Segunda-feira, 15 de Junho de 2009

aicep Portugal Global - Londres

 

Marta Pinto | C13

 

Representação da AICEP - Centro de Negócios de Londres

Inglaterra

 

A desregulamentação dos mercados, sobretudo no pós Segunda Guerra Mundial com o GATT/OMC, obriga a que os Estados mantenham uma Diplomacia Económica dinâmica, sob pena de se tornarem irrelevantes. Esta premissa é válida sobretudo para países como Portugal, com uma localização periférica e que se encontra incluído num Mercado Único, com política económica e monetária comum a Estados com um nível de desenvolvimento e competitividade superiores ao seu. 

 

A Diplomacia Económica é um conceito que sempre existiu, mesmo quando ainda não tinha significante. Ao longo da História encontram-se vários Tratados de Comércio que mostram esta realidade. Em Portugal, sempre houve Diplomacia Económica, mas foi com o XV Governo Constitucional que as relações económicas exteriores de Portugal sofreram um face-lift. Em consequência desta readaptação das estruturas à realidade económica mundial, o ICEP e a AIP fundiram-se na aicep Portugal Global, uma entidade pública empresarial sob alçada do Ministério da Economia e Inovação que tem por missão precisamente a Diplomacia Económica. Sem excluir outros agentes importantes do Estado, que também concorrem para o mesmo fim – o interesse nacional – a aicep é aquela entidade que tem como missão promover o país como um destino de investimento e como uma fonte de tecnologia, mão-de-obra qualificada, produtos de qualidade, etc. Tal objectivo atinge-se através do apoio à internacionalização das empresas portuguesas (sobretudo as PME’s), da realização de eventos nos vários mercados, com principal destaque para os que são estratégicos para o país e do acompanhamento próximo de investidores estrangeiros que desejem entrar no mercado português ou cooperar com empresas portuguesas. 

 

A aicep Portugal Global não se resume a uma sede em Portugal, onde as empresas portuguesas podem contar com uma equipe de apoio à internacionalização e a quarenta delegações em mercados decisivos para Portugal. A aicep Portugal Global engloba também a aicep Capital Global, uma sociedade de gestão de capitais de risco e a aicep Global Parques, a entidade que gere alguns dos principais e mais modernos parques industriais de Portugal. As três entidades funcionam em conjugação por forma a optimizar os objectivos já referidos.  

 

No que se refere à rede externa da aicep, a missão é estar próximo do mercado, tanto para mais facilmente (e em tempo útil) estar presente para promover o país, como para observar e analisar a realidade em busca das melhores oportunidades de negócio para os empresários portugueses ou da melhor forma de penetrar no mercado.

 

O Centro de Negócios de Londres tem a responsabilidade de gerir todo o mercado do Reino Unido, país com tanta ligação histórica a Portugal. É nesta delegação que nos encontramos presentemente a estagiar.

As relações económicas entre Portugal e o Reino Unido remontam a tempos distantes. Seja com o Tratado de Westminster, de 1654, que garantia a segurança das frotas portuguesas no atlântico em troca de apoio logístico em portos distantes (este Tratado nunca chegou a ser ratificado por D. João IV); o Tratado de Methuen, de 1703, onde se acordava a troca de têxteis britânicos por vinho português; o Ultimato Inglês, que tinha óbvias consequências económicas, apenas para citar casos de maior destaque na história das relações entre os dois países.

Além da relação diplomática, os dois países partilham o atlântico norte, a tradição ultramarina e a experiência do Mar, a situação geográfica não central relativamente  à Europa, a hospitalidade na recepção dos imigrantes das antigas colónias. Nas mais variadas vertentes, as sociedades britânica e portuguesa cruzam-se amiúde.

Apesar desta proximidade e “boa relação” entre os dois países, existe no Reino Unido um fenómeno de redução de Portugal a canto europeu de lazer. Esta associação é vantajosa para o turismo em Portugal, mas é muitas vezes contraproducente para a realização de negócios. É neste contexto paradoxal que o Centro de Negócios de Londres se encontra no momento a realizar um projecto que será, com certeza, um caso de sucesso. Trata-se de renovar a imagem de Portugal sem esbater ou secundarizar o turismo.

 

Innovating Portugal é um esforço para divulgar junto dos principais decisores económicos britânicos áreas onde o país é cada vez mais competitivo, sem que tal ainda se saiba no estrangeiro: as energias renováveis, a biotecnologia, construção civil, oceanografia, tecnologias de ponta. São áreas onde Portugal dá cartas atrás de nomes estrangeirados como Critical Software, Number Five, Chipidea, Master Guardian ou YDreams. O momento de revelar ao Reino Unido a capacidade de Portugal chegou e cremos que será o caso de sucesso que fará Portugal entrar numa nova dimensão de desenvolvimento e negócios.   

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Quarta-feira, 27 de Maio de 2009

Kilohertz of energy

António Neves da Silva | C13

 

Dalkia

Wakefield | United Kingdom

 

 

Kilohertz is not a unit of energy it’s a unit of frequency. It’s the frequency we’ve been hearing the word energy everyday. Megahertz is the frequency the word crisis comes up and Gigahertz is the frequency we hear nonsense, many times related with energy and crisis.

Don’t believe the truth! It’s necessary to be critical about what we read, what we hear and what we buy. Now in Portugal there’s a polemical issue that we can read on the news regarding certain thermodynamic panels that work also during the night and they have been advertised as solar panels. It seems nonsense! The panels effectively also work during the night but definitely not on solar energy, unless we want to consider wind and wave energy as solar energy as well, just because they derived from the sun. And tide energy? Is it solar energy? For that we need to thank the sun, the moon and the earth’s gravitational force. Anyway, there is a big investment of the Portuguese government in solar thermal energy. Since March this year, people can acquire solar thermal systems for heating water and central heating that are financed up to more than 50%. This seems like a positive step forward and considering a household of 4-5 people, the payback of the investment can go to 3 to 4 years. This appears to be a great achievement for the government and might be great deal for the customers, considering that the equipment can be used for approximately 20 years.

While in Portugal we have been talking more about renewable energies, in the UK we’ve been hearing more about new coal plants in the country. Ed Miliband, the Secretary of State for Energy and Climate Change said that Britain planned to lead the world in clean coal technology. He also announced that the new coal plants can only be built if they capture 100% of greenhouse gases by 2025. The idea is to collect carbon emissions from the coal power stations and transport them out to sea, where they will be buried in redundant oil and gas fields. CCS (Carbon Capture and Storage) can also be done through other technologies and mechanisms, but these solutions are not cheap, haven’t been proved to be reliable and will certainly increase the cost of energy.

 

 

 

 

Centralised or decentralised energy production?

Portugal and United Kingdom are betting on both. Regarding centralised power, both countries have been growing on wind power capacity. UK became the world leader in offshore power generation in 2008 and Portugal increased its electricity generation from wind in 42% over the last year.

In Portugal we hear more about the Government planning to build new biomass plants for centralised power generation, while here in the UK we also hear about building more biomass plants for decentralised energy production. These are called CHP (Combined Heat & Power) plants or cogeneration plants. The advantage is that the heat emitted by the generation of electricity can be used either for district heating or for industrial processes involving steam and hot water.

In the UK there is a big heat requirement for residential buildings and we can see large CHP plants associated with them, while in Portugal large CHP plants normally exist in industrial facilities and Hospitals. Recently due to micro-generation legislation in Portugal it is profitable to have micro-cogeneration (MCHP) plants where there’s a constant heat demand, because electrical energy can be sold to the grid at attractive prices. These MCHP plants are used in smaller industrial facilities and also in small hospitals and healthcare centres.

There is also an interesting project that both countries worked together, called Pelamis. The first commercial scale wave power generation park in the world was develop by a British company and installed in the Atlantic coast of Portugal.  

Since the biggest percentage of renewable power comes from Hydro energy, an idea of a dam over the English Channel (La Manche) has certainly been on the minds of many people. The Channel is 33 kilometers in its narrowest section (the Strait of Dover).  The potential capacity of power generation is enormous and since they have been developing technologies to keep fish away from the turbines there’s a bigger possibility this idea is considered more seriously in the future. Similar to wind farms, tidal turbine towers can be placed in the bottom of a river or of the sea and the environmental impact could be diminished by avoiding the construction of a dam.

Conclusion

It seems, as far as thermal energy, UK and Portugal can continue to invest on the same solutions for the Industrial sector, like CHP plants, but for the residential, solar thermal is a decentralised solution that fits Portugal better and district heating is a decentralised solution more adequate for the UK.  

Concerning power, both countries still look more into centralised solutions for the future, like coal, gas, oil, hydro, wave energy, tidal energy, biomass and nuclear.

 

www.agencialusa.com.br

www.construir.pt

www.dalkia.co.uk

www.dgge.pt

www.energiasrenovaveis.com

www.wikipedia.com

 

Sources
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007

Enfrentando e Superando adversidades - Cifial UK

   Vânia Diniz - Cifial,  Wellingborough, U.K.

A Empresa

A Cifial UK é uma subsidiária que existe há cerca de 10 anos no mercado do Reino Unido. Apesar de todas as adversidades que são comuns ao desenrolar de um negócio, a empresa tem conseguido crescer a um ritmo bastante elevado. No entanto, não se pode dizer que esta evolução tenha sido fruto do acaso. Muito pelo contrário, os objectivos existem sendo medidos e revistos praticamente diariamente. Todos os membros da subsidiária mostram-se empenhados para que as práticas se traduzam em resultados.

Forças

  • Tem uma empresa-mãe com uma história de reconhecida qualidade tanto a nível Nacional como internacional, a Cifial, S.A.;
  • Mostra um posicionamento bem definido no mercado com uma estratégia de crescimento que se adequa a este;
  • Tem uma enorme equipa por trás que desenvolve os produtos, i.e. Engenheiros, Produção, marketeers;
  • Dá muito valor à qualidade de serviço e tenta manter uma relação estreita com os seus consumidores oferecendo também uma garantia dos produtos acima da média;
  • É uma empresa que está sempre disposta a aceitar a mudança quando sabe que é para melhor, por exemplo, tenta aplicar novas ferramentas de gestão quando estas se demonstram mais eficazes das actuais;
  • Análise e comparação constante do que é oferecido pela concorrência, estando sempre a par de novas tendências;
  • Possui um pacote que inclui qualidade, compromisso com o cliente, design e imagem de marca de dificil replicação pelos competidores.

Fraquezas

  • É uma empresa de pequena dimensão, quando comparada com os maiores concorrentes do mercado;
  • O mercado britânico tem diferentes especificidades da do português o que faz com que a Cifial UK tenha certas dificuldades na concretização das mesmas. Isto é, pelas reduzidas dimensões que possui actualmente é necessária uma grande força de persuasão para que os seus desejos sejam ouvidos e concretizados pela empresa-mãe.

O Mercado

O mercado das “Torneiras de Luxo”, no Reino Unido, é bastante dinâmico e assente em tendências, ou seja, o design, a qualidade e a marca do produto são três factores a que o cliente dá muita importância. Mas não é tudo, vai depender muito também da publicidade que lhe chega: através de revistas da especialidade, exposição em showrooms, feiras, entre outras. Ou seja, tem de existir um grande esforço e Investimento de capital a este nível, sendo um dos pontos mais importantes a que a subsidiária dá valor.

Oportunidades

  • Segundo um estudo da BSRIA o mercado do Reino Unido é um dos maiores consumidores de “Torneiras de Luxo” acompanhado com um elevado crescimento do mesmo nos últimos anos.

Ameaças

  • Maiores competidores com maior força negocial junto dos consumidores e com maior poder económico ao nível de Promoção dos produtos;
  • Sendo a empresa e os concorrentes muito focados para as vendas, existe uma grande aliciação dos próprios empregados para fora da organização;
  • É um mercado que se recente quando a Economia se encontra numa fase menos boa.

A Cifial UK tem uma grande jornada pela frente até conseguir competir em pé de igualdade com os maiores players do mercado. No entanto, acredito que ao continuar com as práticas que tem tido até ao momento e apostando num crescimento sustentável, esse objectivo será certamente alcançado.

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Segunda-feira, 2 de Julho de 2007

O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento

     Pedro Coutinho, BERD, Londres, U.K.

O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) foi criado em 1991. Desde então financiou mais de EUR 20 biliões no suporte da transição de economias de planeamento central para economias de mercado. Actualmente é o maior investidor individual na Europa Central e de Leste e na antiga União Soviética. Os accionistas do banco são os governos de 65 países, entre os quais Portugal, e duas instituições, a Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento.

A abordagem do banco aos seus projectos e igual à de um banco comercial. Um projecto tem de ser comercialmente viável e assente em sólidos princípios financeiros para ser considerado e o financiamento é fornecido numa base comercial.

O BERD complementa fontes de financiamento privadas, investindo apenas onde pode criar valor acrescentado (projectos que não poderiam ser financiados em iguais circunstancias). O banco atrai outros investidores e serve de catalisador para captar em media o triplo do montante que investe.

Desde que reunida, toda a informação, um projecto, demora em media 3 a 6 meses. O montante médio de investimento do banco e de EUR 25 milhões (variando entre EUR 5 milhões e EUR 250 milhões), correspondendo em media a 35% do total do projecto (a contribuição em capital do Sponsor tem de ser pelo menos igual ao investimento do banco). As maturidades do financiamento variam de 1 ano para projectos com propósito de working capital ou trade financing até 15 anos para infra-estruturas de longo prazo.

O banco trabalha predominantemente com o sector privado, apoiando projectos de investimento através de flexíveis instrumentos de financiamento. A disponibilidade para a partilha de risco com o cliente é uma das características do banco. A forte presença do banco na região através de investimento e de uma rede de mais de 30 escritórios permite ao BERD deter um profundo conhecimento das características sociais, económicas e politicas de cada pais.

 

A 1 de Abril do corrente ano o BERD tinha assinado 529 projectos na Federação Russa, totalizando aproximadamente EUR 8.2 biliões. Este valor ajudou a gerar um montante adicional de EUR 15.2 biliões. Mais de 81% dos investimentos foram no sector privado. Este mercado correspondeu a mais de 1/ 3 dos resultados anuais do banco em 2006.

O banco tem suportado o mercado de capitais russo através de transacções de secuturização e de vários empréstimos denominados em Rublos com bancos locais e estrangeiros. A maioria dos projectos assinados, em 2006, foi de grandes centros urbanos.

O crescimento de longo prazo da economia russa será por via de produtividade e inovação, dependendo assim da vitalidade das reformas em curso. A economia tem encontrado continuadas restrições de capacidade, que justificam o aumento das importações (crescimento real de 20% em 2006). O cumprir das metas para a inflação foi um sucesso para as autoridades em 2006 (apesar do aumento das despesas no final do ano).

Com o aproximar das eleições presidenciais de 2008, o fluxo de capitais e o investimento doméstico podem ficar mais voláteis. O principal risco é o próximo Presidente não conduzir reformas estruturais, diminuindo o crescimento via falta de competitividade, o preço da energia aumentar e restrições de capacidade exercerem seu papel.

A estratégia do banco para a Federação Russa passa por suportar os seguintes objectivos das autoridades russas: diversificação económica, competitividade, enterpreneurship, eficiência energética e desenvolvimento regional. O banco pretende aumentar o rácio de capital no seu portfolio anual neste mercado para 20% e desenvolver projectos com escala que actuem como modelo para outras operações.

 

Apesar dos obstáculos administrativos ainda existentes, principalmente a nível regional e local, num recente inquérito do Foreign Investment Advisory Council 90% dos investidores consideram expandir as suas operações dentro de 5 anos.

Em final de Maio do corrente ano houve uma visita oficial do Senhor PM à Federação Russa. Para além do âmbito da próxima presidência Portuguesa (num contexto da recente difícil cimeira UE-Russia), a visita visou o incremento do fluxo entre os dois países (comitiva integrou mais de 40 empresários). No final de Julho 2006 haverá uma visita oficial do Presidente do BERD a Portugal, com encontros com esferas politicas e principais empresas Portuguesas interessadas em investir nos países onde o banco opera. Estou certo que para as empresas interessadas em investir nestes mercados o BERD é um parceiro privilegiado para o sucesso das suas operações ao mitigar como nenhum outro risco financeiro e político.

 

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Domingo, 13 de Maio de 2007

O futuro sou eu que o faço…

 David Monteiro, Critical Software, Southampton, UK

 

Quando aceitei participar no Contacto 10 estava consciente que ia correr um risco considerável uma vez que já me encontrava no mercado de trabalho há 3 anos e poderia agora ter que começar tudo do zero. Mas vida é feita disso mesmo, de opções e dos riscos inerentes às mesmas. Continuar a trabalhar e a viver em Portugal não parecia de todo uma má opção, apesar dos desconcertantes “What if” que me passavam constantemente pela cabeça. Ali teria estabilidade, saberia sempre com o que contar, teria os amigos e família por perto, férias e esse clima tão aprazível que atrai todos os anos milhões de turistas. Ao invés, ao partir para uma experiência internacional tudo seria incerto. Rumaria a um qualquer ponto desconhecido no globo em busca de não sabia eu ainda bem o quê. Sabia que tinha de partir, embora desconhecesse a razão. Viria a encontrar a resposta a essa pergunta já depois de estar fora do país. Sei agora que vim à procura de me descobrir a mim mesmo e com isso aprendi. Aprendi a perceber até onde vão as minhas capacidades e limitações, e aprendi acima de tudo que novas capacidades surgem face às adversidades e que as limitações que pensávamos ter, não são nada mais do que medos e receios preconcebidos. Passaram praticamente 3 meses desde que saí de Portugal e já me sinto uma pessoa diferente, não na personalidade, mas na forma de abordar a vida e no conhecimento de mim próprio…

 

Sobre a empresa que me foi designada só tenho a dizer bem. Não vou maçar-vos com a informação pesada sobre a Critical Software e sobre os seus inúmeros casos de sucesso que de resto estão disponíveis na Internet. Tão pouco quero ser interpretado como aquilo que na gíria se chama de “graxista”. Quero apenas realçar que fiquei agradavelmente surpreendido pela sua estrutura e pela forma como é gerida. Tendo trabalhado em empresas de topo, portuguesas e multinacionais, possuo meios de comparação suficientes para poder tecer uma opinião sobre a Critical.

 

Contrariando o mais comum em Portugal, ao nível dos recursos humanos, a Critical Software segue o modelo americano, conseguindo assim ir buscar os melhores nas mais diversas áreas, mantendo-os motivados e irmanados com a empresa. Com políticas de RH competitivas e muitas acções de marketing interno e de fomentação de espírito de grupo, a Critical não descura nada neste domínio, desde o acolhimento e recepção, passando pela formação até à gestão de desempenho. Tudo está pensado na óptica da motivação. Um excelente empregado terá com certeza maiores recompensas do que um empregado razoável e os resultados estão à vista. A empresa tem crescido a uma taxa impressionante de 50% ao ano e não pára de obter o reconhecimento internacional. Clientes como a NASA aparecem no seu “curriculum” mas isso não a faz “adormecer”. Com escritórios em Portugal, EUA e Reino Unido, a palavra de ordem continua a ser “crescer”.

 

A minha função em Southampton passa pela definição das estratégias de negócio para a Europa do Norte e estudos de mercado dos sectores Aeroespacial e Transportes, bem como tarefas genéricas de marketing. Espero sinceramente continuar a ajudar esta empresa a tomar o rumo certo e a gradualmente afirmar-se como um gigante na área do software de alta integridade para sistemas críticos.

 

Para mais informações sobre a empresa visitem o site: www.criticalsoftware.com

 

Sobre o país que me calhou em sorte, pouco mais há a acrescentar do que aquilo que já é do conhecimento público. Quis o destino que fosse parar ao país com o qual Portugal tem a aliança mais antiga do mundo: REINO UNIDO. Não será certamente o destino mais contrastante em termos de cultura mas nem por isso deixa de ter uma ou outra diferença cultural relevante. Algumas das ideias que temos preconcebidas confirmam-se…outras nem por isso. Os ingleses são pontuais? Os ingleses são antipáticos? A primeira confirma-se…Os ingleses chegam quase sempre a horas, é verdade, também porque aqui não têm que combater a imprevisibilidade do trânsito. De resto, entram cedo no emprego e saem cedo, sem ter praticamente um único tempo morto durante o dia, nem mesmo o almoço, já que por estas bandas come-se uma sandes ou tarte enquanto se lê os últimos e-mails. Esta é de resto a principal diferença para com os portugueses. Não se perdem 30min para o pequeno-almoço, mais uma hora para o almoço, mais lanches, cafés, cigarros, nem outros pretextos para pôr a conversa em dia. Ganha o patrão no final do mês. Em relação à alimentação, aí têm motivos com que se preocupar. Quando os pratos mais típicos ingleses são as salsichas com feijão e ovo estrelado e o peixe embebido em óleo com batatas fritas, sabemos que alguma coisa não está bem. Na realidade, a obesidade é um problema nestas bandas e nada parece estar a ser feito para inverter a situação. Não é por acaso que a seguir a estes dois pratos, os pratos mais típicos ingleses são os…italianos, indianos, chineses, etc. Pura e simplesmente não existe tradição na cozinha britânica. Por outro lado, os ingleses não são menos preguiçosos do que os portugueses, antes pelo contrário. Tudo aqui é feito para dar o menos trabalho possível e apesar de não ser a razão oficial, explica também porque os ingleses não querem abandonar a sua moeda, o lado esquerdo para conduzir ou as medidas de peso e distância. Cada vez mais se vendem carros com mudanças automáticas e refeições pré preparadas, e são os próprios patrões ingleses a dizer que preferem dar emprego a estrangeiros qualificados porque são mais aplicados que os ingleses. Ainda em termos de diferenças culturais, o que mais me surpreendeu foi a forma que os ingleses descobriram de tornar a vida dos idosos mais útil e agradável. Depois da tomada de consciência do envelhecimento geral da população, foram criadas infra-estruturas em todos os locais públicos para que os mais velhos ou debilitados possam fazer o mesmo tipo de vida que os mais novos, seja através de lugares especiais, acessos ou até mesmo descontos em praticamente tudo o que é entretenimento. Por outro lado, muitos idosos reformados ocupam agora outras funções menos exigentes, mas nem por isso menos importantes ou produtivas. Um exemplo a seguir sem dúvida. De resto, considero os ingleses pessoas bastante corteses no geral. Para dizer a verdade, e apesar de haver excepções naturalmente, fui encontrar um povo bastante simpático e hospitaleiro. No início, o facto de ter calhado numa cidade longe da folia e ritmo frenético que se vive em Londres, sem nenhum compatriota e sem colegas de trabalho da minha idade com que pudesse conviver no dia-a-dia, posava como um cenário assustador. Hoje, com esses cenários completamente dissipados, considero-me já uma parte desta sociedade. Trabalho maioritariamente com ingleses, frequento festas privadas em que sou o único estrangeiro e vou ver o clube local jogar com outros ingleses. Aproveito os fins-de-semana para conhecer este país em profundidade e são os próprios britânicos a dizer que conheço já melhor o Reino Unido do que eles. Este é afinal um dos berços da civilização moderna e um país repleto de história que vale a pena conhecer em profundidade. Estou por isso a adorar a experiência em todos os domínios, mas não posso dizer que tudo são rosas. Alturas há em que olho para trás e reconsidero as opções que tomei. Tenho saudades de casa, da família e dos amigos, da nossa “boa mesa” e do sol, mas nem por isso deixo de encarar esta estadia no estrangeiro com muito optimismo e com a certeza de que foi uma decisão acertada.

 

O futuro daqui para a frente, sou eu que o faço.

 

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