Quarta-feira, 30 de Abril de 2008

A Economia de uma classe média emergente

 

   Kwame Gomes - Olesa, Noida - Índia.

 

Muitas palavras foram já escritas sobre os Tigres Asiáticos, sobre as novas potências emergentes como a Índia, a China, a Rússia, e o Brasil. O processo de internacionalização na Índia, não sendo de todo uma tarefa fácil, poderá num curto espaço de tempo ser uma realidade bem presente para a grande generalidade das multinacionais e de empresas que procuram novos mercados alvo para expandirem a sua presença internacional.

O investimento estrangeiro na Índia poderá duplicar este ano em relação ao ano passado (foi de cerca de 15 mil milhões de dólares, segundo os dados do governo indiano). A economia indiana é já a segunda maior economia do mundo em termos de taxas de crescimento anuais. Tal como a China em anos passados, a Índia revela ter enormes benefícios pelo facto de passar a ter uma economia aberta, e estima-se que o crescimento é tal que já duplicou o rendimento per capita desde do inicio do milénio. Este resultado fez com que a procura de bens tenha aumentado consideravelmente, por exemplo o uso de telemóveis triplicou em dois anos, e estima-se que todos os meses o número de subscrições para esse serviço aumente em cerca de 8 milhões de utilizadores. Com este boom do poder de compra indiano, esta economia estará “condenada” a expandir-se em cerca de 9% pelo terceiro ano consecutivo. Para além do aumento do investimento estrangeiro, é visível o rápido crescimento de uma classe média, que cada vez mais se vai tornando cosmopolita e “consumista”. Esta, ávida de um estilo de vida mais ocidental pode ser encontrada facilmente nos grandes centros urbanos, a difusão da televisão, as mudanças visíveis na cobertura da imprensa indiana, dando distinta importância a inaugurações de Centros Comerciais e Boutiques das marcas mais conceituadas.

Mumbai, a capital financeira da Índia, é o exemplo perfeito de como as mudanças se operam rapidamente. Mumbai, (antiga Bombaim) é a maior cidade da Índia, capital do comércio e do entretenimento, abrigando também as mais importantes instituições financeiras. Tornou-se, com isto, o centro indiano de várias comunidades e culturas. É em Mumbai que se pode encontrar a maior indústria cinematográfica do mundo, Bollywood.

Estima-se que em 2025 essa faixa da população poderá atingir os 580 milhões. Para se ter uma ideia mais concreta da dimensão desta classe, poder-se-á referir que a população de toda a União Europeia não ultrapassa os 500 milhões. Com isto tudo há um crescimento elevado no volume de venda de automóveis, sendo uma das indústrias com maior taxa de crescimento na Índia.

É nesta conjuntura que a Olesa irá entrar no mercado indiano. A joint venture com a empresa indiana, Ozla Plastocraft criará rapidamente sinergias.

É no sector automóvel que se encontra a grande maioria dos clientes para a indústria de moldes para injecção de plásticos, e é neste sector que a Olesa mais tem trabalhado. Portugal é líder mundial na indústria de moldes. Muitas multinacionais reconhecem a capacidade de excelência da indústria neste campo, escolhendo cada vez mais os fornecedores portugueses devido à sua longa curva de experiência e know how, elevadas capacidades técnicas, tempos de entrega e a utilização de tecnologias de ponta.

A vinda para a Índia dos grandes produtores de automóveis fará também com que os seus melhores fornecedores tenham a necessidade de se re-localizar para esta região. A aposta no mercado indiano – não só no sector automóvel – é portanto algo que poderá vir a dar resultados extraordinários num futuro muito próximo.

 

Fontes: OCDE, The Economist

publicado por visaocontacto às 09:00
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