Segunda-feira, 28 de Julho de 2008

Estratégia Irlandesa

Sónia Barros da Silva  

 

 

 

Hewlett-Packard  

Galway   |   Irlanda   |   C11

 

 

Até aos anos 80, a Irlanda passou uma fase muito negativa no sector económico, na qual só conseguiram recuperar nos anos 90 através da combinação de quatro factores:

 

1)       Atracção de investimentos dos Estados Unidos na Indústria

2)       Forte investimento do governo na Educação

3)       Desenvolvimento da língua inglesa

4)       Aposta nas novas tecnologias

 

O grande factor de atracção das empresas em investir na Irlanda foi os baixos impostos praticados pelo governo. As empreses conseguiam ter lucro de mais 20% do que em qualquer outro pais. “ As empresas pagam impostos mais baixos e por isso os salários podem ser mais altos. Ao mesmo tempo, os impostos sobre o consumo também são baixos e por isso a generalidade da população beneficia de impostos baixos. Por outro lado, os ricos aumentam os seus rendimentos mais depressa”.

 

Em segundo lugar, a aposta do governo na Educação. A Irlanda deu primeiro prioridade à formação/motivação do seu povo no desenvolvimento integrado do país do que propriamente na construção de uma rede de “alta velocidade” rodoviária. Actualmente, a Irlanda conta com umas das taxas mais altas de literacia do mundo. Por esta razão, dá para perceber o porquê deste povo mostrar a extrema simpatia, objectividade e educação. As características do povo irlandês de certa forma também vieram impulsionar o comércio internacional.

 

Estes dois factores, com a ajuda da língua inglesa e da aposta nas novas tecnologias, fizeram com que a Irlanda tivesse um crescimento económico inédito no contexto europeu.

 

Actualmente um dos motores de crescimento económico é o sector imobiliário e a quantidade de empréstimos que fizeram e vão continuar a fazer. “Estamos a construir casas a um ritmo seis ou setes vezes superior ao Reino Unido e quatro vezes superior à Alemanha. Por isso o nosso crescimento económico depende muito deste sector. O preço das casas também tem aumentado muito rapidamente”

 

Na Irlanda a vida tem outro ritmo. Um ritmo Irish que significa, “tudo a seu tempo”. Os irlandeses em geral, pode demorar um pouco mais a atingir os objectivos mas quando atingem é com brio.

 

Fontes: Site do Arquivo do Compromisso Portugal

 

 

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Segunda-feira, 1 de Outubro de 2007

Sem título.

   Gonçalo Garret - AICEP, Dublin, Irlanda.

 

 

Por trabalhar numa delegação da AICEP e, consequentemente, ter contacto com muitos portugueses que trabalham para empresas portuguesas e irlandesas, tenho-me apercebido com bastante clareza das diferenças que existem na cultura empresarial em Portugal e na Irlanda.

 

Assim, começo por destacar a grande diferença que encontro na primeira abordagem aos novos trabalhadores de uma organização. Se em Portugal um novo trabalhador é visto com desconfiança, em que o nível de responsabilidade é muito limitado, e é colocado numa posição em que é obrigado a provar que é bom, na cultura empresarial irlandesa, o ónus inverte-se, ou seja, o trabalhador é o melhor até provar o contrário, e caso isso aconteça ele é convidado a sair.

O mesmo acontece em relação à atitude dos empregadores perante o uso de horas extraordinárias. Se em Portugal, e creio que todos nós já passamos por isso, o uso de horas extraordinárias não remuneradas é politica corrente em quase todas as empresas, aqui o conceito de hora extraordinária é o do dicionário, ou seja, hora de trabalho extraordinária ao horário normal, em que o trabalhador deverá ser remunerado de forma a compensar o excesso de horas relativamente ao horário normal.

 

Outra das características que podemos encontrar, é o prolongamento das relações de trabalho após hora de expediente. Se em Portugal, a vida profissional está completamente separada da vida pessoal, os irlandeses, alimentados por uma sede enorme por Guinness e/ou Jameson, tiram proveito das relações profissionais para construir um ambiente de festa após os dias de trabalho. Quem visitar a cidade, e estiver atento, irá verificar que, com maior incidência à sexta-feira, os pubs após as 5 da tarde estão cheios de executivos que procuram relaxar de um dia de trabalho. É vê-los, homens e mulheres, cada um com uma pint na mão a brindar a mais um dia de trabalho, porque é também ao sabor do álcool que neste país se fazem muitos negócios!

 

Mas o que encontro de realmente diferente na cultura organizacional na Irlanda, é a completa rejeição por qualquer tipo de formalidade nas relações entre colegas de trabalho, quer estejamos a falar de pares hierárquicos, quer em relação a superiores. Em qualquer um dos casos, as estruturas assentam, não em relações de medo, alimentadas pelo poder dos superiores, mas sim por relações que assentam numa visão construtiva dos objectivos comuns a toda a empresa que, consequentemente, envolve todos os trabalhadores. A noção de responsabilidade fica, assim, partilhada, e funciona como elo e motor para o sucesso das empresas.

 

Deixo-vos só mais uma nota de comparação: na Irlanda a economia cresce a 5% ao ano, a taxa de desemprego é de 3,8%, o salário mínimo é de 1500€ e o índice de produtividade é dos mais altos da Europa. Será por acaso?

 

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Segunda-feira, 11 de Junho de 2007

Abertura

A Irlanda e o Mercado do Vinho.

 

 

A Irlanda tem apresentado um crescimento económico bastante superior à média da União Europeia (UE). Em 2005, a taxa de crescimento do PIB foi de 5,5%, prevendo-se que atinja valores próximos de 6% no ano, devendo assistir-se a um ligeiro abrandamento em 2007. Este crescimento assinalável assenta sobretudo no forte aumento do consumo interno, bem como no reforço do investimento e no aumento das exportações.
 
Neste contexto o mercado dos vinhos na Irlanda tem sofrido transformações dramáticas ao longo dos últimos anos. O vinho é um dos produtos de consumo mais dinâmicos na Irlanda. Independente do estatuto social, o vinho é apreciado pela maioria dos irlandeses e tornou-se uma commodity diária.
 
Factores como férias e viagens ao estrangeiro, cobertura permanente nos jornais e uma forte influência da integração na União Europeia têm contribuído para a “educação” do consumidor. O elevado rendimento disponível tem tido um papel primordial no consumo de vinho.
 
Em 2005 o consumo per capita de vinho foi de 17,1 litros, valor ainda relativamente baixo face aos outros países europeus, sendo as vendas de vinhos de mesa cerca de 7,2 milhões de caixas em 2005 (face 4,5 em 2000).
 
O mercado é dinâmico, em franco crescimento e com uma forte apetência pela qualidade. Desde 1990 que este mercado tem sofrido alterações enormes, aumentando cerca de 5 vezes. Neste período o número de consumidores na Irlanda duplicou - de 728.000 em 1990 para 1.628.000 em 2005, representando 53% da totalidade dos adultos.
 
Importa também referir as preferências dos consumidores irlandeses. Por exemplo estas preferências têm mudado nos últimos 10 anos com uma passagem no consumo dos vinhos brancos para os vinhos tintos. Hoje em dia o grande consumo é de vinho tinto como resultado do desenvolvimento dos gostos do consumidor em relação a vinhos mais encorpados.
 
Em 2005 o vinho tinto representava 50% do total de consumo comparado com 46% de branco e 4% de rose.
 
O pub continua ainda a desempenhar um papel importante no estilo de vida irlandês. A diferença agora é na atitude para com o consumo. Na Europa continental 70% das bebidas alcoólicas são consumidas em casa. Na Irlanda já não se passa o mesmo. É preciso também notar que se por um lado o consumo de vinho cresce, os preços nos pubs, associado à proibição de fumar em locais públicos, também cresce, o que originou um decréscimo no negócio nos pubs e um acréscimo no consumo em casa. Mais uma vez o consumo de vinho continua a ganhar.
 
Em 2005 estima-se que o consumo total de bebidas alcoólicas seja de 6,6 mil milhões de euros. Este número significa cerca de 9,2% no consumo total.
 
Por outro lado o preço é um dos elementos essenciais neste negócio e o consumidor irlandês leva-o em consideração na compra de um vinho, seguido pela casta, país de origem e finalmente a marca.
Importa também referir que sendo as taxas alfandegárias (excise duty) muito elevadas na Irlanda um vinho relativamente barato na origem torna-se facilmente caro no retalho.
 
Em termos de distribuição nos últimos 10 anos o mercado off-trade continua a crescer, representando cerca de 70%. Os principais canais de distribuição são assim as off-licences (53%) e os supermercados (47%).
Aparentemente o potencial de crescimento reside neste momento no sector independente das off-licence. Este sector está a ser servido por empresas de importação já estabelecidas, bem como por pequenas empresas especializadas, o que significa volumes menores a preços mais altos.
 
Em termos de posição de Portugal as vendas de vinho Português no mercado da Irlanda têm vindo a crescer rapidamente e consistentemente.
 
Face aos últimos dados disponíveis em 2005 Portugal ocupava uma 12ª posição como fornecedor de vinho da Irlanda, registando um crescimento de cerca de 38% face a 2004 e um aumento da respectiva quota de mercado. Os principais concorrentes são a França, Austrália, Chile, Africa do Sul, EUA, Espanha e Itália.
 
Neste contexto existe um pequeno grupo, mas em franca ascensão de consumidores irlandeses que entendem que os vinhos portugueses estão na moda. Contudo, esta foi uma ideia que demorou algum tempo a amadurecer. Portugal possui uma variedade de castas que muito dos grandes produtores mundiais de vinho adorariam ter, e os consumidores Irlandeses começam a ter consciência disso.
 
Tudo isto, são boas notícias para os produtores de vinhos portugueses uma vez que duas das suas vantagens são os seus estilos de vinho e a sua grande variedade de castas que oferecem qualidade e diversidade.
 
Carlos Moura
Delegado
ICEP Dublin
Maio 2007

 

publicado por visaocontacto às 17:50
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Sim, a Irlanda é diferente.

    João Santos, Deleg.ICEP, Dublin, Irlanda.
Vejo a Europa de hoje como um espaço alargado de confluência de culturas, um pequeno mundo inserido no Mundo. O sentimento europeu parece-me, em grande parte dos casos, sobrepor-se ao tradicional sentimento nacional, tal a integração que se verifica no Velho Continente.
 
Chegado à Irlanda, deparei-me com uma pergunta que imagino comum a muitos outros colegas: o que tem este país de diferenciador face a outros países da mesma área geográfica? Ao fim, de quase quatro meses, julgo ter algumas respostas.
 
O factor mais imediato é o clima: intranquilo, imprevisível, oferece-nos num só dia as quatro estações do ano, tal a sua capacidade para nos surpreender.
 
Um outro aspecto que assume relevância nas relações sociais é a informalidade, visível não só no campo pessoal como na vertente profissional – na Irlanda serão tomadas tantas decisões empresariais num bar como numa sala de reuniões.
 
Um terceiro ponto, este de mais difícil habituação, é o sentido de humor irlandês. Sarcástico, acutilante, quase cínico, deve ser compreendido mas nunca subestimado.
 
Por último, o factor decisivo, condicionador de toda a vida social irlandesa: uma verdadeira pub culture, visível na qualidade e diversidade de bares existentes, na quantidade de cerveja ingerida, na animação dos finais de tarde.
Sim, a Irlanda é diferente!
publicado por visaocontacto às 15:05
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Domingo, 13 de Maio de 2007

A aposta Irlandesa.

 Luís Lima, HP, Galway, Irlanda.

 

 

As intermináveis paisagens verdes que se estendem de costa a costa, a tranquilidade rupestre das aldeias e vilas que encontramos a poucos passos do centro da cidade, bem como a rede de transportes pouco desenvolvida, fazem com que ainda seja possível ver um pouco do que foi a Irlanda há não muito tempo atrás: um país pobre, vivendo sobretudo da agricultura e no qual a população diminuía drasticamente ano após ano, sobretudo devido à emigração em busca de novas oportunidades.

Tudo isto se apresenta, visto de dentro, como uma fachada ilusória. O país tem vivido nos últimos 30 anos o crescimento exponencial da sua economia, que inverteu radicalmente a confiança de um povo que passou a viver num clima de prosperidade nunca antes visto.

A entrada na União Europeia proporcionou o investimento que se assume ter desencadeado esta mudança, mas foi a aposta das organizações governamentais em criar condições para que as empresas de alta tecnologia se instalassem no país que fez com que este se tenha colocado numa posição cimeira na zona europeia a este nível. Numa altura em que a grande aposta da maior parte das nações era as indústrias pesadas, como a automóvel, a metalúrgica, a petrolífera ou a química, a redução de impostos sobre as empresas, aliada à aposta na educação, no sentido de criar capital humano altamente qualificado, surgiram como os principais atractivos para permitir que empresas norte-americanas, japonesas ou mesmo europeias se estabelecessem na Irlanda. Exemplos como o da Digital, seguida pela Apple, a IBM, a Fujitsu IT, a Dell ou mesmo a Microsoft e, mais tarde, a Intel são disso demonstrativos.

 

A capacidade que houve para seguir uma ideia diferente da linha de pensamento da altura, permitindo a conciliação de um desenvolvimento notável com a manutenção da paisagem característica, fugindo, na medida do possível, do alastrar da poluição e das consequências nefastas da industrialização em massa, levou a Irlanda a tornar-se numa das primeiras chamadas “Economias Verdes”.

 

Hoje em dia, no entanto, uma dúvida impõe-se: como irá o país evoluir daqui para a frente? O crescimento foi notório mas vai abrandando e não esconde os atrasos existentes a nível de infra-estruturas, que se vivem a cada dia e que dificilmente serão sustentáveis. Será a economia capaz de suportar a transição para uma nova aposta, aquela que deitará por terra o equilíbrio já referido de uma “Economia Verde”?

 

publicado por visaocontacto às 16:54
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