Daniela Mateus
Bloom Consulting | Madrid | Espanha | C11
O ritmo marca as horas da cidade. Em Madrid, todos os dias são dias de festa. José Torres, CEO da Bloom Consulting, disse um dia, à revista Notícias Magazine, que esta é “a melhor cidade para se viver. Aqui, as pessoas estão contentes, genuinamente contentes”. É a cidade de la movida. Sente-se no ar um enorme desejo de celebrar a vida, de disfrutar cada momento como se fosse único. Patrícia Soares da Costa, responsável por Country Branding na Bloom Consulting, revê nesta cidade o lema “work hard, party harder”. Apesar de se trabalhar muito e de haver um grande nível de exigência, as pessoas não hesitam em separar trabalho das suas vidas pessoais. Os bares enchem-se ao final da tarde. A lotação esgotada dura até de madrugada. No dia seguinte é dia de trabalho. Tudo recomeça. Os espanhóis trabalham, ganham e gastam. Cerca de 92% do seu salário é gasto em produtos de consumo final.
Para muitos portugueses, esta é a cidade que escolheram para viver. Em 2007, e de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, eram já cerca de 10.000 (cerca de 10% do valor total em Espanha) e esse número não pára de crescer. A falta de oportunidades, os baixos salários, a vontade de progredir são factores incontornáveis que os levam a arriscar. A geração de emigrantes de hoje difere, no entanto, daquela que na década de 50 e 60 decidiu tentar a sua sorte além-fronteiras. São, sobretudo, jovens licenciados, unidos por uma enorme vontade de crescer. Viver no estrangeiro, dizem, aumenta-lhes a percepção do mundo, alarga-lhes as ideias e permite-lhes conhecer novas realidades e pessoas.
Em Espanha, a emigração é uma realidade exponencial. Os portugueses vêm, porque o mercado é maior, mais aberto e com mais oportunidades. Há mais verbas, emprego, diversidade e uma economia mais pujante. Apesar disso, Espanha é, ainda assim, tão próxima de Portugal. A integração está facilitada. Aqui, afirmam José e Patrícia, os portugueses tendem a ser bem vistos, ainda que haja um enorme desconhecimento em relação à cultura portuguesa. Os conhecimentos do mercado global, de línguas e a capacidade de adaptação são elementos valorizados. Por isso, encontrar uma oportunidade de trabalho não é assim tão difícil. Ambicionar a grandes projectos e ascender ao topo de carreira são sonhos, aqui, passíveis de concretizar, enquanto se disfruta da vida.
Mariana Resende, directora criativa da Bloom Consulting, considera que os espanhóis são amáveis, receptivos e privilegiam a integração. Por isso, neste país, os portugueses não se sentem estrangeiros.
Portugal é, ainda, sinónimo de baixa capacidade de empreendedorismo. Sente-se o pessimismo no ar, diz José. O poder político interfere em demasia. Talvez seja, também, por isso que as grandes multinacionais estejam a escolher Espanha para instalar as suas sedes no mercado ibérico. Os números demonstram-no. Há 300 empresas portuguesas presentes em Espanha e 3.000 espanholas em Portugal. Talvez não seja por acaso. Portugal quer aproximar-se deste mercado positivista, sem medo da mudança. É em Espanha que as coisas acontecem. Mesmo em termos culturais, as diferenças são notórias. Patrícia diz que “apesar da proximidade, até mesmo o conceito “latino” se vive de forma diferente. Eles são mediterrânicos e nós atlânticos”.
Ainda assim, os três são consensuais. Não trocariam Madrid por nada. Portugal é um destino longínquo, para onde esperam talvez um dia regressar em final de carreira ou para gozar a reforma. Porque, na verdade, Espanha é, para eles, sinónimo de força, de qualidade de vida citadina, de diversão e de oportunidades. É aqui que está o futuro. Portugal recorda-lhes tão somente a tranquilidade, a segurança, a familiaridade. É a melancolia do espírito português que se sente. A tão nossa “saudade”. Mas que rapidamente passa, porque afinal Portugal está tão somente a uma hora de distância...
Gabriela Ribeiro - Parque Científico de Madrid
Madrid
Espanha
A política científica é um dos factores chave que induz o desenvolvimento da ciência e tecnologia. Essa política tem um papel decisivo ao criar condições para a existência de liberdade na investigação, ao proporcionar os recursos necessários para que sejam atingidos os desejados resultados dessa investigação, e ao ajudar na disseminação desses resultados. Contudo, o real ímpeto para a investigação e para a aquisição de novos conhecimentos está profundamente enraizado na natureza humana e expressa-se na curiosidade e na motivação para aprender e inventar o que antes ainda não era conhecido ou ainda não tinha sido descoberto. Em toda a história da humanidade, geração após geração, cada um dos nossos antepassados tem tido a oportunidade de participar na aventura do conhecimento. Cada um de nós, que neste momento fazemos parte do Programa INOV contacto, estamos de certa forma a participar nesta oportunidade e a deixar um pouco da nossa sabedoria nas empresas e países onde nos encontramos.
Um pouco alheios ao que os decisores políticos definem, no que concerne a políticas na área científica, embarcamos nesta experiência convictos de que podemos ser um grão de areia que faz a diferença na engrenagem e que podemos contribuir para mais um passo em frente na busca de respostas. No entanto, o que hoje quero transmitir é um pouco do que as políticas científicas em Espanha têm significado para o desenvolvimento deste país onde me encontro a fazer o meu estágio.
Enquanto escrevo, decorre a campanha eleitoral para a escolha do novo Presidente do Governo Espanhol. Muitas promessas se têm ouvido e muitas estratégias se têm gizado pelos partidos políticos no que respeita a política científica. Há claramente em todos os programas eleitorais a vontade de melhorar a I&D no país e não há dúvida que um dos pontos em discussão nesta campanha tem sido a política de maturação do sistema científico em linha com o desenvolvimento económico e social dos últimos anos. Tenho escutado e sentido a frustração de muitos colegas no Parque Científico de Madrid que discordam dos relatórios optimistas que colocam o país numa posição cimeira, na Europa a 25, no que diz respeito ao crescimento do investimento em I&D. Dizem-me que parece que a vontade política não sai do papel e o que se vive na realidade na Investigação Científica está muito aquém do que seria desejável.
Nas últimas décadas, Espanha tem-se desenvolvido de forma extraordinária tanto social como economicamente. A taxa de crescimento do PIB excedeu a média da União Europeia e a vitalidade da economia tem permitido uma real convergência com a Europa a 25. Por exemplo, o PIB per capita era de 87.6% da media da Europa a 25 em 1990 e cresceu para cerca de 98% na actualidade. E o objectivo do Programa Nacional de Reforma Espanhol é que as cifras se situem nos 100% de convergência em 2010.
O que é certo é que Espanha tem estado nos últimos anos num processo de crescimento baseado principalmente no crescimento da taxa de emprego e num modesto aumento da taxa de produtividade. Tendo atenção a este facto o Governo Espanhol tem-se desdobrado em esforços para corrigir as fraquezas estruturais detectadas na economia do país. Espanha está atrasada no que respeita a I&D e isso afecta todas as outras áreas do Sistema Nacional de Inovação. Torna-se então imperativo reorganizar e estimular o sistema Ciência-Tecnologia-Empresas e um dos pontos a melhorar é o investimento no capital humano e em novas políticas de investigação e inovação. Um dos principais objectivos é atingir, até 2010, os 2% do PIB em investimento em I&D, que ficam ainda muito aquém dos 3% que são a meta da Europa a 25.
Mas, e desprezando momentaneamente os aspectos estatísticos, os esforços feitos por Espanha têm consolidado o sistema Ciência-Tecnologia-Empresas ao melhorar a sua organização, fomentar a transferência de conhecimento e tecnologia, fortalecendo as infra-estruturas de ciência e tecnologia e intensificando a presença internacional do seu sistema de I&D. Tudo isto requer um esforço coordenado de investimento público e privado que será necessário intensificar nos próximos anos que tem sido discutido durante a campanha eleitoral em curso.
Resta esperar o resultado destas eleições e observar o decurso da próxima legislatura, para ver se as aspirações dos meu colegas cientistas espanhóis se vão concretizar e o sistema científico espanhol melhora ■
Dulce Afonso
e
Joana Cruz
Madrid
Espanha
As Tabernas e as tapas são o mais típico de Madrid e o costume é ir de Bar em Bar e provar as especialidades de cada um. A isto chama-se tapear. Rapidamente nos convertemos a este estilo de vida e já dominamos o menu de tapas e elegemos o Bar com a melhor tortilla e as melhores patatas bravas. Tendo em conta que a vida social madrilena se desenvolve em redor de Bares e Tabernas, a imensa oferta e variedade não é excessiva para todos os madrilenos que, todas as noites, saem para a calle! E, no que diz respeito a tapear, existe mesmo um código de conduta que nós tentamos respeitar: é proibido falar de trabalho, não se pode estar sentado mas sim ao balcão e o número ideal são 5 pessoas! O que ainda não faz parte dos nossos costumes é o pequeno-almoço madrileno, churros (farturas) servidos com uma chávena de chocolate quente. Temos mesmo algumas dúvidas se alguma vez nos habituaremos a tão “nutritivo” pequeno-almoço!
Joana Cruz
(Unidade de Genómica)
&
Dulce Afonso
(Unidade de Bio Transformações Industriais)
Parque Científico de Madrid
Madrid | Espanha
O negócio de Biotecnologia é um negócio global. As empresas espanholas sabem disso e esforçam-se por cumpri-lo. A facturação da biotecnologia espanhola cresce 20% ao ano, sendo que Espanha aporta 4% da produção mundial em biotecnologia mas está a anos luz desse valor no que se refere a patentes, capital e pessoal técnico no sector. Está cada vez mais incutido nos espanhóis que a investigação de hoje é a facturação de amanhã.
A Comunidade Autónoma de Madrid é uma peça chave em Espanha na investigação pública no campo da Biotecnologia e da Biomedicina, tanto pelo número de investigadores como pela sua qualificação.
Um dos impulsos para este sector é a criação de uma rede de Parques Científicos e Tecnológicos como ferramenta de transferência de conhecimentos, propiciando a colaboração entre as universidades, a investigação, o mundo empresarial e a administração pública. A origem dos parques está intimamente ligada a Silicon Valley, que serviu de modelo de desenvolvimento tecnológico e económico.
Ana castro Rocha - SoftCode, Madrid, Espanha.
Desde Novembro que trabalho no Parque Científico de Madrid, mais precisamente para o grupo SOFTCODE SL, ao qual pertencem a SOFTCODE e a CI2T.
SOFTCODE é uma empresa de base tecnológica, que oferece vários tipos de serviços relacionados com novas tecnologias, nomeadamente serviços de consultoria de qualidade, meio ambiente, segurança, inovação, engenharia e tecnologias da informação.
CI2T surgiu da necessidade de oferecer ao tecido empresarial das PME serviços avançados de Assessoria e Consultoria, sobretudo para realizar actividades de engenharia e controlo de processos. Está vocacionada para o sector agrícola e comercializa um sistema informático para gestão integral (controlo on-line e administração remota) de estufas e cultivos hidropónicos – SIGINVER.
SIGINVER, um producto inovador
SIGINVER captou a minha atenção pelo facto de ser um projecto único no mercado espanhol pelas suas características distintivas. Foi realizado pelo Instituto Universitario de Automática e Informática Industria de la Universidad Politécnica de Valencia em colaboração com investigadores do Instituto Valenciano de Investigaciones Agrarias, desenvolvido durante 6 anos sob a direcção do Professor da citada Universidade, Miguel Martínez Iranzo, que em conjunto com Jose Maria Duran Altisen (Catedrático do Departamento de Produção Vegetal) e Francisco Larios Santos (Subdirector Geral Adjunto da Subdirecção Geral de Relações Internacionais do Consejo Superior de Investigaciones Cientificas) formam o Comité Assessor do grupo.
O produto pode ser instalado em qualquer estufa para realizar um controlo integral de forma a obter as condições óptimas de crescimento de plantas e permite que, através da internet, o produtor agrícola possa ter controlo sobre a sua estufa a partir de qualquer lugar e em qualquer momento. Tem um sistema de alertas via e-mail ou sms que avisam em caso de falha e câmaras que permitem visualizar a estufa e que servem como sistema de vigilância.
Algumas das suas características mais relevantes são:
Segurança;
Integridade/Fiabilidade;
Disponibilidade 24h/365 dias;
Eficiência;
Fácil gestão do software e manutenção;
Portabilidade.
A minha experiência
Trabalho com ambas as empresas. Contudo, actualmente, estou a centrar o meu trabalho na CI2T usando as minhas competências enquanto marketeer na tentativa de delinear um Plano de Marketing que dite as linhas condutoras para uma gestão proactiva, tanto a nível nacional quanto internacional, a seguir pelo grupo e que possa sustentar as futuras decisões da empresa. No Plano, está incluida uma estratégia de internacionalização que contempla países como o México, Perú e o Chile e espera-se que num futuro próximo possa vir a contemplar também o nosso país.
Em termos de aprendizagem, esta oportunidade constitui uma enorme mais-valia para mim, uma vez que, para além de poder aplicar os meus conhecimentos de marketing numa vertente mais clássica, estou ainda a aprofundar conhecimentos sobre várias técnicas de marketing na Internet que estão a ser exploradas pelo grupo para conseguirmos em conjunto penetrar em todas as frentes de ataque e atingir da forma mais eficaz o consumidor pretendido. Desde o Web Marketing, Network Marketing, passando pelo Marketing Viral, Buzz Marketing, todas estas ferramentas de Social Media Marketing são usadas através de uma rede social, um blog e pelo site da empresa para promover a sua imagem e a dos seus produtos.
O grupo é caracterizado pela componente INOVAÇÃO, que está presente em qualquer produto ou serviço comercializado, que resulta em grande parte das alianças estratégicas que mantém com a Fundación Parque Cientifico de Madrid, com a Universidad Politecnica de Valencia e com a Universidad Politecnica de Madrid ■
Ana Raquel Cunha - Soporcel - Madrid, Espanha.
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Encontro-me precisamente na última semana do estágio. Entre muito trabalho, nostalgia, festas de despedida e lágrimas, aproveito uma pausa e aqui faço um balanço destes últimos nove meses em terras de “orgullo ibérico”, reflectindo sobre as tão faladas diferenças existentes nos dois lados da fronteira.
Sendo assim, do lado castelhano, encontrei uma cidade:
· Dinâmica, cosmopolita, aberta a novas culturas, que este ano foi palco do Festival Europeu do Orgulho Gay e onde muito dificilmente alguém se sente estrangeiro ou desintegrado. “El mundo vive hoy en Madrid”, um território onde diversidade é sinónimo de fertilidade e que, ao contrário do que eu esperaria do dogma do espanhol austero e elitista, fez-me sentir em casa desde o primeiro minuto.
· Optimista, com um profundo sentimento comum de “orgulho ibérico” (muito embora pesem os problemas nacionalistas), que se faz notar desde o cantor do metro que diariamente ainda repete o “y viva la españa” até à cozinha de um pequeno escritório como o meu, onde se pode ver a fotografia que abre este texto simpaticamente exposta na máquina de café.
· De callejeros, amigos, boas conversas e serões, de terrazas, tapas, cañas e tinto de verano e onde se toma sempre “la penúltima”; de ruído, pessoas extrovertidas que não falam, gritam, e onde o uso de palavrões convive harmoniosamente com toda a euforia que paira no ar.
· Que não me presenteou com horas de sono, nem me brindou com horas de tédio, e que a nível cultural oferece mais do que o tempo que deixa em branco; que me habituou a fazer os carregamentos do telemóvel fora de horas, numa das inúmeras lojas chinesas espalhadas pela cidade e onde em 20 metros quadrados se vende desde pão a vinhos Rioja, passando por todo o tipo de artigos passíveis de enumeração.
· Onde é proibido usar frases de empate como o “por favor” ou o “será possível” e onde o telefone é atendido, não com um “Estou sim...” , mas antes com um curto e directo “Digame...”
· Que me ensinou a ser prática e desenrascada com a famosa teoria das lentejas: “ó las comes, ó las dejas”; e a não ficar indignada com respostas tão típicas como “lo comes con patatas”, quando procuro a solução para um problema.
· Que me fez suspirar pelo mar e pelo pão que não fosse em forma de baguete; onde temi a ETA e grupos extremistas que diariamente se manifestam.
E um escritório:
· Que muito embora pertença a um grupo empresarial português, acolheu pela primeira vez uma estagiária do país vizinho.
· Que não me poupou a uma primeira semana de praxe na famosa Feira Aula de Madrid, e que, mesmo sabendo que era recém-licenciada e que não dominava perfeitamente o idioma, não hesitou em atribuir-me, na segunda semana, uma carteira de contactos para gerir diariamente como coordenadora de marketing do escritório.
·
Nesse momento achei um pouco exagerada a tónica dada nas origens. Hoje consigo perceber o peso que estas adquirem na convivência e trabalho com cada um dos membros. Ainda neste ponto, ressalto o facto de o jantar de Natal de este ano estar reservado num restaurante Peruano, após doze anos de fidelidade a um Vasco.
· Onde há hierarquias de trabalho, não de comunicação; onde o uso de títulos académicos e tratamento na terceira pessoa é anedótico e chega mesmo a ser inadequado.
· Onde os 50 e-mails diários enviados pelo GM começam todos por “Familia,...” e terminam em “SOMOS LOS MEJORES!!! SIEMPRE LOS 1º...!!!!!! VAMOS A POR ELLO, VAMOS A POR ELLO, VAMOS A POR ELLO!!!!!”
· De comerciais que viajam mensalmente a Portugal e ainda assim conseguem surpreender-me com expressões tal como “vou ter com as bigotas...” e com os “extremamente educados e tristes dos portugueses...”.
· Onde a resposta a um pedido de informação a nível interno pode ser tão simples e normal como “npi” ( ni puto idea )!
· Onde “menos es más” e por isso consegue ter dos melhores resultados do grupo e ao mesmo tempo praticar a jornada intensiva de Verão (substituição do horário de trabalho tradicional pelo das 8.00/14.00) e que lamenta o facto de a direcção portuguesa não permitir também a tão típica jornada intensiva das sextas feiras, durante todo o ano.
· Que não dispensa o seu “paella lunch” em dias de sales conference, nem a oportunidade de se reunir em almoços até às 7 da tarde quando é necessário discutir algum tema “em familia”, e onde os melhores negócios muitas vezes surgem aliados a um Gin Tónico.
De uma forma geral, e em jeito de conclusão, resta-me dizer que estes nove meses foram uma verdadeira experiência de vida, onde aprendi o sentido pragmático da expressão “carpe diem”, vivendo a um ritmo alucinante, trabalhando sem complexos nem entraves à comunicação, acção e imaginação e divertindo-me em exagero. Gostei principalmente de integrar o “orgulho ibérico” e de com ele aprender que, tal como os espanhóis, devemos fazer mais por nós. Anseio, por isso, o dia em que verei o orgulho de ser português, não na máquina de café de um escritório, mas transparecido em cada olhar, palavra ou atitude de cada um dos nossos 11 milhões.
Inês Branquinho - Bial - Madrid, Espanha
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A principal motivação que qualquer contacteante tem ao inscrever-se neste programa gira em torno da oportunidade oferecida de poder trabalhar e viver num país diferente durante 9 meses.
Longe de saber o meu destino final, não poupei a fantasia e imaginei logo como seria viver na China, como iria ser trabalhar e aproveitar toda a cultura da América Latina ou como poderia ser fascinante ter uma experiência em África. Pontos do globo com pessoas diferentes, opções gastronómicas distintas, modas alternativas e formas de pensar divergentes.
Aterrei em meados de Fevereiro do corrente ano na capital de Espanha, Madrid.
A viagem durou aproximadamente 60 minutos e a sensação de estar a 6 horas de carro da minha casinha à beira do Tejo foi, confesso, um pouco desanimadora para quem sonhou ir bem mais longe.
Entre os habitantes de Lisboa e Madrid, os dois centros financeiros e políticos da Península Ibérica, existem diferenças. No entanto, não as suficientes para poderem desafiar ou provocar um choque cultural no verdadeiro sentido da expressão.
Diria que há muitas pequenas diferenças entre lisboetas e madrilenos que tentei explorar ao máximo com o intuito de absorver o que de melhor a cultura madrilena tem. Desde cedo apercebi-me que tinha muito a aprender com esta cidade.
A oferta cultural é impressionante, tendo Madrid alguns dos museus mais famosos do Mundo. Qualquer evento, seja um espectáculo, uma exposição de objectos de arte ou uma nova peça de teatro é facilmente assinalada por filas e multidões nas portas. Infelizmente, são poucas as ocasiões em que se dá este fenómeno em Lisboa. Recordo-me com contentamento do último dia da exposição “Amadeo Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas”, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Outro aspecto cultural relevante é a atenção dada à literatura. Espanha tem um dos maiores mercados editoriais do mundo e é possível observar, diariamente, dezenas e dezenas de livros que circulam nas mãos de madrilenos serem devorados em todo o tipo de tempos mortos, seja no percurso quotidiano das excelentes redes de transportes públicos ou, simplesmente, no tempo de beber um café.
O orgulho e o cultivo de tudo o que é nacional acaba por ser contagiante. O movimento diário nas ruas e toda a La Movida sugam qualquer hábito “domingueiro” que algum lisboeta possa trazer escondido consigo.
É, em geral, um povo mais alegre que faz questão de encher nos finais de tarde todos os bares, restaurantes, cafés ou esplanadas que são a verdadeira alma da cidade. Um dia banal de trabalho é, geralmente, bem terminado ao som de música nacional, a beber as célebres cañas e a “picar” umas tapas num ambiente de muita conversa.
Este modo mais relaxado de encarar o dia-a-dia reflecte-se, também, na esfera profissional onde qualquer lisboeta que não tenha sido previamente avisado se surpreende pelo clima informal que lidera o local de trabalho. Há uma sobrevalorização do tratamento horizontal e é deixado de lado o “Engenheiro”, “Doutor”, “Professor”, “Senhor”, ou qualquer outro prefixo que evidencie diferentes escalões hierárquicos, o que melhora significativamente os ambientes laborais.
Felizmente, a falta de ânimo inicial pouco durou, sendo substituída por uma vontade avassaladora de conhecer mais e melhor esta cidade.
Passaram 9 meses e Madrid… te voy a echar de menos!
Tatiana Carneiro - CGD - Madrid, Espanha.
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[..] Todos sabemos que Espanha, no geral, tem uma cultura muito semelhante à nossa, como têm os restantes países mais latinos e mediterrâneos. O que significa que realmente não passei por nenhuma forte adaptação cultural, apesar de estar totalmente preparada para isso. Mas, de todas as formas, para todos aqueles que pensam em ir estudar, trabalhar ou viver para outro pais mas que estão receosos de deixar o seu pais, de uma nova realidade desconhecida ou de um eventual choque cultural, lembrem-se que Tudo na vida é uma questão de hábito. Não é nenhum segredo e provavelmente nem é muito reconfortante mas é a mais pura das verdades! Por isso deixem os medos e inseguranças para trás e arrisquem. Se não for agora, quando será?
Raquel Rio Tinto - AICEP, Madrid, Espanha.
Serviços ajustados às carreiras internacionais
Num mundo cada vez mais globalizado, as empresas vêem-se tentadas a entrar em novos mercados e, para um profissional dos dias de hoje, o local de trabalho começa a não ter poiso certo e a necessidade de viajar em negócios passa a ser uma constante. É então curioso observar a forma como os serviços se vão adaptando (por vezes de uma forma tardia, é certo) às necessidades de cada época.
A viagem de avião, levada durante demasiado tempo de uma forma pesada e enfadonha, exigia a quem se deslocava em trabalho o desperdício de muito tempo por causa de um simples vôo. O tempo de permanência no aeroporto (check-in, embarque e recolha de bagagem no destino) é muitas vezes superior àquele passado a voar.
Desde há algum tempo, companhias aéreas como a Lufthansa, por exemplo, começaram a oferecer serviços como o Quick Checkin (checkin automático em máquinas no aeroporto), ou o Checkin Online com a impressão do cartão de embarque a partir de casa, tendo o passageiro apenas de estar no aeroporto pouco antes de o avião levantar vôo. Há que estar focalizado no consumidor e na experiência que este gostaria de ter ao viajar e, no que diz respeito às viajens de negócios, o tempo é um factor preponderante.
Ao que parece, o próximo passo que virá acelerar o processo de embarque nos aeroportos consiste numa espécie de “Via Verde” para quem tenha o passaporte electrónico.
A empresa portuguesa Vision Box, de sistemas de biometria, vai instalar nos aeroportos um sistema de leitura automática dos dados dos passaportes electrónicos para controle de fronteiras. O sistema efectua a leitura dos dados no momento em que os passageiros por ele passam, sendo tirada uma fotografia do passageiro imediatamente comparada com a que consta no passaporte.
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Sérgio Silva - Logoplaste, Madrid, Espanha.
Gestores Portugueses
Portugal é um país de formalismos. É, provavelmente, o único país do mundo em que os seus licenciados, inseridos num meio empresarial, insistem em ser tratados pelo seu título académico.
Sem querer entrar num enquadramento histórico muito longo direi apenas que antigamente o titulo de Dr. correspondia a um estatuto social elevado destacando-se pela cultura e/ou pela fortuna. Pela raridade de licenciados, na altura, também era atribuído a quem concluísse um curso universitário.
É com este background cultural que temos a ideia generalizada de que o respeito, enquanto trabalhador, provém, não da nossa capacidade profissional, mas sim, do facto de termos ou não o nosso nome antecedido por Dr. ou Eng.
A cultura empresarial portuguesa está, neste aspecto, bastante atrasada comparativamente com, por exemplo, os restantes países europeus. Mesmo em Espanha, país onde estou colocado e onde podemos mais facilmente comparar os gestores de ambos os países, este fenómeno não acontece e chega, inclusive, a ser repudiado.
Em Portugal chega-se ao exagero de tratarmos todas as pessoas por Dr. pelo simples facto de termos medo de ferir alguma susceptibilidade. É nisto que temos que mudar a nossa mentalidade. Os gestores portugueses não deveriam preocupar-se com simples trivialidades.
Numa empresa, onde todos deveriam estar a contribuir para um objectivo comum e a trabalhar em conjunto para alcançá-lo, este tratamento formal, na minha opinião, apenas serve para manter o distanciamento entre os profissionais de uma empresa, ao “elitizar”, separar e diferenciar.
O que estamos a assistir neste momento é uma desvalorização progressiva dos títulos académicos, sobretudo com a “popularização” da licenciatura e consequentemente a uma mudança de atitude e mentalidade nos futuros gestores portugueses.
Em conclusão, o mundo empresarial português só terá a ganhar com a eliminação destas minudências e a abolição das barreiras formais entre profissionais. Somos capazes de chegar atrasados a uma reunião importante com um cliente estrangeiro mas se uma carta vier endereçada apenas com o nosso nome somos capazes de perder tempo a tentar rectifica-la.
Sou da opinião de que primeiro somos profissionais e depois somos licenciados.
Rita Calhorda - AICEP, Madrid, Espanha.
Na newsletter deste mês pretende-se dar uma visão do impacto que a nossa cultura pessoal, ou seja, todos os factores que contribuíram para o desenvolvimento dos nossos valores culturais, em especial os referentes ao nosso país, pode ter, ou não, na nossa adaptação em empresas estrangeiras, ou mesmo influenciar a cultura dessas mesmas organizações.
Visto que me encontro a estagiar em Madrid, na delegação da AICEP, não posso dizer que tenha sentido grandes diferenças culturais, nem no país, que, possivelmente, pela proximidade tem muitas semelhanças com o nosso (inclusive a língua), nem na organização em que me encontro, pois uma percentagem elevada dos funcionários é portuguesa e trabalha-se muito directamente com Portugal. Aliás, devido à sua dimensão, a delegação local têm 14 funcionários efectivos, não existindo uma forte cultura organizacional.
É difícil para mim estabelecer comparações com a realidade empresarial portuguesa, pois este estágio é o primeiro contacto que tenho com a vida profissional.
No entanto, do que tenho vindo a observar e através da conversa com colegas, existem alguns pontos que gostaria de destacar.
Parece-me que, a situação que mais reflecte as diferenças culturais existentes é a questão dos horários. Apesar do horário de entrada ser semelhante ao português, o intervalo para almoço é, geralmente, mais tarde e dura mais tempo. A maior parte das empresas pratica horário contínuo durante os meses de verão e encerram à sexta a tarde. Embora esta situação tenha origem nas condições climatéricas de algumas zonas de Espanha, parece-me que provoca algum prejuízo à rentabilidade das empresas e, sendo a realidade portuguesa diferente, provoca alguma dificuldade de habituação.
No entanto, esta situação parece começar a sofrer alterações, pois a maioria das empresas já pratica um horário de almoço de menor duração e algumas não encerram à sexta à tarde.
O hábito generalizado de se “ir beber um copo” depois do trabalho ou depois do jantar, o que implica que se vá dormir mais tarde, não parece influenciar a vida laboral, mas constitui outro factor diferente a que temos de nos adaptar.
Outra diferença que notei foi de carácter comportamental. O povo espanhol é muito mais emotivo e proactivo que o português. Esta diferença reflecte-se muito a nível empresarial, não só a nível de competição entre colegas, como também no grau de exigência demonstrado pelo consumidor. Esta realidade exige uma maior entrega por parte da classe gestora, mas, quando se conseguem ultrapassar estes obstáculos, geram-se resultados muito mais consistentes. Este último factor é ainda incrementado pela dimensão muito superior do mercado. Este facto é apontado pelos gestores portugueses, que vingaram neste mercado, como o mais importante a ter em conta, juntamente com o ser um mercado bastante fechado na sua própria cultura.
Da observação que tenho feito dos portugueses no estrangeiro, parece-me que estes demonstram uma grande capacidade de adaptação às diferentes culturas em que estão inseridos, assim como às novas realidades com que se deparam. No entanto, por vezes, existe a tendência para se criar um grupo fechado, o que não só põe em causa a adaptação à realidade local, como também à transmissão da “cultura” portuguesa, pois ao não haver integração, não existem contactos e possibilidades de trocas culturais, sendo impossível estabelecerem-se verdadeiras relações interculturais. Por exemplo, ao grupo que veio para Madrid este ano estagiar, parece-me que sucedeu um pouco o que acabo de relatar, o que impediu a criação de uma verdadeira network de contactos a nível local.
Por fim, gostaria de lamentar uma vez mais o facto de o meu contributo não ser de maior substância, mas de facto, a nível profissional, ainda não posso fazer uma avaliação devidamente fundamentada. No entanto, gostaria de salientar os seguintes pontos: a capacidade e gosto de adaptação do povo português a realidades diferentes, que permite uma boa integração a nível empresarial; concretamente no caso do mercado espanhol creio que temos vantagens em relação a qualquer outro povo, inclusive ao próprio, devido, por exemplo, aos idiomas, no entanto dever-se-á ter uma especial atenção pois, apesar das semelhanças, Espanha tem características muito próprias, é um mercado muito maior que o português, onde existe um grau de competição muito superior e muito mais fechado.
Isabel Tavares
Grupo Pestana, Madrid, Espanha.
Pedro Folgado, ESViagens, Madrid, Espanha.
Depois de dois anos e meio a trabalhar em Portugal com um início de carreira (talvez demasiado) estável, o bichinho de mudar definitivamente de vida começou a fazer mais sentido do que nunca. Fosse pela ausência de novos desafios, fosse por estar saturado da estabilidade, fosse pela estranha sensação de não querer lamentar-me de nunca ter embarcado numa aventura rumo ao “desconhecido”, a verdade é que daí a candidatar-me ao Programa Inov Contacto foi um pequeno (grande) passo.
A colocação em Madrid teve um sabor agridoce: por um lado, a capital Espanhola não foi o destino que inicialmente estava previsto, nem o que, por consequência e muito honestamente, mais me estimulava; por outro, a proximidade a Portugal confundia-se com um sentimento de segurança adicional. O resultado tem-se revelado muito “saboroso” e a recompensa maior do que alguma vez esperado, em especial ao constatar o magnífico grupo que me esperava.
A Carlson Wagonlit Travel, empresa que me recebeu, era-me de todo desconhecida e nem o mês de estágio que passei em Lisboa me iluminou particularmente acerca da mesma. No entanto, tudo mudou após a chegada a Espanha e aqui foi-me transmitida não só formação geral acerca da empresa, como também formação específica para as funções que iria desempenhar. Actualmente, encontro-me a estagiar no Departamento de Recursos Humanos e tenho sob minha responsabilidade a gestão do projecto de implementação de um sistema de payroll em regime de outsourcing.
Nunca esperei que confiassem tamanha responsabilidade nas mãos de um mero estagiário, mas essa é, sem dúvida, uma das mais agradáveis diferenças que encontro entre a cultura empresarial espanhola e a portuguesa: uma vez aqui, o tratamento não é excessivamente hierarquizado e o nível de responsabilidade e responsabilização é horizontal, independentemente do nosso background, experiência profissional anterior ou até país de origem.
Outra diferença que desde logo considero relevante notar é uma maior orientação para resultados e objectivos, mesmo que, à semelhança de Portugal, se note uma ligeira tendência para trabalhar sob pressão e deixar tudo para o último “minuto”…
Sobre a cidade que pela primeira vez me recebe, Madrid é absolutamente fantástica! Desde as famosas tapas y cañas, à diversão nocturna incomparável, passando pela enorme oferta cultural, tudo é pretexto para que nos sintamos bem e (quase)
Para nós Portugueses, a adaptação ao modo de vida madrileño não é difícil. Também nós partilhamos do gosto por ambientes festivos, as diferenças culturais não são muito acentuadas, a língua é fácil de compreender e falar. Curiosa é a extrema dificuldade que os Espanhóis têm para perceber o Português falado, assim como o desconhecimento que muitos revelam acerca do nosso País. Sempre pensei que os nossos vizinhos estivessem mais informados acerca da nossa realidade actual e tivessem já desmistificado alguns dos estereótipos que associavam(os) a gerações mais antigas.
Não obstante o facto de a experiência profissional ser amplamente positiva e de ser uma óptima oportunidade de desenvolvimento, creio que o mais importante é o crescimento pessoal que se obtém. A descoberta, mesmo que forçada, de capacidades desconhecidas (como a culinária, por exemplo), a partilha de espaço com totais desconhecidos, a vivência diária num ambiente cultural diferente daquele a que estamos habituados, a estranheza de passar dias inteiros sem ouvir falar a nossa língua… são experiências que nos obrigam a crescer e a encarar com maior confiança o futuro.
O que quer que o destino me reserve, tenho hoje a certeza que estarei, se não preparado, pelo menos mais optimista, para o enfrentar.
Luís Ramos, Soft99, Madrid, Espanha.
Cinco meses passaram desde o início da minha aventura no programa INOV Contacto.
Cinco meses de novas pessoas, novo emprego e novas experiências.
Cinco meses em que a minha vida mudou por completo.
Na atribuição de estágios, fui contemplado com a empresa Soft99. Esta é uma empresa portuguesa de desenvolvimento de software de criação e gestão documental. É uma empresa com representação em vários países europeus através de diferentes parceiros internacionais, a minha colocação recaiu em Madrid, Espanha. A data de partida seria a 14 de Fevereiro, mas entretanto eu e outro colega Contacto iríamos realizar um estágio de formação na Soft99 de um mês. O parceiro no qual estou correntemente a desenvolver o meu estágio é a GEDia Consulting S.L., uma empresa dedicada à gestão documental focalizada na digitalização de documentos e extracção de dados destes. O ambiente de trabalho é bom e jovem, o que facilitou muito a integração no grupo. Aqui os horários de trabalho são totalmente diferentes dos que estava habituado, inicio o dia pelas 08h00 e termino às 16h00, jornada directa com uma pequena pausa pelo meio. Este esquema agrada-me muito, pois fico com as tardes para fazer desporto, desfrutar do bom tempo ou dormir uma sesta. Assim um dia de semana não se resume apenas a trabalho o que eleva a qualidade de vida.
Madrid é uma cidade que já conhecia de umas férias passadas. É das poucas cidades que visitei, que me agradou ao ponto de a considerar para uma morada futura, acabando agora por acontecer. Assim que soube da minha colocação, apressei-me a contactar os vários amigos espanhóis que por cá tinha na esperança de estes terem ou conhecerem alguém com um quarto livre para alugar. Com alguma facilidade, consegui arranjar um quarto que iria vagar precisamente no mês seguinte à minha chegada. Acabei por ter mesmo muita sorte em conseguir o quarto dois meses antes de vir para cá, comparando com a dificuldade que os restantes colegas do contacto encontraram neste processo. Estou agora a viver com uma espanhola e um espanhol o que contribui em muito para o meu desenvolvimento da linguagem e integração na cultura.
A zona onde estou a morar, Malasaña, é de si especial, um centro de actividade social, perto de tudo e de todos. Na loja do prédio onde vivo, um florista coloca em alto som variadas bandas sonoras que o ajudam a realizar os seus artísticos arranjos florais, acordar ao som de música clássica ou de uma ópera para um dia de primavera é de si extraordinário. A Plaza del Dos de Mayo é local de encontros e desencontros, um local recorrente para uma tarde de cañas e tapas, um lugar extraordinário para sair à noite, com bares muito diversos, capazes de agradar a todos os gostos. Muito perto encontra-se a Calle Fuencarral com as suas muitas lojas, das mais comuns em qualquer centro comercial às mais alternativas e exóticas, todas fazem jus à zona em que se encontram.
É uma cidade fonte de cultura. Os muitos museus que a compõem, estão repletos de obras de artistas de renome mundial. Nos museus Reina Sofia e Prado, obras de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joan Miró, Juan Gris, Francisco Goya e Diego Velázquez fazem as delícias de qualquer consumidor de arte. Os museus apresentam regularmente exposições temporárias também de elevada qualidade. Recentemente fui ver uma de Roy Lichtenstein e outra de Chuck Close, maravilhosas. Muitas actividades culturais preenchem o tempo em Madrid, esta semana realizou-se a par do dia internacional do livro, La Noche del Libro en Madrid, em que todas as bibliotecas e livrarias se encontravam abertas até altas horas da noite e várias actividades lúdicas e culturais preenchiam espaços ao ar livre.
Já um bom amigo dizia, “Podes trabalhar em qualquer lado, o importante é a maneira como vives o teu tempo livre.” Madrid é sem dúvida uma cidade que me preenche, tanto a nível pessoal como profissional, sempre com algo de novo para ver ou fazer.
David Magboulé
Imbiosis
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