reforço do optimismo no mundo empresarial, desempenhará o papel de locomotiva do crescimento económico em 2006 e 2007.
Viena, a capital austríaca, encontra-se a uma distância média de 300/400kms das principais capitais dos vários países da Europa Central e Leste. Esta proximidade faz com que o país seja uma óptima plataforma de lançamento para todos estes países, sendo de destacar os países pertencentes à Ex-Jugoslávia. Deve-se ainda considerar o facto de os Bancos e empresas Austríacas serem grandes investidores nos países do Este Europeu, onde ligações económicas e culturais lhes dão uma grande vantagem competitiva sobre os outros países europeus. Cerca de 6% do IDE na Europa Central e de Leste é austríaco.
Em 2003, cerca de 63% do IDE austríaco acumulado tinha como destino os países da UE25. Todavia, foi para os países do leste europeu (Eslovénia, Croácia, Eslováquia, Hungria, etc.) que o IDE austríaco mais se direccionou nos últimos anos, participando aqueles países, em 2003, com 37% no montante global investido no estrangeiro (29% em 1999).
A integração da economia austríaca no mercado mundial é cada vez maior, principalmente devido a um grande incremento da abertura da sua economia ao exterior, de 71% em 1995 para 96% em 2004.
A UE25 é o principal parceiro comercial da Áustria, sendo responsável pelo fornecimento de cerca de 77% de suas importações e pela aquisição de cerca de 72% de suas vendas ao exterior, em 2004.
População: 8,2 milhões de habitantes (estimativa 2005)
Densidade populacional: 97,8 hab./km2 (2005)
Capital: Viena (1,6 milhões de habitantes) (censo 2001)
Outras cidades importantes: Graz; Linz; Salzburg; Bregenz; Innsbruck.
Ricardo Novais - AICEP, São Francisco, E.U.A.
O El Dourado?
O mercado dos Estados Unidos da América é um dos mais competitivos a nível mundial, onde actuam as grandes multinacionais de vários sectores de actividade e onde tiveram origem as primeiras empresas chamadas “globais”. Se o factor da globalização é incontornável neste mercado, também é verdade que estas empresas conseguem adaptar-se e transportar a sua identidade corporativa para todos os países onde estão presentes, através da chamada “glocalização”. Agir global, actuar local. A adaptação e a transferência desta mesma identidade só é possível graças à integração de pessoas locais, o entendimento dos factores culturais e do contexto socio-económico, que leva por vezes a alterações na designação de produtos, hábitos de trabalho e mudanças na própria forma de actuação de cada empresa.
O estado da Califórnia seria a oitava economia mundial se fosse um país independente, com uma concentração de empresas dos sectores da Banca, Biotecnologia, Tecnologias de Informação, Entretenimento e Agricultura que contribuem para que seja um dos mercados mais atractivos em termos de investimento. Trata-se de um estado rico onde o dinheiro gerado circula de forma intensa, permitindo que pequenos negócios floresçam e se desenvolvam, de certa maneira fazendo jus ao slogan “the American Dream”. Basta olharmos, e para dar exemplos concretos, para a Microsoft e o Google e pensarmos onde e como estes actuais gigantes começaram. Outros sectores continuam a florescer, como a Abercrombie & Fitch ou a American Apparel no vestuário, e start ups do sector biotecnológico e farmacêutico com elevado potencial de crescimento. Existe uma comunidade luso-descendente de cerca de 500.000 pessoas, que trabalham nas mais variadas áreas e sectores, com casos de sucesso que deveriam ser analisados.
As empresas estrangeiras no estado da Califórnia oferecem milhares de postos de trabalho e introduzem novas tecnologias e novas práticas de gestão. O estado é líder no país em atracção de investimento directo estrangeiro, as empresas de base estrangeira empregam cerca de 547,000 trabalhadores, mais de 4% da força de trabalho total do estado, e cerca de 5,1 milhões de americanos a nível nacional. A Califórnia conta com o IDE para estimular a prosperidade económica e quem aqui investe colhe esses benefícios. Existem mais de 60.000 empresas no estado a exportar e comercializar os seus produtos a nível global. Os países estrangeiros que lideram a tabela de investimento, por ordem de valor, são o Reino Unido, o Japão, a Suiça, a Alemanha, a França e a Holanda.
Com todas estas diferenças em relação ao mercado português, desde a dimensão, estratégia, as diferentes formas de actuação, gestão dos recursos humanos e a forma como são organizadas as empresas, é possível detectar estas características e através de uma análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats) criar uma ferramenta que forneça uma perspectiva que, embora muito geral em relação a um possível investimento ou actuação de uma empresa portuguesa neste mercado, é um ponto de partida para uma análise mais profunda que deve ser diferenciada e adaptada consoante o tipo de negócio, caso a caso. Impossible is nothing.
Investimento de uma empresa Portuguesa no estado da Califórnia | |
Vantagens | Fraquezas |
Profissionais qualificados Capacidade de adaptação e improviso Criatividade Maior facilidade em atrair capital de risco Alto nível de protecção de patentes Produtos únicos Facilidade em criar parcerias Acesso ao mercado Língua inglesa Capacidade de negociação Apetência para produtos de valor acrescentado Em comparação com outras culturas a nível mundial, é de fácil compreensão | Dimensão das empresas Capacidade económica para investimento a longo prazo Incumprimento de prazos Deslocalização de recursos humanos Pouco contacto com a investigação universitária Custos de transporte Capacidade de produção Vs dimensão do mercado Aversão à mudança Identidade e imagem de Portugal Filosofia empresarial pouco agressiva Fraca atitude perante o consumidor/cliente Pouca capacidade de autocrítica Falta de pensamento estratégico a longo prazo Falta de capacidade de criar valor Inexistência de associativismo funcional |
Oportunidades | Ameaças |
Dimensão do mercado Investimento em R&D Poder de compra elevado Apoio ao Investimento estrangeiro Acesso a tecnologia inovadora Estado multicultural Foreign Trade Zones (FTZs) – áreas especiais em que os produtos não pagam impostos até saírem. Permite por exemplo devolver produtos defeituosos sem que sejam sujeitos a carga fiscal. California Business Investment Services – acompanhamento de empresas investidoras Oportunidade para Benchmarking com as melhores empresas mundiais Ponto de partida para acesso a outros mercados | Concorrência forte, estabelecida e conhecedora do mercado Forte capacidade de resposta da concorrência Impostos altos Nível de ordenados altos Legislação a nível de produção, manufactura de produtos Fraca capacidade financeira para resistir a períodos fracos ou crises Legislação Laboral dos E.U.A. Catástrofes Naturais |
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